Pérolas literárias (153)
Vozes da morte
Antero de Quental
No mundo para vós
ainda impreciso,
Que a ciência da
Terra não pondera,
Eu via a morte, em
forma de quimera,
Como um anjo de dor,
vago e indeciso.
E murmurei: - “Ó
morte, eu bem quisera
Que me desses no
nada um paraíso!...
Por que, anjo na
dor, se faz preciso
Da tua espada que
nos dilacera?”
E ela disse: - “Sou
a própria vida errante,
Vida renovadora e
triunfante
Que tudo envolve em
luz resplandecente,
“Para que eu leve a
alma à glória eleita
De ser pura e
sublime, alva e perfeita,
É preciso lutar
eternamente!”
Do livro Lira Imortal, obra mediúnica
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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