segunda-feira, 30 de novembro de 2015

AS MAIS LINDAS CANÇÕES QUE OUVI (166)


Estrada do sol
Tom Jobim e Dolores Duran
É de manhã, vem o sol, mas os pingos da chuva que ontem caiu
Ainda estão a brilhar, ainda estão a dançar ao vento alegre que me traz esta canção
É de manhã, vem o sol, mas os pingos da chuva que ontem caiu
Ainda estão a brilhar, ainda estão a dançar ao vento alegre que me traz esta canção
Quero que você me dê a mão,
Vamos sair por aí, sem pensar no que foi que sonhei, que chorei, que sofri
Pois a nossa manhã já me fez esquecer,
Me dê a mão, vamos sair pra ver o sol...
É de manhã, vem o sol, mas os pingos da chuva que ontem caiu
Ainda estão a brilhar, ainda estão a dançar ao vento alegre que me traz esta canção
Quero que você me dê a mão,
Vamos sair por aí, sem pensar no que foi que sonhei, que chorei, que sofri
Pois a nossa manhã já me fez esquecer,
Me dê a mão, vamos sair pra ver o sol...
O sol
O sol...
Você pode ouvir a canção acima clicando nos links abaixo:
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domingo, 29 de novembro de 2015

O ESPIRITISMO NOS PEDE UMA ESPÉCIE PERMANENTE DE CARIDADE: SUA PRÓPRIA DIVULGAÇÃO


É bem conhecida a observação feita por Jesus de que não devemos colocar a candeia debaixo do alqueire.
Certa vez, antes de uma palestra sobre esse tema, presentes muitas pessoas de instrução mediana, o orador procedeu a uma ligeira enquete e descobriu que a maioria das pessoas que ali se encontravam não sabia o significado da palavra candeia(1) e menos ainda da palavra alqueire(2). O desconhecimento é, no caso, perfeitamente justificável, porque são palavras que as pessoas raramente utilizam e poucos palestrantes têm o cuidado de explicá-las.
A frase dita por Jesus nós a encontramos no seguinte trecho do Evangelho segundo Mateus, que faz parte do conhecido Sermão da Montanha:
“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus, 5:14-16.)
Comentando o tema, Allan Kardec inseriu em sua obra duas informações que vale a pena destacar, dada a sua importância:
O poder de Deus se manifesta nas mais pequeninas coisas, como nas maiores. Ele não põe a luz debaixo do alqueire, por isso que a derrama em ondas por toda a parte, de tal sorte que só cegos não a veem. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VII, item 9.)
Dá-se com os homens, em geral, o que se dá em particular com os indivíduos. As gerações têm sua infância, sua juventude e sua maturidade. Cada coisa tem de vir na época própria; a semente lançada à terra, fora da estação, não germina. Mas, o que a prudência manda calar, momentaneamente, cedo ou tarde será descoberto, porque, chegados a certo grau de desenvolvimento, os homens procuram por si mesmos a luz viva; pesa-lhes a obscuridade. Tendo-lhes Deus outorgado a inteligência para compreenderem e se guiarem por entre as coisas da Terra e do céu, eles tratam de raciocinar sobre sua fé. É então que não se deve pôr a candeia debaixo do alqueire, visto que, sem a luz da razão, desfalece a fé. (Obra citada, cap. XXIV, item 4.)
O tema diz respeito, como é fácil compreender, à necessidade de divulgação das verdades que, ensinadas por Jesus ou pelo Espiritismo, podem concorrer para o aprimoramento moral das pessoas e, por consequência, do mundo em que vivemos.
