quinta-feira, 19 de maio de 2016

PÉROLAS LITERÁRIAS (151) PARTILHDO DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI - ALÉM DA NOITE



Além da noite
José Félix Alves Pacheco
Dos corações clamando agonia e desterro,
Desce o orvalho do pranto em fel de desventura...
A saudade a chorar dita a rota do enterro,
Mas o túmulo em si é breve noite escura...
A alma, divino sol no corpo – escrínio perro(1)
Joia viva a brilhar além da sepultura,
Lucila a esmorecer, sob as tênebras(2) do erro,
Ou cresce a refulgir, se ascende bela e pura.
Onde vá, todo ser caminha lado a lado
Da luz cantando sempre o amor profundo e ardente
Ou da sombra transfeita em pavoroso mito;
A deixar cada dia o crisol do passado,
Vai e vem, a sofrer, no esmeril do presente,
Para estampar-se, enfim, nos troféus do Infinito!
(1) Perro: difícil de abrir e fechar; emperrado; resistente: portão perro.  Fig.  Obstinado, teimoso, pertinaz.
(2) Tênebras: trevas.
Jornalista emérito, historiador, ensaísta, deputado federal, senador e Ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Félix Alves Pacheco, que pertenceu a inúmeras associações e ocupou a cadeira n° 16 da Academia Brasileira de Letras, nasceu em Teresina (Piauí) em 2 de agosto de 1879 e faleceu no Rio de Janeiro (RJ) em 6 de dezembro de 1935. O soneto acima integra o livro Antologia dos Imortais, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
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