O presidente da Sociedade de Estudos Espíritas Irmão Tomé fala sobre as semanas espíritas promovidas pela instituição
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segunda-feira, 30 de setembro de 2013
"NOSSAS SEMANAS ESPÍRITAS SÃO ESPERADAS POR TODOS OS ESPÍRITAS DE NOSSA CIDADE"
domingo, 29 de setembro de 2013
O MILAGRE QUE SALVOU A INGLATERRA
Em um artigo
sobre a Batalha da Inglaterra, George Patton afirma que somente um milagre
salvaria a Inglaterra, que, diante de uma Europa quase inteiramente dominada,
era o único país a resistir sozinho à poderosa máquina de guerra alemã.
Quando a
Batalha se iniciou, os britânicos contavam com apenas 347 caças monopostos
Hawker Hurricane, 199 Supermarine Spitfire, 69 caças noturnos Bristol Blenheim
e 25 Boulton Paul Defiant, metade dos quais estava dispersa pelos aeródromos do
sul da ilha.
A Luftwaffe dispunha de
2.800 aviões, entre os quais se contavam 1.300 bombardeiros Heinkel He-111,
Junkers Ju 88A e Dornier Do-17; 280 bombardeiros de mergulho Junkers Ju-87 Stukas,
790 caças; Messerschmitt Bf-109, 260 caças pesados Messerschmitt Bf-110 e 170
aviões de reconhecimento de vários tipos.
Os pilotos
alemães, altamente motivados pelas sucessivas vitórias, aguardavam a ordem para
destruir a RAF – a força aérea inglesa. A tática alemã era, diz Patton, correta:
destruir primeiro a RAF para após iniciar a Operação Leão Marinho, com a
invasão e a conquista da Inglaterra. Hitler sabia, então, que sem a derrota da
RAF a Operação estaria fadada ao fracasso.
Operando com
pequenos grupos e com alvos escolhidos, pontes, quartéis, aeródromos e
indústrias, a Luftwaffe iniciou a campanha. Diante de tal quadro, o
Marechal-do-Ar Sir Hugh Dowding ansiava por um milagre, um milagre que, de fato, no dia 24 de agosto de 1940
aconteceu, embora, como todos sabemos, milagres
não existam.
O que
ocorreu, em verdade, foi um erro – um erro fatal, nas palavras de Patton. Em
face de uma retaliação determinada por Winston Churchill, que ordenou o
bombardeio de Berlim, Hitler decidiu mudar de tática e, em vez de atacar as
pontes, os aeródromos e as indústrias, os alemães passaram a bombardear
Londres, com o que os aeródromos, as estações de radar e as indústrias puderam
ser recuperados, permitindo desse modo o aumento na produção de aviões e o
treinamento de novos pilotos.
O resultado,
todos sabemos: a Batalha da Inglaterra foi vencida pelos ingleses, fato que
levou Winston Churchill, após a confirmação da derrota alemã nos céus da
Inglaterra, a proferir a celebre frase: “Nunca tantos deveram tanto a tão
poucos”.
*
Tudo o que
dissemos linhas acima objetivou tão-somente recordar o valor daquele que se
notabilizou pela grande vitória, o Marechal-do-Ar Sir Hugh Dowding, considerado
o Espírita número 1 da Inglaterra, que solicitou, em 30/7/1952, ao Parlamento
inglês o reconhecimento do Espiritismo como religião naquele país.
Espírita e
estudioso dos fenômenos mediúnicos, sabe-se que o Marechal Dowding, a fim de
verificar os pontos fracos das operações, dialogava com os aviadores mortos nos
combates, nas sessões que realizava, em que uma das médiuns era sua própria
esposa, Estelle Roberts, desencarnada em 1971. Seu prestigio após a excepcional
vitória forneceu-lhe as credenciais para que sua petição fosse aceita pelo
Parlamento inglês, um fato que, meio século depois, só podemos aplaudir.
sábado, 28 de setembro de 2013
A HISTÓRIA QUE EU SEI CONTAR
ARTHUR BERNARDES DE OLIVEIRA
tucabernardes@gmail.com
De Guarani, MG
XVIII – O impulso e a flor
Creio que todos notaram que naquela terça-feira eu, ao entrar na
coletoria, trazia uma cara diferente.
Não sei se lhe falei a respeito de uma observação que fizeram sobre o
meu sorriso.
Há uma diferença fundamental entre o mano do meu coração – o Amaury – e
mim. Dizia o Panza que, quando o Amaury ri, todos os dentes se mostram claros.
