Manifestação do
padre Osvaldo Ferraz
"Durante muito tempo da minha vida sacerdotal usei da
tribuna da minha igreja para falar contra o espiritismo, vendo-o como
ameaça para o povo da comunidade. Sempre o vinculei com feitiçaria,
macumba, bruxaria, cartomancia, necromancia e até com matanças de animais
e crianças, para que o sangue fosse usado em trabalhos de magia
negra.
Certo dia, após a Santa Missa, logo ao sair do altar
vi-me diante de cinco senhoras, conhecidas e dedicadas colaboradoras da
paróquia, lideradas por dona Odília Tavares, quando foi travado um
diálogo:
Dona
Odília – “Padre Osvaldo. Nós vimos aqui conversar com o senhor, para
lhe pedir um esclarecimento, sobre uma coisa muito séria”.
Padre –
Que coisa séria é essa, dona Odília, com vocês me olhando desse jeito, que
até me assustam? Deixem-me retirar os paramentos e vamos conversar,
sim.
Tirei os paramentos e iniciamos a
conversa.
Dona
Odília – Padre, nós aprendemos que devemos conhecer a verdade, porque
a verdade nos liberta, não é assim?
Padre –
Assim nos ensinou o Senhor Jesus.
Dona
Odília – O senhor há muito tempo vem falando muito mal do espiritismo
aqui na igreja, mas tão mal, durante tanto tempo, que mesmo sem querer
despertou a nossa curiosidade em olhar e ver como é que é. O senhor sempre
disse que o espiritismo era macumba, feitiçaria, bruxaria e todas essas
coisas ruins.
Estão aqui
comadre Alice, Conceição, Lúcia Borba e Ditinha que querem fazer o mesmo
questionamento ao senhor, porque elas me acompanharam na busca pela
verdade.
Já que temos
vizinhos e conhecidos que são espíritas e são pessoas honestas, amigas,
decentes e que amam fazer a Caridade, ajudando aos mais pobres, há muito
tempo eu achava que algo estranho estaria existindo entra o que o senhor
nos dizia e o que poderia ser mesmo verdade, e tinha uma vontade enorme de
ver um centro espírita de perto, só não tinha coragem.
Um dia peguei o
meu terço, enrolei no braço, chamei minhas amigas aqui pra irmos a um
centro espírita. Elas também criaram coragem e fomos.
Chegando lá,
padre, não vimos nada do que o senhor disse que o espiritismo
é.
Não vimos
macumba nenhuma, não vimos ninguém jogar cartas, não vimos ninguém fazendo
feitiço, não vimos necromancia, não vimos nada disso, padre
Osvaldo.
Pelo contrário,
vimos ser lido o evangelho de nosso senhor Jesus Cristo, na Parábola do
Semeador, a mesma, exatamente a mesma que o senhor lê para nós, na Santa
Missa.
Um senhor fez
uma palestra tão bonita, que tocou os nossos corações, pois só falava no
bem que devemos fazer aos outros, na necessidade de reformarmos as nossas
consciências para vivermos conforme a moral do Cristo,
padre.
Ao final
apresentaram-nos todas as dependências do centro.
Não vimos
qualquer sinal de sangue que pudesse sugerir as matanças de animais que o
senhor tanto falou aqui, não vimos velas pretas e vela nenhuma, não vimos
cachaça, não vimos nada que pudesse sugerir material de despachos.
Não vimos
ninguém lendo mão de ninguém, só vimos amor, padre Osvaldo.
Conceição
– É verdade, padre Osvaldo, o que dona Odília tá falando. A gente ficou
sem entender nada, porque para nós o que o senhor diz é verdade, o senhor
é um representante de Deus e jamais poderia passar pela nossa cabeça
duvidar do senhor.
Começamos a
achar que aquele centro espírita pudesse ser diferente e resolvemos ir ao
Paz, Amor e Caridade, que fica lá na Lapinha, com os terços na mão, porque
certamente poderíamos ver lá as macumbas e as feitiçarias que o senhor
falava.
Todas as
cinco falando juntas – Não vimos nada disso, padre Ricardo, em nenhum
deles.
