domingo, 8 de março de 2015

" A CADA DOMINGO MILHARES DE PESSOAS NOS OUVE E FAZEMOS A DIFERENÇA NA VIDA DE MUITA GENTE"

Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 8 - N° 404 - 8 de Março de 2015
MARTHA RIOS GUIMARÃES
marthinharg@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)
 
 
Suzete M. Andreotti Amorim: 
A coordenadora do programa Momento Espírita, que completou nesta semana 43 anos de existência, conta como o programa surgiu e qual o seu propósito
Coordenadora, ao lado do marido Antonio Carlos Amorim, do programa Momento Espírita, da USE São Paulo, Suzete M. Andreotti Amorim (foto) é nossa entrevistada.
O Momento Espírita, um dos mais antigos programas radiofônicos espíritas de que se tem no-
tícia, foi ao ar pela primeira vez em 5 de março de 1972, através da Rede Boa Nova de Rádio, numa iniciativa da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo,

Transmitido aos domingos, das 12h às 12h50, com o objetivo de divulgar a doutrina e o movimento de unificação espírita paulista, o programa conta com cerca de 30 pessoas que se dividem nos programas semanais, em cuja pauta padrão se inserem comentários acerca de temas atuais no quadro intitulado “Espiritismo Hoje”, as obras básicas codificadas por Allan Kardec e outros clássicos do Espiritismo (em “Estude e Viva”), além de assuntos suscitados pelos ouvintes.
Entre os mais antigos ouvintes que acompanham o Momento Espírita, destaque para as mulheres que, como não poderia deixar de ser, se identificam com a coordenadora da equipe, Suzete Amorim, que nos concedeu a entrevista seguinte. 
Suzete, fale-nos um pouco sobre o início do programa.
Em 5 de março de 1972, Zulmiro Santos Silva e mais dois companheiros, Jair e Neusa, todos da USE Distrital Jabaquara, assumiram a responsabilidade de elaborar e fazer o programa, em conjunto com a USE Regional SP. No começo foram-nos dados 25 minutos, às 6h30 da manhã do domingo, e Zulmiro saía com seu gravador de fita cassete (muito moderno à época) colhendo algumas entrevistas que eram apresentadas no programa, juntamente com a leitura de mensagens e páginas de livros. A rádio nessa época usava gravadores de rolo e sua potência era de 150 Watts, o suficiente para o programa chegar a ouvintes da cidade de Guarulhos. 
Como você e seu esposo, Antonio Carlos Amorim, começaram a integrar essa equipe?
Em agosto de 1975, Zulmiro ficou doente e a rádio aumentou o tempo do programa para 50 minutos. Ele não teve condições de continuar e André Luiz Bertan, nosso amigo de mocidade, que tinha participado de alguns programas, conversou comigo e com o Amorim – que estudava e trabalhava com eletrônica e sonorização – para assumirmos. Não pensamos duas vezes para aceitar o desafio: éramos jovens e entusiastas. Quatro meses depois nosso companheiro, também da Mocidade, Mauro Spínola, se juntou ao grupo, que reunia então um total de 6 jovens. E lá se vão 40 anos! 
Imaginamos que há 40 anos não havia tantos recursos para facilitar a tarefa de vocês e, além do mais, o Brasil estava enfrentando a censura imposta pela ditadura. Como era a rotina dessa jovem e empenhada equipe em tempos tão hostis à liberdade de expressão?
O trabalho era imenso, época de censura acirrada. Tínhamos que datilografar tudo o que seria dito no programa em 9 laudas. Usávamos uma máquina de escrever portátil e um papel bem fino, de cor amarela, com carbono, no qual não podia haver rasuras.
O texto era entregue para ser aprovado pela censura e depois de 15 dias voltava. Somente após esse retorno podíamos gravar, sem alterar uma vírgula sequer, pois a rádio era obrigada a deixar tudo gravado à disposição da fiscalização, caso houvesse alguma dúvida por parte dos censores. 
Havia um local de trabalho ou vocês desenvolviam a tarefa em algum Centro Espírita ou na própria rádio?
Nós nos reuníamos toda sexta-feira em um quarto e cozinha que meus pais tinham disponível na Lapa (zona oeste de São Paulo). Iniciávamos nosso trabalho às 20 horas e terminávamos por volta das 10 horas da manhã do sábado.
