sexta-feira, 31 de maio de 2019

A FÉ SUAS ACEPÇÕES E IMPORTÂNCIA - PARTILHADO DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI





A fé, suas acepções e importância

Este é o módulo 134 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Como podemos conceituar a fé?
2. Que é fé cega? E que é fé raciocinada?
3. Existe diferença entre crença e fé?
4. É possível comunicar a fé a alguém por meio da imposição?
5. Jesus de Nazaré deixou-nos algum ensinamento acerca da fé e de sua importância?

Texto para leitura

A fé autêntica não fica estagnada em circunstância nenhuma
1. O vocábulo “fé” tem várias acepções. No sentido comum, significa a confiança do indivíduo em si mesmo, pois os que disso são dotados são capazes de realizações que pareceriam impossíveis àqueles que de si duvidam. Dá-se igualmente o nome de fé à crença nos dogmas dessa ou daquela religião, casos em que recebe adjetivação específica: fé cristã, fé judaica, fé católica etc.
2. Existe, por fim, a fé pura, a fé não sectária, que se traduz por uma segurança absoluta no amor, na justiça e na misericórdia de Deus. De todas as espécies de fé, esta é, sem dúvida, a mais sublime e também a mais difícil de ser encontrada, por constituir apanágio de poucas almas de escol, cujo aprimoramento vem de longo tempo.
3. Ter fé em Deus é guardar no coração luminosa certeza de que nosso Pai existe e não deixa ao desamparo nenhum dos seus filhos, convicção essa que ultrapassa o âmbito da simples crença religiosa. Conseguir fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer: “eu creio”, mas sim: “eu sei”, com todos os valores da razão tocados pela luz do sentimento. 
4. Essa fé não fica estagnada em nenhuma circunstância da vida e sabe trabalhar sempre, intensificando a amplitude de sua iluminação, pela dor, pela responsabilidade, pelo esforço e pelo dever cumprido. Traduzindo a certeza na assistência de Deus, ela exprime a confiança que sabe enfrentar todas as lutas e os problemas, com a luz divina no coração.

Levada ao excesso, a fé cega pode produzir o fanatismo
5. Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais que distinguem as diferentes religiões e sob esse aspecto a fé pode ser raciocinada ou cega. A fé cega, como o próprio nome indica, tudo aceita sem verificação, tanto o verdadeiro quanto o falso, e pode, obviamente, a cada passo, chocar-se com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Assentada no erro, cedo ou tarde desmorona. 
6. Somente a fé que se baseia na verdade garante a sua perenidade, porque nada teme do progresso das luzes, pois o que é verdadeiro na obscuridade também o é à luz meridiana. Duas condições requer a verdadeira fé. A primeira é não rejeitar a razão e poder ser, assim, raciocinada. A segunda condição é prender-se à verdade, sem jamais compactuar com a mentira.
7. Fato digno de nota é que a fé verdadeira não se conquista de uma hora para outra. Ela se adquire com o tempo, é fruto de experiências vivenciadas, embora pareça de algum modo inata em certas pessoas, nas quais uma centelha basta às vezes para desenvolvê-la, o que constitui sinal evidente de anterior progresso. Em outras pessoas, ao contrário, a dificuldade de ter fé é muito grande, um indício não menos evidente de uma natureza retardatária ou pelo menos refratária a isso.
8. Em seu livro O Consolador, Emmanuel estabelece uma distinção entre crer e ter fé. Crer diz respeito à crença. O ato de crer em alguma coisa demanda a necessidade do sentimento e do raciocínio para que a alma edifique a fé em si mesma. Inspiração divina, diferentemente da simples crença, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem e, como tal, é a base da regeneração.

