Marcos André
Papa:
Vereador em
Ribeirão Preto,
o confrade
fala-nos sobre a
relação que existe entre Política e Espiritismo e qual é,
diante disso, a postura ideal do espírita
relação que existe entre Política e Espiritismo e qual é,
diante disso, a postura ideal do espírita
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Como medir o nível de amadurecimento político do País, considerando o conhecimento espírita que nos amplia a visão?
Amadurecemos
politicamente,
mas ainda temos
muito a avançar.
A Democracia
Representativa
no Brasil está
praticamente
falida. Elegemos
representantes
que não vêm
trabalhando
pelos reais
interesses da
sociedade e sim
pelos seus
próprios, em
conluio com os
poderes
econômicos, num
círculo vicioso
cruel e
insustentável.
Urge evoluirmos
para a
Democracia
Participativa,
na qual
pressionamos os
eleitos e
concursados a
executarem a
agenda
necessária a
cada comunidade.
Sem isso,
continuaremos a
pagar impostos
caríssimos e ter
serviços
públicos ruins,
o que nos obriga
a pagar duas
vezes, pela
segurança,
educação e saúde
por exemplo.
Conferimos
nossa evolução
humana e
política no
texto "As
Aristocracias",
de Kardec, que
nos proporciona
um olhar
panorâmico desde
a aristocracia
da força física
até a
intelectual,
mostrando que
rumamos para a
aristocracia
intelecto-moral.
Isso nos anima,
mas ainda temos
muito a fazer.
De que forma
ligamos os temas
Política e
Espiritismo?
Pela caridade!
Exercendo
cidadania,
exigindo nossos
direitos e
levando a quem
não tem o que a
Vida nos deu,
graças a Deus.
Aprendemos a
fazer o bem para
sermos felizes e
não para ir ao
"céu". Quando
decididamente
levarmos essa
atitude para o
exercício da
cidadania,
promoveremos a
maior revolução
pacífica a que a
Terra já
assistiu. À
medida que nos
sensibilizarmos
pelas
necessidades da
comunidade e
assumirmos mais
espaços nas
instituições
públicas,
teremos
preponderantemente
pessoas éticas
promovendo as
transformações
necessárias ao
bem comum.
A atuação
política do
adepto espírita
está facilitada
ou dificultada
nos dias atuais,
diante dos
imensos desafios
sociais?
Facilitada. O
campo está
aberto para
abraçarmos
compromissos no
campo da
política.
Precisamos agir
à moda espírita
fazendo política
por amor. A
ganância se une
facilmente para
dominar. O amor
é mais forte que
a ganância, mas
precisa de mais
ação e menos
indiferença. O
"feixe de varas"
mais forte hoje
é o da ganância.
Estamos formando
o "feixe de
varas" do amor
em benefício de
todos. É
simples: quando
tivermos pessoas
éticas e
talentosas
ocupando
posições
estratégicas, o
bem reinará com
mais agilidade.
Reencarnamos
numa sociedade
com muitas
necessidades,
portanto nossas
oportunidades de
serviços são
divinamente
grandes. Todas
as gerações
tiveram suas
dificuldades.
Estamos
preparados para
enfrentar as
nossas; basta
arregaçarmos as
mangas,
ocuparmos
espaços nas
instituições e
reformá-las,
inspirados pelos
valores cósmicos
universais
revelados pelo
Cristo,
relembrados e
explicados pelo
Espiritismo.
Qual o maior
obstáculo ao
cumprimento
ideal político
saudável,
considerando os
objetivos do
partidarismo
político?
O partido deve
permitir que
seus filiados
elejam seus
dirigentes;
poucos são assim
no Brasil. A
maioria deles
possui
presidentes com
poderes
imperiais que
nomeiam quem
lhes atendem aos
interesses
eleitoreiros de
cada eleição,
desconsiderando
a realidade de
cada cidade.
Cada cidadão
deve conferir se
o partido do seu
candidato
preferido é
realmente um
partido político
ou uma
agremiação de um
dono. Se não
encontrarmos um
partido que
espelhe melhor
os nossos
ideais, podemos
e devemos fazer
política fora
dos partidos
políticos. Os
Conselhos de
Direito criados
pela
Constituição de
1988 para a
população
determinar sua
pauta de
necessidades ao
poder público
estão ocupados
pelos governos
porque a
sociedade ainda
não acordou para
isso e é do
interesse do
poder político
estabelecido que
continue
dormindo e
dizendo que não
gosta de
política, pois
assim age como
bem quer. Há o
Conselho
Municipal de
Educação, de
Saúde, de
Cultura, de
Segurança etc.
Cada um de nós
tem uma aptidão
e pode
colocar-se a
serviço de sua
comunidade num
desses
Conselhos. Dá
trabalho, mas o
amor deve
prevalecer e
aprendemos com
Chico que com
"disciplina,
disciplina e
disciplina"
produzimos
maravilhas que
antes não
acreditávamos
ser capazes.
Por que a
política seduz
tanto a ponto de
corromper
muitos?
O poder não muda
ninguém; ele
revela! Se já
realizamos em
nós os valores
éticos
universais de
justiça,
fraternidade,
caridade e
lealdade, por
exemplo, nada
nos corromperá.
