sábado, 6 de dezembro de 2014

HUMBERTO DE CAMPOS - 80 ANOS DE DESENCARNAÇÃO

Especial Inglês Espanhol    
Ano 8 - N° 392 - 7 de Dezembro de 2014
ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br

Matão, SP (Brasil)
 
 
Orson Peter Carrara

O notável escritor, jornalista e político Humberto de Campos nasceu em 25 de outubro de 1886, em Miritiba (MA).
De origem humilde, com a morte do pai quando tinha apenas seis anos de idade, mudou-se para a capital São Luiz, onde começou a trabalhar no comércio local e aos dezessete muda-se para o Pará, onde começa sua atividade jornalística na Folha do Norte.
Em 1910, com apenas 24 anos, publica seu primeiro livro e dois anos depois muda-se para o Rio de Janeiro, onde passa a ganhar destaque no meio literário, angariando amizade com os escritores Coelho Neto e Olavo Bilac.
Começa a trabalhar no jornal O IMPARCIAL ao lado de figuras ilustres como Rui Barbosa, José Veríssimo, entre outros, tornando-se gradativamente cada vez mais conhecido em âmbito nacional por suas crônicas, publicadas em diversos jornais das principais capitais brasileiras.
Membro da Academia Brasileira de Letras, ingressa também na política como Deputado Federal, sendo cassado na Revolução de 30.  
O rumoroso caso Humberto de Campos e seu desfecho 
Faleceu no Rio de Janeiro em 5 de dezembro de 1934, com apenas 48 anos. Mas o grande escritor não interrompeu seus escritos. O conhecido médium Chico Xavier publicou vários livros por meio da psicografia trazidos pelo referido Espírito, fato que acabou gerando um rumoroso caso na Justiça, movido pela viúva do escritor que pretendia, entre outras coisas, participação nos direitos autorais sobre os livros psicografados.
A demanda judicial, de grande repercussão e polêmica à época, foi julgada improcedente e todo o material dessa disputa jurídica está disponível no livro A Psicografia ante os Tribunais, do Dr. Miguel Timponi, publicado pela editora da FEB. A obra traz o significativo subtítulo: O caso Humberto de Campos no seu tríplice aspecto: Jurídico, Científico e Literário. É obra que merece ser conhecida.
A partir daí o autor e consagrado escritor passou a usar o pseudônimo Irmão X, também com vários livros publicados.
Entrevistei Isabela Pereira Esperança, de Barra Mansa (RJ), admiradora, estudiosa e pesquisadora da obra de Humberto.
A entrevista ainda está inédita na íntegra, mas reproduzo aqui uma das perguntas e sua respectiva resposta, para apreciação do leitor:  
– O que pensa entre Humberto encarnado e o Espírito Humberto?
No primeiro livro psicografado de Humberto de Campos publicado em 1937 com o título Crônicas de Além-Túmulo, três anos depois de sua desencarnação ocorrida em 1934, já no prefácio o autor assume seu passado materialista, em que ideias transcendentais de perpetuidade do Espírito seriam idealistas e distantes da realidade prática da vida. Enquanto encarnado sua índole de revolta e amargura diante dos sofrimentos e dores nas experiências da vida, como ele mesmo se autobiografa, impediu que a fé florescesse em seu coração conturbado (...), saturado que estava de fórmulas religiosas e filosóficas de seu tempo, como ele mesmo diz: “o pior enfermo é sempre aquele que já experimentou todos os específicos (medicamentos) conhecidos”. Desencarnado, se surpreende com a nova situação além-túmulo. Em seus últimos anos de vida julgava o túmulo o fim, e diante da continuidade da vida, fica perplexo ao se deparar com a realidade espiritual que em nada corresponde às ideias religiosas impregnadas de símbolos, de anjos, inferno e céu. Essa nova experiência abre enfim seu coração para o medicamento evangélico, reconhecendo-se como estudante novo diante da eternidade, como relata no conto “De um casarão de outro mundo”: “Ah! Meu Deus, estou aprendendo agora os luminosos alfabetos que os teus imensos escreveram com giz de ouro resplandecente no livro da Natureza. Faze-me novamente menino para compreender a lição que me ensinas!” A obra de Humberto de Campos desencarnado é o trabalho de um Espírito intelectualizado, e agora desperto, que procura avidamente regenerar seu coração, como escreve no prefácio do livro Boa Nova: “É que existem Espíritos Esclarecidos e Espíritos Evangelizados, e eu, agora, peço a Deus que abençoe a minha esperança de pertencer ao número desses últimos.” 
Humberto de Campos desperta virtudes e ensina com propriedade 
Será de muito interesse de todos nós pesquisarmos sobre todas as obras publicadas e de autoria desse Espírito, ora identificado como Humberto de Campos, ora identificado como Irmão X, pela psicografia de Chico Xavier.
Suas obras, saturadas de puro sentimento trazido pelo Evangelho, com suas crônicas, entrevistas e reportagens, traduzem o vivo sentimento de amor e confiança na Paternidade Divina, estimulando-nos à melhora moral. Com exemplos simples, mas compatíveis com a realidade do cotidiano, o autor espiritual desperta virtudes, estimula o bem, ensina com propriedade.
A sensibilidade exposta no extraordinário livro Boa Nova, ou a proposta apresentada em Brasil – Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, e mesmo as maravilhosas crônicas e reportagens constantes nas demais obras mostram um Espírito desperto, voltado à solidariedade, inspirado pelo bem e inspirando o bem aos leitores. São autênticas dádivas literárias.
Na ocasião em que se lembram os 80 anos de retorno do escritor ao mundo dos Espíritos, nossa gratidão e carinho a esse benfeitor da humanidade.
Fonte: O Consolador uma Revista Semanal de Divulgação Espírita

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