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Gerson
Simões
Monteiro
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No dia 25 de dezembro
comemoramos o nascimento
de Jesus, o Espírito
mais puro e mais
perfeito que viveu neste
mundo. A Sua mensagem
começa na manjedoura,
exemplificando a
humildade, e termina na
cruz, perdoando os seus
algozes. Toda a
existência de Jesus foi
dedicada ao bem,
doando-se integralmente
a todos. Viveu somente
para servir e ajudar,
sem exigir gratidão ou
recompensa. Não há um
gesto em toda a Sua vida
que não tenha sido para
amparar os necessitados
e os vencidos da Terra.
A missão de Maria
– Para o Espiritismo,
Jesus é “o Caminho, a
Verdade e a Vida”,
conduzindo a humanidade
para Deus. É também o
modelo de perfeição
moral, cujos ensinos
vivenciados por Ele e
registrados no Evangelho
asseguram, a todos que
os seguirem, a conquista
da evolução espiritual.
No entanto, Jesus, mesmo
na condição de
Governador Espiritual do
nosso planeta, precisou
de um coração materno
para recebê-lo como
filho. Foi justamente a
Maria de Nazaré que Deus
confiou essa missão,
pelas qualidades do
elevado Espírito que
era, sobretudo a
humildade e o acendrado
amor ao próximo.
Dificuldades de Maria e
José
– Em razão do adiantado
estado de gravidez de
Maria, José procurou em
Belém a estalagem de
Abias, que de imediato
negou pousada para os
dois, além de ainda
olhar maldosamente para
Maria e dirigir gracejos
irreverentes a José. O
casal, também pedindo
hospedagem a Joroão,
usurário que alugava
quartos, de pronto
recebeu dele a negativa
de acolhê-los. Porém, ao
examinar a beleza de
Maria, chamou à parte
José e perguntou se ela
era filha de escravos,
que pudesse comprar.
Depois disso, o casal
buscou a pensão de
Jacob, que também
declarou ser impossível
ceder o alojamento para
os viajantes. Contudo,
ao fixar-se em Maria,
perguntou abertamente
como um velho tinha a
coragem de exibir uma
jovem daquela raridade
pelas ruas.
A intervenção de Gabriel
– Apesar de todos
esses acontecimentos
lamentáveis, a verdade é
que José e Maria eram
acompanhados
espiritualmente por uma
legião de Espíritos
sábios e magnânimos, a
cuja frente se destacava
Gabriel, o mesmo que
anunciou a Maria o
nascimento de seu filho
– Jesus. Diante dessa
difícil situação, o
abnegado Gabriel,
ajoelhando-se nas ruas
empedradas de Belém,
rogou fervorosamente o
amparo de Deus,
recebendo orientações de
diversos Emissários
Celestiais das mais
altas regiões da
espiritualidade, para
que Maria pudesse
conseguir pousada e ter
seu filho em local
seguro. Foi quando esses
Emissários deliberaram
que a única segurança
para o nascimento de
Jesus se achava no
estábulo e, por isso
mesmo, inspiraram José e
Maria a seguir em
direção ao abrigo dos
carneiros e dos bois.
Os animais na mesa
natalina
– Tais fatos, narrados
pelo orientador
espiritual Ebenezer Bem
Aquim e anotados pelo
Espírito Humberto de
Campos, estão publicados
na Antologia
Mediúnica do Natal,
obra psicografada pelo
médium Chico Xavier. Ao
final de seu comentário
bem-humorado, Chico
lembra que se não fossem
os animais anfitriões da
estrebaria talvez a
Boa-Nova trazida por
Jesus tivesse tido seu
aparecimento retardado,
e deixa no ar a
pergunta: “Não será isso
motivo para que os
animais neste mundo não
sejam mortos para
festejar o Natal?”.
Pense bem, e homenageie
o aniversariante do dia
25 sem animais assados
na mesa natalina.
A grandeza espiritual de
José
– “José da Galileia foi
um homem tão
profundamente espiritual
que seu vulto sublime
escapa às análises
limitadas de quem não
pode prescindir do
material humano para um
serviço de definições.”
O conceito é do
benfeitor espiritual
Emmanuel, em mensagem
psicografada por Chico
Xavier. Foi exatamente
pela sua grandeza
espiritual que José
mereceu a confiança das
Forças Divinas que
presidiram a vinda de
Jesus à Terra.
É importante ressaltar
que foram confiadas a
José as vidas de Maria e
Jesus, desde a
estrebaria, em Belém,
onde Maria deu à luz seu
filho em segurança, e
depois na fuga para o
Egito, para salvar o
pequeno Jesus da morte
ordenada por Herodes,
até o regresso deles a
Nazaré. Esse homem,
embora honrado duas
vezes pela solicitação
de um anjo, nunca se
vangloriou dessa dádiva
em sua vida.
