Reflexões à luz do Espiritismo
Suicídio: a importância da prevenção
Com o importante
apoio do IDE – Instituto de Difusão Espírita, de Araras-SP, desenvolve-se em
nosso país uma importante campanha cujo objetivo principal é esclarecer a
população acerca do tema suicídio e, com isso, reduzir a sua incidência, que
atingiu nos últimos anos um incremento jamais visto.
A campanha a que nos
referimos parte do pressuposto de que o tema suicídio não pode mais ficar nas
sombras e que é preciso falar sobre ele de forma aberta e clara, visto que sua
prevenção começa com o esclarecimento. Afinal, estamos diante de uma questão de
saúde pública e é assim, de forma clara e transparente, que as questões dessa
natureza devem ser tratadas.
Na revista “O
Consolador” o tema suicídio, suas causas e suas consequências já foi por nós
examinado em mais de uma ocasião.(1) Existe, no entanto, um aspecto relacionado
com o tema que nos parece fundamental no tocante à questão da prevenção.
Como já escrevemos
oportunamente, as provas, as dificuldades, as vicissitudes e as tentações fazem
parte do processo evolutivo e, dada a sua natureza, não desaparecerão do nosso
caminho simplesmente porque nos esclarecemos.
Já lidamos com
pessoas bem informadas com relação ao suicídio que tentaram matar-se mais de
uma vez, o que não se deu porque acabaram socorridas a tempo. Conversando com
elas, disseram-nos que, quando a ideia mórbida é insistente e o assédio é muito
grande, dificilmente a pessoa se lembra do que aprendeu ou reúne forças para se
conter.
Avulta, então, a
necessidade da oração constante e da vigilância, tal como recomendado por Jesus
em uma frase que todos conhecemos: Vigiai e orai para não cairdes em tentação!
É inevitável que
lembremos aqui a resposta que os instrutores espirituais deram a Kardec com
respeito à influência exercida pelos maus Espíritos, que adiante reproduzimos:
469. Por que meio podemos neutralizar a influência dos
maus Espíritos?
“Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a
influência dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejem ter
sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus
pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as
paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que
esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração
dominical, vos ensinou a dizer: ‘Senhor! não nos deixes cair em tentação, mas
livra-nos do mal’.” (O Livro dos Espíritos, questão 469.)
Se o conselho dado
pelos imortais funciona contra uma influência externa – a que é exercida pelos
maus Espíritos –, ele há de certamente funcionar contra as influências
internas, as que vêm de nossas inclinações infelizes, que são o que gera, como
sabemos, as chamadas tentações e boa parte dos processos obsessivos.
A prevenção do
suicídio requer, como se vê, uma conjunção de fatores que se inicia com o
esclarecimento, mas não se esgota nele.
Trata-se de um
objetivo maior e muito mais amplo, que nos ajudará na superação das
dificuldades e vicissitudes inevitáveis no processo reencarnatório.
Referimo-nos ao
equilíbrio de nossa alma, convictos de que uma alma equilibrada será capaz
sempre de deparar e superar qualquer desafio, por mais doloroso que seja, sem
se deixar levar pelo enganoso recurso da evasão, ciente de que o suicídio não
resolve problema nenhum, simplesmente o agrava.
(1) Eis os títulos e os links pertinentes aos textos publicados
sobre o tema:
Suicídio: opção tola e inútil:
Quando o silêncio não ajuda:
O suicídio e suas nefastas consequências:
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