De onde vem o
interesse pela
música e pelas
artes em geral?
O meu interesse
deu-se pelo fato
de eu trabalhar
profissionalmente
com música. Como
cantor, músico e
compositor,
desde que
comecei a
estudar música
com 15 anos de
idade, sempre
gravitei pelo
universo da MPB,
do Jazz e da
Música Erudita,
sempre
alternando entre
uma e outra. Já
em 2002, no alto
dos meus 21 anos
de idade, saí da
Igreja Católica
para ingressar
nos estudos do
Espiritismo,
ocasião essa que
marcou, em
definitivo, o
meu trabalho
enquanto
compositor.
Como compositor,
diferentemente
da atuação como
músico e cantor,
passei a
encerrar o
trabalho de
produções
voltadas a
vendas de
canções, e a
compor apenas
canções voltadas
a temas
pré-definidos,
de acordo com os
padrões
filosóficos,
dentro de uma
perspectiva que
atenda aquilo
que eu estudo e
me esforço por
praticar.
Como você
transferiu seu
gosto pela arte
para vinculá-lo
ao movimento
espírita, desde
que tomou
contato com o
Espiritismo?
No próprio ano
de 2002, em que
eu ingressei no
Espiritismo, já
comecei a tomar
contato, pela
internet e por
revistas, com a
música espírita
e o trabalho de
vários
batalhadores da
Arte Espírita no
Brasil. Após
organizar um
coral e cantar
na abertura de
uma palestra em
Americana, no
início de 2003,
inclusive
cantando canções
de composições
minhas, fui pela
USE convidado a
reativar o
Departamento de
Artes e conduzir
as minhas
atividades
voltadas a
tratar de Arte e
Espiritismo.
Contava com
apenas um ano de
Doutrina
Espírita e já
comecei a reunir
o maior número
de material
possível:
matérias, CDs,
links de sites,
etc., para o
começo de nossas
atividades aqui
em Americana e
Nova Odessa.
Como você avalia
hoje a
integração
artística com o
pensamento
espírita?
Hoje no Brasil
temos a Abrarte
- Associação
Brasileira de
Artistas
Espíritas, que
tem tido uma
atuação muito
importante para
o fortalecimento
de um Movimento
Nacional de
Artistas,
valendo-se da
Arte para
transmitir a
mensagem
espírita, ou,
como queiram,
inspirando-se no
pensamento
espírita a fim
de produzir uma
Arte que
transcende os
conflitos
humanos para
transmitir os
frutos de uma
inspiração mais
sublimada. Há
muitos artistas
que criticam a
ligação entre
Doutrinas e
Artes, pois
entendem que
quando você
tenta divulgar
algo através da
Arte ela deixa
de ser arte para
ser propaganda.
Mas é sempre bom
relembrar o
pensamento do
maestro Rossini,
em Obras
Póstumas,
quando trata da
influência do
Espiritismo
sobre a música:
“A influência da
música sobre a
alma, sobre o
seu progresso
moral, é
reconhecida por
todo o mundo;
mas a razão
dessa influência
é geralmente
ignorada. Sua
razão está
inteiramente
neste fato: que
a harmonia
coloca a alma
sob a força de
um sentimento
que a
desmaterializa.
(...)”.
Portanto não se
trata de
narrações
doutrinárias,
tentativas de
conversões,
louvores, nem
mesmo
propaganda, mas,
sim, um esforço
de mergulhar na
compreensão da
Doutrina
Espírita, para
que ela, sendo a
mola propulsora
para a nossa
autotransformação,
seja propagada
através da
inspiração que
proporciona aos
artistas que
transformam em
arte as boas
novas de uma
nova ordem e
qualidade de
pensamentos e
sentimentos!
Em outro trecho
prossegue o
maestro: "...
Oh! sim, o
Espiritismo terá
influência sobre
a música! Como
poderia não ser
assim? Seu
advento
transformará
a arte,
depurando-a. Sua
origem é divina,
sua força o
levará a toda
parte onde haja
homens para
amar, para
elevar-se e para
compreender. Ele
se tornará o
ideal e o
objetivo
dos artistas.
Pintores,
escultores,
compositores,
poetas
irão buscar nele
suas inspirações
e ele lhas
fornecerá,
porque é rico, é
inesgotável...".
Em sua região a
arte é bem
valorizada? De
que forma?
