quinta-feira, 2 de junho de 2016

PÉROLAS LITERÁRIAS (153)

Pérolas literárias (153)



Vozes da morte 
Antero de Quental
No mundo para vós ainda impreciso,
Que a ciência da Terra não pondera,
Eu via a morte, em forma de quimera,
Como um anjo de dor, vago e indeciso.
E murmurei: - “Ó morte, eu bem quisera
Que me desses no nada um paraíso!...
Por que, anjo na dor, se faz preciso
Da tua espada que nos dilacera?”
E ela disse: - “Sou a própria vida errante,
Vida renovadora e triunfante
Que tudo envolve em luz resplandecente,
“Para que eu leve a alma à glória eleita
De ser pura e sublime, alva e perfeita,
É preciso lutar eternamente!”
Do livro Lira Imortal, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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