Num texto intitulado “Socorro oportuno”, psicografado por Francisco Cândido Xavier e constante do livro Estude e Viva, Emmanuel referiu-se de modo explícito ao assunto:
“Sensibiliza-te diante do irmão positivamente obsidiado e esmera-te em ofertar-lhe o esclarecimento salvador com que a Doutrina Espírita te favorece.
Bendito seja o impulso que te leva a socorrer semelhante doente da alma; entretanto, reflete nos outros, os que se encontram nas últimas trincheiras da resistência ao desequilíbrio espiritual.
Por um alienado que se candidata às terapias do manicômio, centenas de fronteiriços da obsessão renteiam contigo na experiência cotidiana. Desambientados num mundo que ainda não dispõe de recursos que lhes aliviem o íntimo atormentado, esperam por algo que lhes pacifiquem as energias, à maneira de viajores tresmalhados nas trevas, suspirando por um raio de luz... Marchavam resguardados na honestidade e viram-se lesados a golpes de crueldade, mascarada de inteligência; abraçaram tarefas edificantes e foram espancados pela injúria, acusados de faltas que jamais seriam capazes de cometer; entregaram-se, tranquilos, a compromissos que supuseram inconspurcáveis e acabaram espezinhados nos sonhos mais puros; edificaram o lar, como sendo um caminho de elevação, e reconheceram-se, dentro dele, à feição de prisioneiros sem esperança; criaram filhos, investindo em casa toda a sua riqueza de ideal e ternura, na expectativa de encontrarem companheiros abençoados para a velhice, e acharam-se relegados a extremo abandono; saíram da juventude, plenos de aspirações renovadoras e toparam enfermidades que lhes atenazam a vida... E, com eles, os que se acusam desajustados, temos ainda os que vieram do berço em aflição e penúria, os que se emaranharam em labirintos de tédio, por demasia de conforto, os que esmorecem nas responsabilidades que esposaram e os que carregam no corpo dolorosas inibições...
Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação.” (Estude e Viva, cap. 40, obra publicada pela FEB no ano de 1965.) (Negritamos.)
Em face de todo o exposto e do que escreveu Emmanuel, cremos que não seja preciso acrescentar mais nada acerca da importância da divulgação do Evangelho e dos ensinamentos espíritas, a não ser esta pequena proposição: – Se tais lições nos fazem tão bem, por que não as dividir com o próximo?
(1) Candeia (do latim candela, 'vela de sebo ou de cera') designa a vela de cera ou um pequeno aparelho de iluminação, que se suspende por um prego, com recipiente de folha-de-flandres, barro ou outro material, abastecido com óleo, no qual se embebe uma torcida. O mesmo que candela, candil ou lamparina.
(2) Alqueire (do árabe al-kayl, 'medida de cereais') designa o recipiente de grãos de cereais, com capacidade de 36,27 litros. A palavra é utilizada também como medida de superfície agrária que equivale a 4,84 hectares em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás e a 2,42 hectares em São Paulo.
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sábado, 28 de novembro de 2015

