Não seja besta
partidária
Brasileiro que tem o mínimo respeito pela sua dignidade, que
tem pelo menos um mínimo de inteligência, jamais coloca partido político
acima da sua razão, porque tem consciência de que, assim como um hospital
precisa de médicos competentes para dirigi-lo, assim como a
construção de uma grande ponte precisa de engenheiros competentes
para garantir a sua segurança, as companhias aéreas precisam de pilotos
competentes para conduzir as suas aeronaves a política também
deveria depender de gente competente para desempenhar os diversos
cargos.
A quem deveria ser confiada a condução de um
Ministério?
Ao mais competente homem afim com a área a que se
destina. Se for da Saúde, a um excelente médico e administrador, se for da
Agricultura, a um competente brasileiro na área da Agricultura... etc..,
mas infelizmente não é assim, o ministério sempre tem que ser ocupado por
uma indicação do partido coligado, onde a condição “sine qua non”
para a indicação é saber se o elemento topa fazer as jogadas políticas, as
malandragens das licitações fraudulentas e toda a safadeza que a política
partidária contempla.
Transformar em vereador, deputado ou senador uma besta
quadrada qualquer, só porque é líder de passeatas, líder de fazer greves,
de sindicatos, habituado a falar mal dos outros, líder de uma determinada
igreja ou vive subindo em palanques para se dizer defensor dos pobres é
uma das maiores burrices que um cidadão pode fazer em relação ao seu
país.
Acreditar que apenas um partido é representação dos
“trabalhadores” é a mesma coisa que acreditar num outro que se dissesse
representante das pessoas que tem bunda.
Afinal de contas, existe alguém que não tenha
bunda?
Da mesma forma, existe alguém no País que não seja
trabalhador?
A sua mãe, em casa, trabalha o dia inteiro na limpeza
da casa, no preparo do alimento, nos cuidados com a roupa da família,
etc... Os médicos, que são considerados elites e burguesia, também
trabalham com uma responsabilidade enorme para cuidar da saúde dos seus
pacientes, sujeitos a serem responsabilizados e até serem presos caso
alguém venha a óbito e os familiares atribuam a morte a um possível erro
dele. Nenhum outro trabalho está sujeito a tal risco.
O dono da padaria, considerado elite e burguesia por ter uma
empresa, também dá um duro enorme o dia inteiro para administrar e operar
o seu empreendimento.
Por que todo cidadão brasileiro que se empenha nos
estudos, se mata para concluir um curso superior, forma-se numa
determinada profissão, dedica-se por ser um profissional de destaque e, em
decorrência disto, passa a ter uma vida de sucesso e conseqüentemente um
confortável padrão econômico financeiro, generalizadamente passa a ser
considerado elite, burguesia e responsável por todos os males que ocorrem
com o segmento populacional considerado mais pobre?
Por que para ser digna no Brasil a pessoa tem que ser
pobre e miserável?
A entrada na Universidade então é a entrada na escola
do crime?
Lamentavelmente esta é a conclusão que se chega a
considerar que todas as pessoas que se formam e conseguem ficar bem
sucedidas na vida, necessariamente são enquadradas como elites e
burguesias, e passam a ser responsáveis pela desgraça das classes de menor
poder aquisitivo.
E haja cacete em cima delas. Se os que ganham mais,
naturalmente já pagam mais impostos, por ação da matemática no campo da
proporcionalidade, por que o governo determina que a essas pessoas têm
ainda que extorquir mais?
Não é uma forma de punir e castigar o cidadão pelo fato
de ter estudado, ter se empenhado e vencido na vida, como se dissesse a
ele:
- “Quem mandou você
estudar, seu trouxa? Você teria que ficar na vagabundagem, nos bares
tomando cachaça, jogando bilhar e esperar que o governo providenciasse
dinheiro, subtraído dos produtivos, para sustentar os filhos que você
coloca no mundo”.
Implicitamente está caracterizado que existe na
filosofia do governo uma certa raiva dos que estudam, que se forma e que
alcança sucesso na vida.
Não deu pra perceber essa onda de ódio que existe
contra os médicos, por exemplo?
Inventaram uma campanha de jogar a população contra os
médicos, com uma pergunta de interesses políticos: “Cadê os médicos, que não estão nas pequenas cidades do
interior?”
Quando na verdade deveriam perguntar: “Por quais motivos os médicos não estão querendo vir
para as cidades do interior?”
As pessoas não sabem que as prefeituras não pagam os
médicos, enrolam os médicos, prometem pagar uma coisa e na hora do “vamos
ver” pagam outra, não dão condições de trabalho, não investem nos postos
de saúde, raio X não funciona, ultra sonografia não funciona, ambulância
está quebrada a mais de um ano... e querem que eles façam
milagres.
Muitas são as malandragens da política e demandaria
escrever um livro para falar sobre algumas delas.
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