segunda-feira, 18 de março de 2019

LÍNGUA PORTUGUESA - PARTILHADO DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI







Um amigo perguntou-nos quais são, no uso do idioma português, os vícios de linguagem mais comuns.
É difícil responder a essa pergunta porque tal fato depende do nível de escolaridade da pessoa que fala ou escreve.
De um modo geral, porém, parece-nos que os casos de barbarismo e de solecismo são, no dia a dia, os mais frequentes.
Antes que alguém pergunte, expliquemos que se considera barbarismo o desvio da norma culta, seja na grafia, seja na pronúncia, seja na morfologia e até mesmo na semântica. Há gramáticos que classificam também como barbarismo todas as formas de estrangeirismo, isto é, o uso de expressões ou palavras de outros idiomas.
Solecismo é o nome dado aos erros de sintaxe, pertinentes à concordância, à regência e à colocação dos termos de uma oração.
Eis alguns exemplos desses vícios de linguagem:
Barbarismo:
•  rúbrica (em vez de rubrica)
•  interviu (em vez de interveio)
•  week-end (em vez de fim de semana)
•  diverjência (em vez de divergência)
•  sastifeito (em vez de satisfeito)
•  adevogado (em vez de advogado).
Solecismo:
•  sobrou muitos lugares (em vez de sobraram...)
•  o comerciante somente visa o lucro (em vez de visa ao lucro)
•  calculam-se que muitos foram os mortos (em vez de calcula-se que...)
•  ninguém pode mais ver ela (em vez de vê-la)
•  vim aqui com intenção de lhe matar (em vez de o matar). 
Seguem sete frases para que o leitor indique os vícios de linguagem que elas contêm:
1. Se meu vizinho vier com alguma história, eu boto ele na cadeia.
2. João Sarmento foi ao casamento sem o meu consentimento.
3. O carnet já estava quitado.
4. Todos cantaram nosso hino.
5. Há cinquenta anos atrás já havia televisão.
6. O rapaz prendeu o ladrão em sua casa.
7. Eu vi ele não faz muito tempo.
Eis as respostas:
1. Solecismo.
2. Eco.
3. Barbarismo (galicismo).
4. Cacofonia.
5. Pleonasmo.
6. Anfibologia.
7. Solecismo.
E aqui estão as sete frases depois de sanados os vícios:
1. Se meu vizinho vier com alguma história, eu o boto na cadeia.
2. João Sarmento, sem que eu o consentisse, foi ao casamento.
3. A prestação já estava quitada.
4. Todos cantaram o hino nacional.
5. Há cinquenta anos já havia televisão.
6. O rapaz prendeu, em sua casa, o ladrão que a invadira.
7. Eu o vi não faz muito tempo.





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domingo, 17 de março de 2019

