segunda-feira, 30 de abril de 2018

O SENHOR VEM... REP ESPIRITISMO SÉCULO XXI






O Senhor vem...
Auta de Souza
E eis que Ele chega sempre de mansinho,
Haja sol, faça frio ou tempestade;
Veste o manto do amor e da verdade,
E percorre o silêncio do caminho.
Vem ao nosso amargoso torvelinho,
Traz às sombras da vida a claridade,
E os próprios sofrimentos da impiedade
São as bênçãos de luz do seu carinho,
Como o Sol que dá vida sem alarde,
Vem o Senhor que nunca chega tarde,
E protege a miséria mais sombria.
Ele chega. E o amor se perpetua...
É por isso que o homem continua
Ressurgindo da treva a cada dia.
Do livro Parnaso de Além-Túmulo, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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quarta-feira, 18 de abril de 2018

NA HORA DA CRUZ REP DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI





Na hora da cruz
Irmão X (autor espiritual)
Quando o Mestre se afastou do Pretório, suportando o madeiro a que fora sentenciado pelo povo em desvario, pungentes reflexões lhe assomavam ao pensamento.
Que fizera, senão o bem? Que desejara aos perseguidores, senão a bênção da alegria e a visitação da luz? Quando receberiam os homens o dom da fraternidade e da paz?
Devotara-se aos doentes com carinho, afeiçoara-se aos discípulos com fervor... Entretanto, sentia-se angustiadamente só.
Doíam-lhe os ombros dilacerados.
Por que fora libertado Barrabás, o rebelde, e condenado ele, que reverenciava a ordem e a disciplina?
Em derredor, judeus irritados ameaçavam-no erguendo os punhos, enquanto legionários semiébrios proferiam maldições.
A saliva dos perversos fustigava-lhe o rosto e, inclinando-o para o solo, a cruz enorme pesava...
“Ó Pai! – refletia, avançando dificilmente – que fiz para receber semelhante flagelação?”
Anciãs humildes tentavam confortá-lo, mas, curvado qual se via, nem mesmo lhes divisava os semblantes.
“Por que a cruz? – continuava meditando, agoniado – por que lhe cabia tolerar o martírio reservado aos criminosos?”
Lembrou as crianças e as mulheres simples da Galileia, que lhe compreendiam o olhar, recordando, saudoso, o grande lago, onde sentia a presença do Todo-Compassivo, na bondade da natureza...
Lágrimas quentes borbotavam-lhe dos olhos feridos, lágrimas que suas mãos não conseguiam enxugar. Turvara-se-lhe a visão e, incapaz de mais seguro equilíbrio sobre o pedregulho do caminho estreito, tropeçou e caiu de joelhos.
Guardas rudes vergastaram-lhe a face com mais violência. Alguns deles, porém, acreditando-o sob incoercível cansaço, obrigaram Simão, o Cirineu, que voltava do campo, a auxiliá-lo na condução do madeiro.
Constrangido, o lavrador tomou sobre os ombros o terrível instrumento de tortura e só então conseguiu Jesus levantar a cabeça e contemplar a multidão que se adensava em torno.
E observando a turba irada, oh! sublime transformação!...
Notou que os circunstantes estavam algemados a tremendas cruzes, invisíveis ao olhar comum.
O primeiro que pôde analisar particularmente foi Joab, o cambista, velho companheiro de Anás, nos negócios do Templo. Ele se achava atado ao lenho da usura. Vociferava, aflito, escancarando a garganta sequiosa de ouro.
Não longe, Apolônio, o soldado da coorte, mostrava-se agarrado à enorme cruz da luxúria, repleta de vermes roazes a lhe devorarem o próprio corpo.
Caleb, o incensador, berrava frenético, entretanto apresentava-se jungido ao madeiro do remorso por homicídios ocultos.
Amós, o mercador de cabras, arrastava a cruz da enfermidade que o forçava a sustentar-se em vigorosas muletas.
José de Arimateia, o amigo generoso, que o seguia, discreto, achava-se preso ao frio lenho dos deveres políticos, e Nicodemos, o doutor da Lei, junto dele, vergava, mudo, sob o estafante madeiro da vaidade.
Todas as criaturas daquele estranho ajuntamento traziam consigo flagelações diversas. O Mestre reconhecia-as acabrunhado.
Eram cruzes de ignorância e miséria, de revolta e concupiscência, de aflição e despeito, de inveja e iniquidade.
Tentou concentrar-se em maior exame, contudo piedosas mulheres em lágrimas acercavam-se dele, de improviso.
– Senhor, que será de nós, quando partires? – gritava uma delas.
– Senhor, compadece–te de nossa desventura!... – suplicava outra.
– Senhor, nós te lamentamos!...
– Mestre, pobre de ti!...
O Cristo fitou-as, admirado. Todas exibiam asfixiantes padecimentos.
Viu que, entre elas, Maria de Cleofas trazia a cruz da maternidade dolorosa, que Maria de Magdala pranteava sob a cruz da tristeza e que Joana de Cusa, que viera igualmente às celebrações da Páscoa, sofria sob o madeiro do casamento infeliz...
Azorragues lamberam-lhe a cabeça coroada de espinhos. A multidão começava a mover-se, de novo. Era preciso caminhar...
Foi então que o Celeste Benfeitor, acariciando a própria cruz que Simão, o Cirineu, passara a carregar, nela sentiu precioso rebento de esperança, com que o Pai Amoroso lhe agraciara o testemunho, a fim de que as sementes da renovação espiritual felicitassem a Humanidade.
E, endereçando compadecido olhar às mulheres que o cercavam, pronunciou as inesquecíveis palavras do Evangelho:
– Filhas de Jerusalém, não choreis por mim!... Chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos, porque dias virão em que direis: bem-aventurados os ventres que não geraram e os seios que não amamentaram!... Então, clamareis para os montes: Caí sobre nós! – e rogareis aos outeiros: Cobri-nos! – Porque, se ao madeiro verde fazem isto, que se fará com o lenho seco?
Do livro Cartas e Crônicas, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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terça-feira, 17 de abril de 2018

