terça-feira, 31 de janeiro de 2017

CONTOS E CRÔNICAS - REPROD. DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI


Contos e crônicas


Bastam as boas atitudes como evidência
CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Em meio a um momento escancarado no qual muito do que deveria referir-se à particularidade é aberto em qualquer canto do Planeta com um natural clique, realmente deve-se observar o que está impulsionando o desejo em mostrar o íntimo, o sagrado, o tão particular. Cada pessoa possui um universo que se deve respeitar, iniciando por si mesma. O desejo de ser visto incessantemente nas mídias é necessário ou compensatório?
Se somos um universo individual, somos também a luz e a energia, somos centelha divina, somos eternidade, não necessitamos de fotos diárias, relatos constantes sobre o próprio dia a dia, aliás, esse marketing não nos fará maior, no entanto, muito poderá nos prejudicar, pois quando a imagem e as mecânicas cenas são como o pulsar, como estará a essência desse coração? É de fato isso ou é um grito por socorro?
E infelizmente grande parte das pessoas que tanto se evidencia é o oposto dessa aparência, essas pessoas não estão felizes, não estão completas, não conquistaram ainda o que desejam, nem possuem laços estreitos com milhares de amigos virtuais ‒ pois basta ter um amigo verdadeiro ‒; essas pessoas fazem de conta e deixam de viver o grande presente que é a vida com suas reais características. Elas se viciam em (a)parecer sem ser e o tempo passa e a verdadeira felicidade é adiada.
Quanto há a conhecer, a experimentar, a ler, a ensinar, a aprender, a sorrir, a compartilhar grandes atos, a solidarizar, a melhorar e para isso tudo é preciso querer viver a vida real, a vida abençoada. Então, torna-se essencial reservar a alma, a esplêndida luz que habita cada uma em sua grandeza, todas as suas particularidades, suas riquezas e, sinceramente, escancarando sua intimidade não é um meio coerente para essa luz brilhar.
O respeito existe quando se inicia no âmago, como todo benfazejo atributo, logo, tudo se deve iniciar no interior para a compreensão e após o entendimento haverá condição de expandir-se. O que se pensa ser sem realmente conquistar é perda de energia, é frustração, é grande tristeza disfarçada de ilusório contentamento.
Na era tecnológica, a excedente exposição virtual é frequente e comum, mas é necessária a pergunta: será que as pessoas se interessam por minha história, será que é importante este tipo de exposição para a sociedade e para mim? Perguntas simples que nos pouparão chateações e constrangimentos. Entretanto, se as perguntas forem feitas a Deus, sem sombra de dúvida, Ele responderá ao nosso coração que somos importantes demais, somos os filhos de Sua criação, somos parte de Sua luz, somos os herdeiros de Seu amor.
Pois bem, se nos voltarmos alguns segundos diários ao Pai, nossa vida começará uma notável transformação e com essa experiência maravilhosa quereremos dedicar-Lhe alguns minutos a mais e assim sucessivamente. O coração estará sentindo o início da completude, seu grande objetivo, e começará a entender a verdadeira paz de espírito que tanto almeja.
A alma, essência infinita, é reservada, é sagrada. Sua verdadeira intimidade somente lhe diz respeito, são os seus atos que falarão por si, a bondade, o ensinamento, a aprendizagem, a alegria, a gratidão, a conduta, o amor, o respeito, a paciência, a doação ou todo o contrário desses nobres sentimentos; escolha individual.
Então, que estejam em evidência as positivas atitudes, pois essas muito atribuirão ao bom desenvolvimento da vida e que a alma seja reservada quanto ao sutil orgulho disfarçado de desastrosas e incontáveis aparições numa tela física que se desmancha em segundos.
Será com a tela das vivências e com o seu número de acessos aos benéficos exemplos que deveremos nos preocupar, com todos os benévolos atos, palavras, pensamentos e sentimentos, já que os bons exemplos emitem luz e criam verdadeira alegria em senti-los e reproduzi-los, sem contar a beleza que se tornam no contexto da vida e a real vontade despertada em compartilhá-los.
   
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domingo, 29 de janeiro de 2017

A VIDA FAZ ALGUM SENTIDO? - REPRODUZIDO DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULOXXI


Reflexões à luz do Espiritismo


A vida faz algum sentido?
No mesmo jornal – Gazeta do Povo, de Curitiba – com diferença de apenas 15 dias, lemos as declarações abaixo, dadas por pessoas formadas na mesma disciplina, a Psicologia:
“Acho que a gente procura sentido demais para a vida. Uma das razões para a infelicidade, acho, vem dessa incapacidade de viver com leveza, de conviver com o fato de que a vida não tem sentido.” (Contardo Calligaris, psicanalista italiano.)

“O desenvolvimento da dependência está relacionado a cinco componentes: familiar, psicológico, biológico, espiritual e social. (...) o componente espiritual tem a ver com a percepção de sentido para a vida. É muito menor a experimentação de drogas e a repetição do uso entre jovens que têm relação com a espiritualidade.” (Raphael Mestres, psicólogo, mestrando em Dependências Químicas pela Universidad del Salvador, em Buenos Aires, e coautor do livro Não dá nada, sobre dependência química.)
A vida, segundo o psicanalista Calligaris, não tem sentido. Diferente é a opinião das pessoas a quem o psicólogo Raphael Mestres se refere.
Afinal, a vida tem ou não tem sentido?
É claro que a vida tem, sim, sentido. Ela não é um tiro no escuro, nem uma novela a que falta um editor ou uma direção.
O leitor pode pensar que é dogmaticamente que nos expressamos, ignorando que a doutrina espírita não é feita de dogmas, nem é fruto de decisões conciliares ou de decretos papais. Muito diferente disso, ela se fundamenta no depoimento, confirmado milhares de vezes, de pessoas que também nutriam pensamentos equivocados, mas um dia, retornando à vida verdadeira, tiveram de rever seus conceitos.
Reportamo-nos a isso em dezembro de 2014 quando comentamos o livro Perante Deus, a primeira obra de autoria de Erick, pseudônimo utilizado por ilustre escritor brasileiro, que a transmitiu por intermédio da médium Célia Xavier de Camargo, nossa companheira de redação no jornal O Imortal e na revista O Consolador.(1)
A visão que Erick tinha da vida e do mundo, quando estava encarnado, era totalmente diversa da visão de Erick-desencarnado.
Inconformado com as desigualdades, as injustiças e as mazelas da sociedade terrena, Erick rejeitara, em vida, a ideia de Deus e, como consequência, tudo quanto decorresse daquilo que chamamos fé. A vida, para ele, como o é para Contardo Calligaris, não tinha sentido.
Adveio-lhe, no entanto, a bendita desencarnação e Erick pôde, enfim, perceber com os próprios olhos que a vida e o mundo obedecem a um planejamento meticuloso e que, na execução desse planejamento, é forte a presença do Criador e dos Benfeitores espirituais que a bondade do Pai permite que nos assistam, para que não nos afastemos do rumo que é preciso seguir para atingirmos a meta para a qual todos fomos criados.
Lemos na principal obra espírita a seguinte resposta dada pelos imortais à pergunta “Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?”:
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.” (O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questão 132.)
Que existem muitos Ericks por aqui, cremos que ninguém ignora.
É, porém, uma pena que seja preciso que desencarnem para alterarem sua visão com respeito à vida, ao mundo e, sobretudo, com relação a Deus, nosso Criador, a quem tudo devemos.

