Neuza Zapponi de
Mello:
A autora
fala-nos de sua
experiência de
mais de 40 anos
de acolhimento
consolador na
Doutrina
Espírita, o que
resultou no
livro
"Atendimento
Fraterno no
Centro Espírita:
a Terapêutica
do Cristo
Consolador"
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Neuza Zapponi de
Mello (foto)
nasceu em lar
espírita, em
Sorocaba (SP),
mas reside em
Brasília, DF.
Trabalhadora nas
lides espíritas
desde a
adolescência, é
palestrante,
escritora,
médium, sendo
atualmente
Diretora Adjunta
da Diretoria de
Atendimento
Espiritual da Federação
Espírita do DF (FEDF).
Ministra também
cursos,
seminários e
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colóquios, e
desenvolve o Projeto
Jornada Fraterna,
de formação de
trabalhadores
espíritas, com
materiais para
estudo e prática
através do site
da FEDF (www.fedf.org.br),
do blog
“Atendimento
Fraterno no
Centro Espírita”
e oficinas
presenciais.
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Ela atua na Comunhão
Espírita de
Brasília desde
1962. Fez parte
de seu Conselho
Diretor e
administrou a
Diretoria de
Atendimento e
Orientação (DAO).
Com um
companheiro,
coordena e faz
palestras
integrativas de
ciência-filosofia
e religião no “Projeto
Vida”, através
de estudos
aplicados à
autotransformação
sob a ótica
espírita.
Com formação em
Psicologia e
Educação, é PhD
e Master of
Science (EUA),
com múltiplas
especializações:
psicologia
transpessoal,
terapias
corporais,
energéticas e de
regressão de
memória.
Profissional por
quarenta e sete
anos,
administrou e
lecionou da
escola primária
ao doutorado
universitário e
desenvolveu uma
prática clínica
psicoterapêutica-educativa-transdisciplinar
por mais de
vinte anos. Reunindo
vasta
experiência no
atendimento
clínico a
pessoas em
sofrimento
profundo
(perdas,
traumas, crises
severas, doenças
graves), foi
professora-doutora,
hoje aposentada,
da Universidade
de Brasília e
ex-professora da
University of
Texas (UTEP-EUA).
Fale-nos sobre
sua atuação
espírita e sua
experiência como
escritora. Como
nasceu? Qual o
seu propósito?
O encantamento
com o
Espiritismo
nasceu em meu
lar de origem.
Orientada por
meu pai nos
estudos
espíritas,
descobri uma
rica realidade
transcendente e
Jesus de Nazaré
como um querido,
suave e profundo
amigo, capaz de
me acompanhar os
passos
carinhosamente,
oferecendo-me
amparo e
orientações
seguras, através
do Evangelho.
Apaixonei-me por
esse Mestre de
Amor. Aprendi
que os
ensinamentos da
Doutrina
Espírita nos
auxiliam a ser
mais felizes e a
enfrentar com
consciência e
produtividade as
dificuldades da
vida neste
planeta. Surgiu
forte o ideal de
comunicar essa
realidade aos
irmãos de
jornada, através
de conteúdos que
integrassem os
ensinamentos
espirituais às
práticas do dia
a dia,
facilitando sua
caminhada. Esse
tem sido meu
trabalho,
realizado com
profunda alegria
existencial.
O que motivou a
elaboração e
publicação do
livro
"Atendimento
Fraterno no
Centro Espírita:
a Terapêutica do
Cristo
Consolador"?
A elaboração do
livro resultou
de mais de
quarenta anos de
estudos e
atividades
práticas de
acolhimento
consolador a
pessoas em
sofrimento
profundo, em
Centros
Espíritas e em
minha atividade
profissional.
Concomitantemente,
desenvolvemos
cursos,
seminários e
colóquios de
formação de
trabalhadores
espíritas,
principalmente
na área do
Atendimento
Fraterno. Nas
avaliações de
cursos e
encontros de
vários portes
foram constantes
as solicitações
para expandirmos
o material,
incluindo as
explanações e
exemplos
comunicados de
forma oral.
Proporcionar
contribuição
efetiva à
implantação e
melhoria do
atendimento nos
Centros
Espíritas,
através de uma
publicação, já
era nosso ideal.
Este encontrou
ressonância na
direção da FEDF,
que editou o
livro.
Qual a grande
contribuição da
obra para o
movimento
espírita?
Mentores
espirituais do
Movimento
Espírita têm
alertado para a
necessidade de
nos
instrumentalizarmos
para atender o
crescente
público que
adentra nossas
Casas à busca de
acolhimento,
consolo e
orientação para
suas dores
existenciais.
