quinta-feira, 28 de setembro de 2017

PÍLULAS GRAMATICAIS - REPROD DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI


Pílulas gramaticais (276)



Veja estas orações:
- Com estas chuvas, a água da represa está vasando.
- Com estas chuvas, a água da represa está vazando.
Qual a correta?
A segunda frase, eis a correta, porque o verbo vazarescreve-se assim mesmo, com a letra “z”.
Eis alguns de seus significados:
- esgotar-se a pouco e pouco;
- deixar sair o líquido;
- entornar-se, verter-se; sair, retirar-se; ser transparente;
- tornar-se conhecida (uma notícia) por descuido, indiscrição, inadvertência etc.
Neste último sentido o verbo vazar é intransitivo, ou seja, não pede complemento.
Exemplo:
A notícia da demissão vazou antes mesmo de o decreto ser assinado.
Note que é a informação que vaza. Ninguém vaza uma informação. Está errada, pois, esta construção: Foi o assessor do ministro que vazou a informação, frase que deve ser substituída por esta: Foi o assessor do ministro que deixou vazar a informação.

*

Fêmur, que é nome que se dá ao osso da coxa, é palavra bem conhecida de todos. O que talvez algumas pessoas ignorem é que o adjetivo relativo ao fêmur ou à coxa é femoral, que nos veio do latim femoris.
Exemplo:
Minha avó sofreu uma fratura femoral – ou seja, fraturou o fêmur.




Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link:http://goo.gl/OJCK2W, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele nos propicia.



sexta-feira, 22 de setembro de 2017


Pílulas gramaticais (275)







Concluindo as explicações relativas ao uso do infinitivo não flexionado, vejamos as três últimas regras aplicáveis ao assunto.
Segundo a 5ª regra, o infinitivo integrante de locução verbal não é flexionado:
- Os meninos costumavam levantar-se cedo.
- Estando deteriorados, os pneus devem ser trocados.
- De acordo com a lista, devem ser promovidos três colegas.
Dispõe a 6ª regra que não se flexiona o infinitivoprecedido de preposição que funcione como complemento do verbo principal, de substantivo, de adjetivo ou de verbo na voz passiva:
- O empresário convenceu os operários a voltar ao trabalho.
- Os investidores continuam dispostos a comprar dólares.
- Esses medicamentos são ruins de tomar.
- Globo e Band conseguiram o direito de transmitir os jogos.
- Enfrentamos provas difíceis de resolver.
- Os alunos foram forçados a sair da sala.
- Os aposentados foram obrigados a esperar na fila.
A 7ª regra diz-nos que o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio não se flexiona:
- Eles estavam a marchar. [... estavam marchando]
- Quando houve o acidente, os romeiros estavam a cantar. [... cantando]

*

Em caso de dúvida quanto à flexão do infinitivo, lembremos, por fim, o conselho de Napoleão Mendes de Almeida: “Devemos limitar a flexão do infinitivo aos casos de real necessidade de identificação do seu sujeito. Não verificada essa necessidade, deixemos intacto o infinitivo”.



Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link:http://goo.gl/OJCK2W, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele nos propicia.



sexta-feira, 8 de setembro de 2017

MEMÓRIAS DO PADRE GERMANO- PART. DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULOXXI


Iniciação aos clássicos espíritas





Memórias do Padre Germano

Amalia Domingo Soler

Parte 3

Continuamos o estudo metódico e sequencial do livroMemórias do Padre Germano, com base na 21ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. Como o Padre Germano conceituava os ateus?
B. Tem valor a oração que se faz como mera rotina, mecanicamente?
C. Que significado teve, para o Padre Germano, o caso Madalena?