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NÃO TEM DINHEIRO PARA COMPRAR COMBUSTÍVEL?

 Dr. Joaquim Neto Secretário Municipal de Educação de Rosário é verdade que as crianças da creche e alunos que estudam no Colégio Manoel Silva Cantanhêde no Bairro Argentina, moradoras de Boa Vista e Vila Rosário (Projeto) não estão frequentando as aulas por falta de dinheiro para comprar combustível  ou por falta de transporte?  Ao ouvir falar desse assunto não acreditei e, pensei tratar-se de boatos eleitorais. Entretanto,  toda mentira não desmentida passará por verdade. Aguarda-se a sua resposta.

CAIM, CAIM, QUE FIZESTE DO TEU IRMÃO?!


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Hoje estou muito triste. Quinze dias atrás, cento e trinta irmãos nossos, franceses, foram cruel e covardemente assassinados sem qualquer chance de defesa. Seu crime foi o de viver e tentar ser felizes.
Essas pessoas tinham famílias e projetos de vida em um mundo pacífico, sem guerras, sem violências, sem fanatismos que deturpam o verdadeiro sentido das religiões: religar o ser criado ao seu Criador, cujo propósito jamais foi o de exterminar suas criaturas, ou de lançá-las umas contra as outras, como feras a se entredevorarem, mas sim o de lhes dar a vida em abundância para serem felizes.
Essas pessoas eram filhas, eram filhos, eram mães, eram pais e tinham parentes que as aguardavam em seu lar. Trabalhavam, estudavam, divertiam-se, amavam e eram amadas. Em suas folgas, buscavam entreter-se sem causar mal algum a seu próximo. Não tinham inimigos. Não tinham nada a ver com o extremismo religioso de bárbaros assassinos, desequilibrados mentalmente, que deturpam os ensinamentos dos verdadeiros profetas de Deus, os quais nos recomendam nos amar como filhos que somos de um mesmo Pai espiritual, seres eternos que somos, criados para a perfeição e não para a destruição. Talvez essas vítimas indefesas nem mesmo tivessem religião, mas eram boas e não faziam mal a ninguém...
Esses nossos irmãos franceses, assim como milhares de outros cidadãos que morrem brutalmente assassinados, em especial nos países como o nosso, em que a maioria da população não tem a mínima proteção do bem maior, a vida, precisam de nossas orações... e ações. Ações que não sejam meramente retributivas do mal com o mal, mas sim educativas.
Quem agride, mesmo sabendo que, por sua vez, será agredido; quem mata, mesmo sabendo que será morto; quem odeia, mesmo tendo consciência de que será odiado também se odeia, está enfermo da alma e, portanto, precisa de tratamento psiquiátrico, de estímulo à própria vida, de esclarecimentos sobre as leis imutáveis que regem os nossos atos, neste mundo, e sobre as consequências para quem as viola, quaisquer que sejam as suas justificativas.
Oremos, portanto, amigos, não somente por essas tristes vítimas barbaramente mortas, covardemente assassinadas, mas por toda a humanidade. Um dia todos entenderão que somente a educação de qualidade, o amor, a honestidade e a ação no bem são as forças indestrutíveis que nos farão felizes para sempre.
Mas não nos olvidemos de vigiar nossos pensamentos, palavras e atos, além de recordar sempre o aviso de um jovem galileu a seu discípulo que mais o amava e que, desembainhando sua espada, cortou a orelha de um dos carrascos do seu Mestre: 
— Pedro, embainha tua espada, pois todos os que lançarem mão da espada à espada morrerão (Mateus, 26:51-52).
Em outra passagem do seu Evangelho de Amor, lembrou-nos o Cristo que não devemos temer os que matam o corpo, mas sim Aquele que tem poder para nos lançar no fogo simbólico do inferno de nossas almas culpadas (Lucas, 12:4-5). Esses nossos irmãos mal informados que julgam que estarão nos braços de Deus, ao se destruírem, após fazerem o mesmo com seu próximo, na realidade estão cavando, para si mesmos, um inferno que, se não é eterno, nem por isso mesmo é menos terrível, o da consciência culpada.
Homem, Deus está em tua consciência. Onde teu espírito estiver, ela, ferida por tua ignorância, repetirá, milhões de vezes, até que o arrependimento do mal que praticaste se desfaça pela reparação e pelo teu sincero desejo de praticar o bem:
— Caim, Caim, que fizeste do teu irmão?!

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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

QUAL O LOCAL IDEAL PARA MINISTRARMOS O PASSE?


Alguém nos pergunta se há algum inconveniente na aplicação de passes fora da Casa espírita e em pessoas alcoolizadas.
Como medida socorrista de emergência, o passe pode ser, sim, ministrado em qualquer lugar, desde que observadas as condições indispensáveis à sua eficácia.
Excetuada tal situação, pensamos como Divaldo Franco (Diretrizes de Segurança, pergunta 81) e Roque Jacintho (Passe e passista, cap. 16), que são categóricos quanto ao assunto: os passes ministrados no lar da pessoa devem ocorrer somente em casos excepcionais, quando o indivíduo não reunir condições de ir a uma Casa espírita.
Com relação aos alcoólatras, é preciso lembrar que aqueles que buscam curar-se do alcoolismo podem e devem ser auxiliados com o passe, mas este será mais eficaz se ministrado na Casa espírita, porque, indo ao Centro espírita, eles se desligam do recinto doméstico onde perduram suas formas-pensamentos enfermiças.
Se o indivíduo é alcoólatra e no momento do passe se encontra alcoolizado, devemos lembrar o ensinamento constante do livro Mecanismos da Mediunidade, p. 148, o qual nos informa que maior eficácia terá o passe quanto mais intensa for a adesão do paciente.
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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

PÉROLAS LITERÁRIAS (126)



