terça-feira, 31 de janeiro de 2017

CONTOS E CRÔNICAS - REPROD. DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI


Contos e crônicas


Bastam as boas atitudes como evidência
CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Em meio a um momento escancarado no qual muito do que deveria referir-se à particularidade é aberto em qualquer canto do Planeta com um natural clique, realmente deve-se observar o que está impulsionando o desejo em mostrar o íntimo, o sagrado, o tão particular. Cada pessoa possui um universo que se deve respeitar, iniciando por si mesma. O desejo de ser visto incessantemente nas mídias é necessário ou compensatório?
Se somos um universo individual, somos também a luz e a energia, somos centelha divina, somos eternidade, não necessitamos de fotos diárias, relatos constantes sobre o próprio dia a dia, aliás, esse marketing não nos fará maior, no entanto, muito poderá nos prejudicar, pois quando a imagem e as mecânicas cenas são como o pulsar, como estará a essência desse coração? É de fato isso ou é um grito por socorro?
E infelizmente grande parte das pessoas que tanto se evidencia é o oposto dessa aparência, essas pessoas não estão felizes, não estão completas, não conquistaram ainda o que desejam, nem possuem laços estreitos com milhares de amigos virtuais ‒ pois basta ter um amigo verdadeiro ‒; essas pessoas fazem de conta e deixam de viver o grande presente que é a vida com suas reais características. Elas se viciam em (a)parecer sem ser e o tempo passa e a verdadeira felicidade é adiada.
Quanto há a conhecer, a experimentar, a ler, a ensinar, a aprender, a sorrir, a compartilhar grandes atos, a solidarizar, a melhorar e para isso tudo é preciso querer viver a vida real, a vida abençoada. Então, torna-se essencial reservar a alma, a esplêndida luz que habita cada uma em sua grandeza, todas as suas particularidades, suas riquezas e, sinceramente, escancarando sua intimidade não é um meio coerente para essa luz brilhar.
O respeito existe quando se inicia no âmago, como todo benfazejo atributo, logo, tudo se deve iniciar no interior para a compreensão e após o entendimento haverá condição de expandir-se. O que se pensa ser sem realmente conquistar é perda de energia, é frustração, é grande tristeza disfarçada de ilusório contentamento.
Na era tecnológica, a excedente exposição virtual é frequente e comum, mas é necessária a pergunta: será que as pessoas se interessam por minha história, será que é importante este tipo de exposição para a sociedade e para mim? Perguntas simples que nos pouparão chateações e constrangimentos. Entretanto, se as perguntas forem feitas a Deus, sem sombra de dúvida, Ele responderá ao nosso coração que somos importantes demais, somos os filhos de Sua criação, somos parte de Sua luz, somos os herdeiros de Seu amor.
Pois bem, se nos voltarmos alguns segundos diários ao Pai, nossa vida começará uma notável transformação e com essa experiência maravilhosa quereremos dedicar-Lhe alguns minutos a mais e assim sucessivamente. O coração estará sentindo o início da completude, seu grande objetivo, e começará a entender a verdadeira paz de espírito que tanto almeja.
A alma, essência infinita, é reservada, é sagrada. Sua verdadeira intimidade somente lhe diz respeito, são os seus atos que falarão por si, a bondade, o ensinamento, a aprendizagem, a alegria, a gratidão, a conduta, o amor, o respeito, a paciência, a doação ou todo o contrário desses nobres sentimentos; escolha individual.
Então, que estejam em evidência as positivas atitudes, pois essas muito atribuirão ao bom desenvolvimento da vida e que a alma seja reservada quanto ao sutil orgulho disfarçado de desastrosas e incontáveis aparições numa tela física que se desmancha em segundos.
Será com a tela das vivências e com o seu número de acessos aos benéficos exemplos que deveremos nos preocupar, com todos os benévolos atos, palavras, pensamentos e sentimentos, já que os bons exemplos emitem luz e criam verdadeira alegria em senti-los e reproduzi-los, sem contar a beleza que se tornam no contexto da vida e a real vontade despertada em compartilhá-los.
   
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