A fé não se prescreve nem se impõe, mas pode ser adquirida
9. Idêntico ensinamento encontramos no cap. VII – 2ª Parte do livro O Céu e o Inferno, de Kardec, no qual o guia da médium que serviu de intermediária no caso Xumene explicou por que o Espiritismo não torna imediatamente perfeitos nem mesmo os mais crentes adeptos: “A crença é o primeiro passo; vem em seguida a fé e a transformação por sua vez, mas, além disso, força é que muitos venham revigorar-se no mundo espiritual”. 
10. A fé sincera é empolgante e contagiosa. Comunica-se aos que não a têm ou mesmo não desejam tê-la. Encontra palavras persuasivas que vão à alma, ao passo que a fé aparente utiliza tão somente palavras sonoras que deixam frio e indiferente quem as escuta. 
11. É de Kardec este conhecido pensamento: “Fé inabalável somente o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade”. A importância da fé é destacada pelo codificador do Espiritismo em várias passagens de sua obra, como Jesus o fez em diversos momentos, como o trecho, anotado por Mateus, em que o Mestre afirmou a seus apóstolos que, se eles tivessem fé do tamanho de um grão de mostarda, diriam a uma montanha: “Transporta-te daí para ali” e ela seria transportada. 
12. “Tudo é possível àquele que tem fé”, ensinou Jesus, consoante lemos em Marcos, 9:23, afirmativa essa que demonstra a importância da fé em nossa vida e nos anima a tudo fazer por conquistá-la, certos de que, conforme asseverou Kardec, a fé não se impõe nem se prescreve, mas pode ser adquirida, não existindo ninguém que esteja impedido de possuí-la. Para crer é preciso, porém, compreender, porquanto – adverte o codificador do Espiritismo – a fé cega já não tem lugar em nosso mundo.

Respostas às questões propostas

1. Como podemos conceituar a fé?
O vocábulo “fé” tem várias acepções. No sentido comum, significa a confiança do indivíduo em si mesmo, pois os que disso são dotados são capazes de realizações que pareceriam impossíveis àqueles que de si duvidam. Dá-se igualmente o nome de fé à crença nos dogmas dessa ou daquela religião, casos em que recebe adjetivação específica: fé cristã, fé judaica, fé católica etc.
2. Que é fé cega? E que é fé raciocinada?
A fé cega, como o próprio nome indica, tudo aceita sem verificação, tanto o verdadeiro quanto o falso, e pode, obviamente, a cada passo, chocar-se com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Assentada no erro, cedo ou tarde desmorona. A fé raciocinada é a que não rejeita a razão e prende-se à verdade, sem jamais compactuar com a mentira.
3. Existe diferença entre crença e fé?
Sim. No livro O Consolador, Emmanuel diz que crer diz respeito à crença. Inspiração divina, diferentemente da simples crença, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem e, como tal, é a base da regeneração. Idêntico ensinamento encontramos no cap. VII – 2a Parte do livro O Céu e o Inferno, no qual o guia da médium que serviu de intermediária no caso Xumene diz que a crença é o primeiro passo; a fé virá em seguida e, por último, a transformação, mas para isso é preciso que muitos tenham de revigorar-se no mundo espiritual. 
4. É possível comunicar a fé a alguém por meio da imposição?
Não. Segundo Kardec, a fé não se impõe nem se prescreve, mas pode ser adquirida, não existindo ninguém que esteja impedido de possuí-la. Para crer é preciso, porém, compreender, porquanto – adverte o codificador – a fé cega já não tem lugar em nosso mundo.
5. Jesus de Nazaré deixou-nos algum ensinamento acerca da fé e de sua importância?
Sim. “Tudo é possível àquele que tem fé”, ensinou Jesus, consoante lemos em Marcos, 9:23, afirmativa essa que demonstra a importância da fé em nossa vida e nos anima a tudo fazer por conquistá-la.

Bibliografia:
O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, capítulo XIX, itens 1 a 11.
O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, 2a Parte, cap. VII.
Depois da Morte, de Léon Denis, pp. 258 a 262.
Páginas de Espiritismo Cristão, de Rodolfo Calligaris, p. 38.
O Espírito do Cristianismo, de Cairbar Schutel, p. 311.
O Consolador, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, questões 354 e 355.
Roteiro, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pp. 51 a 53.
Palavras de Emmanuel, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pp. 93 a 97.
O Espírito da Verdade, de Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pp. 70 e 71.
Após a Tempestade, de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo P. Franco, pp. 16 a 20.
Estudos Espíritas, de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo P. Franco, pp. 113 a 116.