Trabalha agora
Auta de Souza
Pondera o tempo – mar em que navegas,
Invisível apoio que te escora.
Não te afundes no abismo, senda afora,
Nem prossigas, em vão, tateando às cegas.
Glórias, delitos, lágrimas, refregas,
Tudo é feito no tempo, de hora a hora...
Estende o amor e a paz, semeando agora
As riquezas do tempo que carregas!
Inda que a dor te oprima e o mal te afronte,
Vive, qual novo dia do horizonte,
Sem que a névoa do mundo te abastarde...
Hoje! Trabalha agora, em cada instante;
Agora! Trilha aberta ao sol triunfante!...
Muitas vezes, depois é muito tarde!...
Auta de Souza nasceu em Macaíba, Rio Grande do Norte, em 12/9/1876 e faleceu em Natal, no mesmo Estado, em 7/2/1901. O soneto acima integra o livro Antologia dos Imortais, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
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terça-feira, 24 de novembro de 2015

A FÍSICA QUÂNTICA E O MATERIALISMO

ALEXANDRE FONTES DA FONSECA
a.f.fonseca@bol.com.br
Campinas, SP (Brasil)
 
 
Alexandre Fontes da Fonseca
A Física Quântica é uma das teorias mais bem-sucedidas da Ciência, ao mesmo tempo uma das menos compreendidas pelos cientistas. Graças a ela, a tecnologia atingiu patamares jamais imaginados antes da metade do século passado. Seus efeitos na sociedade e, em particular, na economia são marcantes, como o fato de 30% do PIB norte-americano decorrer de produtos oriundos de aplicações do conhecimento da teoria quântica1.
Mas o que, afinal, é a física quântica? Ela é, simplesmente, uma teoria da matéria. Ela foi desenvolvida para explicar e descrever, quantitativamente, o comportamento da matéria em escalas de tamanho micro e nanoscópicas. Uma excelente introdução à física quântica, escrita para o entendimento dos espíritas, pode ser encontrada no blog “Era do Espírito”2.
Mas, se é uma teoria da matéria, por que o movimento espírita tem demonstrado enorme interesse na física quântica?
Há duas razões principais para isso. A primeira decorre de diversas interpretações ‘estranhas’ dessa teoria, que lembram conceitos místicos. Como essas interpretações são bem diferentes da percepção que temos dos fenômenos cotidianos, elas fazem pensar que os fenômenos espíritas (também considerados diferentes da percepção que temos dos fenômenos cotidianos) devem ter relação direta com essas interpretações. Exemplos de interpretações ‘estranhas’ da física quântica: um objeto estar em mais de um lugar ao mesmo tempo; influência do observador nas medidas experimentais; uma partícula que pode se comportar como uma onda e vice-versa; a existência de universos paralelos; ligação não local etc. Essas interpretações são estranhas porque elas são tentativas de se entender o comportamento das partículas microscópicas com as mesmas noções de espaço, tempo e movimento que temos do mundo macroscópico, através dos nossos cinco sentidos.  
Nem sempre é correto ou científico forçar a
relação entre teorias distintas
 
A segunda razão para o interesse espírita na física quântica são as seguintes palavras de Kardec: “Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto”. (Item 55 do cap. I de A Gênese3.)
Como a física quântica é uma das teorias mais bem-sucedidas na Ciência, isso levou alguns companheiros, bem-intencionados diga-se de passagem, a pensar que: se o Espiritismo estiver em sintonia com a física quântica, então ele estará em sintonia com as ‘novas descobertas’ da Ciência. Mas o problema com essa linha de raciocínio é que nem tudo na natureza é descrito pela física quântica, nem tudo precisa estar em sintonia com ela para ‘caminhar de par com o progresso’, e o que costuma ser mais grave, nem sempre é correto e científico forçar a relação entre teorias distintas. 
Na tentativa, então, de ver o Espiritismo valorizado e em sintonia com a Ciência, alguns companheiros têm divulgado ‘extrapolações’ dos conceitos da teoria quântica para explicar ou descrever os conceitos e fenômenos espíritas. ‘Extrapolar’ uma teoria científica é utilizá-la para descrever fenômenos para os quais ela não foi originalmente desenvolvida, sem realizar experimentos metódicos que comprovem essa utilização. Como consequência, tem-se visto no meio espírita a utilização de termos como ‘Deus quântico’, ‘alma quântica’, ‘consciência quântica’, ‘reencarnação e física quântica’, ‘cura quântica’, ‘pensamento quântico’, ‘comprovação do Espiritismo pela física quântica’ etc.
A questão que pretendemos examinar aqui é se essas extrapolações não escondem uma armadilha para o conhecimento espírita. No discurso, essas extrapolações soam como confirmações da Ciência para conceitos espíritas. Mas, ao esmiuçar o significado dos conceitos da física quântica, o que eles representam e quais as suas bases e dependências, vemos que elas (as extrapolações) trazem mais problemas do que soluções. O principal problema é que essas extrapolações representam um apoio direto ao materialismo.  
A teoria quântica tem uma relação muito forte
de dependência com a matéria
 