Na nossa Região
existem vários
cantores,
músicos e
compositores que
trabalham em
seus respectivos
Centros
espíritas. Pelo
Departamento de
Artes, começamos
desde 2003 um
trabalho voltado
à Arte Espírita,
valendo-nos da
força da USE
para
transmitirmos
aos dirigentes a
importância de
se dar abertura
aos artistas de
suas casas, para
que eles possam
exercer alguma
atividade
voltada a esse
mister. De lá
pra cá, com a
vinda de vários
artistas que se
aproximaram do
Departamento,
desejosos de
tocarem adiante
esse trabalho,
iniciamos os
primeiros
Encontros da
Canção Espírita,
que começaram
por volta do ano
de 2004,
inicialmente
duas vezes ao
ano, e agora se
transformaram em
um grande evento
– digo grande no
sentido de
mobilização e da
divulgação que
fazemos nas
ocasiões em que
são realizados.
Após a
realização de
vários
encontros, com
presença
considerável de
público e de
Artistas,
iniciamos uma
campanha para a
gravação do
primeiro CD
promovido pelo
Departamento de
Artes,
intitulado:
Mensageiros da
Harmonia,
que teve seu
lançamento em
2007 no Teatro
Municipal de
Americana, com
quase 600
pessoas
assistindo e
quase 100 no
palco, entre
eles 5 corais e
grupos vocais.
Os Encontros vão
para a sua 10ª
edição este ano
e reúnem
artistas de
várias cidades
do Estado,
inclusive as que
integram a nossa
região.
Na experiência
de cantor,
compositor e
instrumentista,
o que gostaria
de transmitir
aos leitores?
Gostaria de
dizer aos amigos
leitores que
todas as
oportunidades de
fazer o bem não
podem ser
desperdiçadas,
mas que também
temos que
buscar,
incessantemente,
nos capacitar
para isso. Penso
também que é
importante
estarmos
alinhados com a
proposta ética
que o estudo do
Espiritismo nos
proporciona,
fortalecidos na
pureza
doutrinária,
antes de
iniciarmos
qualquer
trabalho de
divulgação ou de
posição de
evidência no
movimento
espírita, pois
sabemos que,
quanto maior a
evidência, maior
será a nossa
responsabilidade
diante da
Doutrina.
Fale-nos também
do CD já
lançado.
O CD reúne
compositores,
cantores e
músicos
espíritas, com
canções todas
produzidas por
nós e com
algumas
composições de
compositores
como: Ana
Claudia
Bittencourt,
Roberto
Ferreira, Ana
Person e João
Cabete. As
demais são
composições
nossas.
Qual a
experiência
principal que
tem colhido em
sua tarefa
profissional com
a música e
também com a
tarefa espírita
por meio da
arte?
A principal
experiência,
primeiramente,
são as
oportunidades
vivenciadas e a
presença dos
Espíritos
amigos, que nos
auxiliam em
nossa tarefa.
Você considera
que a música
auxilia na
divulgação
espírita? Como?
A música não
pode deixar de
ser manifestação
artística. Não
pode ser
composta ou
veiculada como
uma música
narrativa, como
se fosse um
texto lido. Ela
divulga o
Espiritismo,
primeira e
especialmente,
pela conduta do
Artista, na sua
libertação dos
excessos, na
simplicidade e
seriedade etc.
Aliado a isso,
através da sua
mensagem sempre
elevada,
buscando
realizar aquilo
que toda
mensagem
edificante
proporciona aos
ouvintes. Por
fim, a precisão
técnica, a
beleza e a
afinação cumprem
o resto.
Como palavras
finais, o que
você diria do
momento
artístico vivido
pelo movimento
espírita?
Primeiramente
este é um
momento
especial, mas um
momento mais
especial ainda
nos aguarda,
pois apenas
estamos
preparando
terreno para
outros Artistas
que virão no
futuro, e que
deverão
encontrar um
terreno mais
preparado, pois
a Arte Espírita
ainda engatinha
em todos os
sentidos.
Sinto-me
imensamente
feliz por ser
uma pequena
parte dessa
imensa
engrenagem que é
esse grande
movimento de
Arte e
Espiritismo que
se fortalece a
cada dia.
Aproveito para
agradecer a sua
oportunidade de
sempre e a sua
sensibilidade em
abrir espaço
para que
possamos falar
do nosso assunto
favorito.
Fonte: Retirado de o Consolador Uma Revista de Divulgação Espírita
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