Observação:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:





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quarta-feira, 29 de maio de 2019

O ALIMENTO ESPIRITUAL - PARTILHADO DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI




O alimento espiritual

Meimei

O professor lutava na escola com um grande problema. Os alunos começaram a ler muitas histórias de homens maus, de roubos e de crimes e passaram a viver em plena insubordinação.
Queriam imitar aventureiros e malfeitores e, em razão disso, na escola e em casa apresentavam péssimo comportamento.
Alguns pronunciavam palavrões, julgando-se bem-educados, e outros se entregavam a brinquedos de mau gosto, acreditando que assim mostravam superioridade e inteligência.
Esqueciam-se dos bons livros. Zombavam dos bons conselhos.
O professor, em vista disso, certo dia reuniu todas as classes para a merenda costumeira, apresentando uma surpresa esquisita. Os pratos estavam cheios de coisas impróprias, tais como pães envolvidos em lama, doces com batatas podres, pedaços de maçãs com tomates deteriorados e geleias misturadas com fel e pimenta.
Os meninos revoltados gritavam contra o que viam, mas o velho educador pediu silêncio e, tomando a palavra, disse-lhes:
– Meus filhos, se não podemos dispensar o alimento puro a benefício do corpo, precisamos também de alimento sadio para a nossa alma. O pão garante a nossa energia física, mas a leitura é a fonte de nossa vida espiritual. Os maus livros, as reportagens infelizes, as difamações e as aventuras criminosas representam substâncias apodrecidas que nós absorvemos, envenenando a vida mental e prejudicando-nos a conduta. Se gostamos das refeições saborosas que auxiliam a conservação de nossa saúde, procuremos também as páginas que cooperam na defesa de nossa harmonia interior, a fim de nunca fugirmos ao correto procedimento.
Com essa preleção, a hora da merenda foi encerrada. Os alunos retiraram-se cabisbaixos. E, pouco a pouco, a vida dos meninos foi sendo retificada, modificando-se para melhor.

Do livro Pai Nosso, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.





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terça-feira, 28 de maio de 2019

HÁ A TRANSFORMAÇÃO NATURAL - PARTILHADO DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI





Há a transformação natural

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Numa dessas tardes mais tranquilas de sábado, visitava uma parente; momentos distintos do cotidiano corrido. E eu conversava com essa tia-avó, alcançando os seus 94 anos de “luta”, pensei eu, na verdade, ela me disse que esse tempo era de vida.
As histórias antigas são protagonistas nesses encontros, aliás, das quais muito gosto e ouço, atenta, quantas vezes renascerem no assunto. As memórias são bens irrevogáveis do espírito. Que bom! As boas, para encher o coração e as imaturas, como reflexão para o caminho novo.
Deitada em sua cama e segurando a minha mão, a senhora, quase secular, me falou algo bastante interessante:
− Quanto mais velhos, mais nos parecemos com um cristal, com uma casquinha de ovo.
Foi a comparação feita diante da delicadeza em que o corpo físico se transforma. E me falou com propriedade, visto que estava ali deitada porque se recuperava de uma inofensiva queda na qual quebrara o quadril.
Mesmo assim era com suavidade que aquela tia-avó se expressava.
E hei de concordar quanto à comparação por ela refletida; parecida com um cristal, pois seu semblante se apresentava com valorosa, transparente e leve alva e quanto à casca de ovo, aí, sim, fazia referência ao enfraquecimento natural do corpo.
Aqueles olhos azuis denotavam a profundidade de sua essência, o longo caminho desbravado, a sede de ainda mais querer a vida. Aquela voz agradável era o reflexo do seu interior calmo, esperançoso, feliz. Ainda deixava à vista que envelhecer nada mais é que a confirmação de mais uma oportunidade, nos canteiros, de plantar flores e fazer algo melhor ao lado de companheiros que, não necessariamente, sejam a família.
Visitas a parentes que não se têm muito contato são mais longas; o acúmulo de notícias é maior. Mas mesmo assim, há o momento da despedida. Abraços calorosos, pois, normalmente, esses parentes só nos viram na infância e agora estamos, assim, adultos.
Quando me despedi da senhora de 94 primaveras, senti o pulso do vigor real, aquela energia que o espírito traz, a alegria cheia de cores significando que na velhice, o desgaste volta-se ao corpo, mas a alma deve sempre estar com o frescor da vida.

