Iniciação ao estudo da doutrina espírita
Livre-arbítrio e
responsabilidade
Este
é o módulo 19 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao
estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões
para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. Que é
livre-arbítrio?
2. Qual a relação
entre livre-arbítrio e responsabilidade?
3. Em que momento de
nossa vida o livre-arbítrio se exerce de forma mais completa?
4. De que fonte
promanam os males, as vicissitudes, os sofrimentos que o homem suporta?
5. Qual é o
significado da frase seguinte: “Se somos livres na semeadura, somos escravos na
colheita”?
Texto para leitura
Liberdade e responsabilidade
1. Se o homem goza
da liberdade de pensar, goza igualmente da liberdade de obrar. O livre-arbítrio
é apanágio da criatura humana. Sem ele, o homem seria uma máquina.
2. Nas primeiras
fases da vida, quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objeto com
o desenvolvimento das faculdades do indivíduo. A liberdade é a condição
necessária da alma humana, que não poderia construir seu destino, caso não a
desfrutasse.
3. A liberdade e a
responsabilidade são correlativas no ser e aumentam com sua elevação. É a
responsabilidade do homem que faz sua dignidade e moralidade. Sem
responsabilidade, o homem não seria mais do que um autômato, um joguete das
forças ambientes. A noção de moralidade é, pois, inseparável da de liberdade.
O livre-arbítrio
4. Quando resolvemos
fazer ou deixar de fazer alguma coisa, a nossa consciência sempre nos alerta a
respeito, aprovando-nos ou censurando-nos. Apesar de essa voz íntima nos
alertar, sempre usamos o que foi decidido pela nossa vontade, ou
livre-arbítrio. Nada nos coage nos momentos de decisões próprias, daí ser
correto afirmar que somos responsáveis pelos nossos atos, que somos os
construtores do nosso destino.
5. O livre-arbítrio
pode ser, desse modo, definido como a faculdade que tem o indivíduo de determinar
sua própria conduta, ou seja, a possibilidade que ele tem de, entre duas ou
mais razões suficientes de querer ou de agir, escolher uma delas e fazer que
prevaleça sobre as outras.
6. Aceitar que seja
a vida guiada por um determinismo onde todos os acontecimentos estão fatalmente
preestabelecidos é raciocinar de maneira ingênua, simplória, porque, se assim
fosse, o homem não seria um ser pensante, capaz de tomar resoluções e de
interferir no progresso. Seria apenas uma máquina robotizada, irresponsável, à
mercê dos acontecimentos.
7. O livre-arbítrio,
a livre vontade que tem o Espírito de agir, exerce-se principalmente na hora
das reencarnações. Escolhendo tal família, certo meio social, ele sabe de
antemão quais são as provações que o aguardam, mas compreende, igualmente, a
necessidade dessas provações para desenvolver suas qualidades, curar seus
defeitos, despir-se de seus preconceitos e vícios.
8. Essas provações
podem ser também consequência de um passado nefasto, que é preciso reparar, e
ele as aceita com resignação e confiança. O futuro aparece-lhe, então, não em
seus pormenores, mas em seus traços mais salientes, isto é, na medida em que
esse futuro é a resultante de atos anteriores.
A origem dos males
9. A Doutrina
Espírita ensina que de duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se se
preferir, promanam de duas fontes bem diferentes. Umas têm sua causa na vida
presente; outras têm-nas fora desta vida.
10. Remontando-se à
origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são a consequência
natural do caráter e do proceder dos que os suportam.
11. Quantos homens
caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu
orgulho e de sua ambição! Quantos se arruinaram por falta de ordem, de
perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos!
Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo
gênero! Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram
desde o princípio as más tendências!
12. A quem, então,
há de o homem responsabilizar por todas essas aflições, senão a si mesmo? O
homem é, portanto, em grande número de casos, o causador de seus próprios
infortúnios.
13. Existem, no
entanto, males que se dão sem que ele, ao menos aparentemente, tenha qualquer
culpa. São dores e vicissitudes cuja origem se encontra em atos praticados em
existências pregressas, como, por exemplo, os acidentes que nenhuma previsão
pode impedir; os reveses da fortuna, que frustram todas as precauções ditadas
pela prudência; os flagelos naturais, as enfermidades de nascença etc.
Ação e Reação
14. Os que nascem
nessas condições, sem que nada tenham feito na atual existência para merecer
tão triste sorte, colhem agora os efeitos dos seus atos do pretérito, porquanto
não há sofrimento sem causa, e a lei de ação e reação, que rege a nossa vida,
determina que, se somos livres na semeadura, somos escravos na colheita.
15. Deus nos
permite, assim, pelo livre-arbítrio, a responsabilidade de praticar o bem ou a
mal, mas, a partir do momento que decidimos o que fazer, essa ação gera uma
reação característica, que virá mais tarde sob a forma de colheita.
16. Explicam-se,
dessa forma, pela pluralidade das existências e pela destinação da Terra, como
mundo expiatório, as anomalias que apresenta a distribuição da ventura e da
desventura entre os bons e os maus neste planeta.
Respostas às questões propostas
1. Que é livre-arbítrio?
O livre-arbítrio
pode ser definido como a faculdade que tem o indivíduo de determinar sua
própria conduta, ou seja, a possibilidade que ele tem de, entre duas ou mais
opções, escolher uma delas e fazer que prevaleça sobre as outras.
2. Qual a relação entre livre-arbítrio e
responsabilidade?
A liberdade e a
responsabilidade são correlativas no ser e aumentam com sua elevação. É a
responsabilidade do homem que faz sua dignidade e moralidade. Sem
responsabilidade, o homem não seria mais do que um autômato, um joguete das
forças ambientes.
3. Em que momento de nossa vida o livre-arbítrio se
exerce de forma mais completa?
O livre-arbítrio, a
livre vontade que tem o Espírito de agir, exerce-se principalmente na hora das
reencarnações. Escolhendo tal família, certo meio social, ele sabe de antemão
quais são as provações que o aguardam, mas compreende, igualmente, a
necessidade dessas provações para desenvolver suas qualidades, curar seus
defeitos, despir-se de seus preconceitos e vícios. Essas provações podem ser
também consequência de um passado nefasto, que é preciso reparar, e ele as
aceita com resignação e confiança.
4. De que fonte promanam os males, as vicissitudes, os
sofrimentos que o homem suporta?
A Doutrina Espírita
ensina que as vicissitudes da vida promanam de duas fontes distintas. Umas têm
sua causa na vida presente; outras têm-nas fora desta vida. Remontando-se à
origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são a consequência
natural do caráter e do proceder dos que os suportam. Há, no entanto,
vicissitudes que se dão sem que aparentemente tenhamos qualquer culpa. Sua
origem se encontra em atos praticados em existências pregressas, como, por
exemplo, os acidentes que nenhuma previsão pode impedir; os reveses da fortuna,
que frustram todas as precauções ditadas pela prudência; os flagelos naturais,
as enfermidades de nascença etc.
5. Qual é o significado da frase seguinte: “Se somos
livres na semeadura, somos escravos na colheita”?
A frase de Jesus é
uma alusão à lei de ação e reação, que rege a nossa vida e nos lembra que toda
ação gera uma reação característica, que virá, mais tarde, sob a forma de
colheita.
Nota:
Eis
os links que remetem aos 4 últimos textos:
Módulo 15 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/02/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_16.html
Módulo 16 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/02/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_23.html
Módulo 17 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/03/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
Módulo 18 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/03/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_9.html
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