sábado, 31 de março de 2012

O voo artístico


"(...) Decerto que na esfera nova de ação, a que se vê arrebatado pela morte, encontra a matéria conhecida no mundo, em nova escala vibratória (...). O solo do mundo espiritual estruturado com semelhantes recursos, todos eles raiando na quintessência, corresponde ao peso específico do Espírito, e, detendo possibilidades e riquezas virtuais, espera por ele a fim de povoar-se de glória e beleza (...). A consciência, aprendendo a realizar complexas transubstanciações de força nas diversas linhas da Natureza, em se adaptando aos continentes da esfera extrafísica, passa a manobrar com os fenômenos de mentação e reflexão, de que o pensamento é a base fundamental. (...) Pela troca dos pensamentos de cultura e beleza, em dinâmica expansão, os grandes princípios da Religião e da Ciência, da Virtude e da Educação, da Indústria e da Arte descem das Esferas Sublimes e impressionam a mente do homem, traçando-lhe profunda renovação ao corpo espiritual, a refletir-se no veículo físico que, gradativamente, se acomoda a novos hábitos." ("Evolução em Dois Mundos", André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, cap. XIII, FEB.)
Transcrevo o excerto acima com o intuito de fundamentar e ilustrar devidamente, com os relatos inatacáveis do Espírito André Luiz, o assunto que pretendo abordar, a partir de reflexões sobre o lamentável acontecido nos últimos dias com os atores Thiago Fragoso e Daniele Winitz, ao se acidentarem durante a cena de voo de grande beleza na sua apresentação do musical Xanadu.
Alguém, durante a semana, comentou que a plateia adora assistir a cenas de voo. E recordaremos com facilidade que se trata de uma tendência mundial, já que ouvimos sempre sobre apresentações teatrais e musicais noutros países lançando mão deste recurso de grande inspiração – e, infelizmente, também, sobre casos de acidentes semelhantes.
Isto me remeteu com espontaneidade à constatação obtida em variadas experiências anteriores e projetivas do Espírito, quando de visitas às localidades etéreas e luminescentes do espaço, que nos permitiram presenciar e constatar, com grande enlevo e surpresa, que o recurso do voo em shows e musicais, no nosso plano de vida, certamente encontra a sua inspiração primeira nas realidades interdimensionais, já que, nestas instâncias mais avançadas, onde contamos com o recurso sublime da volição espiritual para deslocamento mediante o uso puro e simples da vontade, de há muito as plateias se deleitam, maravilhadas, com tais gêneros e recursos mais avançados de entretenimento, que aos poucos, e somente de tempos a esta parte, começam a se materializar nos nossos cenários artísticos.
Já as obras respeitáveis de André Luiz nos asseguram que o plano material terreno nada mais é que reprodução mais lenta, mais grosseira, e em vários quesitos mais imperfeita, de tudo o que viceja e floresce em outras instâncias invisíveis aos sentidos humanos ordinários, onde estagiamos durante algum tempo após cada desencarnação, para depois retornarmos, certamente mais enriquecidos intimamente, visando oferecer ao orbe físico a nossa contribuição para as melhorias paulatinas, em várias frentes.
Naturalmente, portanto, que, e a exemplo da própria Nosso Lar, onde as expressões da Arte se acham em estágio mais avançado, e onde falanges inteiras de seres dedicados por vocação à nobre profissão artística colaboram, incansavelmente, para a manutenção do trabalho criativo, muitos outros locais cheios de vida no infinito acima e em torno de nós também prosseguem na realização de espetáculos e de trabalhos artísticos esmerados, para o constante engrandecimento do espírito humano.
Assim que incontáveis seres voltam à crosta terrestre comprometidos com a transmissão desta mensagem especial, destinada a atingir os seres na sua sensibilidade e despertá-los para as suas realidades maiores, propiciando cura genuína dos males das almas, e enaltecendo a harmonia, a estética e o belo, em todas as suas possíveis manifestações, sejam elas através da música, do cinema, da literatura, da pintura e das múltiplas demais vertentes artísticas, como constatamos com facilidade em inumeráveis produções mais ou menos recentes. Tomemos para exemplo as músicas clássicas atemporais, as atuais composições new age e da música universal, filmes extraordinários com temática transcendente como Além da Vida, Avatar, Amor além da Vida, e Ghost, dentre tantos outros, e, no nosso país, as produções para o cinema Nosso Lar, O Filme dos Espíritos e Chico Xavier, e novelas de enredo envolvente e esclarecedor como A Viagem e Escrito nas Estrelas.
Todavia, conta-se, na materialidade, com determinadas limitações rudes de recursos a serem contornadas com inteligência e sensibilidade, e devidamente melhoradas e solucionadas, pois que, certamente, tendo mantido contato estreito outrora com tal gênero de inovações criativas nas dimensões etéreas do espaço infinito, anseiam, estes excelentes trabalhadores da criação, ardentemente, por manifestá-las por aqui, para a encantadora renovação das expressões artísticas terrenas. 
Assim, para tanto, não medem esforços para realizar, durante a apresentação de um musical ou peça teatral, a magnífica produção do voo artístico diante das plateias encantadas, justamente porque tais imagens evocam-lhes às sensações nostálgicas dos Espíritos as recordações fugazes dos tempos de plenitude espiritual, durante a qual, em lugares vários da existência, talvez que inimagináveis pela maior parte dos reencarnados, assistiam a tais imagens idílicas, sem a necessidade de amarras de sustentação ou de outros recursos grosseiros, mas produzidas pela volição leve, graciosa, natural e inerente à nossa condição de libertação da matéria, em palcos magníficos, e ao som de músicas celestiais de indescritível entonação, emoldurando enredos mágicos nos cenários cheios de luz e de cor de um Universo abundante de Vida! 
Fonte:
O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita
 

 





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