Aqueles dentes branquinhos, sadios, admiráveis. E tem-se a impressão de que o
Amaury não tem apenas 32 dentes, o que seria
normal, mas 64, tal o brilho que através do seu sorriso invade a nossa
alma e encanta os nossos olhos. É um sorriso aberto, franco, espontâneo de quem
não teme mostrar pela boca a alma linda que tem.
O meu sorriso, dizem, é um sorriso triste. Talvez motivado pela pouca
tranquilidade que me inspiram os meus sentimentos. Sei lá. Talvez faça um dia
uma pesquisa interior para verificar se há alguma verdade na observação e se as
causas são as que eu suponho.
Mas eu entrei na repartição com um sorriso alegre.
Eu estava, naquele dia, como dono de um segredo, que quisera contar para
todo o mundo.
Acho que, ao fim da tarde, cheguei a contá-lo ao Zezinho.
E foi com um prazer irresistível que ele me ouviu dizer que eu tinha me
reencontrado com o meu destino.
Amigo bom e constante, conhecia de perto as minhas buscas infindáveis em
torno de uma vida. E torcia, talvez como ninguém mais, para que eu formasse o
meu lar e começasse a construir esse mundo de emoções que uma família feliz
pode desfrutar.
As horas passaram rápidas como nunca. Pouco tempo depois já estava eu
pronto a recomeçar com ela os planos que iniciáramos na boa manhã.
Às sete e meia da noite, o salão
estava completamente cheio. Gente em toda a parte, inclusive nas janelas.
Fomos para o fundo do palco aproveitar a insubstituível poltrona das
nossas cenas.
E lá ficamos todas aquelas horas, esquecidos do mundo, mãos dadas e
trêmulas, a contar os minutos que a noite nos dava.
Lá fora, no salão, um orador declamava. Era o poeta Sebastião Lasneau,
com dicção sonora, enlevando a plateia, através de “O Espiritismo na Arte”.
Nem mesmo os seus lindos poemas conseguiram romper as minhas meditações
e interromper a minha tranquila felicidade.
Depois, eu cheguei à conclusão de que o amor é o mais belo poema, razão
por que as belezas que ele ia apresentando, profusamente, não podiam atingir as
rimas que nós estávamos tecendo, no silêncio dos olhares que trocávamos.
Aquela mãozinha macia e suave, presa entre as minhas mãos, deixou-me no
espírito uma marca inesquecível.
Hoje, casados há sete anos, às vezes me surpreendo, com saudades
daquelas mãos. Procuro-as avidamente e lá estão elas, as mesmas, com a mesma
suavidade de então, conservando intacto o mesmo calor de antes.
Nem os serviços do lar, nem os calos naturais das obrigações caseiras,
conseguiram matar nelas o admirável encanto daquela noite.
Terminara a reunião e a caminhada de volta à casa se deu com o mesmo
enlevo e as mesmas emoções.
Ainda nesta noite, eu continuava com os mesmos desejos da véspera. É
certo que a suavidade das mãos e a naturalidade com que ela me deixou
acariciá-las, tinha criado em mim um impulso repressivo.
E o desejo de abraçá-la, confesso, era mais forte que o impulso. Por
outra coisa não esperava, senão que chegássemos à porta.
Suavemente a tinha eu censurado pela maneira abrupta com que se
despedira de mim e entrara pela casa, na véspera.
Disse-lhe jeitosamente que os namorados costumam parar uns instantes
antes da despedida final.
De modo que ao chegarmos à porta, entrados todos, ficamos os dois
sozinhos cá fora. Aí foi que eu me desmontei.
Inocentemente ela me disse:
– Pronto, hoje eu esperei uns minutos para a nossa despedida. Como você
quer, ou o que quer você para a despedida?
– Eu queria beijá-la!
E ela me deu a boca para beijar, com uma inocência que matou em mim, na
hora, toda aquela vontade louca de apertá-la.
Encostei nos dela os lábios meus e estava terminada a nossa segunda
noite.
XIX – Não vi nada mais!
A partir daquele instante eu fizera dela a minha noiva.
Havia, nessa época, uma profunda diferença mental entre mim e minha
noiva. Não só pelos sete anos que nos separam, mas sobretudo pela alta soma de
experiências que eu tinha adquirido nos meus vai-e-vens da vida.
Aos 23 anos, eu já era um homem maduro. Agora estava com 25. Se até os
vinte e três a vida se encarregou de me amadurecer, dos 23 aos 25, meus
esforços pessoais encarregaram-se do resto.
Entusiasmado pela literatura, li, nesses dois anos, mais do que em todo
o resto, inclusive nos anos que se sucederam. Reputo a fase mais importante dos
meus estudos. É a esse período que eu devo a pouca coisa que sei.