No máximo, os conceitos da física quântica podem servir, um dia, para a descrição do comportamento e das propriedades dos fluidos espirituais. Mas não servem para definir ou caracterizar conceitos como Deus, a alma, o pensamento, a reencarnação e outros.
A explicação para isso é, na verdade, bem simples. É que a teoria quântica tem uma relação muito forte de dependência com a matéria. Ela só é aplicável a coisas materiais, como partículas ou ondas. Segundo a física quântica2, toda informação que podemos ter de um sistema material está contida na chamada ‘função de onda’, que é uma função matemática que contém os valores possíveis para todas as propriedades mensuráveis do sistema material. Segundo a física quântica, não existe ‘função de onda’ desassociada de um sistema material. Assim, se um conceito espírita depender de conceitos quânticos, então esse conceito espírita terá que estar associado a um sistema material. Isso não é problema quando se pensa apenas nos fluidos espirituais que, como ensinam os Espíritos na questão 27 d´O Livro dos Espíritos4 (LE) e itens de 2 a 6 do cap. XIV de A Gênese3, são modificações e transformações do fluido universal, que é o princípio material. Mas os conceitos quânticos não podem ser diretamente ligados a conceitos como Deus, a alma, a inteligência, ou com fenômenos e processos como reencarnação e mediunidade, exceto na contraparte fluídica dos mesmos.
Quais os prejuízos para o movimento espírita de se agregar conceitos que envolvam a relação entre física quântica e Espiritismo? Primeiro, temos a questão da fé inabalável: “Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade” (Kardec, item 7 do cap. XIX d´O Evangelho segundo o Espiritismo5 (ESE)). Como encarar a razão dos que conhecem a fundo a física quântica e sabem que ela não se aplica a conceitos espiritualistas?
Seria a reencarnação, como querem alguns,
explicada pela física quântica?
 
Todo conceito espírita tem que estar embasado na mais pura e cristalina verdade científica e filosófica para poder encarar a razão da Ciência, dos críticos, dos céticos e de todos os que, por interesses quaisquer, combatem a mensagem de amor e caridade da terceira revelação. Todo conceito espírita precisa ter bases sólidas na razão e no bom senso para que a divulgação do Espiritismo se faça clara e simples para todos que o buscam. Isso é condição absolutamente necessária para uma das maiores caridades que se pode fazer no meio espírita, segundo Emmanuel:6a maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua própria divulgação”.
Outro problema é a falta de coerência com os princípios espíritas, o que pode dar margem a uma preocupação antiga de Kardec quando falou dos espíritas exaltados (O Livro dos Médiuns,  cap. III, item 28):7O pior é que, sem o quererem, dão armas aos incrédulos, que antes buscam ocasião de zombar, do que se convencerem e que não deixam de imputar a todos o ridículo de alguns”. (Grifos em negrito, meus.) Segundo Kardec, um espírita exaltado é aquele que “Em Espiritismo, infunde confiança demasiado cega e frequentemente pueril, no tocante ao mundo invisível, e leva a aceitar-se, com extrema facilidade e sem verificação, aquilo cujo absurdo, ou impossibilidade a reflexão e o exame demonstrariam”. (Grifos em negrito, meus.) No caso, a exaltação ocorre na utilização apressada e sem demonstração da física quântica na descrição de conceitos espíritas.
Vejamos um exemplo de ‘absurdo’ ou ‘impossibilidade’ que decorre de se interpretar o conceito de alma como sendo uma ‘função de onda’:
Conhecido estudioso da física quântica e suas relações com conceitos hinduístas propôs que, ao considerar a alma como uma ‘função de onda’, a reencarnação seria explicada pela física quântica.
O Espiritismo é uma doutrina muito bem embasada
nos fatos e fenômenos
 
