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Pedro Kirilos/Agência O Globo Ex-presidente se manifesta publicamente pela
primeira vez após aprovação do impeachment pela Câmara.
Em sua
primeira manifestação pública depois da aprovação do processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que a Casa é comandada por uma
"quadrilha legislativa que implantou a agenda do caos no Brasil”. O
petista ainda reconheceu falhas do governo.
Com voz
rouca, Lula preparou um discurso, que foi lido pelo diretor de seu instituto e
ex-ministro Luiz Dulci durante seminário realizado, em São Paulo, pela Aliança
Progressista, rede de partidos de vários países.
- A
oposição derrotada por quatro vezes optou por uma atitude golpista, para voltar
ao poder (…) voltar com a agenda neoliberal - disse Lula no discurso lido por
Dulci. Lula completou: Uma quadrilha legislativa implantou a agenda do caos.
O ex-presidente
falou ainda que “a população do Brasil sofre com falhas do governo, que
precisam ser corrigidas”.
Apesar do mea-culpa, o ex-presidente acusou a oposição de trabalhar para "aprofundar
o caos" por não aceitar o resultado da eleição de 2014:
- Uma
verdadeira quadrilha legislativa implantou a agenda do caos.
Lula
disse que o que acontece atualmente “envergonha o Brasil aos olhos do mundo” e
a defesa de Dilma foi ignorada, não passando de “mera formalidade”. O
ex-presidente afirmou ainda que “a solução dessa crise passa pela manutenção do
processo democrático”.
O petista
atacou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, segundo ele,
deflagrou o impeachment porque o PT não aceitou ajudá-lo no conselho de ética
da Casa.
- Foi um
gesto claro de vingança.
Enquanto
Dulci lia o discurso de Lula, manifestantes pró e contra o impeachment
protestaram em frente ao hotel onde acontecia o seminário. Os manifestantes
favoráveis ao governo estenderam uma faixa no chão com a frase "Não vai
ter golpe".
Do outro
lado, as pessoas portavam cartazes de apoio ao juiz Sérgio Moro, responsável
pela Lava-Jato. Motoristas que passam na frente do hotel, localizado na Bela
Vista, buzinavam para os manifestantes. A Polícia Militar os separou em dois
grupos.
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