COMO DEVEM AGIR OS QUE SE DIZEM CRISTÃO - PARTILHADO DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI






Como devem agir os que se dizem cristãos

Algo que surpreende a todos nós no Brasil é a falta de comprometimento com a causa do Evangelho por parte de um número expressivo de pessoas que em nosso país se dizem cristãs, um contingente que perfaz cerca de 90% da população brasileira. Os números do Censo que apontam esse percentual podem ser verificados em uma reportagem publicada na revista O Consolador. Eis o link:https://goo.gl/YLPQ2p
É seguramente essa falta de comprometimento que explica o nível de violência, corrupção e decadência moral, de que a imprensa brasileira nos dá conta diariamente.
Em um país com um percentual tão elevado de pessoas supostamente cristãs, o quadro social e econômico deveria ser, necessariamente, diferente. Mas não é o que se vê, porquanto os fatos demonstram que a sociedade brasileira se encontra, em seus mais variados setores, distanciada daquilo que se pode considerar uma vivência cristã legítima.
“Meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem”, eis uma frase de Jesus que ninguém ignora. Chegaremos um dia a vê-la plenamente realizada?
A vivência cristã legítima, como é fácil deduzir meditando nas lições do Evangelho, implica um clima de convivência social em que a fraternidade impera e na qual todos se ajudam e se socorrem, buscando dirimir, solidariamente, suas dificuldades e problemas.
Viver a mensagem do Evangelho é conviver com o próximo, aceitando-o tal qual é, com seus defeitos e imperfeições, sem a pretensão de corrigi-lo. O cristão de verdade inspira o semelhante com bondade, para que ele mesmo desperte e mude de conduta por decisão própria, jamais por imposição de terceiros.
Isolar-se do mundo, a pretexto de crescer espiritualmente, não passa de uma experiência já tentada no passado, em que o egoísmo predomina, porque afasta a pessoa da luta que forja heróis e constrói os santos da abnegação e da caridade.
Conforme o que aprendemos na doutrina espírita, tal procedimento é um equívoco, porquanto não pode agradar a Deus uma vida em que o indivíduo, deliberadamente, decide não ser útil a ninguém. Evidentemente, não nos referimos aqui aos que se afastam do nosso meio para buscar no retiro a tranquilidade reclamada por certas ocupações, nem aos que se recolhem a determinadas instituições fechadas para se dedicarem, amorosamente, ao socorro dos desgraçados. Esses, apesar de afastados da convivência social, prestam, indiscutivelmente, excelentes serviços à sociedade e adquirem duplo mérito porque têm a seu favor, além da renúncia às satisfações mundanas, a prática das leis do trabalho e da caridade cristã.
Segundo Joanna de Ângelis, ao descer das Regiões Felizes ao vale das aflições para nos ajudar, Jesus mostrou-nos como devem agir os que se dizem cristãos. Ele não convocou a si os privilegiados, mas os infelizes, os rebeldes, os rejeitados, suportando suas mazelas e amando-os.
Recordando o exemplo do Mestre, a mentora espiritual de Divaldo P. Franco nos recomenda (Leis Morais da Vida, cap. 31):

“Atesta a tua confiança no Senhor e a excelência da tua fé mediante a convivência com os irmãos mais inditosos que tu mesmo.
Sê-lhes a lâmpada acesa a clarificar-lhes a marcha.
Nada esperes dos outros.
Sê tu quem ajuda, desculpa, compreende.
Se eles te enganam ou te traem, se te censuram ou te exigem o que te não dão, ama-os mais, sofre-os mais, porquanto são mais carecentes de socorro e amor do que supões.
Se conseguires conviver pacificamente com os amigos difíceis e fazê-los companheiros, terás logrado êxito, porquanto Jesus em teu coração estará sempre refletido no trato, no intercâmbio social com os que te buscam e com os quais ascendes na direção de Deus.”






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sábado, 16 de março de 2019

VIVER É APRENDER - PARTILHADO DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI





Viver é aprender

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Há anos, tive a intuição desta frase: viver é aprender. Tempo depois, ao me questionar sobre o sentido da vida e lembrar as palavras de Jesus: “Brilhe a sua luz.”, percebi que, figuradamente, o Mestre quis dizer que somos centelhas divinas criadas para, como as estrelas, fulgurarmos nos espaços, sejam da Terra, sejam dos Céus.
Tal iluminação, porém, deverá ser tanto mais intensa quanto mais perfeitos formos, haja vista a nova orientação do Cristo: “Seja perfeito, como perfeito é Nosso Pai”. Meu entendimento ficou melhor ainda. Percebi, então, que se a Luz Divina abrange todo o Universo, e nada lhe passa despercebido, necessitamos evoluir infinitamente, pois Deus está no Infinito.
Nessa ascensão infinita, nossa alma, criada como pequena centelha, se expandirá, em foco de luz, eternidade afora. Primeiramente, faísca iluminando nossos próprios pés; em seguida, tocha a clarear os passos dos familiares; mais além, lanterna potente dos caminhos comunitários; depois, poste de luz das residências e comércios povoados; mais tarde ainda, luz feérica e ubíqua dos shoppings, mansões e clubes duma cidade; enfim, claridade duma nação inteira, até espargirmos, como Espíritos puros, nossa luz por todo o globo, quando então passaremos a esses mundos purificados, reiniciando, felizes, nosso desiderato de expansão iluminativa em direção à Luz Maior.
Ainda assim, restava um “como”. Como fazer para que nossa pequena faísca cresça e se avolume em direção aos páramos evolutivos? Foi então que nos veio nova intuição: Jesus nos ensinou que o mandamento maior é o amor; mas quando ampliou, por seus exemplos, a noção de amor como caridade, teve o objetivo de nos demonstrar que amar é sentir e também agir. É também nossa ação em direção ao próximo e a tudo que existe. Daí surgir esta palavra maravilhosa, com o mesmo significado em latim e inglês: serve; em romeno: servi; em italiano: servire; em espanhol, francês, galego e português: servir.
Servir é vocábulo formado das sílabas: ser e vir. Se trocarmos a posição delas, obteremos vir e ser. Desse modo, disse-me meu cérebro, que nada mais é do que o computador divino pelo qual se manifesta o Espírito: Se você quiser vir a ser iluminado, é preciso servir; servir para vir a ser. Somente então, sua vida terá sentido.
Nisso, alguém me sussurrou: — Não confunda, porém, servil, cujo significado é servo ou escravo do próximo, palavra próxima de servir, com ser vil: ser reles, ordinário, mesquinho, miserável, desprezível, infame...
Foi então que percebi que meu cérebro estava conectado com o Machado. Em seguida, o Bruxo recomendou-me: — Sendo vil, ainda que os que se lhe assemelhem o aplaudam, você nada será; servindo é que você virá a ser. Veja, por exemplo, o que ocorreu com aquele ministro que afirmou que não era ministro e sim, que estava ministro. Foi logo demitido, pois o presidente queria alguém que fosse e não que estivesse naquela pasta: a da Educação. Até na classe gramatical de verbo é importante ser, amigo Jó. Quando se está, não se é...
Porém, se esse vocábulo é substantivo, somos, em parte, imagem e semelhança de Deus, o Ser Supremo do Universo e seus serezinhos: eu e você. A essência divina está em cada um de nós,  filhos de Deus, como nos afirmou nosso irmão maior: Jesus Cristo, o ser mais puro que Nosso Pai nos deu para nos servir de guia e modelo. Então, meu caro, é preciso servir para vir a ser. Adeus!
— Adeus, meu senhor! obrigado pela prestimosa aula. E, assim, despedimo-nos.
Tudo isso porque eu pensara em escrever sobre o vídeo enviado pelo Dr. Plotino com excelente palestra de médica geriatra que nos recomenda, em cerca de uma hora, entre outras coisas, as seguintes atitudes para um envelhecimento saudável: cantar, sorrir, amar, persistir, ter autonomia e independência em tudo o que fizer, servir e... aprender sempre, pois, como eu disse no início: viver é aprender.
Fica para a próxima crônica. Quiçá...








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sexta-feira, 15 de março de 2019

O TESOURO DOS ESPÍRITAS - PARTILHADO DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI





O Tesouro dos Espíritas

Miguel Vives y Vives

Parte 2

Damos sequência ao estudo do clássicoO Tesouro dos Espíritas, de Miguel Vives y Vives, que será aqui estudado em 16 partes, com base na tradução de J. Herculano Pires, conforme a 6ª edição publicada pela Edicel.
Nosso objetivo é que este estudo possa servir para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

Questões preliminares

A. Que fato geralmente se dá na vida de alguém que adentra o Espiritismo?
B. É correto pensar que nada devemos pedir a Deus e, portanto, não existe razão para a prece?
C. Que é, segundo Miguel Vives, “Espiritismo mental”?

