sábado, 23 de janeiro de 2016

NÃO HÁ MAL QUE SEMPRE DURE...POR: JORGE LEITE DE OLIVEIRA jojorgeleite@gmail.com De Brasília-DF

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JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Começo com uma frase de Noam Chomsky, linguista: “Se não acreditamos em liberdade de expressão para gente que desprezamos, não acreditamos nela de forma nenhuma”. (Seleções Reader’s Digest, jan. 2016, p.35). Para muitas pessoas, nada é mais irritante do que ser contrariada em suas ideias, especialmente no que se refere à política ou à religião.
Hoje, falar-lhe-ei, caro leitor, sobre o primeiro tema. Tenho um amigo que foi militar do Exército durante mais de duas décadas. Exatamente 22 anos. Em plena “ditadura”.
Está falando de cátedra, portanto, quando se refere à instituição de uma das três Forças Armadas. Segundo Joteli (ou você pensou que era outro o amigo, meu prezado leitor?), a instituição militar é um verdadeiro modelo no que tange à disciplina e à hierarquia. Em sua época, o Estatuto dos militares – E1 era o seu terror, tal o rigor das normas disciplinares desse regulamento.
Joteli serviu, no Rio de Janeiro, na 5ª Brigada de Cavalaria Motorizada, na época comandado pelo Gen. Walter Pires de Carvalho e Albuquerque, cujo rigor militar era deveras conhecido. Certa vez em que meu secretário estava de plantão, o comandante, ao passar pelo sentinela do quartel e observar que este estava um pouco relaxado em sua posição de sentido, mandou dobrar a guarda.
Ah, você não sabe o que é “dobrar a guarda”? É ficar mais 24 horas de plantão no quartel depois de um período igual, já bastante cansativo e mal dormido.
Hoje em dia, apenas para citar um exemplo, um cidadão com três passagens pela polícia joga o carro em cima de uma família, que passeava com um carrinho de bebê na calçada, simplesmente por ter o carrinho encostado, acidentalmente, em seu carro e o delegado diz que vai ouvir o criminoso, pois ele poderá alegar (e já diz o que este pode dizer como justificativa) que fez isso só para assustar a família, mas não tinha intenção de machucar ninguém. A mãe da criança ficou com a perna ralada e ainda se encontra ralada de raiva, só para usar uma figura de linguagem chamada aliteração.
Sabe no que vai dar o caso, cidadão? Deixo a resposta a você.
A honestidade dos militares e seu amor à Pátria, entretanto, são outras características que os credenciam como cidadãos altamente confiáveis, caso seja necessária sua convocação para manter a segurança ordeira e disciplinada de nosso povo, quando esses mandriões da pátria forem daqui defenestrados. Por isso, é de entristecer o fato de atualmente ouvirmos o brado de altas patentes militares indignados com o rumo tomado por nosso país, ante os desmandos de um governo sem ética e corrupto.
O último manifesto proveniente do Clube Militar é o de um general carioca que intitula seu comunicado como “E o crime venceu uma vez mais”.
Entre outras constatações, arrola Sua Excelência as seguintes:
a) o fracasso da segurança pública no Rio de Janeiro, com a vitória do crime organizado, o que obriga as unidades de polícias pacificadoras – UPPs a fazerem acordos informais com criminosos;
b) queixas de policiais sobre a falta de apoio, de munição, alimentação adequada e atraso de salários;
c) receio do general de que se não forem definitivamente “extinguidos” os marginais “nos destroem”.
Por fim, constata que o Rio não está em condições de sediar um evento global como são as Olimpíadas.
Data vênia, discordo, general, de sua constatação final (rimou sem querer, Excelência). O Rio de Janeiro tem, sim, plenas condições de sediar esse e outros eventos internacionais.  Com o dinheiro da Petrobras que está sendo “repatriado” por nossa presidenta, com o aumento dos impostos e da gasolina, com a convocação das três Forças Armadas, do Ministério Público, das polícias militares, civis, federais, paraquedistas e corpo de bombeiros para darem cobertura aos atletas dos quatro cantos do mundo, com certeza, esse será o período de maior calmaria nos ventos, mares e terras cariocas.
O problema é que depois das Olimpíadas, como diria V. Exª, “tudo ficará como dantes, no quartel de Abrantes”. Então, general, acalme-se, pois, como dizem os americanos: “o crime não compensa”.
Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com

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