terça-feira, 17 de janeiro de 2017

OUVIDOS QUE OUÇAM A REGÊNCIA DA VIDA - REPRO. DE O BLOG DO ESPIRITISMO SÉCULO XXI

Contos e crônicas


Ouvidos que ouçam a regência da vida
CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
“‒ Eu estou aqui.”
Tantas vezes deixamos a fraqueza ser mais forte que a fé. Vêm a dor, o desespero, o desânimo, a vontade de nada mais fazer para progredir. E o tempo fatigante se arrasta. Muito comum tudo isso. No entanto, nenhuma paz se conquista sem o empenho com a vida e o seu nobre reconhecimento. Viver é o maior dom que se pode sentir.
Se as dificuldades existem, também se fazem presentes as suas transformações; se a dor lateja no corpo ou na alma, quer dizer que é o momento perfeito para a reforma dos atos, palavras, sentimentos; se o dia é gris e não se percebe o céu azul, libere o franzimento do olhar para que a linda paisagem possa ser vista; se a fria solidão é a maior companheira, abandone-a para ter companhias mais bondosas e amáveis; se o turbilhão habita no interior, silencie-o com a simples prece de coração.
Para toda dor existe o remédio ideal e o mais eficiente é a compreensão de que tudo deve partir do interno para o externo. E então a beleza será reconhecida; o amor, exaltado; a mudança, automática; a fé, inabalada. E os passos abençoados continuarão lado a lado.
Todas as estradas já percorridas devem ser observadas como exemplos vivos; umas dessas nunca mais deverão ser retomadas, outras deverão ser lembradas, ou seja, o que é bom alimenta-se, o que não é que se desmanche com o vento das oportunidades.
E a vida segue... segue com sua naturalidade perfeita: a mesma energia investida é auferida. Mas somos filhos de Deus e essa dádiva é o tesouro que restaura o nosso ser e um dia poderemos ser como nosso irmão, Mestre Jesus. O objetivo maior deve sempre ser o nosso melhor, pois só assim conseguiremos, bem devagarzinho, perceber a bondade divina... incomparável Amor.
Olhemos mais as flores nos campos; agradeçamos o ar, a água, a natureza; respeitemos a vida em seus pormenores, amparemos quem precisa e dessa forma sejamos amparados por quem já conquistou um pouquinho mais; sintamos mais os nobres sentimentos e haverá menos espaço para os de pequenez comprovada. Quando nos importarmos com o que de fato é importante, nosso horizonte será esverdeado e infinito e os passos na areia serão vistos.
O tempo todo há mais a agradecer, o que ocorre, tantas vezes, é a incapacidade de reconhecer o presente e a notável capacidade de avistar a dificuldade em todos os momentos e direções. Fragilizar-se nas ocasiões é o mesmo que não aceitar o convite da vida. Por mais difícil que seja, o amparo já é antes existente. Se Deus é o Pai, o que se pode temer? Todo crescimento implica etapas conquistadas, logo, que se deseje seguir, pois senão, o caminho naturalmente nos encaminhará.
E como numa tarde amena e aconchegante de outono, possamos sentir a vida como o vital laranja das folhas, o suave e fresco vento tocando o nosso rosto, a paz de um dia a mais vivido, a companhia dos que amamos e dos que aprenderemos a amar, a tranquilidade do entardecer visto de um parque de tulipas coloridas, como realmente a vida deve ser sentida.
Ainda se aquietarmos a rebeldia do nosso coração poderemos ouvir as doces palavras ‒ “Eu estou aqui” ‒, frase que ecoa eternamente... frase amorosa de Deus dita por meio da bondade do Mestre Jesus.
E graças a Deus nunca estamos sós, mas acompanhados até a eternidade.
   
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