Texto para leitura

14. Miguel Vives reconhece que lhe foi necessário passar por uma grande e prolongada aflição, para receber a luz do Espiritismo. “Se tivesse gozado de boa saúde - diz ele -, me engolfaria nas distrações do mundo e, distraído e preocupado com as coisas da Terra, não teria dado importância ao que hoje tanto estimo, tanto me há servido e tanto me servirá no futuro.” (PP. 28 e 29)
15. Num momento de meditação e prece, Vives diz ao Senhor da vida: “Quando reflito no drama do Calvário, e vejo submetido a tanto sofrimento e tanta dor o Ser maior que veio encarnar-se neste mundo, exclamo: Se Ele, que era e é mais do que todos os que habitam a Terra, não veio cingir uma coroa e empunhar um cetro, mas fazer-se o mais humilde, o servidor de todos, o que curou as dores da Humanidade, o que sofreu todas as impertinências, todos os suplícios, e deu tão grande exemplo de paciência, humildade e perdão, é que o Pai, é que Vós, Senhor, não admitis categorias nem grandezas humanas, nem ostentação, mas apenas virtude, amor, pureza, sacrifício e caridade. Assim, concluo: a vossa lei exalta o abatido, consola o aflito, e o mais humilde é para Vós o maior, se for virtuoso e bom”.  (PP. 29 e 30)
16. O capítulo inicial do livro fala de Deus. Miguel Vives diz que quando o homem, venha de onde vier, entra no Espiritismo, abre-se ante ele um campo tão vasto de investigações, cuja grandeza de momento ele não sabe avaliar. À medida que vai ampliando seus estudos e suas experiências, mais ampla se torna a perspectiva do que antes lhe era desconhecido, e em tudo começa a ver a grandeza de Deus. (P. 33)
17. Vendo o que significa sua individualidade nesta Criação, compreende que sua vida é eterna e que não se encontra aqui por acaso, mas que sua existência está ligada ao concerto universal da Criação. (PP. 33 e 34)
18. Essa impressão, recebida ao converter-se ao Espiritismo, deve todo espírita procurar guardar e até aumentar, porque – assevera Miguel Vives – disso depende seu progresso. “Digo isso porque, passado o momento das primeiras impressões, o espírita começa a esquecer-se do respeito e da adoração que deve ao Pai, incorrendo numa falta de agradecimento, que vai aos poucos separando-o de influências que lhe são muito necessárias, no curso da sua vida no planeta.” (P. 35)
19. Alguns espíritas dizem que nada se deve pedir a Deus, porque Ele não derrogará suas leis e porque tudo já nos deu. “Maneira errada de pensar”, afirma Miguel Vives. (P. 35)
20. Da mesma maneira que um homem que tem maus pensamentos atrai sobre ele influências que o impulsionam ao mal, o homem que formula bons pensamentos e possui desejos bons atrairá sobre ele boas influências. É o que se dá com a prece. (P. 36)
21. Ora, se os desejos e os pensamentos bons atraem boas influências, quanto mais não deverá atraí-las aquele que saiba amar o Pai, adorá-lo e procurar seguir seus mandamentos? Assim, aquele que ora pode, sem derrogação das leis divinas e sem obtenção de privilégios, atrair influências que lhe serão muito proveitosas no curso de sua existência. Aliás, se os espíritas nos houvéssemos firmado nessa posição, buscando praticar o amor divino, não estaríamos tão disseminados e desunidos como estamos. Poucos são os Centros Espíritas em que não tenha havido dissensões, fato que não ocorreria se o amor e a adoração do Pai reinassem no coração de cada espírita. (PP. 36 e 37)
22. Miguel Vives diz ter conhecido espíritas que tudo confiavam ao seu critério e ao seu saber, esquecendo-se de manter vivo o amor a Deus e de outras práticas adiante tratadas neste livro. Suas conversas, seus procedimentos, suas maneiras, por causa disso, quase não se distinguem dos homens vulgares. Embora creiam no Espiritismo, trata-se apenas de um Espiritismo mental, que não domina o coração. Por isso, em muitos atos da vida, pouco divergem dos que não conhecem a Doutrina. “Daí a razão de existirem espíritas que não fazem nenhum mal, mas que também não praticam nenhum bem, e que por um simples descuido caem no ridículo, prejudicando então a propaganda da doutrina que sustentam.” (P. 38)
23.  O amor a Deus pode atrair certas influências para o espírita que o procure avivar em seu coração e saiba transportar-se ao infinito através da prece, dessas expansões da alma, da oração que é acompanhada pelo sentimento, que edifica, que consola, que brota do mais fundo da alma. (PP. 39 e 40)
24. Essa forma de oração é tão necessária a todo espírita que, segundo Miguel Vives, quem dela prescinde não se elevará às qualidades morais necessárias a um bom espírita. E ainda mais: quem dela prescinde não poderá alcançar, quando voltar ao mundo espiritual, a condição de Espírito de luz, a menos que seus trabalhos na Terra tenham sido pautados pela caridade e pelo amor ao próximo, o que é tão raro neste mundo. (P. 40)
25. A Humanidade está cheia de erros, de maldade, de hipocrisia, de egoísmo, de orgulho. Cada um de nós despende alguma coisa de si mesmo, daquilo que é, neste mundo. Coloquemos um espírita em meio de toda essa imperfeição, e apesar de suas crenças ele se contagiará nessa atmosfera geral. Se esse espírita não dispõe do meio de se livrar das más influências que o envolvem, é impossível que se conserve prudente, circunspecto, tolerante, justiceiro. (P. 41)
26. É por isso que o espírita, para livrar-se dos vícios, deve saturar-se de fluidos e influências superiores aos que nos rodeiam neste mundo, e para que eles nos envolvam é preciso pôr-nos em condições de recebê-los. (P. 41)

