Jorge Gomes:
O editor do “Jornal de
Espiritismo”, criado
pela Associação de
Divulgadores de
Espiritismo
de Portugal (ADEP), fala
sobre os objetivos do
importante periódico
|
A Associação de
Divulgadores de
Espiritismo
de Portugal (ADEP),
entre outros projetos de
divulgação, abraçou um
desafio: um jornal que
aborde o Espiritismo.
Após quatro números já
editados, conversamos um
pouco com o seu editor,
o jornalista Jorge Gomes
(foto),
vice-presidente da
entidade, que nos
esclareceu muitas
questões que nos têm
sido colocadas sobre
esse projeto. (1)
Como surgiu a ideia de
criar o «Jornal de
Espiritismo»?
Quando um nicho de
mercado está tão
|
vago que
incomoda, é
natural que mais
ano menos ano
viesse a surgir
um jornal
diferente. Havia
recursos
humanos,
dinheiro é que
não!
Curiosamente,
sentíamos essa
necessidade em
silêncio, mas
com frequência muita gente
nos falava da urgência
de criação de um
periódico, jornal ou
revista, dentro da
Associação de
Divulgadores de
Espiritismo de Portugal
(ADEP) ou fora dela, que
pudesse desenvolver
informação específica e
tecnicamente atualizada
sobre espiritismo.
Depois foi assim: água
mole em pedra dura...
|
O que é a ADEP e quem a
constitui?
A ADEP é uma associação
que, quando surgiu,
desejava juntar técnicos
de comunicação, desde
jornalistas a
escritores, de
professores a gente do
marketing etc., com
vista a que nos seus
tempos livres fossem
capazes de ajudar do
ponto de vista técnico o
movimento espírita
português, que não é
rico, pelo contrário, e
não recorre quase a
profissionais para levar
ao público os seus meios
de comunicação. Teríamos
assim uma divulgação
tecnicamente muito mais
capaz na divulgação das
ideias espíritas. Quem
a constitui são uma
vintena de sócios e
outros tantos
colaboradores que nos
seus tempos livres, que
na maior parte dos casos
não são muitos, vão
atendendo a projetos de
trabalho diversos, desde
este jornal ao curso
básico de Espiritismo
via internet, do site a
colóquios anuais e a
todas as outras
atividades
desenvolvidas.
Acha que a doutrina
espírita é uma ideia bem
aceita pelo povo
português, a ponto de
justificar a existência
do vosso jornal?
Esta doutrina é qualquer
coisa de prodigioso na
área das audiências.
Quando uma TV, uma rádio
ou um jornal abrem
espaço a informação
desta natureza há uma
repercussão no público
muito superior à maior
parte dos temas. A razão
disso prende-se às
temáticas fortes que
envolve, como a vida
após a morte, as vidas
sucessivas, a
mediunidade, entre
outras, questões estas
em torno das quais há
muita curiosidade. Mesmo
quem se engana a dizer
que os «mortos» não
voltam para dizer como
foi morrer não deixa de
dar uma demorada
espreitadela a estas
matérias...
Que tipo de assuntos
vocês abordam?
De tudo um pouco. Desde
a reencarnação à vida
após a morte, da
mediunidade às questões
de atualidade, como as
do tráfico de órgãos,
sexualidade, de tudo um
pouco.
O Espiritismo é mais uma
religião nova que está a
difundir-se em Portugal
e que veio do Brasil?
O Espiritismo ou
doutrina espírita não é
uma religião, é uma
filosofia de vida.
Baseia-se em fatos, na
experimentação. Há nela
o questionamento
subjacente que entra no
âmbito da filosofia,
necessariamente, e busca
uma utilidade prática,
altruísta, para essas
ilações, e aqui estamos
no domínio da busca do
bem pessoal e comum. No
movimento espírita é
possível que se vão
encontrando práticas
beatas, porque há
pessoas que não
conseguem de todo
perceber os horizontes
únicos desta doutrina e
transportam consigo suas
paixões pessoais,
imiscuindo isso nas
atividades que
desenvolvem. Quanto
menos estudam
Espiritismo mais podem
descambar para essa
vertente. Não é o nosso
objetivo.
Que tipo de articulistas
há no vosso jornal?
Temos médicos,
psicólogos, professores,
engenheiros,
jornalistas,
administrativos e
outros. A maior parte
dos colaboradores não
tem formação na área da
comunicação, mas tem
conhecimentos
espíritas.
Como editor do JDE que
tipo de feedback tem
recebido por parte dos
leitores?
Até agora só temos
recebido estímulos,
pessoas que achamos até
que exageram no apoio
generoso e nos
comentários que fazem a
esta publicação tão
jovem ainda.
Por que é que o JDE não
está em todas as bancas?
Como o adquirir?
Porque a tiragem ainda
não torna interessante
essa possibilidade, mas
sobretudo porque não há
dimensão editorial e
financeira que permita
ir por aí nesta
altura. Contudo, as
pessoas podem adquiri-lo
fazendo a sua assinatura
anual (o jornal é
bimestral, sai uma
edição de 2 em 2 meses)
através da morada da
ADEP. (2)
Como é que o Espiritismo
pode ser útil à
sociedade?
Sendo estudado,
interiorizado na sua
parte ética, para que a
sociedade possa ser
constituída cada vez
mais por pessoas
verdadeiramente mais
fraternas, de mente mais
esclarecida, a fim de
que a violência diminua
em atos e pensamentos um
pouco por todo o lado.
Essencialmente isto,
tudo o resto vem por
acréscimo.
Nota do Entrevistador:
As pessoas que desejem
adquirir o “Jornal de
Espiritismo” podem
dirigir-se a qualquer
associação espírita ou
então assiná-lo através
da internet para jornal@adeportugal.org
para o Apartado 161,
4711-910 Braga,
Portugal, ou ainda pelo
telefone 351-93-825 61
34.
(1)
Esta entrevista foi
publicada inicialmente
em 16 de novembro de
2009 no Blog
artigosespiritaslucas.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário