A epidemia do Zika vírus
no Brasil está sendo
relacionada ao
estrondoso aumento dos
casos de microcefalia no
país. De acordo com o
Ministério da Saúde,
2.401 casos já foram
confirmados até o dia
12/12/2015 em 19 estados
e no Distrito Federal, o
que tem deixado toda a
população em estado de
alerta.
O Governo tem anunciado
esforços no trabalho de
investigação,
monitoramento e combate
ao surgimento de novos
casos de microcefalia
provocados pelo vírus,
que é transmitido pelo
Aedes aegypti –
mosquito responsável
também pela transmissão
da dengue. No entanto,
enquanto ainda não se
chega a uma fórmula de
imunidade ao vírus, o
melhor remédio contra a
contaminação ainda é a
prevenção.
Confira a entrevista com
o infectologista Vicente
Pessoa Júnior,
vice-presidente da AME-Goiânia sobre estes
casos que assolam o
país:
Qual a relação entre o Zika vírus e a
microcefalia?
O fato é que informações
dos serviços de
vigilância
epidemiológica mostram
que em outubro de 2015
foi detectado um grande
aumento no número de
casos de microcefalia. A frequência dessa
malformação passou de
5,5 casos em cada 100
mil crianças nascidas
vivas para 99,7 em 100
mil. Um aumento de quase
20 vezes. Ao estudar as
gestações de mães que
tiveram filhos microcefálicos, foi
possível perceber que
muitas apresentaram um
quadro de exantema
(manchas avermelhadas)
na pele durante a
gestação. A disseminação
do vírus zika e o
aumento dos casos de
microcefalia são
fenômenos que estão
acontecendo
simultaneamente. Isso
não quer dizer que um
seja a causa do outro.
Mas, então, por que se
acredita que existe uma
associação entre esses
fenômenos? São duas as
razões. A primeira é
que, ao estudar as
gestações de mães que
tiveram filhos microcefálicos, foi
possível perceber que
muitas apresentaram um
quadro de exantema
(manchas avermelhadas)
na pele durante a
gestação, caracterizando
uma infecção viral em
que foram descartados os
diagnósticos de dengue e chikungunya. Em três
casos de gestantes cujo ultrassom mostrava que
seus bebês tinham
microcefalia ainda no
útero, foi identificado
o Zika vírus no líquido
amniótico. A segunda
razão é geográfica,
tanto o surgimento do
vírus quanto os casos de
microcefalia aconteceram
na mesma região do País.
Foi por essas razões que
a OMS afirmou,
corretamente, que existe
uma associação entre os
eventos.
Os sintomas relacionados
a esse vírus são mais
brandos que os relatados
pela dengue ou mesmo a
chikungunya, que também
podem ser transmitidas
pelo mosquito Aedes
Aegypti que carrega
este vírus. Por ser mais
suave, é possível que a
pessoa nem chegue a
saber que teve a doença?
Cerca de 80% das pessoas
que se infectam com o
Zika vírus não
apresentam qualquer
sintoma. A doença passa
despercebida nessas
pessoas. Entretanto,
mesmo assim, se for uma
gestante, pode haver
comprometimento fetal.
Nas pessoas que não
estão gestantes, a
doença tende a ser mais
branda que outras
viroses exantemáticas.
Caso a grávida adquira o
Zika vírus após o 1º
trimestre de gestação, é
possível eliminar o
risco de microcefalia no
feto?
Ainda não há uma
resposta segura para
essa pergunta. Baseado
no conhecimento sobre
outras infecções virais
na gestação, acredita-se
que os casos infectados
no primeiro trimestre
tenham maior
probabilidade de
evoluírem com
microcefalia. Mas nada
garante ainda que a
infecção no segundo ou
terceiro trimestre da
gestação seja segura.
Outras viroses são
capazes de causar
alterações e
malformações nos fetos
nesses períodos da
gestação, como surdez,
alterações visuais,
calcificações
intracranianas e outras
malformações. Nada
impede que o Zika vírus
também possa causar.
Aprenderemos isso ao
longo do tempo.
Há um período de
segurança para se
engravidar após ter o
diagnóstico de Zika
vírus?
O período de viremia
(período em que o vírus
circula no sangue antes
de desaparecer ou ser
eliminado) do Zika vírus
dura em média cinco
dias. Esse é o período
crítico para o feto.
Mesmo assim, ainda não
há dados confiáveis e
seguros para se dizer
quanto tempo após a
viremia é seguro
engravidar. Teremos que
esperar e aprender com o
futuro estudo dessa nova
doença.
Como médico espírita,
qual o seu olhar para
esta geração de bebês
que estão nascendo com
microcefalia em todo o
país?