Respostas às questões preliminares

A. Que fato geralmente se dá na vida de alguém que adentra o Espiritismo?
Diz Miguel Vives que se abre diante dessa pessoa um campo tão vasto de investigações cuja grandeza de momento ela não sabe avaliar. À medida, porém, que vai ampliando seus estudos e suas experiências, mais ampla se torna a perspectiva do que antes lhe era desconhecido e em tudo começa a ver a grandeza de Deus. Vendo o que significa sua individualidade na obra da Criação, compreende que sua vida é eterna e que não se encontra aqui por acaso, mas que sua existência está ligada ao concerto universal da Criação. (O Tesouro dos Espíritas, 1ª Parte, Guia Prático para a Vida Espírita, pp. 33 e 34.)
B. É correto pensar que nada devemos pedir a Deus e, portanto, não existe razão para a prece?
Alguns espíritas assim pensam, alegando que Deus não derrogará suas leis e que Ele já nos deu tudo. “Maneira errada de pensar”, afirma Miguel Vives. Da mesma maneira que um homem que tem maus pensamentos atrai sobre ele influências que o impulsionam ao mal, o homem que formula bons pensamentos e possui desejos bons atrairá sobre ele boas influências. É o que se dá com a prece. Ora, se os desejos e pensamentos bons atraem boas influências, quanto mais não deverá atraí-las aquele que saiba amar o Pai, adorá-lo e procurar seguir os seus mandamentos? Assim, aquele que ora pode, sem derrogação das leis divinas e sem obtenção de privilégios, atrair influências que lhe serão muito proveitosas no curso de sua existência. (Obra citada, pp. 35 a 37.)
C. Que é, segundo Miguel Vives, “Espiritismo mental”?
Diz ele ter conhecido espíritas que tudo confiavam ao seu critério e ao seu saber, esquecendo-se de manter vivo o amor a Deus e de observar outras práticas adiante tratadas em seu livro. Suas conversas, seus procedimentos, suas maneiras, por causa disso, quase não se distinguem dos homens vulgares. Embora creiam no Espiritismo, esse é apenas um Espiritismo mental, que não domina o coração. Por isso, em muitos atos da vida, pouco divergem dos que não conhecem a Doutrina. “Daí a razão de existirem espíritas que não fazem nenhum mal, mas que também não praticam nenhum bem, e que por um simples descuido caem no ridículo, prejudicando então a propaganda da doutrina que sustentam.” É a isso que Miguel Vives chama de “Espiritismo mental”, que não produz frutos nem obras. (Obra citada, pp. 38 e 39.)





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quinta-feira, 14 de março de 2019

POLITEÍSMO E PAGANISMO - PARTILHADO DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI





Politeísmo e paganismo

Este é o módulo 123 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Em que consiste o politeísmo?
2. Quantos e quais são os principais sistemas do politeísmo?
3. Paganismo e politeísmo são a mesma coisa?
4. Segundo J. Lubboch, a história religiosa da Humanidade divide-se em seis períodos. Quais são eles?
5. Onde, segundo Emmanuel, se encontra a gênese das religiões da Humanidade?