Uma visão
essencial da
obra é que todos
os trabalhadores
de um Centro
Espírita são,
por definição,
atendentes
daqueles que
procuram a
instituição -
encarnados ou
desencarnados -
e necessitam se
preparar para o
contato amoroso,
compassivo e
fraterno com
seus irmãos em
humanidade. Por
isso, o conteúdo
do livro é
abrangente,
incluindo sólida
fundamentação
doutrinária e
ética; aspectos
motivacionais e
de formação
cristã;
sugestões sobre
como organizar e
desenvolver a
parte procedural
das atividades
de Recepção e
Atendimento
Fraterno pelo
Diálogo e
aspectos
formativos das
habilidades de
comunicação
necessárias.
Que método foi
utilizado e
quanto tempo
levou na
elaboração
literária?
O livro foi
escrito na forma
direta, como uma
conversa da
autora com o
leitor, em
linguagem
coloquial,
simples, clara,
porém
profundamente
doutrinária, com
exemplos
práticos e
aplicáveis, de
entendimento
acessível a
todos. Objetiva
tocar o coração
de quem o lê,
motivando-o a se
identificar como
discípulo do
Mestre de Nazaré
e a reviver em
seu trabalho as
práticas do
Cristo
Consolador,
papel essencial
da Doutrina
Espírita no
momento atual de
transição
planetária. A
elaboração
escrita foi
realizada
paulatinamente
ao longo de mais
de trinta anos,
expandida e
aprimorada por
continuadas
revisões e ao
seu término
contou com a
colaboração de
vários revisores
de profundo
conhecimento
literário e
espírita. Estes
nos reportaram
que a obra, pela
sua abrangência
e metodologia,
preenche lacuna
existente na
literatura da
área.
Como tem sido a
aceitação da
obra em geral e
dos
trabalhadores em
particular?
A aceitação da
obra pelo meio
espírita tem
superado as
nossas
expectativas,
com continuadas
apreciações
positivas, das
quais
transcrevemos
duas:
1) Apreciação de
nosso irmão Divaldo
Pereira Franco (com
sua permissão
para
divulgação):
“Tenho a imensa
alegria de
comunicar-lhes o
recebimento do
excelente livro
Atendimento
Fraterno no
Centro Espirita.
O livro é
oportuníssimo,
pois que vem
fazendo falta
uma orientação
detalhada, rica
de informações
doutrinárias,
psicológicas e
morais para o
Atendente
Fraterno.
Folheando-o e
detendo-me num e
noutro capítulo,
estou
impressionado
com a
perspicácia e
conhecimentos da
Autora,
augurando para a
obra a mais
ampla
divulgação. Que
prossiga em
novas
experiências
iluminativas!
2) De uma
coordenadora de
Grupo de
Formação Básica
do Projeto
Jornada Fraterna,
cujos estudos
são baseados no
livro: “As
notícias são
muito boas! Os
depoimentos dos
participantes
emocionam.
Estamos
surpresos com a
qualidade do
livro,
sensibilidade e
o modo simples e
cativante de
interação com o
leitor! Todos já
sentiram que
essa obra é um
tratado de
reforma interior
e vamos
percebendo a
profundidade do
que é ser um
Atendente
Fraterno na Casa
Espírita!”
Como você vê a
qualidade do
atendimento
fraterno nas
casas espíritas
em geral, no
momento atual?
A organização do
Atendimento
Fraterno é
relativamente
nova, em
comparação com
outras áreas de
atuação da Casa
Espírita.
Cresceu da
consciência de
que a maneira
como alguém é
recepcionado,
acolhido em
diálogo fraterno
e encaminhado às
várias
atividades do
Centro,
representa a
“porta de
entrada” para a
doutrina e é
frequentemente
responsável por
sua permanência
nas atividades
da Casa e no
próprio
Espiritismo. No
entanto, pessoas
que buscam
auxílio sempre
foram atendidas
em nossas
instituições,
geralmente por
aqueles
trabalhadores
mais sensíveis
em relação ao
sofrimento do
próximo. O que
os encarregados
dessa tarefa têm
reportado é a
necessidade de
maior preparo
para um trabalho
tão complexo e
de tamanha
responsabilidade,
preparo que vai
além da boa
vontade e das
energias
amorosas do
coração.
Quais as
principais
dificuldades a
superar?
As dificuldades
principais são
de três ordens:
a.) Encontrar
número
suficiente de
pessoas
motivadas ao
consolo e
esclarecimento
do próximo, que
se comprometam e
permaneçam no
trabalho
voluntário.
b.)