Então estávamos assim um diante do outro: o pecado em face da virtude,
ou se quiserem o jardineiro encanecido ao lado da flor que desabrochava.
Tive que fazer um esforço enorme para trazê-la da ingenuidade do seu
desabrochar até a altura em que me encontrava.
Aqui, antes de prosseguir, já vou responder a uma objeção.
Muitos são os que não creem mais na ingenuidade das moças. E alegam
razões absolutamente pertinentes.
Livros, revistas amorosas, filmes, novelas radiofônicas e uma série de
outras diversões mais ou menos dignas estariam matando nas flores o doce
perfume da inocência.
De fato, não se pode censurar quem pensa assim, tais e tantos são os
casos que nos surgem como exemplos.
Entretanto, há a considerar-se uma coisa muito importante. Se no
entender, ou no compreender, a ingenuidade se trai, no agir, quase nunca isso
ocorre.
Aquela anedota do netinho que falou para o irmãozinho menor, a propósito
de uma fuga da avó: – “Coitada, a vovó não sabe que a mamãe está esperando
nenê!” – funciona, em parte.
O netinho sabe que a mamãe vai ganhar um nenê. Mas ele não sabe como
fazer para ganhar o nenê. O que houve foi apenas o seguinte: deixou de
acreditar na cegonha, e isso já é um progresso, mas não a eliminação total da
inocência.
De modo que eu tive de me aproximar muito da idade e dos pensamentos de
minha noiva. Era, embora difícil, mais fácil eu me chegar a ela, do que
trazê-la até onde estava.
Apesar desse meu enorme esforço, até hoje ela me censura e reclama
dizendo que eu não lhe deixei viver a despreocupada alegria de sua mocidade.
Mas a semana passou. Dizer, aqui, o que foram aqueles sete dias
inesquecíveis, seria repetir as sempre renovadas diabruras de Cupido. E a
repetição talvez me parecesse monótona para você.
Mas há uma passagem que eu não posso deixar de recordar, mesmo porque,
no meu entender, ela funciona em defesa da tese que acima levantei. A da
ingenuidade e da inocência que culminaram por modificar meus modos de agir e de
pensar.
Elizabeth nunca tinha usado um vestido justo. Era a menina das anáguas.
Inúmeras, infinitas anáguas, imensas anáguas para armar as saias rodadas que
escondiam a admirável escultura de seu corpo.
Íamos dançar, me parece, que no sábado, véspera do fim. E eu lhe pedira
que não pusesse anáguas. Não desejava que tantos panos e tantas roupas houvesse
a separar nossos corpos. Ela prometeu e foi se vestir.
Quando voltou, a impressão que eu tinha é que não fora atendido no meu
pedido. Disse-lhe isso. Ela afirmou que eu estava enganado. Conversa vai,
conversa vem, pedi-lhe que me deixasse ver.
– Pois não, se duvida, pode ver.
E eu levantei mansamente a sua saia. Surgiram duas coxas imensas. Lindas
como a natureza, perfeitas, grossas, torneadas, de um matiz róseo, mais belo do
que a saúde.
Confesso que até hoje não fiquei sabendo se ela estava ou não estava de
anágua.
Agarrei-a com tanta força e tamanho frenesi, que ela me disse assustada:
– Que é isso?!!!
– Nada. Vamos dançar.
Hoje, analisando bem a minha vida, às portas do meu trigésimo terceiro
aniversário, vejo que assisti a espetáculos memoráveis. Viajando, bastante,
tenho observado a natureza em suas mais variadas manifestações de beleza. Mas,
confesso: da fonte bailarina de Poços de Caldas aos encantos indescritíveis da
Guanabara, nada ficou tão bem guardado como definição de beleza quanto aquelas
coxas que foram crescendo diante de meus olhos extasiados.
XX – Guarani e os fantasmas
A minha vida ficou dividida em duas partes: uma, o corpo, arrastado
preguiçosamente pelas ruas, em
Astolfo Dutra; outra, o espírito, leve como a pluma e ágil
como o raio, na cidade de Guarani, trinta quilômetros além.
Do que foi essa divisão retratam bem as cartas que eu escrevi, quase
diariamente.
Abelardo e Heloísa não se escreveram tanto, porque se amaram menos do
que nós.
Foram cinquenta cartas, que o mestre e artista Carvalhinho as definiria,
mais tarde, como cinquenta hinos de louvor ao amor. Estão todas guardadas, com
o mesmo carinho de antes. Algumas, ou quase todas, ela as sabe de cor. Um dia
você as poderá ler também. Creio que ela o permitiria com prazer.
Meu pai, por sugestão do Amaury, comprou uma baratinha Ford 31, visando
às compras na safra.