Texto para leitura

Politeísmo implica a crença em uma pluralidade de deuses
1. Ensina o Espiritismo, na questão 667 d´O Livro dos Espíritos, que a concepção de um Deus único não poderia existir no homem senão como resultado do desenvolvimento de suas ideias. Incapaz de conceber um ser imaterial, sem forma determinada, o homem conferiu-lhe atributos da natureza corpórea e desde então tudo o que parecia ultrapassar os limites da inteligência comum era, para ele, uma divindade, uma potência sobrenatural.
2. Politeísmo é, como o próprio vocábulo indica, a crença religiosa em uma pluralidade de deuses, ou a adoração de mais de um deus. Conforme assinalam os Espíritos na questão 668 da obra citada, ao chamarem deus a tudo o que era sobre-humano, os homens tomavam os Espíritos como se fossem deuses. Disso resultou que quando um homem por suas ações, pelo seu gênio, ou por um poder oculto que o vulgo não lograva compreender, se distinguia dos demais, faziam dele um deus e, após sua morte, lhe rendiam culto.
3. A palavra deus tinha, entre os antigos, acepção muito ampla e não indicava, como presentemente, uma personificação do Senhor da vida. Era uma qualificação genérica, que se dava a todo ser existente fora das condições da Humanidade, o que é fácil verificar estudando atentamente os atributos das divindades pagãs.
4. Entre os vários fatores responsáveis pela criação e multiplicação dos deuses devemos salientar: a) a personificação das forças da natureza e sua consequente elevação ao reino da divindade; b) a divinização de antepassados e heróis; c) a centralização política dos grandes Estados, provocando a fusão e a unificação de culturas e crenças. Daí derivaram os três principais sistemas do politeísmo: a idolatria – adoração de muitos deuses personificados por ídolos grosseiros; o sabeísmo – culto dos astros e do fogo; e o feiticismo ou fetichismo – adoração de tudo quanto impressiona a imaginação e a que se atribui poder.
5. O vocábulo paganismo é comumente utilizado como sinônimo de politeísmo. Em essência, ele o é mesmo, mas, do ponto de vista histórico e teológico, não. Quando Constantino consagrou o Cristianismo como a nova religião do Império Romano os não cristãos foram chamados de pagãos – adeptos do paganismo. Acabaram então sendo generalizados como pagãos tanto os politeístas propriamente ditos como os monoteístas não cristãos.

A história religiosa da Humanidade divide-se em seis períodos
6. Os feiticistas eram, na sua origem, politeístas, como ainda se dá entre os povos selvagens. Segundo C. de Brosses em Do Culto dos Deuses Fetiches, todas as religiões, exceto a dos hebreus, derivaram do fetichismo, que por sua vez teve origem no medo. J. Lubboch dividiu em seis períodos a história religiosa da Humanidade:
1º – ateísmo;
2º – fetichismo ou feiticismo (vocábulo que veio do português feitiço, sortilégio);
3º – culto da natureza;
4º – xamanismo (religião dos xamãs, feiticeiros profissionais);
5º – antropomorfismo;
6º – crença em um Deus criador e providencial.
Não há, na antropologia, consenso geral quanto à diferenciação precisa entre xamã, feiticeiro e sacerdote. Costuma-se empregar o termo xamã assim como xamanismo no contexto dos povos asiáticos.
7. Em 1767 o francês N. S. Bergier defendeu a tese segundo a qual o fetichismo se explicava pela semelhança que existe entre a mentalidade do homem primitivo e a da criança, que empresta alma e personalidade ativa a cada um dos objetos que a rodeiam. A etnologia comparada permitiu a E. B. Tylor retomar e desenvolver essa ideia.
8. Estudando as origens do politeísmo e do paganismo, Emmanuel em seu livro A Caminho da Luz afirmou que a gênese de todas as religiões da Humanidade teve origem no coração augusto e misericordioso do Cristo, em face, evidentemente, de ser ele o diretor espiritual do orbe terrestre. Para tanto, de tempos em tempos, ele envia mensageiros à Terra para ensinar e difundir as verdades evangélicas, que são recepcionadas e interpretadas segundo o nível evolutivo de cada época.
9. Constitui, portanto, erro crasso julgar como bárbaros e pagãos os povos terrenos que ainda não conhecem diretamente as lições do Evangelho, porquanto a sua desvelada assistência acompanhou e ainda acompanha a evolução das criaturas em todas as latitudes do planeta. A história da China, da Pérsia, do Egito, da Índia, como a dos árabes, dos israelitas, dos celtas, dos gregos e dos romanos, está alumiada pela luz dos seus poderosos emissários e muitos deles tão bem se houveram, no cumprimento dos seus deveres, que foram havidos como sendo o próprio Cristo em reencarnações sucessivas e periódicas.
10. Outro alerta que Emmanuel nos faz na referida obra é sobre a unidade substancial das religiões. Afirma o conhecido mentor espiritual que todos os livros e tradições religiosas da Antiguidade guardam entre si a mais estreita unidade substancial. As revelações evolucionam numa esfera gradativa de conhecimento e todas se referem ao Deus impersonificável, que é a essência da vida de todo o Universo. 

