São Paulo, 28 de fevereiro de
2014.
Ao: Exmo. Sr.
Dr. Joaquim Benedito Barbosa Gomes
MD Ministro
Presidente do Superior Tribunal Federal
Brasília, DF
Senhor
Ministro:
Para
começar, eu quero sugerir que o senhor mande afixar na entrada do plenário
do STF um quadro, com letras garrafais, para ser lido por alguns juízes
desse Tribunal, com a célebre frase do grande jurista francês Jean de La
Bruyere: “O dever dos juízes é fazer
justiça; a sua profissão, a de deferi-la. Alguns conhecem o próprio dever e
exercem a profissão”.
Eu,
Alamar Régis Carvalho, brasileiro, analista de sistemas e escritor,
residente na cidade de São Paulo, SP, através deste documento venho
manifestar o meu veemente protesto contra essa que, ao longo da história, o
Brasil aprendeu a respeitar como a mais séria, ética e digna instituição
pública do país, mas que hoje, por ação insana de alguns dos seus
próprios ministros, joga na lama todo um conceito alcançado, em um dos mais
vergonhosos julgamentos que já se viu na história deste País.
Desculpe-me,
Ministro, pelas expressões, mas só não digo que foi uma cachorrada, porque
certamente estaria desrespeitando a cachorrinha pincher que tenho em minha
casa, que certamente, apesar de um animal considerado irracional, não está
em nível tão baixo quanto ao demonstrado por alguns nessa história do
julgamento do tal “mensalão”.
Jamais
imaginei um dia ver ministros do STF atuando como fantoches de um partido
político, legislando explicitamente como advogados dos réus envolvidos em
um processo, como isto que foi visto pelo Brasil inteiro, através da
televisão.
Não é
preciso conhecimento muito profundo na Psicologia para perceber os
semblantes, as expressões faciais, o gesticular e a maneira do falar dos
senhores ministros Teori Zavaski e Roberto Barroso, para perceber o quanto
eles não estavam bem com as suas consciências quando tomavam o microfone e
eram focados pelas câmeras da televisão.
Da
mesma forma o medo que era passado pelas expressões das ministras Carmem
Lúcia e Rosa Weber, como se elas ou os seus familiares corressem algum
risco, caso não votassem do jeito que votaram.
É uma
vergonha, senhor Ministro, o que a televisão mostrou, ainda bem que está
tudo gravado para a história.
Será
possível que esses magistrados, tão cultos, não conhecem Platão, quando diz
“O juiz não é
nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as
leis”?
Vejamos Aristóteles também: “A base
da sociedade é a justiça; o julgamento constitui a ordem da sociedade: ora
o julgamento é a aplicação da justiça”.
Foi
tão vergonhoso e explícito que eu não duvido se a qualquer momento alguém
no STF der uma ordem para que as câmeras da TV Justiça não focalizem mais
os ministros votando, do mesmo jeito que ordenaram à TV Câmara e a TV
Senado não focalizarem mais os seus plenários, durante as sessões, para que
os brasileiros não mais os vissem vazios, deputados e senadores falando ao
celular, lendo jornais ou batendo papo enquanto um outro colega está na
tribuna, num frontal desrespeito ao povo brasileiro.
Afinal
de contas, para que prestar atenção no que fala e propõe um colega, se esse
bando de marionetes acéfalas não vota com as suas cabeças e sim conforme as
conveniências espúrias dos partidos que os abrigam?
A
canalhice está se proliferando no País, Ministro Barbosa, os homens dignos
estão sendo massacrados, pois esta realidade foi notada também no seu
semblante de constrangimento e decepção quando se pronunciou depois da
conclusão do processo, também vista pelo país inteiro.
Infelizmente
a maioria da população, aquela que faz volume no resultado das eleições,
não tem discernimento suficiente para perceber como se processam as
malandragens arquitetadas, porque é entorpecida pelas esmolas que lhe é
dada por calhordas estratégias politiqueiras governamentais, por uma
garrafa de cerveja sobre a mesa e por um gol da seleção brasileira.
A
imprensa internacional, de países de várias culturas diferentes, reporta
sobre os vergonhosos exemplos que o Brasil está dando para o mundo,
exatamente este país que se acha dos mais importantes do mundo e requer até
assento no Conselho de Segurança da ONU. Quem sabe não indicariam o
Delúbio, o Zé Dirceu ou o Pizollato para Secretário Geral, substituindo ao
Ban Ki-moon?
Certamente
os principais veículos de imprensa do mundo também receberão a inteligente
denominação de imprensa golpista.
Concluo,
Ministro, que o meu repúdio contra o STF não o generaliza, pois, assim como
qualquer brasileiro que não é cego e surdo, eu consigo separar o trigo do
joio e percebo facilmente onde está a honra e a dignidade no STF, mas
gostaria que o Brasil todo pudesse saber distinguir também.
Nesta
oportunidade lhe faço um pedido, Ministro Joaquim:
Não
recuse o convite para se candidatar à Presidência da República. Entendo a dificuldade que
os homens de bem têm em aceitar qualquer convite para entrar na política,
todavia lembremos que "pela omissão dos bons o mal
prolifera" e urge a necessidade do nosso país ser governado
por um homem que não se submete a ser fantoche de partidos políticos e de
negociações e alianças entre pilantras partidários.
Fica
aqui então o meu protesto.
Respeitosamente.
Alamar
Régis Carvalho
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