Não sei se lhe disse que meu pai é atacadista de fumo. Atacadista de
fumo é o comerciante que funciona como intermediário entre o produtor agrícola
e o varejista que trabalha com o artigo.
Eu disse artigo por amor à técnica. Mas no dizer dos viajantes, fumo não
é artigo, fumo é bosta. Fuma não se vende: empurra-se.
Em minha terra todo mundo só mexe com fumo. Fumo em corda. Come-se
fumo, respira-se fumo, a religião é o fumo. Foi o fumo que construiu a cidade e
lhe trouxe conforto. Só o fumo poderia ter dado à cidade aquela fisionomia de
abastança que impressiona os que lá chegam.
Tudo lá é fumo. A mamadeira é um palmo de fumo. O bico é uma perna de
fumo. A cama é um rolo de fumo. A vida é um fardo de fumo.
Vivendo em torno disso, na época da colheita, ou melhor da safra, em si,
que é quando as folhas já foram enroladas e “fiadas”, como por lá se diz, a
cidade vira um hospício. Carros sobem e descem à procura de negócios. A
concorrência desconhece limites. Quase tudo é permitido nesse tipo de comércio.
Cotias, fugas, tapeações, segundo misturado com ponteiro; baixeiro misturado
com segundo; soca, soquinha, socão. Só vendo de perto, para entender bem. Jipes
e automóveis rasgam o município em todas as direções. Todos procurando formar o
seu estoque e estabelecer a sua boa média.
De modo que para enfrentar bem a matroca, nada melhor do que um jipe ou
um “ford” 29.
Foi por isso que se fez a tal compra.
Não sei quantas arrobas ela conseguiu descobrir. Sei que, infinitas
vezes, ela me levou, às vezes sozinho, outras vezes com o Laviola ou com o
Abilinho, até as portas da saudade.
Em Guarani, principalmente, mas também no seio de minha família, não
deviam fazer bom juízo a meu respeito. Pelo seguinte: Lá chegando, eu e
Elizabeth não nos separávamos um só instante. Convites vinham. Para um baile,
ou para um aniversário, ou para alguma reunião. No mais das vezes para o
cinema, na época dirigido, controlado e administrado pela nossa gente.
Eu não aceitava nada. Não queríamos outra coisa senão ficarmos sozinhos
no canto da sala,um em frente do outro, mãos dadas, rostos unidos trocando-nos
juras e carinhos. Às vezes o frio apertava e nós fechávamos a janela. Às vezes
o frio não vinha e nós também fechávamos a janela. Aquela janela era a porta do
mundo. Fechada, nós ficávamos sós como queríamos, dentro daquele mundo que era
só nosso.
Quantos sustos pelo inesperado aparecimento da tia Elza. Outras vezes,
era a velha Pipina que eu consegui, com arte e delicadeza, atrair para as
minhas simpatias. Ela pisava de leve, com o seu gasto chinelo de pano e, embora
o ouvido de pé, quando menos esperávamos lá estava aquele fantasma magro em
frente de nós. Depois que eu a conquistei, nunca mais me assustou.
Mas houve também, por amor à lógica, o fantasma gordo: a Yara! Quantas
horas perdemos de ternura, por termos ao nosso lado, aquela massa gorda a
atormentar nossos sonhos. Acho que ela nunca desconfiou da inoportunidade de
sua presença. Porque se repetia sempre, inevitavelmente. Até que um dia
resolvemos mandá-la às favas.
Tia Teresa era um encanto de pessoa. Voz trêmula, olhos também trêmulos
e bons, jamais deixou seu quarto para espantar os pombinhos. Dona Ladinha, a
discrição em pessoa. Só
depois de tossir, ou de ficar na sala uns dois minutos parada, é que olhava pra
nós. Temia ela, coitada, ver um moço que ainda não conhecia tão bem, com os
lábios colados nos lábios de sua filha. Faço justiça a essa discrição porque,
como vim a saber depois, ela não aprovou com muita presteza o novo namoro da
filha. Sonhara outro genro com quem tenha convivido mais tempo e por quem
tivesse mais simpatia e admiração. Nunca a culpei por isso. Sei que como mulher
previdente, acreditava que o mais certo é contarmos com o pássaro que está na
mão do que com os dois que estão voando. Apesar de sua preferência, nunca
deixou de nos tratar com muita atenção e gentileza. Eu percebia que não estava
diante de uma sogra que houvesse sonhado comigo. A gente percebe isso
facilmente, Mas rapidamente ela se transformou na nossa grande aliada, proporcionando-nos
encontros, facilitando passeios, pondo enfim a sua colher de areia no alicerce que se estava construindo.