(1) O texto mencionado, intitulado A presença de Deus no mundo, foi publicado neste blog. Eis o link: http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2014/12/reflexoes-luz-do-espiritismo.html



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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

ORIGEM E NATUREZA DOS ESPÍRITOS - BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI

Iniciação ao estudo da doutrina espírita




Origem e natureza dos Espíritos
Este é o módulo 12 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita.
Cada módulo compõe-se de duas partes:
- questões para debate
- texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 
Questões para debate
1. Qual é a diferença essencial existente entre os seres orgânicos e os seres inorgânicos?
2. É certo comparar um corpo orgânico a uma pilha elétrica? Nesse caso, como entender a sua morte?
3. Há alguma relação entre o princípio vital e o princípio espiritual?
4. Qual é a natureza dos Espíritos?
5. Podemos dizer que os Espíritos são imateriais?
Texto para leitura
Princípio vital
1. Existe na matéria orgânica um princípio especial, que ainda é incompreensível e não podemos por ora definir: o princípio vital. Ativo no ser vivente, esse princípio se acha extinto no ser morto. A química, que decompõe e recompõe corpos inorgânicos, jamais chegou a reconstituir sequer uma folha de árvore, o que mostra que existe algo nos corpos orgânicos que os corpos inorgânicos não possuem.
2. Os seres orgânicos, ao se formarem, assimilam o princípio vital, ou seja, esse princípio se desenvolve em cada indivíduo por efeito da combinação dos elementos básicos que constituem os corpos orgânicos. Se esses elementos – o oxigênio, o hidrogênio, o nitrogênio e o carbono – não se aliassem, no momento da formação, ao princípio vital, dariam origem simplesmente a um corpo inorgânico. O princípio vital modifica a constituição molecular de um corpo, dando-lhe propriedades especiais.
A extinção do princípio vital
3. A atividade do princípio vital é alimentada durante a vida pela ação do funcionamento dos órgãos. Cessada essa ação, por motivo da morte, o princípio vital se extingue. A partir dessa extinção, a matéria se decompõe em seus elementos constitutivos (oxigênio, carbono, nitrogênio etc.), os quais poderão agregar-se para formar corpos inertes ou inorgânicos, ou manter-se dispersos, até a formação de novas combinações.
4. A título de comparação, podemos dizer que na combinação dos elementos para a formação dos corpos orgânicos desenvolve-se eletricidade. Os corpos orgânicos seriam verdadeiras pilhas elétricas, que funcionariam enquanto os elementos dessas pilhas se acham em condições de produzir eletricidade: eis a vida. Quando essas condições desaparecem, eles deixam de funcionar: eis a morte. O princípio vital não seria, pois, mais que uma espécie particular de eletricidade, denominada eletricidade animal, que durante a vida se desprende pela ação dos órgãos e cuja produção cessa quando se dá a morte.
Princípio espiritual
5. Se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente há de ter uma causa inteligente. A existência do princípio espiritual é um fato que não precisa de demonstração, pois ele se afirma pelos seus efeitos. Ninguém há que não faça distinção entre o movimento mecânico de um sino que o vento agita e o movimento intencional do mesmo sino para se dar um sinal, um aviso. Ora, não podendo a própria massa desse sino pensar, tem-se de concluir que o move uma inteligência à qual ele serve de instrumento para que se manifeste.
6. O princípio espiritual tem existência própria. Individualizado, o elemento espiritual constitui os seres chamados Espíritos, que são individualidades inteligentes, incorpóreas, que povoam o Universo. Criados por Deus, independem da matéria. Prescindindo do mundo corporal, agem sobre ele e, corporificando-se através da carne, recebem estímulos, transmitindo impressões, em intercâmbio expressivo e contínuo.
7. Havendo seres que vivem e não pensam, quais as plantas, e corpos humanos que ainda se revelam animados de vida orgânica quando já não há qualquer manifestação de pensamento, como na morte encefálica, é justo concluir que a vida orgânica reside num princípio inseparável da matéria, mas independente da vida espiritual. A vida e a inteligência originam-se, portanto, de dois princípios distintos. Uma procede do princípio vital; a outra, do princípio espiritual.
A natureza dos Espíritos
8. A natureza dos Espíritos é algo do qual pouco ou nada sabemos. Seria o Espírito um ser imaterial? Respondendo a essa pergunta, O Livro dos Espíritos nos explica: “Imaterial não é bem o termo; incorpóreo seria mais exato, pois deves compreender que, sendo criação, o Espírito há de ser alguma coisa. É matéria quintessenciada, mas sem analogia para vós outros, e tão etérea que escapa inteiramente ao alcance de vossos sentidos” (L.E., item 82).
9. Na mesma questão, logo abaixo, Kardec observou: “Dizemos que os Espíritos são imateriais, porque, pela sua essência, diferem de tudo o que conhecemos sob o nome de matéria”. Um povo de cegos careceria de termos para exprimir a luz e seus efeitos; ora, nós somos verdadeiros cegos com relação à essência dos seres inteligentes que povoam o espaço infinito.
Respostas às questões propostas
1. Qual é a diferença essencial existente entre os seres orgânicos e os seres inorgânicos?
Existe nos seres orgânicos o princípio vital, inexistente nos seres inorgânicos: eis o que os diferencia uns dos outros.
2. É certo comparar um corpo orgânico a uma pilha elétrica? Nesse caso, como entender a sua morte?
Sim. A título de comparação, pode-se dizer que na combinação dos elementos para a formação dos corpos orgânicos desenvolve-se eletricidade. Os corpos orgânicos seriam verdadeiras pilhas elétricas, que funcionariam enquanto os elementos dessas pilhas se acham em condições de produzir eletricidade: eis a vida. Quando essas condições desaparecem, eles deixam de funcionar: eis a morte. O princípio vital não seria, pois, mais que uma espécie particular de eletricidade, denominada eletricidade animal, que durante a vida se desprende pela ação dos órgãos e cuja produção cessa quando se dá a morte.
3. Há alguma relação entre o princípio vital e o princípio espiritual?
Não. A vida orgânica reside num princípio inseparável da matéria, mas independente da vida espiritual. A vida e a inteligência originam-se, pois, de dois princípios distintos. Uma procede do princípio vital; a outra, do princípio espiritual.
4. Qual é a natureza dos Espíritos?
A natureza propriamente dita dos Espíritos é algo do qual pouco ou nada se sabe, além do fato de que se trata de um ser moral, perfectível e imortal.
5. Podemos dizer que os Espíritos são imateriais?
Não. Imateriais não é bem o termo; incorpóreos seria o vocábulo mais exato, porque, sendo uma criação, o Espírito há de ser alguma coisa. Ele é formado de matéria quintessenciada, mas sem nenhuma analogia para nós terrenos e tão etérea que escapa inteiramente ao alcance de nossos sentidos.
Nota: 
Eis os links que remetem aos textos anteriores:
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