Apêndice:

Mito – É uma narração poética referente ao nascimento, vida e feitos dos antigos deuses e heróis do paganismo.
Mitologia – É o estudo dos mitos. Nem toda religião está ligada a uma mitologia, mas as religiões politeístas oferecem, em princípio, matéria própria à imaginação mítica.
Origens dos mitos – Guardam relação com a observação da natureza e seus variados e multiformes elementos. A imaginação humana personificou os fenômenos naturais e os imaginou como individualidades livres, independentes, cuja atuação estava submetida a invariáveis leis morais e dotadas de uma corporeidade muito próxima da forma humana.
Evolução dos mitos – A mitologia grega era muito mais rica que a dos romanos e de outros povos, devido ao fato de o espírito helênico ter sido altamente criador e o romano mais prático.
Fontes da mitologia – Baseiam-se no legado dos poetas gregos e latinos, dentre os quais se destaca Homero.
Como eram os deuses – A aparência dos deuses era totalmente humana, embora melhorada, mais bela e majestosa. Mais fortes, mais vigorosos, possuíam todas as faculdades humanas em escala ampliada. Necessitavam, como os homens, do sono, da comida e da bebida, e andavam vestidos, sobretudo as deusas, que escolhiam as vestes e os adornos com capricho. Seu nascimento era semelhante ao dos homens, mas os deuses eram precoces e o período da infância bem reduzido. Imortais, nunca envelheciam nem eram atingidos por doença alguma. Moralmente, eram muito superiores aos mortais, e porque a maldade, a impureza e a injustiça os aborreciam, não hesitavam em castigar as maldades e injustiças humanas. Os deuses, embora sua superioridade física, moral e espiritual, estavam presos aos seus destinos, fixados desde a eternidade e passavam a vida desocupados, buscando toda a sorte de divertimentos e passatempos.
Sacrifícios – Os povos primitivos e politeístas adoravam os deuses por meio de oferendas, cultos, rituais que, geralmente, comportavam sacrifícios de animais ou de seres humanos.

Respostas às questões propostas

1. Em que consiste o politeísmo?
Politeísmo é, como o próprio vocábulo indica, a crença religiosa em uma pluralidade de deuses, ou a adoração de mais de um deus.
2. Quantos e quais são os principais sistemas do politeísmo?
Os principais sistemas do politeísmo são: a idolatria – adoração de muitos deuses personificados por ídolos grosseiros; o sabeísmo – culto dos astros e do fogo; e o feiticismo ou fetichismo – adoração de tudo quanto impressiona a imaginação e a que se atribui poder.
3. Paganismo e politeísmo são a mesma coisa?
Em essência, sim, mas do ponto de vista histórico e teológico, não. Quando Constantino consagrou o Cristianismo como a nova religião do Império Romano os não cristãos foram chamados de pagãos – adeptos do paganismo. Acabaram então sendo generalizados como pagãos tanto os politeístas propriamente ditos como os monoteístas não cristãos.
4. Segundo J. Lubboch, a história religiosa da Humanidade divide-se em seis períodos. Quais são eles?
Eis os seis períodos, conforme J. Lubboch: 1º – ateísmo; 2º – fetichismo ou feiticismo (vocábulo que veio do português feitiço, sortilégio); 3º – culto da natureza; 4º – xamanismo (religião dos xamãs, feiticeiros profissionais); 5º – antropomorfismo; 6º – crença em um Deus criador e providencial.
5. Onde, segundo Emmanuel, se encontra a gênese das religiões da Humanidade?
A gênese de todas as religiões da Humanidade teve origem no coração augusto e misericordioso do Cristo, em face de ser ele o diretor espiritual do orbe terrestre e, à vista disso, por haver enviado, de tempos em tempos, mensageiros à Terra para ensinar e difundir as verdades evangélicas, que foram recepcionadas e interpretadas segundo o nível evolutivo de cada época.

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questões 667 a 669.
A Caminho da Luz, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pp. 17 a 33, 83 e 84.
Enciclopédia Delta Larousse, 2ª edição, 1967, volume 4, pp. 1733 e 1780.
Dicionário de Ciências Sociais, FGV, 1986, pág. 921.

Observação:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:






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