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura:http://contoecronica.wordpress.com/







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domingo, 26 de maio de 2019

O AMOR COBRE A MULTIDÃO DOS PECADOS - PARTILHADO DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI





O amor cobre a multidão dos pecados

De vez em quando reaparece em nosso meio uma velha questão acerca da chamada pena de talião. Ela continua existindo ou foi revogada por Jesus?
A pena de talião, que outros chamam de lei de talião, consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena, apropriadamente chamada retaliação. Essa lei é frequentemente expressa pela máxima “olho por olho, dente por dente”.
Trata-se de uma das mais antigas leis existentes em nosso mundo, cuja origem encontramos no Código de Hamurabi, em 1780 a.C., na Babilônia. Moisés, algum tempo depois, a consagrou em Israel.
Conforme se lê na questão 764 de O Livro dos Espíritos, a pena de talião, tal como era aplicada na antiguidade, não mais vigora. O que vigora no mundo é, em verdade, a justiça de Deus e é, obviamente, Deus quem a aplica. Conhecida na doutrina espírita como lei de causa e efeito, ela aparece no Evangelho resumida numa frase que Jesus disse ao apóstolo Pedro: “Pedro, guarda a espada, porque todo aquele que matar com a espada perecerá sob a espada”.
O rigor de tal pena pode, contudo, ser suavizado por uma outra lei que se tornou conhecida graças ao citado apóstolo: “O amor cobre a multidão dos pecados”, frase que integra a 1ª Epístola de Pedro, cap. 4, versículo 8, o que significa que muitas pessoas podem alterar o mapa de sua vida amando, ajudando, fazendo o bem, uma ideia que Divaldo Franco resumiu numa frase bem conhecida: “O bem que fazemos anula o mal que fizemos”.
O tema foi examinado por Allan Kardec no texto intitulado “Código Penal da Vida Futura”, que faz parte do cap. VII da 1ª Parte do livro O Céu e o Inferno.
Segundo o Codificador, quando o assunto é a regeneração de quem lesou o próximo, o arrependimento, embora seja o primeiro passo, não basta. É preciso ajuntar ao arrependimento a expiação e a reparação. Arrependimento, expiação e reparação constituem, pois, as condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências.
O arrependimento, afirma Kardec, suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; mas somente a reparação pode anular o efeito, destruindo-lhe a causa. Não fosse assim, o perdão seria uma graça, não uma anulação.
Quando Pedro escreveu a epístola a que nos reportamos, ele certamente se referia à expiação, que pode ser perfeitamente amenizada e até excluída pela prática do bem e da caridade, que são a expressão maior do amor. Na literatura espírita encontramos diversos exemplos disso. Muitas vezes a pessoa deveria perder um braço inteiro, em face de um delito cometido no passado, e perde apenas um dedo. No tocante à reparação, isso, porém, não se dá.
Lembremos o que Kardec escreveu a respeito:

“A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má vontade, achar-se-á numa existência ulterior em contato com as mesmas pessoas que de si tiverem queixas, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito. Nem todas as faltas acarretam prejuízo direto e efetivo; em tais casos a reparação se opera, fazendo-se o que se deveria fazer e foi descurado; cumprindo os deveres desprezados, as missões não preenchidas; praticando o bem em compensação ao mal praticado, isto é, tornando-se humilde se foi orgulhoso, amável se foi austero, caridoso se foi egoísta, benigno se foi perverso, laborioso se foi ocioso, útil se foi inútil, frugal se foi intemperante, trocando em suma por bons os maus exemplos perpetrados”. (O Céu e o Inferno, 1ª Parte, cap. VII.)

O importante, no entanto, é que tudo isso pode ser feito não necessariamente debaixo de um grande sofrimento, em face do abrandamento lembrado em boa hora pelo apóstolo Pedro, sintetizado na frase: “O amor cobre a multidão dos pecados”.





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sábado, 25 de maio de 2019

CONHECEREIS A VERDADE - PARTILHADO DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI







Conhecereis a verdade...