PÍLULAS GRAMATICAIS - REPRODUZIDO DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI


Pílulas gramaticais (241)


Observe estas frases:
– Me faça um favor, eu lhe peço.
– Nos mandamos de lá, assim que a confusão começou.
– Se manda daqui, menino!
– Me desculpem, foi mal!
– Vos desejo toda a alegria do mundo...
As frases acima contêm um erro que na chamada linguagem culta não se permite: iniciar a oração com um pronome pessoal do caso oblíquo: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.
Entre os pronomes oblíquos citados há um vocábulo que requer especial atenção: a partícula “se”, que pode assumir várias funções em nosso idioma, seja como pronome, seja como conjunção.
Como pronome, pode funcionar:
1. como partícula apassivadora: Vendiam-se ali produtos variados.
2. como pronome reflexivo: O palestrante atrapalhou-se no início de sua fala.
3. como partícula integrante do verbo: Muitos se queixaram do governo local.
4. como partícula de realce ou expletiva: Quase todos se foram embora.
5. como índice de indeterminação do sujeito: Falava-se de tudo ali.
Em todos os cinco casos é, como foi dito, incabível usá-lo na abertura de uma oração.
Como conjunção, pode ser:
a) subordinativa condicional: Se a família deixar, viajarei ainda hoje.
b) subordinativa integrante: Não sei se o fato narrado é realmente verdadeiro.
Nos dois casos acima, a partícula “se”, por ser uma conjunção, pode perfeitamente iniciar a oração.
*
Um leitor pergunta-nos se a palavra quebranto existe e, em caso afirmativo, qual o seu significado.
Quebranto existe, sim, e tem estes significados: resultado mórbido que, segundo a superstição popular, o mau-olhado de certas pessoas produz em outras; quebrantamento: ato ou efeito de quebrantar(-se), prostração, abatimento, fraqueza.
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domingo, 22 de janeiro de 2017