Texto para leitura

17. A Fonte da Saúde é o assunto principal do cap. 5, em que o Padre Germano, reconhecendo que a Religião só admite a verdade, afirma que “as religiões... são o manto das misérias humanas”. (P. 51)
18. Para o Padre Germano, as religiões devem servir para aproximar o homem de Deus, porque constituem um freio ao galope das paixões; contudo, tão ateu é o que diz não crer em Deus como o que levanta uma capela para encobrir um crime. (P. 52)
19. Foi exatamente isso que uma rica mulher propôs a Germano. Sua filha Clarisse seria mãe, mas a criança era fruto de um amor incestuoso: ela e um irmão (filho bastardo de seu pai) haviam sido vítimas de satânica tentação (pelo menos foi assim que a mulher classificou o caso). Na presença do Padre Germano, a rica mulher propôs: “Quando o filho do crime, quando o fruto do incesto vier ao mundo, é necessário sufocar-lhe o choro; e, para desagravo do Eterno, levantaremos sobre a sua ignota sepultura uma ermida, que tomará o lugar da fonte próxima e se denominará a Capela da Saúde”. (PP. 56 e 57)
20. Padre Germano cortou-lhe a palavra, censurando-a amargamente: “Quereis levantar um templo sobre um túmulo! Quereis que o sangue de uma criança sirva de argamassa às pedras de uma nova igreja, levantada para encobrir um crime!” “Não blasfemeis mais, senhora, porque ai dos blasfemos... Acreditais que os incestuosos serão menos culpados, se depois de cometerem um assassínio dispuserem as primeiras pedras de uma catedral? Ah! senhora, Deus não quer templos de pedra, porque Ele os formou, múltiplos, na consciência de cada homem”. (P. 57)
21. Assustada com as palavras do Padre, que não descansou enquanto não achou uma família que adotasse a criança, a mulher concordou com o nascimento e a sobrevivência do menino. Ao regressar à Corte, depois do parto, Clarisse apertou a mão do Padre Germano e lhe disse: “Obrigada, Padre; quando para aqui vim, estava desesperada, e, graças a vós, hoje me encontro tranquila. Velai por ele, meu Padre, e, quando possa rezar, ensinai-o a rezar por sua mãe”. (P. 58 e 59)
22. “O Melhor Voto” é o título do cap. 6, em que o Padre Germano, deplorando o vazio das comunidades religiosas, assevera que o trabalho a que mais se dedicam os religiosos é absolutamente estéril, uma vez que a oração a horas fixas é penosa tarefa, é mera rotina,  é qual pássaro sem asas que, ao invés de alçar-se às alturas, rasteja e cai ao solo. “As preces elevadas ao som do campanário – diz Germano – não transpõem as grades do coro; são como mananciais que rolam entre barrancos pedregosos, sem deixar vestígios de sua passagem.” (P. 61)
23. Neste capítulo, em que nos relata o caso Madalena, Padre Germano reitera sua opinião a respeito dos conventos, para ele um verdadeiro contrassenso, lugar de estacionamento para os espíritos e, finalmente, um inferno para as mulheres, como ele pôde comprovar ao ouvir em confissão muitas monjas. (P. 62)
24. Madalena era o consolo, o arrimo e a alegria de um velho homem, pai de prole numerosa que perdera a esposa, a maior parte de sua fortuna e, por cúmulo, quase cego ficara. Dos sete filhos a sustentar, apenas ela, a filha mais velha, o ajudava no sustento do lar; contudo, convencida pelos conselhos de um missionário, a jovem decidira entrar para um convento. (PP. 63 e 64)
25. Desesperado com essa notícia, o pai – que era adepto da Reforma protestante – pediu ajuda ao Padre Germano. Perdê-la para sempre, saber que ela vivia, mas não vivia para os seus, seria para ele como a morte... O Padre Germano prometeu ajudá-lo e assim o fez, mostrando a Madalena que a vida de clausura é contrária à lei natural, que a mulher não veio à Terra para encerrar-se num convento e que o bom caminho, a ela destinado, não era abandonar seu pai nos derradeiros momentos de sua vida, quando havia perdido esposa, fortuna e a preciosa luz dos olhos, mas servir à sua velhice, alegrar a noite de sua existência, aceitar o afeto de um homem de bem, proporcionando assim a seu pai um novo arrimo. (PP. 64 a 66) (Continua na próxima edição.)

Respostas às questões preliminares

A. Como o Padre Germano conceituava os ateus?
Ele dizia que as religiões devem servir para aproximar o homem de Deus, porque constituem um freio ao galope das paixões; contudo, tão ateu é o que diz não crer em Deus como o que levanta uma capela para encobrir um crime, o que costumava ocorrer em seu tempo. (Memórias do Padre Germano, pp. 51 e 52.)
B. Tem valor a oração que se faz como mera rotina, mecanicamente?
Segundo Germano, a oração a horas fixas é penosa tarefa, é mera rotina,  é qual pássaro sem asas que, ao invés de alçar-se às alturas, rasteja e cai ao solo. “As preces elevadas ao som do campanário – disse ele – não transpõem as grades do coro; são como mananciais que rolam entre barrancos pedregosos, sem deixar vestígios de sua passagem.” (Obra citada, pág. 61.)
C. Que significado teve, para o Padre Germano, o caso Madalena?
Esse caso apenas reforçou sua aversão aos conventos, para ele um lugar de estacionamento para os espíritos e um inferno para as mulheres, como pôde comprovar ao ouvir em confissão muitas monjas. Madalena era o consolo, o arrimo e a alegria de um velho homem, pai de prole numerosa que perdera a esposa, a maior parte de sua fortuna e, por cúmulo, quase cego ficara. Dos sete filhos a sustentar, apenas ela, a filha mais velha, o ajudava no sustento do lar; contudo, convencida pelos conselhos de um missionário, a jovem estivera a ponto de entrar para um convento, deixando para trás seus deveres de filha. (Obra citada, pp. 62 a 66.) 


