Iniciação ao estudo da doutrina espírita
Atributos da
Divindade
Este é o nono módulo
de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da
doutrina espírita.
Cada módulo
compõe-se de duas partes:
- questões para
debate
- texto para
leitura.
As respostas
correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido
para leitura.
Questões para debate
1. Por que o homem
não é capaz de compreender a natureza íntima de Deus?
2. Qual foi o motivo
que levou os homens à crença na existência de muitos deuses?
3. Quais os
principais atributos que podemos reconhecer em Deus?
4. Por que é que se
diz que Deus deve possuir no grau supremo os seus atributos?
5. Em que consiste a
doutrina panteísta e por que Kardec a refutou?
Texto para leitura
1. A natureza íntima de Deus – O homem
ainda não pode compreender a natureza íntima de Deus, porque para isso um
sentido lhe falta. Na infância da Humanidade, o homem o confunde, frequentemente,
com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui. Mas, à medida que o senso moral
se desenvolve, seu pensamento penetra melhor o fundo das coisas e dele faz uma ideia
mais justa, embora sempre incompleta.
2. Sem o
conhecimento dos atributos de Deus, seria impossível compreender a obra da
criação. Este é o ponto de partida de todas as crenças religiosas e foi
justamente por não se terem referido a isso que a maioria das religiões errou
em seus dogmas.
3. O politeísmo – Os que não atribuíram a
Deus a onipotência imaginaram muitos deuses. Os que não lhe atribuíram a
soberana bondade fizeram dele um Deus ciumento, colérico, parcial e vingativo.
A ignorância do princípio de que são infinitas as perfeições de Deus foi que
gerou o politeísmo.
4. Quando dizemos
que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso,
soberanamente justo e bom, temos uma ideia mais ou menos completa dos seus
atributos, do nosso ponto de vista. Mas devemos saber que existem coisas acima
da inteligência do homem mais inteligente, as quais a nossa linguagem ainda não
tem condições de expressar.
5. A razão nos diz
que Deus deve ter essas perfeições no supremo grau, porque se tivesse uma só de
menos, ou não fosse de um grau infinito, ele não seria superior a tudo, e por
conseguinte não seria Deus.
6. Deus é Espírito, o
Supremo Espírito! Absolutamente perfeito, não é comparável a quaisquer outros
seres, estando infinitamente acima de todos. Possuindo sabedoria e poder
infinitos, paira, onipresente, sobre todo o Universo, e a tudo comunica,
onipotente, o seu influxo e a sua vontade.
7. Atributos do Criador – Deus é eterno,
isto é, não teve começo e não tem fim. Se tivesse tido princípio, houvera saído
do nada ou então teria sido criado por outro ser anterior e, nesse caso, este
ser é que seria Deus. Se lhe supuséssemos um começo ou um fim, poderíamos
conceber uma entidade existente antes dele e capaz de lhe sobreviver, e assim
por diante, ao infinito.
8. Deus é imutável.
Se estivesse sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade teriam as Leis que regem
o Universo.
9. Deus é imaterial,
isto é, a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo,
não seria imutável, pois estaria sujeito às transformações da matéria.
10. Deus é
onipotente. Se não possuísse o poder supremo, sempre se poderia conceber uma
entidade mais poderosa e assim por diante, até chegar-se ao ser cuja
potencialidade nenhum outro ultrapassasse. Esse então é que seria Deus.
11. Deus é
soberanamente justo e bom. Em tudo e em toda parte aparecem a bondade e a
justiça de Deus na providência com que, através de leis perfeitas, assiste as
suas criaturas. A sabedoria providencial das leis divinas se revela, assim, nas
mais pequeninas coisas, como nas maiores, e essa sabedoria não permite se
duvide nem da justiça nem da bondade de Deus.
12. Deus é único.
Não há deuses, mas um Deus somente, soberano do universo, criador absoluto e
incriado, infinito e eterno. Se houvesse muitos deuses não haveria unidade de
vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo.
13. A doutrina panteísta – Deus não é, como
pretende a doutrina panteísta, a resultante de todas as forças e de todas as
inteligências do Universo reunidas. Se Deus fosse assim, não seria Deus, porque
seria efeito e não causa. Ora, Deus não pode ser ao mesmo tempo a causa e o
efeito.
14. Com uma reflexão
madura, a razão nos fará ver quão absurdo é querermos encontrar a demonstração
de alguns atributos de Deus nas considerações dos panteístas, como esta:
"Os mundos sendo infinitos, Deus é, por isso mesmo, infinito; o vazio ou o
nada não estando em nenhuma parte, Deus está em toda parte; Deus estando por
toda parte, uma vez que tudo é parte integrante de Deus, ele dá a todos os
fenômenos da Natureza uma razão de ser inteligente."
15. Também, de
acordo com o panteísmo, "todos os corpos da Natureza, todos os seres,
todos os globos do Universo seriam partes da Divindade". Sobre tal
afirmativa vejamos o comentário feito por Allan Kardec: "Esta doutrina faz
de Deus um ser material que, embora dotado de suprema inteligência , seria em
ponto grande o que somos em ponto pequeno. Ora, transformando-se a matéria
incessantemente, Deus, se fosse assim, nenhuma estabilidade teria; achar-se-ia
sujeito a todas as vicissitudes, mesmo a todas as necessidades da Humanidade;
faltar-lhe-ia um dos atributos essenciais da Divindade: a imutabilidade".
16. Não sabemos tudo
o que Deus é, mas sabemos o que ele não pode deixar de ser, e esse sistema está
em contradição com as suas propriedades mais essenciais. A doutrina panteísta
confunde o criador com a criatura, absolutamente como se quisesse que uma máquina
engenhosa fosse uma parte integrante do mecânico que a concebeu.
Respostas às questões propostas
1. Por que o homem não é capaz de compreender a natureza
íntima de Deus?
O homem ainda não
pode compreender a natureza íntima de Deus, porque para isso um sentido lhe
falta. Na infância da Humanidade, o homem o confunde, frequentemente, com a
criatura, cujas imperfeições lhe atribui. Mas, à medida que o senso moral se
desenvolve, seu pensamento penetra melhor o fundo das coisas e dele faz uma ideia
mais justa, embora sempre incompleta.
2. Qual foi o motivo que levou os homens à crença na
existência de muitos deuses?
Os homens que não
atribuíram a Deus a onipotência imaginaram muitos deuses. Os que não lhe
atribuíram a soberana bondade fizeram dele um Deus ciumento, colérico, parcial
e vingativo. A ignorância do princípio de que são infinitas as perfeições de
Deus foi que gerou o politeísmo.
3. Quais os principais atributos que podemos reconhecer
em Deus?
Deus é eterno,
imutável, imaterial, onipotente, único, todo-poderoso, soberanamente justo e
bom.
4. Por que é que se diz que Deus deve possuir no grau
supremo os seus atributos?
A razão nos diz que
Deus deve ter essas perfeições no supremo grau, porque se tivesse uma só de
menos, ou não fosse de um grau infinito, ele não seria superior a tudo, e por
conseguinte não seria Deus.
5. Em que consiste a doutrina panteísta e por que Kardec
a refutou?
A doutrina panteísta
diz que Deus é a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do
Universo reunidas. Se Deus fosse assim, não seria Deus, porque seria efeito e
não causa. Ora, Deus não pode ser ao mesmo tempo a causa e o efeito.
Nota:
Eis
os links que remetem aos textos
anteriores:
Texto
1 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/11/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
Texto
4 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/12/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
Texto
5 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/12/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_8.html
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