FAZER O BEM É IMPORTANTE? - REFLEXÃO À LUZ DO ESPIRITISMO

Reflexões à luz do Espiritismo


Fazer o bem é importante?
Discutia-se entre alguns amigos qual teria sido a contribuição de natureza doutrinária mais significativa que nos foi trazida pelo Espiritismo.
Todos mencionaram, obviamente, os princípios fundamentais da doutrina espírita – a existência de Deus, a imortalidade da alma, a pluralidade das existências, a lei de causa e efeito e o intercâmbio entre os homens e os Espíritos –, aos quais já nos referimos neste mesmo espaço.
Um dos amigos, porém, pôs sobre a mesa uma questão pouco discutida no meio espírita, mas de enorme importância para o futuro de todos nós. Referimo-nos à questão 642 d´O Livro dos Espíritos, em que Allan Kardec formulou aos Espíritos a seguinte pergunta:
Para agradar a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal?
Antes de ver a resposta dada pelos imortais, é importante lembrar que o tema “o bem e o mal” já havia sido objeto de outra pergunta apresentada pelo codificador do Espiritismo:
– Como se pode distinguir o bem do mal?
Eis a resposta que lhe deram os instrutores espirituais:
“O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringi-la.” (O Livro dos Espíritos, questão 630.)
A resposta obtida por Kardec suscitou duas outras questões, publicadas na mesma obra, que importa relembrar:
– O homem tem meios de distinguir por si mesmo o que é bem do que é mal?
“Sim, quando crê em Deus e o quer saber. Deus lhe deu a inteligência para distinguir um do outro.” (O Livro dos Espíritos, questão 631.)
– Estando sujeito ao erro, não pode o homem enganar-se na apreciação do bem e do mal e crer que pratica o bem quando em realidade pratica o mal?
“Jesus disse: vede o que queríeis que vos fizessem ou não vos fizessem. Tudo se resume nisso. Não vos enganareis.” (L.E., 632.)
Jesus referiu-se ao tema que ora examinamos na parte final do discurso anotado por Mateus e que passou à história do Cristianismo com o nome de Sermão da Montanha. Suas advertências foram na ocasião bastante claras e facilmente inteligíveis:
“Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus! (Mateus, 7:21-23.)
Notemos todos que a frase dita por Jesus diz respeito a fazer a vontade de nosso Pai, e não apenas ensiná-la, professá-la ou nela crer.
Pois bem. A resposta dada pelos instrutores espirituais à pergunta 642 d´O Livro dos Espíritos, que mencionamos inicialmente, não poderia ser diferente da que Kardec obteve e publicou:
– Para agradar a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal?
“Não; cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem.” (O Livro dos Espíritos, questão 642.)
E os instrutores acrescentaram:
“Não há quem não possa fazer o bem. Somente o egoísta nunca encontra ensejo de o praticar. Basta que se esteja em relações com outros homens para que se tenha ocasião de fazer o bem, e não há dia da existência que não ofereça, a quem não se ache cego pelo egoísmo, oportunidade de praticá-lo. Porque fazer o bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser necessário.” (L.E., questão 643.) (Negritamos)
A lição que colhemos nas palavras acima é por demais óbvia: fazer o bem é importante e essencial à vida... e não há quem não possa fazê-lo.
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sábado, 21 de janeiro de 2017

AS VIAGENS DE MACHADO - PART. DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI


