A conhecida
atriz e diretora
fala sobre sua
iniciação no
Espiritismo e a
importância da
arte na
divulgação da
mensagem
espírita
Ana Rosa Guy
Galego Corrêa (foto)
nasceu em
Promissão–SP,
mas reside
atualmente na
cidade do Rio de
Janeiro.
Conhecida atriz
de novelas,
filmes e teatro,
tem realizado
importantes
trabalhos na
arte espírita
divulgando com
elegância,
competência e
garra os
postulados
espíritas dentro
dos meios em que
atua. Nas
décadas de 1970
e 1980,
participou
|
|
das atividades
do Grupo
Espírita
Batuíra, em São
Paulo-SP. No Rio
de Janeiro, de
1985 a 2004,
participou do
Seara Fraterna,
localizado no
Catete, e
atualmente
exerce
atividades no CEJA – Centro
Espírita Joanna
de Ângelis, na
Barra da Tijuca,
sobre o que ela
nos fala na
entrevista
seguinte.
|
Você é espírita
desde quando?
De carteirinha,
desde 1976.
Exerce algum
cargo na
instituição
espírita que
participa?
Sou médium
passista e
ministro um
curso sobre O
Evangelho
segundo o
Espiritismo.
E suas
atividades
profissionais.
Pode nos dizer
sobre elas?
Atriz, produtora
e diretora.
Possui algum
livro publicado?
Sim. Chama-se
“Essa louca
televisão e sua
gente
maravilhosa”.
Foi publicado em
2004.
Quantas e quais
foram as
novelas, filmes
e teatro
espírita ou com
teor espírita de
que já
participou?
Novelas: “A
Viagem” na
primeira versão
levada ao ar
pela extinta TV
Tupi em 1967; “O
Profeta” também
pela Tupi; “As
três irmãs” e “A
cura” na Globo.
Peças de teatro:
“Violetas na
janela” com
adaptação e
direção nossa;
“O Cândido Chico
Xavier”,
direção. “Allan
Kardec, um olhar
para a
eternidade”,
direção.
Filmes: “Bezerra
de Menezes, o
Médico dos
Pobres”, direção
de Glauber
Rocha; “Chico
Xavier – O
Filme”, de
Daniel Filho;
“Nosso Lar”, de
Wagner Assis; “O
filme dos
espíritos”, de
André Marouço;
“E a vida
continua”, de
Paulo
Figueiredo.
Como foi sua
iniciação no
Movimento
Espírita?
Em 1961, meu
filhinho
Maurício, com um
ano e dois
meses,
desencarnou
vítima de
leucemia. Logo
em seguida,
trabalhando com
o Augusto César
Vanucci (diretor
da Globo, já
desencarnado),
ele me deu para
ler “‘O
Evangelho
segundo o
Espiritismo”. E
assim iniciei um
contato mais
direto com as
obras de Allan
Kardec.
Pode nos dizer
dos seus
primeiros
momentos na arte
apresentando
trabalhos com
temáticas
espíritas?
Em 1995 minha
filha Ana Luísa,
então com 18
anos, foi
atropelada e
desencarnou. No
dia seguinte
ganhei de
presente o livro
“Violetas na
Janela”. Menos
de uma semana
depois, minha
outra filha
ganhou de uma
colega da
faculdade o
mesmo livro. E
dias depois, um
amigo de meu
marido deu a ele
“Violetas na
Janela”. Em
menos de um mês,
esse livro veio
para as nossas
mãos por três
vias. No ano
seguinte, um dos
dirigentes do
Seara Fraterna
nos pediu para
fazer um evento
para angariar
fundos. Achei
que era muita
coincidência a
história dos
três livros para
deixar passar em
branco e sugeri
que fizéssemos
uma adaptação do
texto. Depois de
um ano a peça
ficou pronta.
Estreamos no
Teatro Vanucci
em 7 de maio de
1997. Ficamos 9
meses em cartaz.
Depois
continuamos
viajando,
durante todos
esses anos. E
agora estou
retornando com a
peça em nova
montagem.
Quais os pontos
que mais
marcaram durante
a primeira
montagem? A
espiritualidade
mostrou-se
presente atuando
também?
A
espiritualidade
está sempre
presente, mas
não de forma
ostensiva no
espetáculo.
Nossos amigos
espirituais
sempre nos
auxiliaram no
trabalho da
difusão do
Espiritismo e na
forma de trazer
luz e
entendimento
sobre a beleza
dessa filosofia
para todos
aqueles que nos
assistiram. Os
pontos mais
marcantes na
primeira
montagem foram
as cartas e
depoimentos de
pessoas que
ficaram tocadas
pelo espetáculo.
Não foram poucos
os casos de
pessoas que
assistiram à
peça mais de uma
vez. Agora mesmo
encontrei um
rapaz que disse
ter assistido a
“Violetas na
Janela” oito
vezes.
