JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
A última semana acabou com uma triste notícia.
Sabeis que foi a execução do Marco Archer. Comoção nacional, hipócritas
e outros adjetivos foram citados na mídia sobre o caso.
Após clamar inutilmente por clemência ao Governo da
Indonésia, Archer deixa seu alerta, que aproveita a algumas pessoas de
bom-senso e juízo: "A droga só tem dois caminhos: prisão e morte".
Lembrou-me a crônica que escrevi alhures sobre
Tomás Coelho, um dos brasileiros mais ilustres da última geração do Império,
falecido em 22 de setembro de 1895, publicada em A semana. No mundo
econômico, exerceu análoga influência que tinha no mundo político. Em sua
memória, foi fundado o bairro Tomás Coelho, no Rio de Janeiro, em 1981.
Alguém se lembra dele? Assim é a vida. Assim como
nosso nobre político foi quase chefe de governo, o que só não se deu devido à
queda do Império, também em alguns dias mais Archer será esquecido, inclusive
pela mandatária de nossa nação, que já "não se lembra" das promessas
de campanha. Afinal, "numa campanha, faz-se o diabo". E foram
tantas...
Vejamos algumas promessas eleitorais publicadas
nesta semana por alguns órgãos da Imprensa, e o que de fato vem ocorrendo:
Promessa
|
Realidade
|
1. Não
haverá tarifaço.
2. Não
haverá aumento dos juros.
3. Não
mudam os direitos trabalhistas.
4.
Ampliação do "mais médicos".
5. "Brasil,
pátria educadora."
|
1.
Previstos aumentos de tarifas em até 30%.
2. O BC
aumentou os juros.
3.
Cinco direitos trabalhistas foram alterados.
4. A
"saúde pública" no Brasil está um caos.
5. O
MEC foi quem teve maior corte de verbas.
|
E estamos apenas no início do seu segundo mandato.
"No mundo infernal há cinco terrores e
tormentos: amargura moral, uivos terríveis, trevas horríveis, calor
inextinguível, sede insaciável e penetrante mau-cheiro", dizia John
Heydon. Infelizmente, em nossos dias, tais "ameaças" não mais
assustam ninguém. Que pena!
Falta-nos refletir sobre o que Jung denominou de
predomínio do inconsciente. Disse ele que "A aparição dos ditadores e de
toda a miséria que eles trouxeram provém de que os homens foram despojados de
todo o sentido do além, pela visão curta de seres que se acreditavam muito
inteligentes." (In: Memórias, sonhos, reflexões. Ed. Nova
Fronteira, 1986, p. 82).
Eu, se pudesse modificar a legislação eleitoral,
proporia um artigo que impusesse a "lei de responsabilidade verbal".
Tudo o que o político prometesse em campanha teria de ser obrigado a cumprir. Duela
a quien le duela.
Lembrando o alerta de Archer, parodio a estrofe do
poema O tempo, do nosso Olavo Bilac:
Trabalhai, porque a vida é eterna,
E não há moratória pras cocas,
Não viveis muito tempo na Terra,
Não façais nenhum uso das drogas.
Mas não falemos mais sobre política e economia.
Deixemos "aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos".
Vamos cantar com https://www.youtube.com/watch… e esquecer as mágoas,
pois vivemos para ser felizes e não para ser os profetas do caos.
Visite, quando puder: www.jojorgeleite.blogspot.com
Postado
por Astolfo Olegário de Oliveira
Filho às 06:30 0 comentários
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