Caminho
Para um Mundo Melhor
Conta-nos
Mário Tamassia um episódio ocorrido nos EUA, onde, certa vez, um homem magro,
barba por fazer, roupa rasgada, era a própria imagem da miséria. Ele havia sido
pego roubando pão de uma panificadora de grande movimento. No seu julgamento, o
juiz era o prefeito de Nova Iorque, senhor La Guardia, que costumava sentenciar
casos simples de polícia, porém com decisões sempre originais.
La Guardia
interrogou o ladrão, consultou as testemunhas, expôs várias considerações e
acabou por condenar o ladrão, aplicando-lhe a multa de cinquenta dólares. A
alternativa era a prisão. Virando-se para a multidão que assistia ao
julgamento, disse peremptório: "quanto a vocês presentes, todos estão
condenados a pagar meio dólar cada um para resgatar o débito deste ladrão de
pão, para restituir-lhe a liberdade", e, por fim, justificou seu ato:
"Vocês estão condenados a pagar a multa por viverem em uma sociedade onde
um homem é obrigado a roubar pão para matar a própria fome!”
Concordamos
com o prefeito nova-iorquino, isto porque indubitavelmente somos todos
partícipes de tudo o que ocorre na sociedade, ainda que indiretamente!
Eleanor
Ritchey, uma americana milionária do petróleo, tinha um desejo estúpido: fez um
testamento pelo qual deixou uma herança de doze milhões de dólares para os seus
cães. E por falar de insensibilidade para com o semelhante, conhecemos outro
caso de uma outra excêntrica milionária que, por seu último desejo, foi
enterrada no seu Rolls-Royce folheado a ouro e seu mausoléu custou mais de 1
milhão de dólares.
É claro que
uma alma sensível fica indignada com tamanha estupidez, considerando-se que no
mundo de hoje morrem de fome trinta crianças por minuto, segundo dados da
Confederação Internacional de Fomento Agrícola, órgão da ONU.
Temos na lembrança uma palestra proferida por
Divaldo Franco quando ele declara o seguinte: "Por esse trabalho
(assistencial) que os espíritas realizam no Brasil, atendendo aos pobres, muita
gente me diz: Em meu país não há campo para esse trabalho – e eu descubro que
não há campo porque são míopes, porque em todos os países onde estive – talvez
eu tenha um aparelho de radar para detectar a miséria – vi miseráveis
econômicos (...) Quem tenha dúvidas que dê um salto a Manhattan, na 5ª Avenida
- a avenida mais importante do mundo - e a duas quadras dali observe a miséria
do West Side: a miséria econômica, crianças devoradas por ratos, mulheres
vendendo a alma para comer, para viver. Em Londres fomos tomar o metrô na
periferia da cidade e o número de miseráveis na estação é enorme.
"Perto
de Paris há uma cidadezinha onde faltam inclusive eletricidade, saneamento, com
miséria tremenda e o índice mais alto de mortalidade infantil da Europa. São
tantos quistos da miséria econômica no Velho Mundo que a Dra. Terezinha Rey,
mestre em Psicologia para excepcionais, na Universidade de Genebra, diz o seguinte:
‘Existem quatro mundos: um mundo conhecido das superpotências ou desenvolvido,
o mundo em desenvolvimento e o terceiro mundo, estes tradicionalmente
conhecidos, mas há um quarto mundo que se descobriu agora, o mundo da miséria
nos países ricos’.”
Por essas
razões asseguramos que a via mais segura para um mundo melhor, longe da miséria
econômica e moral é a caridade. "Enquanto o homem não consiga descer até
seu irmão de infortúnio" - ensina Albert Einstein - "esse homem ainda
não amadureceu". Precisamos aprender a repartir o que temos com os que
nada têm, a partir daí entenderemos porque Jesus veio demonstrar que a
verdadeira felicidade não é pessoal, mas sim resultado da felicidade dos outros
que nos envolvem com as suas presenças ou não.
E é esta
visão de amor apresentada por Jesus, a que atravessará a história, que vencerá
os séculos, que chegará até nós como ponto de apoio para edificação de uma nova
e perfeita humanidade.
Fonte: EVOC CONSOLADOR LIVRO LUZ NA MENTE AUTOR JORGE HESSEN
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