JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Amigos,
como já lhes dissemos alhures, o carnaval veio para o Brasil com o nome de
entrudo e aqui foi introduzido por nossos irmãos galegos. Interessante é que a
palavra é formada pelas sílabas de car (carne), na (nada) e val (vale): carne
nada vale.
Mas será
que a carne nada vale, mesmo? Vá a um açougue, amiga, e peça um quilo de filé
mignon, depois me diga quanto pagou pela carne. E aí, a carne nada vale mesmo
ou vale o olho da cara?
Por falar
em "olho da cara", dizem que, no carnaval, as pessoas se mascaram,
mas há controvérsia. Um filósofo cujo nome não me lembra, no momento, garante
que é o contrário, elas se desmascaram.
Sei que
muitas pessoas vão ficar furiosas com este "médium psicógrafo", por
externar meu pensamento a respeito dessa festa pagã, mas a verdade tem que ser
dita. Para o país, pesados os prós e os contra desses dias, que na Bahia e no
Nordeste, em geral, se transformam em semanas, os contra falam muito mais alto.
E ainda mais agora, que a PETROBRAS, o BNDS, a Vale sambaram antes mesmo do
carnaval e agora, também, nada valem. Que tragédia!
O que se
gasta com a festa não compensa a vinda dos "gringos" para o Brasil,
mesmo que o real tenha caído na real ante o dólar e agora pouco valha. O perigo
de morrer esfaqueado, nas avenidas cariocas e outras mais, por este Brasil a
fora é enorme. Assim, até mesmo as boas famílias desta terra tupiniquim ou vão
para os salões sambar, onde há relativa segurança, ou ficam em casa, curtindo o
desfile da Mangueira, da Beija-Flor, da Vai-Vai (campeã paulista), da Vila
Izabel e até da rebaixada Mancha Verde (Que pena! Ainda bem que não sou
palmeirense).
Então,
meu caro amigo, não se iluda com a festa de rua, que de rua não tem mais nada,
em nossos dias, a não ser trombadinhas, estupradores, bêbado, homens e mulheres
despudorados. Mas isso nós vemos no Big Brother, como já dissemos crônica
atrás.
Feito o
balanço do que se gastou com o que foi arrecadado, avaliadas as consequências
familiares para as dezenas de pessoas assassinadas, roubadas ou mortas em
acidentes violentos, o que sobra do carnaval é mais lamento do que alegria.
A alegria
real é a da família unida, que se reúne com outras famílias e participam de
agradáveis encontros, nos quais as crianças brincam em segurança e os adultos
conversam animadamente sobre diversos assuntos, inclusive... carnaval.
Este ano,
o Brasil não vai crescer economicamente, já está certo, na previsão dos mais
otimistas contadores e agentes econômicos. Para infelicidade maior, é o ano em
que a seca nordestina se transferiu, de mala e cuia, para São Paulo; e o Rio de
Janeiro, além do Centro Oeste, correm idêntico perigo.
Ainda
assim, o povão brasileiro, em seu incorrigível otimismo e escracho com os
usurpadores das nossas empresas e salários, cai na folia, como se nada visse,
nada ouvisse e, consequentemente, nada soubesse. Se é que sabe de alguma
coisa...
Mas, como
diria Vítor Hugo, cuidado com as manifestações de revolta popular. Mais cuidado
ainda com o grito de um povo que, durante séculos, vem sendo usurpado pelo
coronelismo, voto de cabresto e urna eletrônica, cosa nostra.
Como
ninguém é cabra, a não ser o paraibano, que, como todo nordestino, além de
"cabra da peste", é "paraíba masculina, muié macho, sim
senhor", uma hora dessas o "rebanho" estoura. Principalmente,
sem a bolsa-família.
Depois
não digam que não avisei!
Boa
Quaresma para todos.
Saudações
do Machado.
Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com
Postado
por Astolfo Olegário de Oliveira
Filho às 06:40 0 comentários
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