Seu Ítalo era um homem distante. Temia-se em Astolfo Dutra que
ele pudesse censurar a filha pela semana de namoro. O poeta Lasneau que
aprovara nossa decisão tranquilizou-nos com a sua sabedoria:
– Podem deixar por minha conta. Elizabeth veio comigo e só eu sou o
responsável por tudo que possa acontecer. Não se preocupem. Eu vou conversar
com ele.
E deve ter conversado mesmo, porque, embora distante, sempre foi, na
família Baesso, depois da filha, o que sempre esteve mais próximo de mim.
Eu tinha a meu favor um handicap
precioso: ser espírita e filho de Astolfo Olegário de Oliveira que ele
conhecia muito bem. Meu pai, pela
correção de sua vida, e pelos memoráveis discursos que lá pronunciara,
facilitara em muito a minha infiltração naquela família.
- Fim -
Nota:
Com o texto acima encerramos a publicação do livro
“A história que eu sei contar”, escrito por Arthur Bernardes de Oliveira. O
livro, composto por 20 capítulos, foi publicado neste blog ao longo de dez
semanas. A primeira parte foi publicada no dia 28 de julho de 2013.
No próximo sábado, numa espécie de apêndice à
obra em causa, publicaremos aqui dois textos escritos recentemente em que Arthur fala sobre seus pais Anita Borela de Oliveira e Astolfo Olegário de Oliveira.
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
PÍLULAS GRAMATICAIS
A obsessão é
um dos assuntos mais frequentes nas conversações, palestras e escritos
espíritas.
Em face
disso, usa-se também bastante em nosso meio o verbo obsidiar, de que deriva a palavra obsidiado, particípio desse
verbo.
Há, no
entanto, quem prefira usar, relativamente ao assunto, o verbo obsedar, de que deriva a forma
obsedado.
Em certa
região de Minas Gerais, a palavra obsedado é bastante usada e parece para
algumas pessoas ter um sentido mais forte. “Fulano está obsedado” seria, para
elas, uma frase mais contundente do que “Fulano está obsidiado”.
A pergunta
que se faz é: Qual a forma correta?
Ambas são
corretas, mas, em respeito ao nosso idioma, não há dúvida de que deveríamos
usar o verbo obsidiar e seus
derivados obsidiado e obsidiada.
O motivo é
simples: obsidiar veio-nos do latim obsidiare. Ora, o latim é a língua-mãe do
idioma português.
Obsedar nos veio do francês obséder.
Trata-se, pois, de um galicismo, que devemos repelir sempre que exista no
vernáculo palavra de mesmo significado.
O uso comum
do verbo obsedar e de seus derivados obsedado e obsedada em determinadas
regiões em que o movimento espírita é mais antigo deve, provavelmente, estar
relacionado com as primeiras traduções das obras de Kardec, as quais, como
sabemos, foram escritas originalmente no idioma francês.
Registre-se
que os dicionários reconhecem também a forma obsediar, uma variante de obsidiar, por influência, segundo alguns,
da palavra obsessão. Mas, como dissemos, o ideal é que usemos a forma vernácula
citada acima.
*
Devemos ter o
cuidado de não confundirmos as palavras obsidiado, obsediado ou obsedado com a
palavra obcecado, particípio do
verbo obcecar.
Obcecado
significa: que tem a inteligência obscurecida; contumaz no erro; teimoso,
obstinado.
Exemplos:
– João é
obcecado no que faz. (João é obstinado...)
– O rapaz
ficou obcecado desde que viu aquela mulher. (O rapaz ficou confuso...)
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
DIVALDO FRANCO DE VOLTA AO PARANÁ
Público numeroso
assiste às
conferências que
o orador
proferiu
nas cidades de Foz do Iguaçu e Cascavel
nas cidades de Foz do Iguaçu e Cascavel
O Semeador de
Estrelas,
Divaldo Franco,
médium e orador
espírita, com
sua palavra
lúcida, gentil e
amorosa,
realizou na
noite do dia 11
de setembro uma
conferência em
Foz do Iguaçu. A
Federação
Espírita do
Paraná e Divaldo
Franco foram
homenageados com
uma bela
apresentação
musical
executada ao
piano por
Henrique
Baldovino. A FEP
pelos seus 111
anos de fundação
e Divaldo pelos
seus 66 anos de
oratória
espírita.
Nessa
oportunidade
foram lançados,
nacionalmente,
dois livros
psicografados
por Divaldo
Franco:
Ilumina-te,
de Joanna de
Ângelis, e
Vivendo com
Jesus, de
Amélia
Rodrigues.