A primeira solicitação
feita a José da Galileia
foi quando da gravidez
de Maria. Antes de
coabitarem, ele resolveu
se afastar de Maria
secretamente, na
intenção de evitar a sua
difamação. Ao pensar
nisso, eis que um anjo
do Senhor lhe apareceu
em sonho, dizendo-lhe:
“José, filho de Davi,
não temas receber a
Maria, porque o que nela
foi concebido é obra do
Espírito Santo. Ela dará
à luz um filho, ao qual
porás o nome de Jesus”.
Já a segunda aconteceu
quando José foi avisado
outra vez em sonhos, por
um Emissário Celestial,
para que fugisse com sua
família em direção ao
Egito. Se de José não
temos muitas
informações, é porque
passou no mundo dentro
do divino silêncio de
Deus, exemplificando a
humildade, a dedicação
ao trabalho e o amor à
família.
A melhor homenagem
– Na véspera ou no dia
de Natal, se você
pretende homenagear de
fato o aniversariante
inesquecível que é
Jesus, ampare os irmãos
relegados à miséria e à
dor. Ofereça uma singela
flor ao doente
abandonado e esquecido
no leito do sofrimento.
Alimente com o pão que
lhe sobra da mesa a
viúva cercada dos filhos
famintos. Estenda a sua
mão aos irmãos
presidiários. Abrace os
velhinhos recolhidos aos
asilos e casas de
assistência. Experimente
conversar também com os
irmãos que residem nas
calçadas frias, e, se
possível, sirva uma
xícara de leite, adoçada
com a sua generosidade.
Visita de Jesus à Terra
– Por certo, depois da
plena doação do amor,
você ouvirá dentro de
sua alma as
inesquecíveis palavras
do Mestre: “Em verdade
vos digo, todas as vezes
que isso fizestes a um
destes mais pequeninos
dos meus irmãos, foi a
mim mesmo que fizestes”.
E não se esqueça de que
entre onze da noite e
uma da madrugada do dia
de Natal, Jesus vem à
Terra para amparar os
sofredores e os
esquecidos nas ruas, nos
lares, nos hospitais,
nas prisões, enfim, em
toda a parte, segundo
revelação do médium
Chico Xavier.
Numa dessas visitas ao
nosso mundo no dia de
Natal, Jesus acolheu a
alma de Mariazinha,
menina que morreu com
fome, cansada e doente,
estirada numa calçada de
uma cidade brasileira.
Ao assistir a esse fato
na vida espiritual, a
poetisa cearense
Francisca Clotilde fez a
sua narrativa em versos
pela mediunidade de
Chico Xavier, sob o
título “Conto de Natal”,
publicado no livro
“Antologia Mediúnica do
Natal”:
A noite é quase
gelada...
Contudo, Mariazinha
é a menina de outras
noites
que treme, tosse e
caminha...
Guizos longe, guizos
perto...
é Natal de paz e amor.
Há muitas vozes
cantando:
– “Louvado seja o
Senhor!”.
A rua parece nova
qual jardim que
floresceu.
Cada vitrine enfeitada
repete: “Jesus nasceu!”
Descalça, vestido roto,
Mariazinha lá vai...
sozinha, sem mãe que a
beije,
menina triste, sem pai.
Aqui e ali, pede um
pão...
Está faminta e doente.
– “Vadia, saia
depressa!” –
é o grito de muita
gente.
– “Menina ladra!” –
outros dizem.
– “Fuja daqui, pata
feia!
Toda criança perdida
deve dormir na cadeia.”
Mariazinha tem fome
e chora, sentindo em
torno
o vento que traz o aroma
do pão aquecido ao
forno.
Abatida, fatigada,
depois de percurso
enorme,
estira-se na calçada...
Tenta o sono, mas não
dorme.
Nisso, um moço calmo e
belo
surge e fala, doce e
brando:
– Mariazinha, você
está dormindo ou
pensando?
A pequenina responde,
erguendo os bracinhos
nus:
– Hoje é noite de Natal,
estou pensando em Jesus.
– Não recorda mais
alguém?
E ela, a chorar, disse:
– Eu
penso também, com
saudade,
em minha mãe que
morreu...
– Se Jesus aparecesse,
que é que você queria?
– Queria que ele me
desse
um bolo da padaria...
Depois de comer, então
– Ela, a pobre, sorriu
contente –
queria um par de sapatos
e uma blusa grande e
quente...
Depois... Queria uma
casa,
assim como todos têm...
Depois de tudo... eu
queria
uma boneca também.
– Pois saiba,
Mariazinha,
eu lhe digo que assim
seja!
Você hoje terá tudo
aquilo que mais deseja.
– Mas, o senhor quem é
mesmo?
E ele afirma, olhos em
luz:
– Sou eu, amigo de
sempre,
minha filha, eu sou
Jesus!...
Mariazinha, encantada,
tonta de imensa alegria,
pôs a cabeça cansada
nos braços que ele
estendia...
E dormiu, vendo-se
outra,
em santo deslumbramento,
aconchegada a Jesus
na glória do firmamento.
No outro dia, muito
cedo,
quando o lojista abre a
porta,
um corpo caiu, de
leve...
a menina estava morta.
Fonte: Retirado de o Consolador uma Revista Semanal de Divulgação da Doutrina Espírita
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