A violência em nossos dias
alcançou níveis assustadores. As pessoas, de um modo geral, sentem-se
inseguras a ponto de transformarem seus lares em fortalezas, ou como
alguns dizem, prisão domiciliar; são impedidas de usufruir o direito de
ir e vir livremente.
É um fenômeno crescente inclusive nos
pequenos centros urbanos. Não há lugar totalmente imune ao processo de
violência humana, isso porque ela tem várias facetas. A sociedade está
perplexa e não sabe como se comportar diante desta realidade incômoda.
Não é uma questão de pessimismo; é um fato que precisa ser enfrentado
com seriedade.
A violência não é tão somente um problema de
segurança pública, da polícia, da justiça, ou da ausência de ações
políticas dos nossos governantes como afirmam alguns. A sociedade tem
sua parcela de responsabilidade. É uma situação ampla e complexa, que
precisa ser discutida com participação de todos segmentos sociais.
É
importante haver reflexões profundas sobre o tema e a história pode
contribuir muito para se fazer um diagnóstico correto. Importa também,
eliminar a idéia simplista, na qual a pobreza produz violência; a
pobreza é apenas uma das causas.
De fato, existem vários
componentes que precisam ser identificados e uma das melhores formas
seria um pacto social, onde o poder público, especialistas,
pesquisadores, estudiosos e sociedade pudessem canalizar inteligência e
recursos para combater um dos grandes males da humanidade.
Quando
se fala em equacionar a violência como comportamento humano, parece ser
simples porque não depende apenas de causas exteriores. Num primeiro
momento, não se pode resolvê-la sem encontrar uma solução para a
família.
A modernidade conseguiu fragmentar a célula mãe da
sociedade e se não houver uma revitalização da instituição família, é
praticamente impossível implementar qualquer medida saneadora.
Outro
segmento a ser revitalizado é a escola porque ela pode auxiliar a
família na disseminação da solidariedade, da fraternidade, da
convivência e aceitação das diferenças.
Essas instituições têm a
maior responsabilidade na formação comportamental do indivíduo; nelas se
descobrem os limites que precisam ser respeitados, o sentido da
solidariedade e o amor são experimentados. Se elas estiverem sem
credibilidade, inicia-se o processo de desagregação social.
A
violência resulta da desintegração da sociedade que, por sua vez, ocorre
porque não existe respeito humano. O combate à violência é muitas vezes
ineficiente por causa do método utilizado. Normalmente usa-se a
violência para combatê-la.
Disse um especialista em cultura da
paz, que se a sociedade se mobilizasse em busca da paz do mesmo modo
como se mobiliza para a guerra, seria facílimo extinguir a violência
humana. Eis aí uma das sugestões: Cultura da Paz.
Como se cultiva
a paz? Eliminando qualquer tipo de violência. A maneira de falar; o
timbre da voz; um sorriso autêntico; atitudes pacíficas, reações
faciais, tudo isso pode exprimir a cultura da paz. Um simples bom dia é
suficiente para transmitir paz. Repetir no pensamento todas as
expressões e imagens que possam produzir calma, tranqüilidade,
tolerância, respeito, amizade e perdão porque fazem muito bem ao corpo e
à alma.
Desejar o melhor para si e para os outros. Amar sem
medida, pois somente por amor pode-se alcançar vida plena. Este é o
grande projeto de Cristo: “que todos tenham vida e vida em abundância”. A
violência consegue contrariar tudo que Ele nos ensinou. Se o mundo
pudesse amar como Ele amou, certamente a paz reinaria.
Será
possível amar os inimigos da paz? Fazer o bem a quem não aprendeu amar?
Como eliminar o ódio da consciência humana? Somente com muito amor
pode-se responder afirmativamente estas perguntas.
AUTORA:
SILVANIA ALVES
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