UMA PALETA DE CORES REP DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI





Uma paleta de cores
CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Observando um jardim esplêndido.
Se um jardim de mesmas flores já é encantador, um de espécies variadas e incomparavelmente coloridas, de fato, é esplendoroso. Tanta diversidade, tanta riqueza.
Havia as de talo longo, curto; com pétalas mais delicadas, outras mais robustas; havia as de cor viva e as de cor neutra; umas mais perfumadas, outras suaves; algumas se movimentavam pouco, outras se alongavam ao máximo. Era uma tarde de vento fresco e céu azul.
De perto o encanto era ampliado; um pouco mais distante, a formosura se mantinha com o suspiro misterioso de como é linda a diversidade. Não há como escolher; nenhuma flor é menos que outra, são variadas e são todas flores.
Se pesquisarmos cada uma, haverá inúmeras informações peculiares, seu desenvolvimento, sua adaptação, suas características. Mesmo aparentemente parecidas, elas são únicas. Como nos encantamos com essas lindas criaturas! E se desse jardim algumas forem arrancadas, certamente, farão muita falta, pois já existiam ali e completavam o espaço.
Cultivemos, então, os belos jardins de flores variadas e cuidemos ainda mais da diversidade das pessoas porque haverá o dia em que a compreensão do que é diferente será o mesmo entendimento da importância dos muitos credos, etnias, escolhas de vida, ou seja, o natural progresso dentro da evolução.
Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/
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segunda-feira, 16 de abril de 2018

PERANTE A MORTE REP DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI





Perante a morte
Astrolábio Querido
Cai a sombra da morte no caminho
Mas, ao invés da triste noite escura,
Surgem na madrugada de ventura
Novo céu, nova estrada, novo ninho.
Não mais o doloroso torvelinho
Nem a aflição da carne que tortura:
- Voa a alma livre, à luz risonha e pura,
Embriagada de celeste vinho.
Para quem guarda o bem, para quem lida,
Procurando Jesus em toda a vida,
A morte é doce prêmio à longa espera.
A sepultura em treva, angústia e pranto,
Descortina o reinado sacrossanto
Da Eterna Paz, na Eterna Primavera.