Fale-nos sobre a
estreia do
espetáculo,
onde, quando e
quais foram as
emoções suas e
do elenco.
Quando
apresentamos
“‘Violetas na
Janela” em
Uberaba,
almoçamos com o
Chico e ele nos
disse: “Vocês
estão colocando
as violetas numa
janela de luz”.
Não dá para
dimensionar a
alegria, o
prazer, a
sensação de paz
e conforto por
estarmos
passando uma
mensagem de
otimismo,
levando consolo
a corações
sofridos por
perdas de entes
queridos,
mostrando com
simplicidade e
lógica que a
vida continua,
que somos
Espíritos
eternos e não
findamos com a
morte do corpo.
Enfim, teria
muito que falar
dos onze anos
que ficamos
rodando o Brasil
com o
espetáculo.
Como foi fazer
“Dona Laura” no
filme Nosso Lar?
Foi uma
experiência
muito rica.
Nunca havia
trabalhado com o
Wagner Assis,
que é uma pessoa
gentil e fez um
lindo trabalho.
Filme “Nosso
Lar” e a Peça
“Violetas na
Janela”. Podemos
considerar essas
montagens como
um sucesso da
dramaturgia
espírita
brasileira?
Não só, mas
também incluo aí
a peça “Além da
vida”, montada
muitos anos
antes de
“Violetas”, que
também ficou
muito tempo em
cartaz. Em São
Paulo muitos
espetáculos com
temática
espírita já vêm
fazendo sucesso
há muito tempo.
O filme “Bezerra
de Menezes”, de
Glauber Rocha,
uma produção
bastante simples
que entrou no
circuito
cinematográfico
sem pretensão
nenhuma e
surpreendeu os
produtores
ficando muitas
semanas em
cartaz. E “Chico
Xavier – O
Filme”, de
Daniel Filho.
Há muita
diferença entre
a novela, o
teatro e o filme
espírita?
A diferença está
na forma de cada
projeto. Mas
hoje em dia com
a internet você
tem acesso tanto
aos filmes,
quanto aos
capítulos das
novelas. Só o
teatro é que
não. Tem que ir
pessoalmente ao
local onde o
espetáculo se
apresenta.
Como é a
receptividade
dos trabalhos
por parte dos
espectadores e
do Movimento
Espírita?
A melhor
possível.
Está havendo
nova montagem da
peça “Violetas
na Janela” e
para quando será
a reestreia?
Devemos
reestrear em
agosto ou
setembro.
Sabemos também
que está
preparando nova
peça com enfoque
em Allan Kardec.
Pode nos dizer
sobre ela,
quando e onde
será a estreia?
Esta eu apenas
dirijo. A
produção não é
minha. A estreia
está prevista
para agosto.
(1)
Que você diria
sobre suas
experiências
como atriz
atuando também
na seara
espírita?
Que me realizo
duas vezes: como
atriz e como
espírita.
Qual a palavra
para os artistas
espíritas que
muitas vezes
sofrem a
indiferença dos
diretores de
Centros
Espíritas ou
líderes do
Movimento
Espírita?
Desculpe. Não me
sinto em
condições de
aconselhar
ninguém. Se
conselho fosse
bom a gente não
dava, vendia.
Seus projetos
para o futuro
incluem novas
montagens,
inclusive de
romances famosos
da vasta
literatura
espírita?
Não tenho nada
programado, mas
não descarto a
possibilidade.
Suas
experiências no
teatro e no
cinema espírita
a colocam
confiante em
relação a
continuar a
divulgação da
Doutrina através
desses veículos?
Sim.
Qual foi seu
momento mais
importante em
sua carreira de
atriz?
Em tantos anos
de carreira, não
saberia dizer.
Se tivesse de
recomeçar, faria
tudo de novo?
Acho que,
sabendo o que
sei hoje,
procuraria
melhorar em
alguns pontos.
Qual sua opinião
sobre as
melhorias no
Movimento
Espírita,
principalmente
no quesito
unificação?
Tudo que é feito
no sentido de
melhorar, a meu
ver, é sempre
bom.
Vê os artistas
ligados à
dramaturgia
confiantes neste
segmento da arte
no Brasil e no
mundo?
Não saberia
responder a esta
pergunta.
Precisaria
pesquisar sobre
isso.
Agradecemos sua
participação e
gostaríamos que
nos deixasse
suas palavras
finais.
Convido os
leitores a
assistirem tanto
a “Violetas na
Janela” quanto a
“Kardec”. Creio
que o meu
trabalho ajuda a
me conhecer
melhor.
(1) Esta entrevista foi feita em julho de 2012.
Fonte: O Consolador, uma Revista Semanal de Divulgação da Doutrina Estpírita
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