Conscientizar os
trabalhadores
sobre a
necessidade de
capacitação
básica e
continuada e de
promover as
mudanças
pessoais
necessárias à
sua adequação às
atividades de
atendimento e às
necessidades
atuais do
público
solicitante.
c.) Sensibilizar
os dirigentes
sobre a
importância
vital do
Atendimento
Fraterno para o
acolhimento e
orientação do
público que
busca auxílio na
Casa e a
necessidade de
organizar
ambientes
institucionais e
Grupos Espíritas
preparados para
essa tarefa.
Qual o papel dos
escritores,
dirigentes e
líderes
espíritas na
melhoria da
prática espírita
e na preservação
da qualidade dos
conteúdos
espíritas?
Desde seus
primórdios a
codificação de
Allan Kardec
lançou bases
doutrinárias e
diretrizes
metodológicas,
caracterizando a
Doutrina
Espírita pela
seriedade e
profundidade de
sua literatura,
derivada de
pesquisa e
estudo
científicos e da
divulgação das
revelações
espirituais.
Essas premissas
foram
respeitadas ao
longo dos anos
por
continuadores
encarnados e
grandes
benfeitores
espirituais
como, por
exemplo, André
Luiz, Bezerra de
Menezes e
Emmanuel. A
preservação da
qualidade dos
conteúdos
espíritas ficará
assegurada se
novas
contribuições
demonstrarem a
mesma
fidedignidade
aos princípios
filosóficos e
científicos e a
estrita
congruência com
a moralidade e a
ética da
mensagem do
Cristo. Neste
sentido, uma
obra somente
poderia ser
utilizada em
cursos,
recomendada em
palestras ou
vendida em
livraria se sua
origem fosse
reconhecida ou
após rigorosa
análise de seu
conteúdo por uma
comissão de
espíritas
preparados e
dedicados a esse
fim na
instituição.
O que, na sua
percepção,
precisa e pode
melhorar na
publicação de
conteúdos
espíritas
voltados para os
trabalhadores
espíritas?
Os conteúdos
voltados aos
trabalhadores
espíritas
necessitam
focalizar com
maior
profundidade a
fundamentação
doutrinário-evangélica
e os princípios
éticos relativos
ao setor de
trabalho de que
tratam. A
realidade
existente nas
casas espíritas
deve ser mais
contemplada,
principalmente
no que diz
respeito ao
inter-relacionamento
pessoal, tanto
dos
trabalhadores
com o público
como entre eles
mesmos. O
desenvolvimento
de habilidades
apropriadas às
várias
atividades tem
sido pouco
tratado,
fazendo-se
necessário o
detalhamento de
práticas e
exemplos da
vivência
cotidiana.
Quais os seus
planos em
relação ao
futuro? Pretende
continuar a
escrever?
A vida me tem
proporcionado
oportunidade de
colher muitas
informações e
experimentar
diversas
realidades
sócio-filosófico-educacionais.
Tenho convivido
com pessoas
extraordinárias
que – pela
capacidade de
superação de
dificuldades e
sofrimentos - me
demonstraram na
prática as
imensas
possibilidades e
a grandeza do
ser humano.
Compartilhar, em
forma falada e
escrita, desse
acervo de
experiências e
das reflexões
delas derivadas
é a minha
programação para
o restante de
minha jornada
nesta
existência.
Sua mensagem
final aos nossos
leitores.
Finalizo com
duas citações
que se encontram
no livro. A
primeira, de
Allan Kardec, se
encontra nas
‘palavras
iniciais da
autora’: “O
Espiritismo não
criou nenhuma
moral nova;
facilita aos
homens a
inteligência e a
prática da moral
do Cristo, dando
uma fé sólida e
esclarecida
àqueles que
duvidam ou
vacilam”. A
segunda é do
Espírito
Isidoro, mentor
do trabalho de
Atendimento
Fraterno, na
‘conclusão’:
“Nada pode
apagar a Luz que
o Cristo acendeu
em nossos
corações,
tocados pelo Seu
amor! Acima de
quaisquer normas
temporais das
organizações
humanas, paira a
soberana
presença do
Cristo,
exortando seus
seguidores:
‘Ide, fazei
discípulos em
todas as nações
(...)
ensinando-os a
guardar todas as
coisas que vos
tenho mandado; e
eis que eu estou
convosco todos
os dias, até a
consumação dos
séculos’ (Mateus,
28:19-20)”
Reproduzido de o Consolador uma Revista Semanal de Divulgação Espírita
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