quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

PÉROLAS LITERÁRIAS (138) Matéria partilhada de o Blog Espiritismo Século XXI, proprietário Astolfo Olegário de Oliveira Filho.




Dilema
Basílio Seixas
Alguém partiu... E ao longe a estranha e muda escolta
Segue um casulo inerme à estreita cova escura...
Se a trilha humana foi a vasta semeadura,
O caminho do Além traz a justa recolta(1).
O corpo cai, a terra o esconde e a turba volta...
Morrem na alcova fria e ultriz(2) da sepultura
Os derradeiros ais da escala da amargura
Em que o triste marcava o suplício e a revolta...
Mas dilema cruel de ansiedade me inunda,
Ao fitar a alma livre até que se reintegre
Na extrema exaltação da vida que persiste...
Não sei dizer quem sente a emoção mais profunda:
Se quem ficou na sombra arrasado e alegre;
Se quem subiu à Luz ditoso e triste!...
(1) Recolta - s.f. Ato ou efeito de colher, recolher. Colheita dos produtos da terra. Fig. O que se recolhe.
(2) Ultriz - adj. Que vinga; que exerce vingança.
Poeta de origem humilde, Basílio Seixas nasceu em 1884 e faleceu com apenas 19 anos de idade, em 23 de março de 1903, vítima de tuberculose, quando ainda cursava o 2º ano do curso jurídico no Rio de Janeiro. O soneto acima integra o livro Antologia dos Imortais, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
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