Divaldo Franco,
Cidadão
Honorário de Foz
do Iguaçu,
historiou a
trajetória do
materialismo ao
longo dos
últimos séculos
e do
positivismo, bem
como os passos
realizados pela
filosofia
espiritualista,
destacando a
necessidade de o
Ser Humano amar,
ser gentil,
desenvolver o
autoamor, como
ensinou o Mestre
nazareno.
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O Peregrino
de Jesus,
com sua
eloquência
habitual e
motivadora,
apresentou as
conclusões a que
chegou Blaise
Pascal,
matemático,
filósofo
moralista e
teólogo francês
que
se referia ao
espírito de
geometria e
ao espírito
de
finesse.
Afirmava
Pascal ser
necessário que o
Ser Humano
desenvolvesse o
sentimento, a
emoção, a
gentileza,
sendo necessário
que as duas
correntes
formassem uma
só,
amalgamando-se.
Onde apenas a
lógica e a razão
– espírito de
geometria –
predominam, as
criaturas se
entredevorariam.
É, portanto,
necessário um
equilíbrio entre
estas vertentes
do comportamento
humano para que
a criatura possa
adquirir a paz,
a alegria de
viver, as
emoções dos
sentimentos
nobres.
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O Espiritismo é
a filosofia da
gentileza
– Repassando os
olhos pela
história recente
da Humanidade,
Divaldo destacou
que o
materialismo
triunfou por
longo período.
Em 31 de março
de 1848, em
Londres/Reino
Unido, o grande
filósofo e
economista
Karl Marx
apresentou a sua
tese a respeito
do capital, que
ficou célebre, e
disse a seguinte
afirmativa: A
religião é o
ópio das massas.
Era o triunfo do
materialismo. A
negação da
existência de
Deus. O homem já
não precisa de
Deus, afirmavam
os adeptos do
pensamento
materialista.
Curiosamente, no
outro lado do
globo, nos
Estados Unidos
da América, em
Hydesville,
nessa mesma
data, começaram
a ocorrer
fenômenos que
iriam abalar a
América,
invadindo também
a Europa. Como a
marcha do tempo
é inexorável, em
18 de abril de
1857 surgiu O
Livro dos
Espíritos,
apresentado por
Allan Kardec,
objetivando
mostrar que a
vida não é
apenas material,
explicando que o
ser humano é
constituído de
espírito e
matéria,
comprovado
através da
mediunidade.
Para enriquecer
os fatos,
Divaldo relatou
os experimentos
de Cesare
Lombroso, de
Charles
Richet e de
William
Crookes, que
foi procurado
por uma menina
de doze anos
acusada de
farsa,
desafiando-o a
provar
que os fenômenos
eram o produto
de uma farsa. Em
31 de maio de
1875, William
Crookes
redigiu uma
carta relatando
à sociedade
londrina que a
menina era
portadora de uma
faculdade
paranormal e que
os fenômenos
eram legítimos,
eles existem.
O materialismo,
disse o ínclito
divulgador do
Espiritismo, é o
espírito de
geometria, da
razão, enquanto
o Espiritismo é
a filosofia da
gentileza.
A vida é bela e
digna de ser
vivida com
alegria
– Ser gentil é
cultuar e
cultivar a paz
íntima,
exteriorizando o
homem pacífico,
praticante da
não-violência.
Os homens de
ciência, em sua
saga em busca de
conhecimentos
aprofundados,
estão inclinados
a admitir a
existência de
Deus no Ser
Humano. É Deus
de volta, agora
pelas mãos dos
cientistas,
aniquilando o
materialismo. As
flores, ensina o
nobre Espírito
Joanna de
Ângelis, são os
autógrafos que
Deus colocou em
sua obra para
que o mundo
saiba que são de
Sua autoria.
O doce Rabi
Galileu, o maior
psicoterapeuta
da Humanidade
segundo Hanna
Wolff, ressaltou
a necessidade de
o Homem
autoiluminar-se,
propondo o amor
incondicional a
si, a todos e a
Deus, como
solução para
todas as suas
aflições. O
autoamor é
tornar-se o Ser
Humano melhor a
cada dia,
compreendendo
que a vida
possui um
sentido e que é
preciso viver
com alegria.
Jesus veio para
que a criatura
humana tivesse
vida.
O mundo mudará
para melhor
quando cada Ser
Humano conseguir
autoamar-se.
Aquele que
conhece Jesus já
não pode mais
ser o mesmo,
pois que sentirá
o desejo de
exercitar a
gentileza, o
amor, aplicando
ao seu dia-a-dia
as mensagens
libertadoras do
Mestre
Inigualável,
diminuindo as
queixas,
transformando-se
em uma criatura
melhor. A vida é
bela e digna de
ser vivida com
alegria, com
sentimentos
elevados,
amando-se e
amando o seu
próximo, tanto
quando ama a
Deus.
