sexta-feira, 29 de novembro de 2013

" FELICIDADE E CORAGEM, EIS O EXEMPLO QUE NOS FOI LEGADO POR MAURÍCIO E SEUS COMANDADOS"

MARCUS VINICIUS DE AZEVEDO BRAGA
acervobraga@gmail.com

Brasília, DF (Brasil) 
 
 
Danilo Carvalho Villela: 
O presidente da Cruzada dos Militares Espíritas fala sobre a
origem e os objetivos da instituição, que completará
70 anos de atividades em novembro de 2014
Coronel do Exército, aposentado, Danilo Carvalho Villela (foto) é Diretor de Promoção Social do Lar Fabiano de Cristo e o atual presidente da Cruzada dos Militares Espíritas.
Espírita de berço, radicado no Rio de Janeiro (RJ), o  estimado  confrade  concedeu-nos  a   presente
entrevista, cujo tema principal é o trabalho desenvolvido pela Cruzada dos Militares (CME), entidade que completará 70 anos em novembro de 2014.  

Fale-nos um pouco da sua relação com o Espiritismo e que trabalhos você executa atualmente.
 
Nascemos em lar espírita começando a frequentar, desde bem jovem, casas espíritas de nossa vizinhança. Como aluno do Colégio Militar e depois cadete da AMAN, frequentamos sempre as atividades que a Cruzada dos Militares Espíritas promovia – e ainda promove –  nesses estabelecimentos de ensino. Participamos também, há quase 30 anos, de atividades assistenciais realizadas no âmbito espírita, particularmente no Abrigo Teresa de Jesus, sediado no Rio de Janeiro (RJ), e no Lar Fabiano de Cristo, cujo âmbito é nacional.  
Como surgiu a Cruzada dos Militares Espíritas? 
A Cruzada dos Militares Espíritas nasceu em 10 de novembro de 1944 com a ideia de promover a divulgação da mensagem espírita nos ambientes militares. Ela atua sobretudo por meio de seus Núcleos (que são centros espíritas situados nas principais guarnições do país) e Delegados, que são companheiros que a representam nas organizações militares em que servem. Desde sua fundação contou ela sempre com a colaboração de civis, inclusive em postos de direção. 
A que demandas se destina a existência de uma organização espírita voltada para os militares? 
A Cruzada e as outras entidades especializadas como ela (associações de médicos, psicólogos, juristas, esperantistas e outras) apresentam um tipo de capilaridade que facilita a divulgação da mensagem espírita. No início, há quase setenta anos, o militar espírita que se transferia para uma localidade pequena não tinha como dar continuidade à sua ligação com o Espiritismo, o que era, de alguma sorte, atendido pela Cruzada, que periodicamente lhe remetia suas publicações e material doutrinário. Hoje contamos com a internet. Por outro lado, nas áreas de fronteira, na região norte, vários centros espíritas surgiram a partir do trabalho dos Delegados da CME. 
A Cruzada dos Militares Espíritas congrega também policiais militares e bombeiros? Como é essa experiência? 
Sim. Os policiais militares desde os primeiros tempos. Os bombeiros, em número menor, bem mais tarde. A experiência é muito positiva. O relacionamento é sempre fraterno somando forças no trabalho do bem. 
Os núcleos da Cruzada dos Militares Espíritas procuram se integrar com as comunidades próximas às unidades militares ou se restringem à caserna?  
Os Núcleos se integram naturalmente nas comunidades onde atuam, cujos integrantes frequentam suas reuniões, podendo, inclusive, ocupar postos de Direção. Eles se filiam normalmente, por meio das federativas estaduais, ao movimento federativo. 
Que mensagem nos traz Maurício, como Espírito que orienta as atividades da Cruzada dos Militares Espíritas? 
Maurício e seus comandados integram a valorosa falange dos primeiros seguidores de Jesus, tendo sido sacrificados por sua lealdade ao Mestre e à própria consciência. O exemplo de fidelidade e coragem que nos legaram é incentivo e roteiro para os Cruzados de hoje. 
As relações hierárquicas típicas dos militares são entraves para as práticas das reuniões da Cruzada dos Militares Espíritas nos quartéis? 
Não. A Cruzada é uma sociedade civil organizada como as demais sociedades espíritas, nas quais todos procuram tratar-se com estima e respeito. Nos quartéis, quando da realização de palestras doutrinárias ou nas reuniões dos grupos de Estudo Doutrinário, observa-se o mesmo procedimento. 
Como foi a experiência da Cruzada dos Militares Espíritas durante o período do chamado Regime militar, ou seja, de 1964-1985. O senhor tem algum case para ilustrar? 
O movimento de 64 posicionava-se contra o Comunismo, que é uma doutrina materialista. As religiões, assim, pelo que observamos então – pois éramos tenente na época –, não tiveram problemas para a realização de seus cultos. Lembramos, a propósito disso, de ter participado, ainda nos primeiros dias de abril de 1964, de uma atividade do Núcleo de Deodoro. Era sábado e, com autorização de nosso comandante, comparecemos fardados, pois estávamos de prontidão. Nosso quartel era vizinho ao Núcleo. 
Que conselhos o senhor daria aos colegas militares e espíritas que não conhecem a Cruzada? 
Conhecemos muitos militares espíritas que são trabalhadores dedicados em nossa seara, sem que mantenham laços com a Cruzada, o que entendemos como natural, dada a dimensão maior do movimento espírita como um todo. Quanto aos que desejarem informações sobre o trabalho da CME, basta acessar nosso site - www.cme.org.br -,  em que se acham listados os nossos Núcleos. Quem quiser colaborar na sede ou em algum deles, pode aproximar-se, pois há trabalhos para todos.
FONTE: RETIRDO DE O CONSOLADOR UMA REVISTA DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

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