Passávamos a noite toda elaborando o programa e decidindo as pautas e datilografando. A próxima etapa era gravar os programas já aprovados para que o Amorim levasse a fita de rolo para a rádio, que o transmitiria no domingo ao meio-dia. Foram muitos anos nesse esquema. 
Vocês possuíam algum patrocinador ou a rádio disponibilizava os equipamentos para a gravação?
Não tínhamos patrocinadores. O Amorim tinha gravador de rolo, igual ao da rádio, o que facilitava nossa gravação. 
Qual o papel do ouvinte ao longo desses 43 anos, 40 dos quais com a participação de vocês três, provenientes da Mocidade?
Ao longo do tempo a rádio aumentou a potência para 5.000 watts e depois de alguns anos para 10.000, o que foi motivo de muita comemoração, pois nossa audiência aumentou muito. Soma-se a isso o final da ditadura, dando-nos mais liberdade e a possibilidade de fazer o programa ao vivo. 
Como o programa tornou-se acessível para outros estados fora de São Paulo?
Com a inauguração da antena parabólica. Transmitimos pela primeira vez ao vivo um Congresso Espírita realizado em Goiânia, com a presença dos diretores da Rádio (Jether Jacomini e Osmar Marsili), minha e do Amorim.
Foi muita emoção poder contar com a participação dos ouvintes de outros estados brasileiros. Cabe salientar que as participações, até então, eram através de cartas e a partir desse momento pudemos incluir a participação dos ouvintes via telefone e ouvir seus questionamentos, comentários e, acima de tudo, o carinho deles pelo programa e pela rádio.
Posteriormente passamos a contar com a ajuda da internet, que possibilita levar nossa mensagem para o mundo todo.
Hoje os ouvintes podem participar postando opiniões e respondendo às nossas enquetes semanais através da página do Facebok denominada Programa Momento Espírita. 
Houve mudanças também na equipe do programa?
Sim, sempre contamos com equipes que ao longo dos anos, por motivos particulares, iam se modificando. Amorim, Mauro e eu é que estamos – e permanecemos – desde o início. Hoje contamos com uma grande equipe com cerca de 30 pessoas, todas conhecedoras profundas da doutrina e integrantes do movimento de unificação. Tenho certeza que a cada domingo milhares de pessoas nos ouvem e que fazemos a diferença na vida de muita gente. 
Sobre o que trata o programa?
O grande destaque é a Doutrina Espírita, sempre pautada na base deixada pelo Codificador Allan Kardec. Temos duas seções fixas. Uma, chamada “Espiritismo Hoje”, trata de assuntos atuais à luz da Doutrina Espírita. A outra, “Estude e Viva”, estuda de forma objetiva as obras kardequianas e os clássicos doutrinários. Também damos notícias do movimento espírita e tratamos de assuntos sugeridos pelos ouvintes e internautas – já que a comunicação entre nós e nosso público agora se dá pelo telefone e, também, pelo Facebook oficial do programa.(1) 
Fale-nos sobre a campanha de incentivo à leitura.
Começamos essa campanha em 2014, com vistas a promover a leitura para adultos e crianças. Todo domingo escolhemos um livro de qualidade (espírita ou não) para indicar aos nossos ouvintes. Aproveitamos, também, para reforçar a ideia de que é preciso ler para as crianças, para que elas tenham contato com o livro e, quando alfabetizadas, possam ser – tomara – leitoras. 
Deixe uma mensagem final para nossos leitores.
Ao longo desses 43 anos, o Momento Espírita tem levado a mensagem espírita a muitas pessoas, muitas delas nos contatam e afirmam que mudaram suas vidas em virtude do que ouviram no programa.
Isso só é possível porque há um trabalho sério e uma equipe fantástica que dispensa seus domingos para passar algo de positivo a pessoas que nem sequer conhecem. Porém, tenho certeza, todos fazem o trabalho com alegria e prazer, em prol da Doutrina.
Que continuemos firmes nesse propósito!
 
(1) Para sintonizar o programa aos domingos, das 12h às 12h50, pela Rede Boa Nova de Rádio: 1450 AM (Grande São Paulo), 1080 AM (Sorocaba e região), 1160 AM (Mococa)
Rádio Cidade: 870 AM (algumas cidades da Bahia e Pernambuco),
A Rádio Boa Nova pode ser sintonizada também via antena parabólica.
No Facebook eis o link do programa:  


Fonte: Retirado em inteiro teor da Revista Semanal de Divulgação Espírita intitulada o CONSOLADOR


 







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