Durante um congresso
recente, ouvi de um
colega renomado a
seguinte frase: "O
Brasil terá a missão de
contar ao mundo a
história do Zika vírus".
É muito difícil para
todos nós especularmos
sobre os desígnios
divinos para um povo ou
um país quando diante de
algo assim. Acredito que
não entendemos esses
motivos. Por que há um
tsunami na Ásia? Por que
uma barragem se rompe em
Minas Gerais? Por que um
vulcão entra em erupção
em algum lugar? Não
sabemos! Conhecemos a
lei de causa e efeito e
a Justiça Divina e
confiamos que, baseada
nessas duas leis, alguma
razão, alguma explicação
deve existir. A partir
daí, em minha opinião,
toda e qualquer
conclusão é precipitada
e especulativa. Ao mesmo
tempo, penso que o
Criador proporciona os
meios de lutarmos contra
essas dificuldades,
ajudando-nos uns aos
outros e impulsionando a
ciência adiante em
benefício da humanidade.
Assim é que temos ao
nosso alcance a
capacidade e a
responsabilidade de
cuidar dos criadouros do
mosquito transmissor,
diminuindo o número de
casos e o sofrimento de
nosso povo. É nossa
obrigação.
*
A propósito do assunto,
a doutora
Maria Carolina Porto
(foto), médica pediatra e
presidente da
AME-Lagos-RJ, escreveu o
texto abaixo:
|
É importante cuidar e
amar o Espírito que
chega com o corpo físico
debilitado
Não podendo os Espíritos
aperfeiçoar-se, a não
ser por meio das
tribulações da
existência corpórea,
segue-se que a vida
material seja uma
espécie de crisol ou de
depurador, por onde têm
que passar todos os
seres do mundo espírita
para alcançarem a
perfeição?
“Sim, é exatamente
isso. Eles se melhoram
nessas provas, evitando
o mal e praticando o
bem; porém, somente ao
cabo de mais ou menos
longo tempo, conforme os
esforços que empreguem;
somente após muitas
encarnações ou
depurações sucessivas,
atingem a finalidade
para que tendem.” (O
Livro dos Espíritos,
questão 196.)
|
Passamos por um período
de transição planetária;
muitos Espíritos que
chegam ao planeta estão
desejosos por mudanças
ou são impulsionados
pela lei maior para a
própria recuperação
moral. Os que recebem o
benefício de reencarnar
em nosso país vivem com
a liberdade da escolha
religiosa, maior
tolerância às diferenças
e até com dificuldades
sociais que possibilitam
oportunidade do
exercício da resignação,
tolerância e opção pelo
bem.
Nos últimos anos,
vivenciamos alterações
profundas nas leis
brasileiras: a liberação
do aborto para fetos com
anencefalia, casos
esporádicos de
autorização de aborto a
fetos com outras más
formações e o acesso a
métodos como a pílula do
dia seguinte, amplamente
liberada pelo Ministério
da Saúde, que diminuem a
possibilidade de que
Espíritos comprometidos
aqui renasçam e
vivenciem suas expiações
ou provas.
No livro Ação e
Reação, ditado pelo
Espírito André Luiz ao
grande médium Chico
Xavier, fomos informados
que não somos vítimas de
nós mesmos, tanto quanto
todos somos
beneficiários da
Tolerância Divina a nos
conceder infinitas
oportunidades de
correção e
ressarcimento. Ao
recebermos um
reencarnante com
deficiência
mental-cerebral
passaremos a ter um
enfoque de lógica
irretorquível, não
espelhando castigo, mas
sim, grande bênção.
Vemos essa epidemia de
microcefalia que se
associa a uma infecção
prévia materna ao Zika
vírus como uma forma de
cumprir-se as Leis
Divinas, possibilitando
a essas famílias
aprenderem a cuidar e
amar o Espírito que
chega com o corpo físico
debilitado e necessitado
de cuidados especiais e
amor, permitindo ao
Espírito a reparação
junto às leis e à
própria consciência como
também que todos os
cidadãos brasileiros
aprendam a lutar por
serviços dignos de saúde
e direitos sociais para
essa parcela
significativa da
população que precisará
da atenção de todos nós.
Diante do exposto, é
importante refletirmos
um pouco sobre nossa
existência e a de quem
reencarna com
essa grave restrição
física e/ou intelectual,
tendo a oportunidade de
empregar todos os
esforços para que a Lei
da Reencarnação se faça
de acordo com a vontade
de Deus, mas sabendo que
somente através dos
nossos esforços morais
conseguiremos vencer
esse momento difícil
pelo qual passamos.
Fonte: o Consolador uma Revista de Divulgação Espírita
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