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Dona Maria de Sousa Feitosa e o senhor Manoel Alves Pinto, casados, sempre moraram no Alto Parnaíba, Maranhão. Em sua pequena roça, onde falta quase tudo, tiveram quinze filhos: nove mulheres e seis homens. Entretanto, pelo fato de três filhas terem morrido bem novas (9 meses, 1 ano e 3 anos), a família ficou reduzida a apenas doze criaturas, além dos pais: seis mulheres e seis homens.
Quando nasceu a última filha, a mais velha dos doze que sobraram estava com 24 anos. Era a Guimar. Alguns vieram para Brasília, como a Guimar, que trabalha conosco uma vez por semana, como diarista, e, noutras casas, nos demais dias. Seu importante serviço consiste em passar as roupas do casal, pois nossos filhos estão casados.
Por ironia do destino, a Guimar não teve filho. Está atualmente com 55 anos e casou-se com idade avançada, por isso não procriou.
Quando fala de sua família, nossa prestimosa auxiliar demonstra bem o que é a ausência de política pública, em nosso país, voltada para o planejamento familiar e investimento na educação básica de qualidade, além da valorização do trabalho operário e criação de empregos compatíveis com a aptidão de cada pessoa. Todos são pobres e lutam com dificuldade para sobreviver. Um dos irmãos nunca saiu da casa paterna e está sempre embriagado. Enfermou da alma, ante a vivência de tanta miséria.
São essas famílias que vivem de bolsas-família no Brasil. Muitas delas, por morarem em terras inférteis, devido à ação da alta temperatura, não conseguem sobreviver onde nasceram. Para isso, juntam seus trapos e vêm para as grandes cidades, onde, por não terem formação escolar adequada, quando não são analfabetas, ocupam qualquer espaço onde possam dormir. Durante o dia, vagam pela cidade à procura de emprego, sem possuírem qualquer qualificação para o trabalho. Quando têm sorte, fazem qualquer serviço. Aprendem fazendo...
Muitas dessas pessoas, não obtendo trabalho com remuneração mínima para sua sobrevivência, vivem de mendicância, de pequenos ou grandes furtos. Outras deprimem-se, por se sentirem inúteis socialmente, aliam-se a traficantes e passam a vender e consumir drogas.
Para muitos desses nossos irmãos e irmãs, a morte passa a ser considerada uma verdadeira bênção, pois sua existência é um mar de lágrimas e de lama. É então que o trabalho dos “bons samaritanos” surge em socorro dessas pessoas. Nem todos, porém, aceitam a humilhação de viver da caridade alheia. Os mais revoltados juntam-se a outros e formam quadrilhas que matam e roubam sem qualquer escrúpulo ou medo da morte.
O governo brasileiro precisa ser austero e diminuir os privilégios de alguns milhares de cidadãos que jamais passaram fome, para atender os milhões de desesperados que, com prole imensa, imploram um emprego simples, mas com salário digno. Criar escolas que abriguem os filhos dos proletários e lhes proporcionem instrução num turno e formação profissional noutro, oferecendo-lhes café da manhã, almoço e jantar diariamente. Nos intervalos dos trabalhos e estudos, que eles tenham lazer. E que a instrução valorize a ética, os princípios morais elevados, sem imposição de crença, mas de fé e amor a Deus e ao próximo, como nos ensinam as tradições de todas as religiões e os filósofos espiritualistas.
Proporcionar formação para o trabalho e criação de empregos para todos os brasileiros e brasileiras é fundamental. Cabeça vazia, mãos desocupadas e estômago faminto são porta aberta para os espíritos malignos.
Propomos, também, criar colônias de trabalho, com segurança máxima, nas grandes extensões de terras mal aproveitadas desse nosso imenso país, que mais é um continente. Enviar para lá os criminosos. Construir escolas, bibliotecas, quadras esportivas, templos de meditação e oração, para que tais excluídos da sociedade tenham sempre com o que ocupar suas horas cotidianas e não se sintam simplesmente punidos como párias sociais irrecuperáveis. 
Proporcionar infraestrutura nesses lugares, com oportunidade de trabalho, conforme a aptidão de cada um, proporcionar-lhes lazer e conhecimento, com certificados aos de bom aproveitamento nos estudos. Dar-lhes oportunidade de refletir que não vale a pena matar, roubar, viver em vadiagem, ainda que passem o resto de suas existências nessas colônias.
Não é pela vingança que se corrigirá o malfeitor e, sim, pelo amor e pelo esclarecimento de suas almas. Para tratamento dos enfermos e dos psicopatas, criem-se hospitais especializados, a fim de que possam ser tratados humanamente.
Justiça não é vingança, é dar a cada um segundo seu merecimento, mas sem crueldade. É nisso que está contida a mensagem do Cristo: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João, 8:32).