Senti-me profundamente constrangido, sem saber o que
dizer àquelas mulheres que tinham visitado todos os centros espíritas da
cidade e constatado que não havia macumba, despachos, feitiçarias,
bruxarias e tudo o que eu dizia.
Elas foram veementes comigo, exigindo explicações e
querendo saber como ficaria o conhecereis a verdade que liberta, diante de
tal situação.
Pedi para elas que me dessem um tempo de uma semana,
para continuarmos a conversar sobre isto, porque eu também queria checar
aquilo que elas haviam me relatado.
Fui visitar os centros espíritas e visitei todos por
onde elas passaram.
Eu também não vi macumba, feitiçaria e nada daquilo que
nós católicos imaginamos que o espiritismo seja.
Resolvi comprar os livros espíritas que eles
recomendavam e comecei a lê-los, desarmado e despido dos
preconceitos.
Meu irmão querido: Eu seria desonesto para comigo mesmo
e para com Nosso Senhor se, mesmo diante das evidências, continuasse
falando o que falava na minha tribuna.
É fato que existem alguns pontos divergentes nas duas
doutrinas. Eu, por exemplo, não aceito a reencarnação, mas por isto
e por esses pontos, que são tão irrelevantes na conduta moral do ser
humano, não podemos considerar religiões antagônicas porque estamos
afinados com o mesmo Cristo Jesus.
Tive vergonha de mim mesmo, chorei compulsivamente,
rezei muito, pedi perdão a Nosso Senhor e criei coragem para enfrentar
Dona Odília e as amigas na semana seguinte e pedir perdão a elas
também.
Eu continuo padre e vou morrer padre, amando a Santa
Madre Igreja Católica, mas jamais voltarei a comprometer os meus
princípios morais e de fidelidade ao Cristo, sendo tão desonesto o quanto
eu fui.
Dona Odília, Lucia Bastos, Ditinha, Conceição e dona
Alice continuam católicas, embora visitem também o centro espírita e eu
não me vi moralmente em condições de recomendar que não fossem ou
proibi-las, porque eu também vou, tenho recebido convites dos irmãos
espíritas até para falar, participar do programa de rádio deles, em
verdadeiro congraçamento de amor e fraternidade.
Juntos, católicos e espíritas, estamos trabalhando na
luta contra o aborto na nossa região e muito felizes com os resultados
obtidos.
A experiência me fez entender melhor a razão de tanta
evasão da igreja, evasão essa que certamente eu também tenha sido um dos
responsáveis.
Dona Odília e suas amigas tiveram coragem de chegar a
mim, ao término da santa missa, e abordar-me para tomar satisfações e
esclarecermos os fatos. Quantas e quantas outras Odílias simplesmente
abandonaram a igreja, saíram sem dar satisfações e foram para as igrejas
evangélicas ou mesmo abandonaram a religião, pela decepção com um padre
que nas suas cabeças nada mais era que um mentiroso?
Entendamos melhor o que nos ensina Jesus: “Os meus
discípulos serão conhecidos por muito se amarem”.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo."
Fica aí, então, esta matéria para apreciação de
todos.
Abração.
Alamar Régis Carvalho
Analista de Sistemas, Escritor e Antares DINASTIA alamarregis@redevisao.net www.redevisao.net --- www.canal500.com www.alamarregis.net www.partidovergohanacara.com www.facebook.com/alamarregis Ah, tem outra coisa: Você, que gosta do Alamar, dê uma entradinha no site da Rede Visão e se cadastre lá, como amigo do Alamar. É fácil, basta clicar em CADASTRE-SE AQUI, que está logo ao lado esquerdo do site, coloque o seu email lá que o sistema vai verificar se já consta os seus dados em nosso arquivo. Se tiver, esses dados vão aparecer e você poderá completar as outras informações que pedem lá, com objetivos de estatística apenas. Se for espírita, diga que é espírita para receber os artigos voltados aos espíritas. Se você já recebe emails do Alamar, com certeza já consta. Mesmo assim pedimos para que entre lá, a fim de atualizar as informações.
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