Antes de adoecer, é preferível amar
CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Quando, após tantos
recursos utilizados, a dor persistir, um, em sua simplicidade e nobreza ao mesmo
tempo, alcançará o feito ou pelo menos abrandará demais o sofrimento: a
transcendente energia do amor.
Às vezes ou, muitas
vezes, pensamos ser autossuficientes para a realização dos fatos que somente o
amor é capaz de realizar. Na verdade, deve existir amor em todo acontecimento,
pois se sua ausência for presente, a incompreensão gerará a frieza e, por
conseguinte, a insatisfação, a discórdia e, por fim, a tristeza de ambas as
partes, do feitor e do receptor.
Algo tão surpreendente
é se sabemos que o amor é a poção mágica mais valorosa, por que, então,
deixamo-lo, em muitos casos, como quase último recurso? Talvez os resquícios do
mau comportamento ainda nos domine, talvez esses resquícios sejam ainda mais
dominantes do que imaginamos, sutilmente como orgulho, vaidade, prepotência. No
entanto, o aprendizado é abençoada oferta da vida. E todo pequenino grão haverá
de florescer. Só não devemos deixar o amor em última instância, ele deve ser o
primeiro recurso a ser utilizado.
O amor é pelo
próximo, pela vida, mas é também pelo próprio eu, pois amar o externo sem
cuidar do íntimo, certamente, é falta de amor.
Quantas doenças são
criadas por falta dessa transcendente energia. Se o amor transcende mundos, é
preciso também que ele fique no coração, em cada ser que a vida habita, além de
causar a melhor sensação existente, ele evita todo tipo de enfermidade. Não é
sábio adoecer por falta de amor, e, infelizmente, todos já passamos em alguns
momentos por isso. Ah, Senhor, nos ilumine para aprendermos sempre!
Insistimos em
inumeráveis infelizes maneiras, em gastos extremos, em dores e sofrimentos
sendo que uma simples ação amorosa poderia evitá-los.
Se for preciso
reconhecer que o caminho está inadequado, reconheça; caso a palavra ofensiva
ganhe destaque, procure enfraquecê-la; ainda se tantos erros foram cometidos,
respire para os passos à frente; se a exigência impera, então, que a lembrança
dos pacientes companheiros em nossa vida possa ser restaurada; caso os fatos
demorem a se estabelecer, observar que muitos outros precisam acontecer antes;
ainda se a dor for a visitante, o amor é a mais decisiva certeza em todo tempo
até a eternidade.
As preocupações com
as outras pessoas, com o julgamento insensato já arruinaram homens e mulheres
e, muitas vezes, o amor, por estar em secundário plano, não pôde aflorar a
bondade e a luz. E tanta desventura e dor foram sentidas. Infelizmente
histórias tristes do passado se repetem no presente pelas mesmas atitudes. Mas
o amor é a maior energia que transcende.
Se estradas secas e
duras já foram percorridas, que cheguem agora as floridas e benfazejas, com
paz, contentamento e plenitude; isso é tão real. Não deixemos o amor atrás do
orgulho, vaidade e egoísmo, mas possamos colocá-lo diante dos nossos olhos e
imerso em nossa vida. Ele deve ser o regente da sinfonia dos dias, com calma,
um amanhecer por vez. Ele deve estar como na cantiga que certo dia ouvi cuja
avó cantava para a neta: “Assim como o sopro do vento entra e refresca o lar,
assim também o amor pode entrar em cada coração e curar ainda muitos outros ao
redor”.
O amor mantém a
saúde do corpo, da alma, do espírito em todos os tempos e mundos.
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