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sexta-feira, 24 de maio de 2019

O TESOURO DOS ESPÍRITAS - PARTILHADO DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI





O Tesouro dos Espíritas

Miguel Vives y Vives

Parte 12

Damos sequência ao estudo do clássicoO Tesouro dos Espíritas, de Miguel Vives y Vives, que está sendo aqui estudado em 16 partes, com base na tradução de J. Herculano Pires, conforme a 6ª edição publicada pela Edicel.
Nosso objetivo é que este estudo possa servir para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

Questões preliminares

A. Que conselho Miguel Vives dá aos jovens espíritas?
B. Que disse Teresa de Ávila (Espírito) a Miguel Vives?
C. Que ocorre com quem foi na Terra egoísta e avaro, que tudo desejou no mundo e não foi misericordioso nem virtuoso?

Texto para leitura

138. Muito poderemos fazer se tivermos vontade. “Não deveis olvidar - diz Miguel Vives - que os que foram contados para este apostolado do Espiritismo são distinguidos pelo Alto.” (P. 147)
139. Destacando o papel dos jovens espíritas, a quem ele fala: “Sereis os mestres espíritas do futuro”, Miguel Vives adverte: “se quereis ser bons mestres no futuro, sede agora bons discípulos, até que a Providência vos chame a desempenhar mais alta missão”. (PP. 147 e 148)
140. Quando tivermos diante de nós o chamado do Espiritismo para o seu serviço, devemos aceitá-lo com gosto, recomenda Miguel Vives. “Não olheis para trás, nem para o que vos prejudica, porque às vezes, ao começar o desempenho de tão útil missão, faz-se presente a cruz, pois há de carregá-la quem tenha a missão de ensinar e conduzir os seus irmãos.” (P. 150)
141. Incentivando jovens e velhos a aceitar os encargos que lhes sejam oferecidos, Vives é categórico: “Todo o tempo que se passa na Terra, e que não serviu para o adiantamento do nosso espírito, é tempo perdido”. (PP. 151 e 152)
142. A reverência a Deus, nosso Pai, é uma constante também nas recomendações do autor, que adverte: “Tudo quanto tendes, sois e possuís, deveis a Deus, o Pai infalível e universal, autor de toda a Criação. Portai-vos, pois, como bons filhos”. (P. 152)
143. Jesus é tratado por Miguel Vives com o respeito que ele merece. “Lembrai-vos, diz ele, que o maior dos irmãos, que é o Mestre Sublime, o Senhor dos Senhores, antes que vós o conhecêsseis, antes que lhe désseis atenção, quando estávamos todos perdidos em veleidades e caprichos, deixou a Morada da Luz, afastou-se da felicidade e desceu para sofrer a brutalidade humana.” (P. 154)
144. Aos futuros mestres, Miguel Vives aconselha tomar por Mestre o Senhor: “Segui-o e amai-o muito, porque sem abnegação e sacrifício não podereis entrar no Reino de Deus. E, quando chegarem as horas de grandes provas, se o tomardes por Mestre, não ficareis órfãos da sua proteção”. (P. 154)
145. Jesus veio bem antes, para preparar os que deviam passar pelo sacrifício. E, depois do sacrifício, ficou, para guiar-nos no caminho. “Não o duvideis, jovens espíritas, o Senhor paira acima do apostolado espírita e se serve de todos os que amam e praticam a lei com justiça.” (PP. 154 e 155)
146. No último capítulo de seu livro, Miguel Vives deixa claro que a obra por ele assinada foi, na verdade, um trabalho dos Espíritos, que o inspiraram para elaborar os conselhos dirigidos aos irmãos espíritas. “Se eu – diz Vives – não pude ser fiel, se procedi como um mau intérprete dos irmãos que vivem na vida livre do espaço, este será um trabalho inútil. Não obstante, suplico: se neste trabalho houver algo de bom, que seja aproveitado, por ser obra dos seres de além-túmulo, aos quais devemos ser agradecidos. Eles não têm culpa se eu fui um mau intérprete, e, além do mais, ignorante.” (PP. 157 e 158)
147. Estando o médium em oração, apareceu-lhe Teresa de Ávila, muito formosa, que lhe disse: “Segundo as virtudes que praticardes na vida terrena, vivereis num estado mais feliz ou mais desgraçado no Espaço. Aquele que, na Terra, foi virtuoso, caridoso, compadecido, resignado e amoroso, quando deixa este mundo é semelhante ao viajor que empreende a sua viagem num dia primaveril. À medida que avança no seu caminho, o sol vai subindo majestoso no espaço e a sua viagem transborda de luz e formosura. Porque o espírito que se conduz bem, ao deixar a Terra, vai abrindo as suas faculdades à luz. E quando desperta, encontra-se em plena luz...” (PP. 160 e 161)
148. O oposto se dá com quem foi, na Terra, egoísta e avaro, que tudo desejou no mundo, que não foi misericordioso, nem virtuoso. Esse Espírito entra no mundo espiritual quando o sol se encontra no ocaso. “À medida que vai despertando, as trevas aumentam e, quando está completamente acordado, tudo ao seu redor é tenebroso e terrível. Quer saber onde está,  mas não é possível averiguá-lo. Vai de um lado para outro, e nada mais encontra, senão trevas, solidão e medo. Tudo, no espaço, lhe parece lúgubre, e então começa a desesperação.” (P. 161)
149. Concluindo a mensagem, Teresa de Ávila aconselha: “Habitantes da Terra: apressurai-vos a atrair a luz para vós, através das boas obras! Modificai vossas vidas, vós, que praticais o mal! Porque, do contrário, vossa derradeira hora será terrível e vosso despertar horroroso”. (P. 161)

