SÁBADO, 12 DE OUTUBRO DE 2019
Outubro: nasce uma estrela de
primeira grandeza -
I
JORGE
LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De
Brasília-DF
No dia 3 de outubro de 1804, em Lyon, França,
nasceu Hippolyte Léon Denizard Rivail, filho único de casal católico de classe
média, que aos dez anos de idade, já residindo em Paris, após os primeiros anos
escolares, foi estudar no Instituto Educacional Pestalozzi, em Yverdon, na Suíça.
Essa escola foi criada por Johann Heinrich Pestalozzi, protestante eclético e
renomado, devido ao sistema pedagógico que implantou, famoso na Europa.
Quem poderia imaginar o que o futuro reservaria
àquele menino? Ele retornou da Suíça à Cidade Luz, crê-se que aos dezoito anos
de idade, com cabedal de conhecimentos muito superior ao que era ensinado em
sua época. E, no firme propósito de contribuir para o desenvolvimento do
sistema de ensino da época, na França, implantou ali o que aprendeu do método pestalozziano.
As dissenções e intolerâncias religiosas entre
professores protestantes e católicos, por motivos de interpretações dogmáticas,
levaram a Instituição de Pestalozzi a irreparáveis prejuízos, até sua extinção
futura. Rivail, atento à reflexão do pedagogo de que o mais importante nas
religiões é a prática de sua moral elevada, sonhava encontrar o elo para a
realização desse objetivo. Esse ideal sublime já se delineara no mundo
espiritual, e Jesus Cristo já estava preparando o futuro codificador do Espiritismo
para o auxiliar na transformação do mundo...
Desde seu retorno, Rivail começou a se destacar no
ensino de matemática e do idioma francês. Em poucos anos, já possuía vasto
domínio do alemão, do inglês e algumas línguas latinas. Traduziu diversas obras
do alemão para o francês.
Aos 19 anos! (dez. 1823), publicou a obra Curso
Prático e Teórico de Aritmética, que, por estar sendo impresso no final do
ano, trazia a data de 1824. Esta obra continha 624 páginas. Aos 27 anos (1831),
publicou a Gramática Francesa Clássica. Esses livros
proporcionaram-lhe renome na França.
Não bastasse isso, Rivail fundou, em Paris, em
1825, a Escola de Primeiro Grau, e, em 1826, a Instituição Rivail. Esses
educandários adotaram a metodologia de ensino pestalozziano, cujo princípio era
o de que nada deveria ser memorizado sem antes se saber o porquê e para quê do
aprendizado de qualquer coisa.
Em 1832, Rivail casa-se com a professora de Letras
e Belas Artes, Amélie-Gabrielle Boudet, poetisa e desenhista, autora de três
livros. A partir de então, durante toda a sua existência, o futuro codificador
do Espiritismo contaria com o amor e a colaboração diuturna de sua querida e
dedicada esposa.
Amélie Boudet igualmente se converteria à Nova
Revelação Divina, à qual dedicaria, também, todos os dias de seus longos e
abençoados anos de vida física. Não somente enquanto o marido viveu, como
também após a desencarnação deste, a professora Amélie Boudet, junto a
abnegados companheiros espíritas, continuaria os trabalhos de divulgação
espírita e prática da caridade iniciados por Rivail.
De 1835 a 1840, Rivail lecionou, gratuitamente,
diversas disciplinas: física, química, astronomia, fisiologia, anatomia
comparada etc. O método pestalozziano intuitivo-racional foi adaptado por
Rivail, que partia sempre do conhecido para o desconhecido, do simples para o
composto, da observação para a aplicação.
Membro de vários institutos e academias francesas,
desde a idade de 23 anos, Rivail frequentava a Sociedade de Magnetismo de
Paris, a mais renomada da França. Um dos seus amigos, participante também dessa
sociedade, foi o Sr. Fortier, que, em 1854, falou-lhe sobre as “mesas girantes
e falantes”.
É conhecida a frase de Kardec sobre o assunto: “—
Só acreditarei quando o vir e quando me provarem que a mesa tem cérebro para
pensar, nervos para sentir e que possa tornar-se sonâmbula [...]”. [1]
No ano seguinte, viu, observou, experimentou,
acreditou... Mas isso fica para a próxima crônica.
Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com
[1] WANTUIL, Zêus; THIESEN,
Francisco. Allan Kardec: o educador e o codificador. Organizador:
Zêus Wantuil. 4. ed. Brasília: FEB, 2019, p. 213.
Como
consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog,
clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8,
e verá como utilizá-lo.
|
Postado
por Astolfo Olegário de Oliveira Filho às 07:15 Nenhum
comentário:
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores: Contos e
crônicas
Nenhum comentário:
Postar um comentário