Contos e crônicas


As viagens de Machado
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Acabei de ler um artigo para o jornal A Tarde, escrito pelo grande tribuno e médium Divaldo Pereira Franco. O título do texto é Viagens. Em vida, fiz muitas dessas incursões pelos labirintos da mente, que relatei. Dali, extraí diversas excursões pelos mais remotos recantos da Terra. Estive na França, na Índia, visitei os EUA, passei pela Itália, Grécia, Roma; desci até a Venezuela, Paraguai, Uruguai, Argentina e confraternizei com nossos irmãos de além-mar lusitanos...
Tantas foram minhas viagens mentais, sem sair do lugar, que um dos teóricos de minha obra escreveu o livro intitulado O viajante imóvel (Luciano Trigo); outro descreveu O mundo de Machado de Assis (Miécio Táti); um grande teórico, também renomado advogado, meu admirador, relatou minhas acrobacias políticas em A pirâmide e o trapézio (Raymundo Faoro) e ainda foram proporcionadas viagens a este viajor mental com base nos Transportes pelo olhar de Machado de Assis (Ana Luzia Andrade). A relação é grande, mas o espaço é pequeno...
Em todas essas e outras obras, a bondade e a gentileza de seus autores estiveram presentes, relatando meus devaneios literários, ainda que, fisicamente, poucas vezes me afastei do Rio de Janeiro; quando isso ocorreu, meus limites ficaram circunscritos aos estados do Rio e Minas.
Agora, desta dimensão em que podemos nos transportar com mais liberdade ao interior das elucubrações mentais dos seres humanos como eu, percebo que há muitas teorias sobre o surgimento dos seres vivos e, em especial, do homem, na Terra. O grande problema é que se considera ciência, no mundo, apenas os estudos e as descobertas da Biologia, da Física e da Química. Fora do laboratório não há vida, para tais pesquisadores. Daí, tudo ser atribuído à matéria é outra viagem.
Entretanto, não há antropologista, filósofo, historiador, psicólogo ou sociólogo, entre outros pesquisadores bem-informados, os quais desconheçam que, em suas origens, o ser humano sempre acreditou na metafísica. No início, observando-se a si mesmo, bem como a natureza, com suas coisas e seres, este constatou que possuía uma alma e, como não conseguia entender as maravilhas e perigos da natureza, passou a cultuar suas coisas, fenômenos e seres.
Era o animismo, pai de todas as religiões.
De dez a doze mil anos para cá, o homem teria evoluído tanto que passou a dominar muitos desses fenômenos, graças à sua inteligência e capacidade criativa únicas. É quando alguns, julgando-se mais espertos que os demais, começaram suas perquirições, criaram suas hipóteses e, com base nelas construíram teorias que, após algum tempo, são substituídas pelas de outros humanos, agora denominados cientistas, na presunção de explicar o inexplicável...
A mais aberrante teoria, que, ainda assim, é adotada por grande número de pesquisadores das citadas disciplinas, é a de que o pensamento se origina em nosso cérebro. Vinculada a ela, mas já em descrédito por muitos estudiosos sensatos, é a de que o cérebro humano, por sua complexidade neurológica, torna-nos mais inteligentes do que os outros animais. Entretanto, as comparações feitas entre o tamanho e a complexidade do cérebro humano com o dos demais animais não nos garantem ser essa a causa da superioridade propalada que, se nos permite projetar viagens a outros corpos astrais, também nos faz viajar a imensuráveis espaços metafísicos.
Então, volto a dizer a todos os pseudocientistas: suas especulações, com base na matéria, são incompletas, pois os elementos da natureza são Deus, espírito e matéria. Le première, Dieu est l’intelligence suprême, cause première de toutes choses; o segundo, o Espírito é o ser inteligente da criação; e o terceiro elemento, a matéria, nada mais é do que o “instrumento” utilizado pelo Espírito para exercer sua ação ou, na definição de outro espírito, “energia coagulada”.
— Meu caro Bruxo, que viagem!...
— É, meu amigo, mas esta vale a pena fazer. Comece pela leitura de O livro dos espíritos, de Allan Kardec, e você fará a mais extraordinária viagem, sem sair do lugar, ao menos fisicamente.
Merci beaucoup!
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