(parte
2). JOSÉ MARTINS.
Nem
todos os consumidores de bens duráveis podem ser encontrados passeando e
comprando pelos Shoppings Centers do mundo nem, muito menos, nas filas de
desempregados que não param de crescer nas portas das fábricas destes mesmos
bens duráveis.
A
quantas anda a demanda por produtos industrializados na maior potência
econômica do planeta? Quem publica dados fresquinhos a respeito, nesta semana,
é o Departamento do Comércio dos Estados Unidos1.
1 US Departement
of Commerce – Advance Report on Durable Goods Manufacturers’ Shipments,
Inventories and Orders June 2012 [Relatório Preliminar de Embarques,
Estoques e Pedidos da Indústria de Bens Duráveis Junho 2012] 26/Julho/2012
http://www.census.gov/manufacturing/m3/adv/pdf/durgd.pdf
Novos
Pedidos – As
encomendas para bens duráveis industrializados em Junho aumentaram em $3.4
bilhões de dólares, ou 1.6%, totalizando $221.6 bilhões no mês; esse aumento,
por dois meses seguidos, repete o mesmo índice de 1.6% de Maio. A indústria de Equipamentos
de Transporte em alta em quatro dos últimos cinco meses, registrou o maior
aumento (8.0%) totalizando $68.8 bilhões. Os Bens de Capital (maquinários,
equipamentos, etc.) registrou em Junho uma elevação de 1.2%, totalizando $72.1%
de novos pedidos no mês.
Faturamento
–
Quanto faturou (mercadorias despachadas) a indústria de bens duráveis no mês
passado? Exatamente 0.1% a mais que em Maio, totalizando $225.4 bilhões. Foi a
sexta alta nos últimos sete meses. O faturamento de um mês na indústria
estadunidense equivale ao de um ano da indústria brasileira – pense sobre o que
quer dizer essa abissal desigualdade. Só a Indústria de Máquinas da
economia de ponta do sistema desigual e combinado do mercado mundial apresentou
faturamento de $32.9 bilhões em Junho. Aumento de 3.1% sobre o mês anterior,
quando já havia crescido 1.2%. O Departamento do Comércio observa que esse
aumento de Junho registra o mais elevado nível de faturamento
da Indústria de Máquinas desde
1992, quando a série histórica começou a ser publicada nas bases atuais.
Pedidos
em carteira –
Qual era o montante dos pedidos a serem fabricados no mês de Junho? Alcançou-se
o impressionante volume de $988.6 bilhões, depois de aumentar $3.7 bilhões
(0.4%) sobre o montante de Maio. Foi a vigésima nona elevação nos trinta
últimos meses dessa montanha de pedidos, salienta o relatório. Essa trajetória
ascendente e ininterrupta dos pedidos em carteira, como de resto a dos demais
fatores descritos acima, tem a ver com a dinâmica do ciclo econômico atual. Segundo
nossos breves cálculos, equivale a sete meses de produção, pelo menos – uma
taxa elevada, típica de firme expansão.
Estoques
–
Como se vê, todas essas variáveis do relatório que ora analisamos são
importantes para o acompanhamento da evolução e variações críticas do nível
de atividade da indústria – faltou destacar, por exemplo, a variação dos
estoques de mercadorias da indústria, que também aparece no relatório. Essa
variável é altamente estratégica para se detectar no curto-prazo (dois
trimestres) a possível reversão do período de expansão atual. Basta observar,
apenas para não perder a viagem, que os números dos estoques apresentados no
relatório estão um pouco acima dos níveis médios de tolerância – porém, não se
pode tirar nenhuma conclusão mais segura de que a realização das mercadorias
levaria proximamente a uma abrupta liquidação dos estoques e, consequentemente,
a uma incontrolável ruptura do elevado nível de atividade atual do ciclo. É uma
pena.
Mas,
neste momento, não estamos tratando deste problema. Por enquanto, a pergunta a
ser respondida é aquela que apareceu em nosso boletim anterior: quem demanda
(consome e realiza) esse oceano de mercadorias? Os dados acrescentados pelo
relatório do Departamento do Comércio ajudam bastante a uma resposta mais
criteriosa à pergunta. Já se pode começar a pensar, por exemplo, no tipo de
consumidor que corporifica a enorme demanda por máquinas e bens de
capital no circuito da acumulação (reprodução ampliada) capitalista. Pelos
dados de faturamento dessas mercadorias já se percebe que elas representam uma
parte significativa do mercado consumidor capitalista (72% dos novos pedidos
por bens duráveis no mês passado, como vimos acima).
Certamente, pode-se antecipar, o consumidor desses bens
duráveis que compõem tecnicamente o capital fixo no circuito da
reprodução do capital não pode ser encontrado passeando pelos Shopings
Centers do mundo e, muito menos, nas filas de desempregados que não param
de crescer nas portas das fábricas destes mesmos bens duráveis. Faltam
apenas alguns pequenos (mas altamente importantes) detalhes teóricos que podem
complementar os dados reais e nos capacitar a avançar na resposta à nossa
enigmática pergunta. A seguir!
Fonte; O texto está em inteiro teor, foi encaminhado por meio de Email, por José Agnaldo Santos raiol (Economista)
Núcleo de Educação Popular 13 de Maio - São Paulo, SP.
CRÍTICA SEMANAL DA ECONOMIA
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EDIÇÃO
1112 – Ano 27; 3ª semana de Julho 2012.
boa tarde amigo REINALDO LIMA eu tambem achei interessante com BIJUCA FAZ, se todos governante fizesse com ele. OS ESTADOS, E MUNICIPIOS,SERIA DIFERENTES: abraço Bimba do pagode
ResponderExcluirBoa noite amigo José Ribamara Santos Bimba obrigado pela sua participação. Abraços. Reinaldo Lima
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