Tocadas pelo
sentimento de
gentileza e do
amor, as mil e
seiscentas
pessoas que
lotavam o
auditório e um
salão anexo do
Hotel Golden
Tulip
Internacional
Foz, aplaudiram
com emoção e
demoradamente a
Divaldo Franco,
o Arauto do
Evangelho e da
Paz.
Um fato
inusitado salvou
Creso, rei da
Lídia
– Nas
dependências do
Tuiuti Esporte
Clube, Rua Ponta
Grossa, 2998, em
Cascavel/PR,
duas mil e
quinhentas
pessoas
assistiram, no
dia 12 de
setembro, ao
Embaixador da Paz
e Cidadão
Honorário do
Município,
Divaldo Franco,
falar sobre a
felicidade.
Ele iniciou sua
fala com a
narrativa das
atitudes e
tendências
do Rei Creso da
Lídia e sua
Capital, a
cidade de Sardes.
O Rei Creso era
possuidor de
riquezas
imensas,
capazes, segundo
pensava, de
tornar o seu
proprietário uma
pessoa feliz.
Apesar de
possuir um
tesouro
incalculável,
Creso não era
feliz, pois
desejava algo
mais. Essa é uma
história narrada
em um dos livros
de Heródoto de
Halicarnasso,
historiador
grego nascido no
Século V a.C. A
Lídia era uma
região da Ásia
Menor. Seu povo,
os lídios, era
de origem
semita.
Conta Heródoto
que as terras da
Lídia eram
banhadas pelo rio
Pctolo, rio
aurífero,
fornecedor do
tesouro
formidável do
Rei Creso.
Segundo a
mitologia, nesse
rio teria se
banhado o Rei
Midas, que
possuía o dom de
transformar em
ouro tudo o que
tocasse.
Outro fato
destacado pelo
historiador
grego refere-se
a um filho
surdo-mudo do
Rei Creso. Por
ocasião da
guerra travada
contra Ciro, rei
dos persas, que
praticamente
dominava o mundo
mediterrâneo, ao
acompanhar a
luta que se
desenrolava nos
seus jardins
palacianos,
estarrecido ante
a derrota
iminente,
olhando pela
janela da sala
do trono, o rei
não percebeu a
entrada de um
inimigo, que
levantou a lança
para golpeá-lo
pelas costas. O
jovem, que se
ocultava por
trás de pesado
reposteiro, viu
a cena e, tomado
de pavor, deu um
grito,
exclamando: “–
Não o mates. Ele
é o rei!”
A vida, diz
Sólon, apresenta
muitas surpresas
– O soldado,
assustando-se,
lançou o dardo
e, ao errar a
pontaria,
cravou-o na
janela, salvando
dessa forma o
monarca. O
valoroso
Embaixador da
Paz e lídimo
trabalhador do
Cristo, Divaldo
Franco ressaltou
que a emoção
desencadeia
forças de
expressão
contraditória
que jazem no
homem.
O Rei Creso
conheceu Sólon,
um dos sete
sábios daquela
época. Sólon foi
convidado a
visitar todas as
dependências do
palácio para que
pudesse avaliar
a riqueza de
Creso. Depois
daquela visita,
Sólon foi levado
à presença de
Creso que o
aguardava em seu
trono de ouro,
coberto por um
manto cravejado
de pedras
preciosas. No
diálogo o
monarca indagou
se Sólon
conhecia alguém
mais feliz do
que ele. Ante a
afirmativa de
Sólon, Creso
dispensou-o,
porém, o sábio
anuiu que
naquele momento
Creso poderia
estar feliz, mas
o futuro é
incógnito, a
vida, disse o
sábio, apresenta
muitas
surpresas, é
necessário
aguardar a
última cena.
Na busca de
esclarecer sobre
o significado de
felicidade,
Divaldo
apresentou o
pensamento dos
filósofos
Epicuro,
Diógenes, Zenon
e Sócrates, cada
uma defendendo
uma conduta de
vida para
sentir-se feliz.
Epicuro,
filósofo grego,
defendia que a
felicidade
estaria em a
criatura humana
ter, possuir,
gozar.
Diógenes, o
Cínico, afirmava
que a felicidade
é não ter, combatendo o
prazer, o desejo
e a luxúria.
Zenon de Cítio,
outro filósofo
grego,
enfatizava a paz
de espírito,
conquistada
através de uma
vida plena de virtude,
de acordo com as
leis da natureza:
é a doutrina
estoica.