Do livro Cartas do Coração, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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quarta-feira, 11 de abril de 2018

SERVIR MAIS REP. DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI






Servir mais
Irmão X
Efraim ben Assef, caudilho de Israel contra o poderio romano, viera a Jerusalém para levantar as forças da resistência, e, informado de que Jesus, o profeta, fora recebido festivamente na cidade, resolveu procurá-lo, na casa de Obede, o guardador de cabras, a fim de ouvi-lo.
- Mestre - falou o guerreiro -, não te procuro como quem desconhece a justiça de Deus, que corrige os erros do mundo, todos os dias... Tenho necessidade de instrução para a minha conduta pessoal no auxílio do povo. Como agir, quando o orgulho dos outros se agiganta e nos entrava o caminho?... quando a vaidade ostenta o poder e multiplica as lágrimas de quem chora?
- É preciso ser mais humilde e servir mais - respondeu o Senhor, fixando nele o olhar translúcido.
- Mas... e quando a maldade se ergue, espreitando-nos à porta? que fazer, quando os ímpios nos caluniam à feição de verdugos?  
E Jesus:
- É preciso mais amor e servir mais.
- Senhor, e a palavra feroz? que medidas tomar para coibi-la? como proceder, quando a boca do ofensor cospe fogo de violência, qual nuvem de tempestade, arremessando raios de morte?
- É preciso mais brandura e servir mais.
- E diante dos golpes? há criaturas que se esmeram na crueldade, ferindo-nos até o sangue... De que modo conduzir nosso passo, à frente dos que nos perseguem sem motivo e odeiam sem razão?
- É preciso mais paciência e servir mais.
- E a pilhagem, Senhor? que diretrizes buscar, perante aqueles que furtam, desapiedados e poderosos, assegurando a própria impunidade à custa do ouro que ajuntam sobre o pranto dos semelhantes?
- É preciso mais renúncia e servir mais.
- E os assassinos? que comportamento adotar, junto daqueles que incendeiam campos e lares, exterminando mulheres e crianças?
- É preciso mais perdão e servir mais.
Exasperado, por não encontrar alicerces ao revide político que aspirava a empreender em mais larga escala, indagou Efraim:
- Mestre, que pretendes dizer por “servir mais”?
Jesus afagou uma das crianças que o procuravam e replicou, sem afetação:
- Convencidos de que a justiça de Deus está regendo a vida, a nossa obrigação, no mundo íntimo, é viver retamente na prática do bem, com a certeza de que a Lei cuidará de todos. Não temos, desse modo, outro caminho mais alto senão servir ao bem dos semelhantes, sempre mais...
O chefe israelita, manifestando imenso desprezo, abandonou a pequena sala, sem despedir-se.
Decorridos dois dias, quando os esbirros do Sinédrio chegaram, em companhia de Judas, para deter o Messias, Efraim ben Assef estava à frente. E, sorrindo, ao algemar-lhe o pulso, qual se prendesse terrível salteador, perguntou, sarcástico:
- Não reages, galileu?
Mas o Cristo pousou nele, de novo, o olhar tranquilo e disse apenas:
- É preciso compreender e servir mais.

