DOMINGO, 6 DE OUTUBRO DE 2019
Considerado sortilégio,
o passe espírita é, em verdade, uma prática cristã
É conhecida no meio
espírita a seguinte declaração feita por José Herculano Pires a respeito do
passe magnético, um recurso utilizado em todos os centros espíritas que
conhecemos: “O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e
ensinada por Jesus, como se vê nos Evangelhos”.
Considerado por
adversários do Espiritismo como sendo apenas um sortilégio, o passe
adotado nas instituições espíritas desde os seus primórdios é, em verdade, um
recurso terapêutico que se assemelha em tudo ao que Jesus e seus apóstolos
praticavam.
No cap. 59 do seu
livro Religião dos Espíritos, referindo-se ao assunto, Emmanuel
afirma que no Egito dos Ramsés um velho papiro já preceituava, no tocante ao
magnetismo curativo: "Pousa a tua mão sobre o doente e acalma a dor,
afirmando que a dor desaparece".
Foi, porém,
justamente em Jesus – lembra Emmanuel – que o magnetismo curativo atingiu seu
ponto culminante na humanidade.
O Mestre estendia a
mão e cegos passavam a ver, paralíticos se levantavam, leprosos ficavam limpos,
obsidiados se recuperavam. E o Mestre, além de o utilizar, sugeriu aos
apóstolos que assim também procedessem, como vemos no Evangelho de Marcos
(16:15 a 18), em que Jesus recomendou-lhes expressamente:
"Ide por todo o mundo, pregai
o evangelho a toda criatura (...) E estes sinais seguirão aos que crerem:
expulsarão os demônios em meu nome; falarão novas línguas; manusearão as
serpentes, e se beberem alguma potagem mortífera, não lhes fará mal; porão as
mãos sobre os enfermos, e eles sararão".
Quando escreveu o
livro que conhecemos como Atos dos Apóstolos, o evangelista Lucas
mostrou-nos que os apóstolos entenderam bem o recado do Mestre.
Vejamos o que Lucas
informou:
1) Após haver curado, à porta do
templo, um coxo de nascença, que contava então mais de 40 anos e ao qual disse
simplesmente: "Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou; em
nome de Jesus Cristo, Nazareno, levanta-te e anda", o apóstolo Pedro foi
levado, junto com João, para a prisão. No dia seguinte, interpelado no
Sinédrio, diante de Anás, Caifás, João e Alexandre, ele lhes falou sobre o
evangelho e disse que a cura daquele coxo fora feita em nome de Jesus. Depois,
já reunido aos companheiros, ele orou a Deus pedindo que concedesse aos seus
servos o poder de, estendendo as mãos sobre os enfermos, curar as enfermidades.
(Atos, 4:30)
2) O pedido de Pedro foi,
obviamente, atendido, como prova este trecho: "E pelas mãos dos apóstolos
se faziam muitos milagres e prodígios entre a plebe" (Atos, 5:12); ou este
outro: "A estes apresentaram diante dos apóstolos, e orando puseram as
mãos sobre eles". (Atos, 6:6)
3) Foi assim que Saulo de Tarso
recuperou a visão: "E foi Ananias, e entrou na casa; e pondo as mãos sobre
ele, disse: Saulo, irmão, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde
vinhas, me enviou para que recobres a vista, e fiques cheio do Espírito
Santo". (Atos, 9:17)
4) Algum tempo depois, Paulo
repetiria o gesto em Éfeso: "E havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio
sobre eles o Espírito Santo, e eles falavam em diversas línguas e
profetizavam" (Atos, 19:6), repetindo-o tantas vezes quantas necessárias,
como ocorreu na ilha de Malta, ao curar o pai do príncipe Públio: "Sucedeu
porém achar-se então doente de febre e de disenteria o pai de Públio. Foi Paulo
vê-lo, e, como fizesse oração e lhe impusesse as mãos, sarou-o". (Atos,
28:8)
Quando alguém, seja
por ignorância, seja por preconceito, disser que o passe espírita é tão somente
um sortilégio, pergunte-lhe se já leu Atos dos Apóstolos e,
caso a resposta seja afirmativa, indague-lhe se Paulo de Tarso e Jesus foram
também fazedores de sortilégios.
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Postado
por Astolfo Olegário de Oliveira
Filho às 06:45 Nenhum comentário:
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