Quando ditas de coração, são boas as preces
de todos os cultos. Este é um pensamento conhecido no meio espírita, mas ainda
assim existem pessoas que contestam a eficácia da oração, com fundamento na
tese de que, conhecendo o Criador as nossas necessidades, seria desnecessário e
inútil expô-las ao nosso Pai ou a algum dos seus prepostos.
Esse argumento não passa de um sofisma,
utilizado talvez inconscientemente por aqueles que não têm o hábito de orar, e
é, ademais, fruto de um pensamento incorreto, porque, independentemente de Deus
conhecer ou não as nossas necessidades, a oração proporciona por si só a quem
ora um bem-estar muito grande, visto que aproxima a criatura do Criador e,
filha primogênita da fé, nos encaminha para a senda que conduz a Deus. Como
escreveu certa vez Joanna de Ângelis, a prece fervorosa coloca a pessoa que ora
em comunhão com as fontes superiores que regem a vida e com isso, tão somente
por isso, ela se vitaliza.
Como ninguém ignora, não existe uma fórmula
especial para que alguém ore. Quando partem do coração e não apenas dos lábios,
as preces são sempre importantes e úteis, mas, independentemente da fórmula
utilizada, o principal é que sejam claras, simples, concisas.
Uma prece pode ter por objeto um pedido, um
agradecimento ou uma glorificação.
Se dirigidas a Deus, são elas ouvidas pelos
Espíritos incumbidos pelo Criador de executar sua vontade. Eis por que,
valendo-se da prece, o homem obtém o concurso dos bons Espíritos, que acorrem a
sustentá-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe ideias sãs. Aquele que ora
com fervor adquire, desse modo, a força moral necessária para vencer as
dificuldades e retornar ao caminho reto, se deste se afastou, podendo também,
por esse meio, desviar de si os males que atrairia com novas faltas.
Jesus disse certa vez que tudo o que
pedirmos com fé, em oração, nós o receberemos. Seria ilógico, porém, deduzir
dessas palavras que basta pedir para obter, do mesmo modo que é enorme
injustiça acusar a Providência se esta não atende a toda súplica que lhe
fazemos.
Cabe-nos ter sempre em mente que o Criador
sabe, melhor do que nós, o que realmente nos convém nessa ou naquela
circunstância, porque ninguém ignora que um pai criterioso também recusa ao
filho o que seja contrário aos interesses do seu tutelado.
Não podemos também esquecer, em todos os
momentos e circunstâncias da vida, é o exercício da prece do trabalho e da
dedicação, no santuário das lutas purificadoras, porque Jesus abençoará sempre
as realizações decorrentes do esforço sincero.
O lar que reúne criaturas amantes da oração
e dos sentimentos elevados converte-se em campo sublime das mais belas
florações e colheitas espirituais, mas, para tanto, não pode a prece ser um
movimento mecânico de lábios, ou um disco de fácil repetição no aparelho da mente.
Ela é, e deve ser sempre, vibração, energia, poder.
A pessoa que ora, mobilizando as próprias
forças, realiza um trabalho de grande significação e põe-se em contato, como
acima foi dito, com as fontes superiores da vida. Os raios divinos expedidos
pela prece santificadora convertem-se em fatores adiantados de cooperação
eficiente e definitiva na cura do corpo, na renovação da alma e na iluminação
da consciência. Toda prece elevada é, pois, manancial de magnetismo criador e
vivificante e, por isso, a criatura que cultiva a oração com o devido
equilíbrio transforma-se gradativamente em foco irradiante de energias da
Divindade.
Aprendamos, assim, a orar e igualmente a
entender as respostas do Alto às nossas súplicas. Se vamos relacionar na oração
ao Senhor os nossos obstáculos, suplicando as providências que nos sejam
necessárias à paz e à execução dos encargos que a vida nos delegou, peçamos
também ao Pai nos ilumine o entendimento para que saibamos receber dignamente
suas decisões.
Entre a solicitação que parte da Terra e a
resposta que vem do Alto, é imperioso funcione a alavanca da vontade humana,
com decisão e firmeza, para que se efetive o auxílio solicitado. Confiemos em
Deus e roguemos o seu amparo, mas – se quisermos receber a bênção divina –
procuremos esvaziar o coração de tudo o que discorde das nossas petições, para
ofertar à bênção divina um clima de aceitação, base e lugar.
Em verdade, todos podemos endereçar a Deus,
em qualquer lugar e em qualquer tempo, as mais variadas preces; contudo,
precisamos cultivar paciência e humildade para esperar, aguardar e compreender
as respostas de Deus.
Fonte: Compartilhado de o Espiritismo Século XXI
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