POR:LEDA
MARIA FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br São Paulo, SP (Brasil) |
Vontade firme, eis a chave que movimenta tudo!
“Dai antes esmola do que tiverdes.” – Jesus (Lucas, 11:41.)
Ainda que as oportunidades de crescimento espiritual que emanam da Misericórdia do Pai Supremo nos cerquem a existência; ainda que o amparo e a inspiração se façam presentes sobre nossas cabeças, procurando nos conduzir com segurança por caminhos pedregosos, se não colocamos em ação as energias que possuímos como seres da Criação, na busca desse progresso, permanecemos e permaneceremos engessados no tempo e no espaço, até que tenhamos aprendido a fazer a nossa parte no processo que tem em nós – isso mesmo, nós! – como únicos agentes do nosso destino.
Vontade!...
Vontade firme, eis a chave que movimenta tudo que esteja dentro e
fora de nós, a partir de nós mesmos na eterna busca. Em qualquer
situação, a vontade será sempre a moeda de troca. Vale dizer que
costumamos exigir do outro o que ele não tem para dar. E quem disse
que temos aquilo de que o outro precisa? O que cada um tem para dar –
nós e o outro – seja pouco ou muito, será computado na nossa conta
particular ante a contabilidade divina.
A
execução da mínima tarefa deve estar eivada de amor para fazer
sentido, e se não encontramos retribuição espiritual imediata,
aguardemos, porque Deus acompanha todos os nossos passos.
Feliz
daquele que consegue separar um pouquinho do que tem em benefício do
seu semelhante. Não estamos falando – o que parece ser o mais simples
– do bem material. Destacamos o dar de si próprio. O bem é sempre bem
não importando de onde venha. Mas o mal é sempre mal,
independentemente da máscara que tenha.
Ainda
que as dádivas materiais sejam benditas fontes para suprimirem as
exigências exteriores, as doações do espírito atuam no íntimo de quem
sofre, atenuando dores, dissipando trevas alojadas na alma. “Dolorosa a tortura da fome, terrível a
calamidade moral”, lembra o benfeitor espiritual Emmanuel,
através da bendita psicografia de Francisco Cândido Xavier na obra Estude e Viva.
Doar
o pão ou estender mãos fraternas exige vontade real do doador de
ajudar o próximo. Isso fica claro quando lemos em O Evangelho segundo o Espiritismo,
no capítulo 13, item 11: “Oh, se
pudéssemos compreender tudo o que encerra de grande e de agradável a
generosidade das belas almas, esse sentimento que faz que se olhe aos
outros com o mesmo olhar voltado para si mesmo, e que se desvista com
alegria para vestir um irmão!”.
Por
essa razão o Excelso Amigo não se cansa de nos convidar à prática do
amor. Nenhum Espírito pode adentrar nos mundos felizes, conquistando
a felicidade plena, enquanto não estiver puro. Qualquer nódoa de
imperfeição moral será barreira para essa conquista. É trabalho
árduo, longo, intransferível por ser individual. Ninguém pode
realizá-lo por nós, mas se o caminho é difícil, a recompensa da
chegada vale qualquer esforço.
Todavia,
ainda que seja uma tarefa solitária, pois íntima, contamos com
recursos benditos que emanam da fonte inesgotável do Amor Divino, que
nos dá a reencarnação, a bondade de amigos espirituais e encarnados,
a nos assistirem nas escolhas acertadas que fazemos, a nos orientarem
a retomar caminhos quando necessário, para não nos perdermos nos
labirintos das ilusões e vãs fantasias.
E
assim como recebemos tantas benesses, que já conseguimos entender e
colocar em prática, para nosso benefício, também é imprescindível
espalhá-las ao nosso redor, dedicando-nos, no limite das nossas
forças, ao crescimento e elevação daqueles que estão junto de nós,
porque, em verdade, esse amor que irradiamos ao nosso redor é a maior
dádiva que poderemos contabilizar nas nossas existências.
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