Respostas às questões preliminares

A. Que conselho Miguel Vives dá aos jovens espíritas?
Afirmando que os jovens de hoje serão os mestres espíritas do futuro, Miguel assevera: “se quereis ser bons mestres no futuro, sede agora bons discípulos, até que a Providência vos chame a desempenhar mais alta missão”. Quando tivermos diante de nós o chamado do Espiritismo para o seu serviço, devemos aceitá-lo com gosto. “Todo o tempo que se passa na Terra, e que não serviu para o adiantamento do nosso espírito, é tempo perdido”. (O Tesouro dos Espíritas, 1ª Parte, Guia Prático para a Vida Espírita, pp. 147 a 152.)
B. Que disse Teresa de Ávila (Espírito) a Miguel Vives?
Teresa de Ávila, muito formosa, apareceu-lhe num momento de prece e disse: “Segundo as virtudes que praticardes na vida terrena, vivereis num estado mais feliz ou mais desgraçado no Espaço. Aquele que, na Terra, foi virtuoso, caridoso, compadecido, resignado e amoroso, quando deixa este mundo é semelhante ao viajor que empreende a sua viagem num dia primaveril. À medida que avança no seu caminho, o sol vai subindo majestoso no espaço e a sua viagem transborda de luz e formosura. Porque o espírito que se conduz bem, ao deixar a Terra, vai abrindo as suas faculdades à luz. E quando desperta, encontra-se em plena luz...” (Obra citada, pp. 160 e 161.)
C. Que ocorre com quem foi na Terra egoísta e avaro, que tudo desejou no mundo e não foi misericordioso nem virtuoso?
Teresa de Ávila diz que tal pessoa entra no mundo espiritual quando o sol se encontra no ocaso. “À medida que vai despertando, as trevas aumentam e, quando está completamente acordado, tudo ao seu redor é tenebroso e terrível. Quer saber onde está, mas não é possível averiguá-lo. Vai de um lado para outro, e nada mais encontra, senão trevas, solidão e medo. Tudo, no espaço, lhe parece lúgubre, e então começa a desesperação.” (Obra citada, pág. 161.)

Observação:
Eis os links que remetem aos textos anteriores:




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