Nota:
Links que remetem aos textos anteriores:





Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste linkhttp://goo.gl/OJCK2W, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele nos propicia.



terça-feira, 5 de setembro de 2017

SÓ TEMOS NO CORAÇÃO O QUE PERMITIMOS COLOCAR REP. DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI

t

Contos e crônicas




Só temos no coração o que permitimos colocar

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

No coração caberá tudo o que desejarmos colocar. Se há pouco ou o que há não é tão bom, ou ainda não há o que se deseja, simplesmente somos os inteiros responsáveis. No entanto, sempre há o início para a transformação... e a eternidade é o tempo real.
Se somos os responsáveis pelo que vivemos, tão melhor o apreço ao que é benéfico, leve e mais iluminado, pois por meio da apreciação é que, de alguma forma, a compreensão começa a brilhar. A vida nos apresenta condições e estágios para o crescimento e a cada degrau conquistado mais gratidão nos preencherá junto de notáveis sentimentos que apenas com o esforço é que se pode senti-los.
Se o olhar busca o infinito é pelo fato de revigorar-se na direção abençoada dos olhos de Jesus que nos cuida. Se o olhar observa ainda mais o lindo movimento das flores e plantas que o vento provoca e não se incomoda com a sujeira que as folhas fazem é pelo motivo de a atenção estar mais leve e depurada. Se as recordações dos acontecimentos suspiram e sorriem é em razão de as lembranças estarem como realmente devem ser: com a bela essência. E se há mais palavras bondosas e pacientes proferidas, então o exercício pelo progresso está acontecendo de maneira harmonizada.
Em todo lugar e de toda maneira, haverá situações com as quais nos identificamos; as afortunadas sempre nos trarão paz e bem-estar e as opostas nos pesarão, porém, o livre-arbítrio é faculdade universal e escolheremos o que mais nos atrai a cada tempo.
Embora Deus seja o nosso criador teremos Dele apenas o que couber em nosso ser. Sua magnanimidade inquestionável deseja tanto o nosso entendimento, progresso na linha natural da evolução. Logo, tudo o que não nos agrada possa transformar-se em decisivo exemplo a não aumentarmos os cordões de distanciamento dos jardins floridos e perfumados os quais o nosso espírito realmente busca.
Tão certa é a sensação dos nossos atos e pensamentos. Como é denso o sentimento desequilibrado e, por vezes, não muito bondoso. Estados são transitórios, todo quadro mental é passível de renovação e à medida que as boas atitudes, os positivos sentimentos ganham determinação, naturalmente pinceladas de belas cores da alegria da vida começam a animar e o coração vai tornando-se mais leve e espaçoso para os abençoados preenchimentos da criação do Pai.
Se o universo individual é do tamanho do que é capaz de sentir e assimilar, que deseje, então, crescer para infinitas belas ocasiões ele vivenciar e conhecer. E se a breve prece não é suficiente, o coração deve estender-se em silêncio, recolhimento para alcançar cada vez mais a compreensão da nobreza que é viver e toda sua infinda forma de apresentar-se. Em todo acontecimento sempre há o lado positivo, mesmo que seja observado nele mais dor que paz, mas como já se sabe, para todos os seres há a completa razão de sua existência.
Acordemos quanto antes. Vamos ver os amanheceres e encantar-nos com os voos dos passarinhos libertos, com a alegria de um abraço que, por ele, podemos ser curados e curarmos também, vamos desapegar-nos de coisas e abrir mais espaço para o que é bom e renovador. Não nos esqueçamos de que só temos em nós o que permitimos colocar.
E perceberemos que a criança brincando no parque florido tem o coração bem mais feliz, basta observar o seu doce e sincero sorriso nos lábios e no seu olhar.

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura:http://contoecronica.wordpress.com/





Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link:http://goo.gl/OJCK2W, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele nos propicia.