Se estamos
realizando aos
poucos, posto
que reencarnados
na Terra, é bom
lembrar que
muito em breve
estaremos
reunidos perante
a Vida com
aqueles que
intercederam em
favor do nosso
reencarne, os
que nos ajudaram
a escrever o
nosso
planejamento
reencarnatório e
nos será
perguntado o que
fizemos dos
talentos que nos
foram confiados.
Todos
reencarnamos com
tendências; hoje
somos a síntese
de um processo
evolutivo
multimilenário.
Escolher quais
tendências
alimentar, o que
plantar, é da
nossa conta. A
colheita será
obrigatória.
Aprendemos que
"a cada um será
dado segundo
suas obras".
Qual a postura
ideal do
espírita diante
da política?
Defender o
interesse
público sempre,
incondicionalmente,
e primar por
ações que venham
dar
transparência ao
trato com a
coisa pública.
Usar o
instrumento da
política para
servir à
comunidade e não
para servir-se
dela. André
Luiz, em
Conduta Espírita,
nos oferece
excelente
orientação: "nos
embates
políticos,
situar em
posição clara e
definida as
aspirações
sociais e os
ideais espíritas
cristãos, sem
confundir os
interesses de
César com os
deveres para com
o Senhor". Tem
sido desafiador
e estimulante
viver isso na
prática.
O que dizer da
consciência de
voto?
Imprescindível.
Precisamos de
caridade para
com todos,
porque vivemos
em sociedade.
Devemos cuidar
da cidade.
Cuidando da
cidade, cuidamos
das pessoas que
vivem conosco e
nos livramos dos
políticos
clientelistas
que dependem da
perpetuação da
desgraça para
fazerem favores
individuais e
terem vida longa
na política. O
voto é a
oportunidade que
temos de separar
o "joio do
trigo". Urge
aprimorarmos as
leis eleitorais,
como as
sociedades
desenvolvidas
fizeram, mas
enquanto as
regras forem
essas,
precisamos
usá-las com
inteligência em
benefício de
todos.
E as grandes
reformas
políticas de que
o país precisa,
em que estágio
se encontram?
Muito atrasadas,
porque ferem
interesses
cristalizados
por uma
burocracia
ineficiente e
vampiresca.
Quando a
sociedade tomar
a sábia decisão
de cuidar do que
é dela, aos
poucos
promoveremos
mudanças
saudáveis.
Como formar uma
mentalidade
política
saudável no
grande público?
Somos
divinamente
vocacionados
para a
fraternidade,
mas ainda
estamos
egoístas. Somos
uma família
universal e
precisamos
despertar para a
necessidade de
uma postura
socialmente
fraterna.
Seremos cobrados
por isso porque
as oportunidades
estão diante de
nós, mas cada
alma faz seu
próprio
despertar.
Aprenderemos
pelo amor e pela
dor a assumir
atitudes em
defesa de uma
sociedade mais
justa e fraterna
e para isso
fatalmente
deveremos nos
envolver com
questões
políticas. Somos
comandados por
políticos. Eles
criam as leis
que regulam
nossa vida em
sociedade. Ou
tomamos a
iniciativa e
reagimos, ou
regularão nossas
vidas como bem
entendem.
Aprenderemos a
identificar os
profanadores dos
ideais de
progresso e
justiça e os
baniremos da
vida pública.
Algo marcante
que gostaria de
acrescentar?
A sociedade, o
cidadão comum,
precisa
urgentemente
oferecer apoio
político aos
que, por amor,
abraçaram
trabalhos no
campo da
política, do
contrário, os
operadores
políticos
tradicionais
continuarão a
controlar tudo
segundo seus
interesses
gananciosos e
não os da
comunidade. Os
modernos
"vendilhões do
templo" oferecem
apoio político
aos seus
escolhidos. Os
traficantes, os
prevaricadores,
etc., oferecem
apoio e depois
cobram de seus
eleitos o
retorno de seus
"investimentos".
Precisamos
romper esse
círculo vicioso
oferecendo apoio
àqueles que
realmente
desejam servir à
sociedade. Aqui
um cuidado:
sempre perguntar
ao pretendente
de nosso apoio o
que ele já fez
para que
possamos
acreditar no que
está dizendo que
fará. Ele deve
necessariamente
apresentar sua
folha de
serviços
prestados.
Devemos estudar,
escrutinar sua
biografia,
porque papel e
discurso aceitam
de tudo, mas
história tem
quem realmente
fez.
Suas palavras
finais.
Não se deve
falar de
política
partidária
dentro das
nossas casas
espíritas.
Podemos e
devemos tratar
desse assunto
junto aos
núcleos vivos da
sociedade
organizada, mas
sempre fora da
casa espírita. A
comunhão entre
nossas orações e
a ação dos
benfeitores
espirituais que
servem na casa
cria a atmosfera
espiritual
saudável que nos
alivia, alimenta
e fortalece,
nutrindo a
esperança e
favorecendo o
nosso
imprescindível
esclarecimento.
Devemos
preservar esse
ambiente divino
em detrimento
das nossas
opiniões
pessoais e
partidárias. A
casa espírita
deve ser
acolhedora de
todos, sem
nenhum tipo de
distinção, como
de maneira
indelével nos
ensina o bom
samaritano.
Fonte: Retirado em inteiro teor da Revista Semanal o Consolador |
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