Do livro Contos Desta e Doutra Vida, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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segunda-feira, 9 de abril de 2018

À JUVENTUDE - REP DE O BLOG ESPIRITISISMO SÉCULO XXI





À Juventude
Cármen Cinira
Juventude linda e ardente,
Mocidade querida que eu exorto,
Meu coração de carne, esse está morto,
Mas minha alma que é eterna está presente.
Zelai pelo plantio, ó juventude,
Das flores perfumadas da virtude,
Porque depois dos sonhos terminados
Em nossos ermos e últimos caminhos,
Ai! como nos ferem os espinhos
Das belas rosas rubras dos pecados!
Do livro Parnaso de Além-Túmulo, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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quarta-feira, 4 de abril de 2018

EVANGELHO E ESPIRITISMO - REP DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI




Evangelho e Espiritismo
Emmanuel
Todos aqueles que negam a feição religiosa do Espiritismo, recusando-lhe a posição de Cristianismo Restaurado, decerto ainda não abarcaram, em considerações mais amplas, a essência evangélica em que se lhe estruturam os princípios, nos mais íntimos fundamentos.
Examinemos, pela rama, alguns dos pontos mais importantes de formação do Testamento Kardequiano:
- "O Livro dos Espíritos", que se popularizou com mil e dezenove questões, sabiamente explanadas, não obstante os primores filosóficos de que se compõe, é um código de  responsabilidade moral, iniciado com duas proposições, acerca de Deus e do Infinito, e rematado com outras duas, que se reportam ao reino do Cristo nos corações e ao reinado do bem, no caminho dos homens.
- "O Livro dos Médiuns", volume de metodologia para o intercâmbio entre encarnados e desencarnados, apresenta, de entrada, valiosa argumentação, alusiva à existência do Mundo Espiritual, e reúne, no encerramento, diversas comunicações de individualidades desencarnadas, ao mesmo tempo que nos convida a exame sério e imparcial de todas as mensagens recolhidas do Além, por via mediúnica, salientando-se que a primeira página da seleção exposta começa com significativa advertência de Agostinho: "Confiai na bondade de Deus e sede bastante clarividentes para perceberdes os preparativos da vida nova que ele vos destina".
- “O Evangelho segundo o "Espiritismo" abre as próprias elucidações com judiciosos apontamentos, em torno de Moisés e da Lei Antiga, compendiando, em seguida, os ensinos de Jesus, em todo o texto, para concluir alinhando comovedores poemas de exaltação à prece.
- "O Céu e o Inferno", tomo de cogitações francamente religiosas, segundo a definição do título, começa analisando o porvir humano, do ponto de vista espiritual, e termina com o ditado de José, o cego, espírito de evolução mediana que encarece a necessidade do sofrimento no serviço expiatório da consciência culpada e destaca a excelência da reencarnação, na Justiça Divina.
- "A Gênese", o livro final da Codificação e que enfeixa arrojadas teses de ciência e filosofia, enfileira dezoito capítulos, com mais de cem artigos, dos quais a terça parte se refere exclusivamente a passagens e lições do Divino Mestre, acrescendo notar que a obra principia aceitando o Espiritismo em sua missão de Consolador Prometido, com a função de explicar e desenvolver as instruções do Cristo, e despede-se com admiráveis reflexões sobre a geração nova e a regeneração da Humanidade.
Cremos de boa fé que todos os companheiros, propositadamente distanciados da tarefa religiosa do Espiritismo, assim procedem, diligenciando imunizar-nos contra a superstição e o fanatismo, que a plataforma libertadora da própria Doutrina Espírita nos obriga a remover, mas, sinceramente, não entendemos a Nova Revelação sem o Cristianismo, a espinha dorsal em que se apoia.
Isso acontece porque, se após dezenove séculos de teologia arbitrária, não chegaríamos a compreender agora, no mundo, o Evangelho e Jesus Cristo, sem Allan Kardec, manda a lógica se proclame que o Espiritismo e Allan Kardec se baseiam em Jesus Cristo, de ponta a ponta.

Do livro Opinião Espírita, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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