O problema é que, segundo esse mesmo estudioso, se a alma for uma ‘função de onda’, no intervalo entre uma encarnação e outra não pode haver vida consciente no mundo espiritual. Para se ter uma ideia das consequências disso, basta dizer que obras como Nosso Lar, de André Luiz, e outras não deveriam existir porque a alma como uma ‘função de onda’, na erraticidade, permaneceria num estado inconsciente até renascer num novo corpo8. Ou seja, apoiar essa teoria ‘quântica’ da alma é contradizer o que ensina o Espiritismo! Admitir isso é fornecer munição para os adversários do Espiritismo dizerem que os espíritas não têm conhecimento de sua própria doutrina.
Temos publicado outros exemplos de análise de teses e teorias espiritualistas que, embora fraternas e bem-intencionadas, utilizam conceitos da física de modo superficial e equivocado para propor práticas incondizentes com a Doutrina Espírita.9,10
O Espiritismo é uma doutrina muito bem embasada nos fatos e fenômenos; muito bem analisada e discutida em termos filosóficos; e muito bem clara nas consequências de natureza moral de profundo alcance religioso. Simples nos seus propósitos de regeneração da humanidade através da regeneração de cada um de nós, a Doutrina Espírita é a única doutrina conhecida na humanidade que tem um duplo caráter de uma revelação: o caráter divino e o científico (Kardec, item 13 do cap. I de A Gênese3). É importante, portanto, valorizar o Espiritismo na forma como foi revelado pelos bons Espíritos, não por fé cega ou fanatismo, mas para podermos estudá-lo, compreendê-lo e, acima de tudo, trabalhá-lo no seu progresso com conhecimento de causa, sem os riscos dos sofismas da razão, e para desenvolvê-lo dentro dos parâmetros de qualidade e seriedade que o tornarão cada vez mais conhecido, respeitado e, sobretudo, aproveitado por todos. 
 
Referências: 
[1] Fernanda Vilela, reportagem: “Mas, afinal, o que é física quântica?”, site Agência Ciência Web, link: https://agenciacienciaweb.wordpress.com/2012/10/18/mas-afinal-o-que-e-fisica-quantica/ (Acessado em 11 de Outubro de 2015.)
[3] A. Kardec, A Gênese, Editora FEB, 36ª Edição, Rio de Janeiro (1995).
[4] A. Kardec, O Livro dos Espíritos, Editora FEB, 76ª Edição, Rio de Janeiro (1995).
[5] A. Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, Editora FEB, 112ª Edição, Rio de Janeiro (1996).
[6] F. C. Xavier e W. Vieira, Estude e Viva, pelos Espíritos Emanuel e André Luiz, Editora FEB, 11ª Edição, Rio de Janeiro (2005).
[7] A. Kardec, O Livro dos Médiuns. Editora FEB, 96ª edição, Rio de Janeiro (1996).
[8] A. F. da Fonseca, “A obra ‘A Física da Alma’ e o Espiritismo”, O Consolador 188,  (2010). Link: http://www.oconsolador.com.br/ano4/188/especial.html (Acessado em 12 de Outubro de 2015.) 
[9] A. F. da Fonseca, “Apometria: nem Ciência, nem Espiritismo”, Reformador 2.224, p. 403 (2014).
[10] A. F. da Fonseca, “A Transmissão do Pensamento é um Fenômeno Não-Local?”, Jornal de Estudos Espíritas 2, art. n. 010302 (2014). Acesso através do link: https://sites.google.com/site/jeespiritas/volumes/volume-2---2014/resumo---art-n-010302 (Acessado em 14 de Outubro de 2015.)

