A conhecida
cantora e
compositora fala
de sua vivência
musical, que
começou já na
infância
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Maria Elizabete
de Sousa
Lacerda, mais
conhecida como
Elizabete
Lacerda
(foto),
pedagoga,
psicopedagoga,
professora
montessoriana,
cantora e
compositora, é
espírita há mais
de 30 anos,
nasceu em Abaeté
(MG) e reside em
Brasília (DF).
Vinculada em
Taguatinga (DF)
ao Centro
Espírita Lar da
Santíssima
Trindade e, em
Brasília (DF), à
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Comunhão
Espírita de
Brasília,
participa do
Alimento
Fraterno
(atividade
levada aos
hospitais e
mendigos de
rua), além de
responder pela
harmonização de
ambiente para
passes e
tratamentos de
cura através da
música. Sua
linda história
desde a infância
no envolvimento
com a música
traz-nos rica
experiência.
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De onde vem o
gosto pela
música? Como
descobriu esse
talento?
Meu pai, homem
manso, humilde e
simples, veio de
uma família de
músicos. Minha
mãe, “eterna
cantora” nos
criou cantando.
Somos 7 irmãos e
apenas 3 não são
cantores. Nasci
entendendo que
música era como
ar, água, coisa
imprescindível!
Aos 9 anos de
idade já era uma
cantorinha bem
afinadinha.
E como foi para
a inspiração e
transmissão de
ensinos do amor
pela música?
Aconteceu com
naturalidade,
como se fizesse
parte de mim.
Desde criança o
gosto pelas
músicas sacras
já me tomava as
intenções e o
coração. De
berço católico,
o vigário da
Paróquia já me
convidava para
os cultos nas
redondezas, nos
locais mais
necessitados. A
menina cantora
ia feliz com seu
violãozinho e
tinha como
recompensa um
cartucho cheio
de amendoins
doces. As
pessoas ficavam
emocionadas
vendo uma
criança cantar,
choravam e eu
não entendia o
porquê. Pensava:
será que está
tão ruim assim?
E assim, dos 9
aos 14 anos, eu
andava com os
padres pelas
roças, pelo
interior,
levando o
Evangelho de
Jesus cantado.
Aos 18 anos me
tornei espírita
em função da
mediunidade
ostensiva
(iniciada aos 4
anos de idade) e
passei a
frequentar e
cantar nos
Centros
Espíritas.
Durante as
apresentações,
qual a sensação?
A sensação é de
estar num plano
diferente deste,
onde a alma se
une ao cosmos e
se expande com
tal raridade que
não se tem forma
nem jeito de
descrever. Eu
poderia comparar
a um êxtase
espiritual de
intensa leveza,
plenitude e
contentamento.
E a influência
espiritual que
sente, como é?
É magnífica.
Existem
Espíritos
comprometidos
com este
trabalho que se
apresentam
assiduamente.
São cantores,
maestros,
maestrinas,
compositores,
intérpretes e
músicos
variados.
Colaboram todo o
tempo com
participação
ativa nas
apresentações.
As pessoas
chegam a relatar
que escutam
coros cantando e
instrumentos
variados,
diferentes do
violão que toco
enquanto me
apresento.
Sinto-me
“tomada” por
profunda emoção.
Meu coração se
acelera,
dispenso litros
de ectoplasma,
sinto-me levitar
e totalmente em
paz! Percebo
claramente a
manifestação de
inúmeros
Espíritos que
realizam
tratamentos
espirituais
enquanto canto,
como também a
chegada de
estropiados dos
umbrais e outras
regiões que são
trazidos para se
energizarem ou
se tratarem
também. É comum
perceber
parentes
desencarnados
das pessoas ali
presentes. Na
verdade,
acontecem
“maravilhas”
enquanto as
canções são
entoadas. Muitos
são os relatos
dos presentes
após as
apresentações
musicais.
E a vibração do
público, como
interfere?
O público se
envolve
positivamente e
se emociona a
ponto de não
conseguir
segurar as
lágrimas. As
pessoas relatam
do bem que
sentem ao
escutar as
canções, do
envolvimento
espiritual que
vem junto às
melodias, do
consolo e do
conforto que
experimentam, da
coragem de se
comprometerem
com mudanças
íntimas, da
sensação da
presença de
pessoas queridas
desencarnadas se
aproximarem.
As músicas são
de sua
composição?
Considera-as
mediúnicas ou as
classifica como
inspiração?
Tenho um
repertório
extenso e
variado. Nossas
casas espíritas
hoje recebem
pessoas de todas
as religiões, e
isso nos abre um
leque de
possibilidades.
Escolho canções
que falem de
Deus, do bem, da
paz e do amor
para interpretar
e ofertar ao
público diverso
que me escuta.
Costumo receber
muitas
psicografias
musicais. Já
recebi um CD
inteiro dessa
forma, como
também as
componho sob
inspiração.
Algo marcante
que gostaria de
destacar de sua
experiência na
arte musical?
Eu diria que a
arte musical é
como o ar que
respiro. Não
existe Elizabete
Lacerda sem a
música. Recebo
diariamente
depoimentos dos
mais diversos
sobre o bem que
“esta música”
faz às pessoas.
Da minha parte,
consigo separar,
sem falsa
modéstia, o que
é meu e o que é
dos Espíritos.
Tenho
consciência de
que me coloco à
disposição da
Espiritualidade
amiga e ela age
da forma que é
preciso. Muitos
relatos de cura
de depressão, de
doenças graves,
de desistência
de suicídios, de
mudança radical
de vida e outros
me chegam como
forma de
estímulo e
incentivo para
que eu possa
continuar
cantando.
E do ambiente
espírita?
Sinto-me muito
bem acolhida
pelo ambiente
espírita que
reconhece o
trabalho que
desenvolvo como
CONSOLADOR.
Algumas casas
ainda se prendem
à forma e
conteúdo somente
espírita
apegando-se
unicamente às
canções
psicografadas,
no entanto
entendemos que
todos podemos
ser inspirados a
compor lindas
canções. Por
isso,
diversifico o
repertório e
fico feliz
quando as casas
se abrem para a
arte como um
todo, e não
apenas por uma
formalidade.
Essa tem sido a
minha luta; não
existe “Arte
Espírita”, mas,
sim, ARTE, que
por si só
independe de
qualquer
rótulo.
Algo mais que
gostaria de
acrescentar?
Serviço com
Jesus requer
desprendimento,
renúncia e
doação. Quem me
vê assim
cantando, talvez
não faça nenhuma
relação àquela
passagem de O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
citada no
capítulo XXIII,
itens 4 a 6,
“Abandonar Pai,
Mãe e Filhos”,
não relacionando
às consequências
que advêm desse
ato. Muita vez,
a família fica
sem mim para que
eu possa servir.
Isso já me
custou dias
difíceis, porém
a alegria, a
parceria com o
Cristo e as
consolações
resultantes
desse serviço
são bálsamos de
esperança para
mim e para todos
os envolvidos
nesse contexto.
É gratificante.
E com Jesus, o
fardo é sempre
mais leve! Que
eu faça por
merecer, cantar
as coisas de
Deus por longas
vidas. É o que
há de melhor em
mim, na minha
vida, nos meus
dias: CANTAR!
Fonte: O Consolador uma Revista Semanal de Divulgação Espírita
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