O objetivo da
vida é servir
– Destes,
somente Sócrates
compreendeu que
a felicidade é
ser.
Sócrates
defendia o
pensamento
ético,
moralista,
espiritualista,
o
autoconhecimento,
o
autodescobrimento.
Sua doutrina é
conhecida por
maiêutica.
O que é, afinal,
a felicidade?
Será ter,
possuir, fruir?
Ou será não ter,
não dispor de
coisa alguma? A
felicidade,
destacou o
intrépido
orador, é
ser! Ser
íntegro,
moralizado,
possuidor de
nobres virtudes.
A verdadeira
felicidade é
amar, é devotar
ternura ao
semelhante, é
ser grato à
vida. Jesus, o
incomparável
Mestre,
apresentou o
amor como medida
para o homem
alcançar a
felicidade,
amando-se,
amando ao
próximo e a
Deus. O sentido
psicológico da
vida, o objetivo
da vida é
servir. Quem
serve ao próximo
é feliz. O
orador que
cativa
multidões,
Divaldo Franco,
destacou que o
Sermão da
Montanha é a
mais notável
sinfonia do
amor. Vale a
pena amar! Vale
a pena viver a
vida!
Todos, tocados
por emoções
superiores, e
profundamente
inclinados a se
tornarem
melhores,
exercitando o
amor
incondicional,
aplaudiram
entusiasticamente
o orador
inigualável de
Feira de
Santana/BA. Foi
um gesto de
amor,
reconhecimento e
gratidão a
Divaldo Franco,
o Arauto do
Evangelho e da
Paz.
Concluída essa
exuberante etapa
de divulgação da
Doutrina
Espírita no
Paraná, Divaldo
Franco viajou
imediatamente
para Assunção,
no Paraguai,
acompanhado de
amigos
brasileiros,
para participar
do 2º Congresso
Espírita
Sul-Americano.
(1)
Notas:
(1)
Na próxima
semana será
publicada nesta
revista
reportagem sobre
o 2º Congresso
Espírita
Sul-Americano,
realizado em
Assunção,
Paraguai.
(2)
As fotos que
ilustram esta
reportagem foram
feitas por Jorge
Moehlecke.
Fonte: o Consolador uma Revista Semanal de Divulgação da Doutrina Espírita
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
CRISTÃOS OU RELIGIOSOS?
A convite da Senhora Elizabeth
Oliveira, fui a Primeira Igreja Batista
em Rosário assistir ao Culto, o assunto era
cracolândia ou Cristolândia. Eles apresentaram uma peça,
o drama dos viciados em crack nas
ruas solicitando ajuda e a Igreja sentada assistindo ao drama sem fazer nada para ajudar. Após a
dramatização uma jovem de aproximadamente 21 anos comentou a peça teatral. Disse que religiosos da igreja evangélica sequer
estão cumprimentando seus irmãos. Deu exemplo de uma filha que não se relaciona
com a própria mãe.
Eu ansioso aguardava a oportunidade fosse franqueada a palavra. Não
foi. Na minha chegada à Igreja fui recepcionado
por Elizabeth e a professora Maria de Lourdes. Antes de o evento iniciar
Lourdes perguntou-me sobre o resultado de uma manifestação foi realizada em São Luís
em que eu fui o líder desse
evento. Nesta oportunidade vou responder para a professora Lourdes e
para quem tiver o acesso a estes
escritos a seguir.
Professora Lourdes, nós
conseguimos fazer com que o assunto da nossa pauta de reivindicações fosse
discutida a saber: solicitamos fosse abreviado
a implantação dos programas constam no PPA-
Plano Plurianual 2012/2015 – Rede Cegonha, Rede de Atenção às Urgências, Rede de Atenção Psicossocial
e Rede de Atenção ao Câncer de Útero e de Mama. A segunda reivindicação
é exigir a Construção e Manutenção de Um Hospital regional em Rosário para atender a uma população de 165.169 habitantes.
O governo vai tomar a
providência? Imagine se o Secretário de
Estado da Saúde tenha perguntado quais as entidades estavam presentes na manifestação.
Estava presente a Igreja Batista? A Igreja
Assembleia de Deus? A Igreja Adventista?
A Igreja Católica? O Sindicato Rural? A
Colônia de Pescadores? Não! O problema
das políticas públicas esta relacionado
aos impostores de organizações da sociedade civil. Em especial
as organizações religiosas se
preocupam em amealhar multidões e não
realizam a ação humanitária. Como bem disse a expositora da noite e, eu a
parabenizo pelo conteúdo e pela didática.
Na definição da expositora Religioso é aquele conhecedor do evangelho e Cristão é aquele que realiza a ação determinada pelo evangelho .
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