 

 
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A PAZ DOS MEUS DIAS


CÍNTHIA CORTEGOSO
De Londrina-PR
Só desejo a paz dos meus dias, nenhuma ilusão, só essa paz, a simplicidade feliz dos meus dias, pois se o coração é capaz de se encontrar assim é porque já pratica o nobre aprendizado do amor, está bem mais sob a luz que a penumbra dos desacertos, no entanto, a luz é eterna e a bondade do Senhor, idem. São os nossos pés que precisam caminhar.
Diante do presente quase passado – visto a rapidez com que o tempo desatina devido aos inúmeros compromissos, prazos, tantos deles para o preenchimento de um coração com sede do verdadeiro sentido da existência –, a vida passa e naturalmente muito mais oportunidade se perde do que se aproveita. Mas a simplicidade é tão nobre. Tudo o que é notável e necessário começa por questões tão singelas.
É curioso que quem se autodenomina pleno de energia para grandes lutas, desassossego, intempéries, duras conquistas, de fato, no cantinho mais importante do seu coração, quer a paz dos seus dias, quer a calma amorosa. A experiência, quando apreendida, e os anos vivenciados nos encaminham adiante para o que realmente preenche esse cantinho que quer ser inteiro.
Se conseguirmos parar um pouco para observarmos como estão os vasinhos de flores colocados em nossa jardineira durante cada estação, para uma boa parte de corações haverá mais ausência de perfume e cores. Mas a jardineira existe assim como as flores para se valerem.
Menos tempo de frente com os olhos virtuais e mais com os presenciais humanos; menos preocupação com a materialidade e mais compromisso com o plano espiritual; mais tempo para ensinar quem ainda não respeita a vida e parte dele com quem se responsabiliza com ela.
E quando se busca a emancipação da alma, algo diminui: a paciência com tolices. Deveras, como é aborrecedor deparar-se com questões ridiculamente pequenas; no entanto, o caminheiro que se presta a isso não imagina ainda o que é se emancipar. Esse caminheiro sofre porque está preso nas sutis cordas manipuladoras e torna-se marionete pelas cinzas energias ligadas, por ocasiões criadas por ele mesmo, aos espíritos que não quiseram ainda ver a luz benfazeja.
Tanto se vê durante os amanheceres e entardeceres, quanto se conhece em uma existência. E na minha vida tanto privilegio e desejo a paz dos meus dias, pois, assim, estarei em conformidade com o que o Mestre verdadeiramente nos legou, com o que realmente, para o espírito, é necessário.
Querer aprender e reformular-se para o bem é passo integrante para usufruir a grandeza da simplicidade. Ver mais pores de sol e reconhecer as estrelas; saber ouvir mais; andar pela natureza e, sem dúvida, protegê-la e preservá-la; abraçar os amigos e dar a mão ao que se denomina inimigo; salvar mais insetinhos do que matá-los; agradecer e cooperar; cuidar-se, pois cada um também é sua própria responsabilidade; amar bem mais... e a paz dos dias começa a fazer morada no coração.
Esse sentimento só pode ser conquistado, não se compra nem sem empresta, é independente de hierarquia ou posição social, também não se pode alugar, apenas ser adquirido por meio da conquista... conquista individual.
Pois bem, vou continuar com meu grande objetivo: ser conquistadora da paz dos meus dias... tanto há por fazer.
Desejo que cada um possa alcançar a paz em sua vida, a simplicidade feliz dos seus dias.
Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/
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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

AS MAIS LINDAS CANÇÕES QUE OUVI (165)



Corinthians do meu coração
Toquinho
És grande no esporte bretão,
O passado ilumina tua história.
Ciente da tua missão:
Vitória, vitória, vitória.
Corinthians do meu coração,
Tu és religião de janeiro a janeiro.
Ser corintiano é ir além
De ser ou não ser o primeiro.
Ser corintiano é ser também
Um pouco mais brasileiro.
Tens a tradição
De um clube tantas vezes campeão.
Pelos teus rivais, temido,
Pela tua Fiel, querido.
Ser corintiano é ir além
De ser ou não ser o primeiro.
Ser corintiano é ser também
Um pouco mais brasileiro.


Postamos a canção acima em homenagem ao campeão brasileiro de futebol de 2015, o Corinthians.
Você pode ouvir a canção acima na voz do seu autor, Toquinho, em três diferentes versões, clicando nos links abaixo:
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