quinta-feira, 29 de agosto de 2013

OS MÉDICOS ESTRANGEIROS NÃO DISPUTAM "MERCADORIAS"



Hipócrates de Cós (século 5 antes de Cristo) é o “pai” da Medicina ocidental. A ele se atribui o juramento em que o médico promete que exercerá a profissão com base em regras éticas e no amor ao próximo. Isso aconteceu há 25 séculos, nada menos! Por isso, ao dizer que o Brasil está no século 18 (quando, por exemplo, se perseguem gays, ateus, negros e grávidas), comete-se um erro. Em matéria de moral médica estamos antes do ano – 400.

Sabemos que as leis brasileiras consideram crime a omissão de socorro. Mas as poderosas corporações médicas vão além:
Elas querem que a Justiça brasileira proíba ao governo de importar médicos estrangeiros, para os lugares onde os abastados médicos brasileiros não querem ir: as regiões pobres do país. Eles não apenas omitem socorro. Eles querem proibir a atenção médica para os pobres.
Observemos o seguinte:
  1. Os médicos estrangeiros não disputam “mercadoria” com os poderosos vendedores de saúde que estão nos centros ricos do país. Os milhões de miseráveis que não têm assistência médica mal podem comprar uma aspirina. Então, os médicos estrangeiros não estão tirando um tostão dos chefões da saúde.
  2. Inicialmente, as corporações médicas diziam que a importação tiraria o trabalho dos médicos brasileiros. Então, por que será que esses médicos não querem se inscrever para servir em lugares pobres?
  3. Isto significa que o objetivo das corporações nem sequer é o lucro predatório, que já seria algo brutal, tratando-se de saúde. Eles querem que não apareçam novos médicos que escapem a seu controle e que o brasileiro não possa perceber que existem formas de medicina que não são apenas máquinas de fazer dinheiro, mas têm uma missão social e humanitária.
  4. Mesmo num país totalmente corporativista, onde 80% da população jamais é ouvida, a corporação médica chama a atenção por seu corporativismo superlativamente fechado. Elas são instituições para as quais a vida humana vale tanto como um pedaço de picanha para o dono de um açougue, ou talvez menos, e representam uma elite, que são os médicos. Uma prova disso é que, salvo pouquíssimos jovens de grande talento, os que entram nas grandes faculdades de Medicina são filhos de famílias abastadas. A classe média baixa não encontra cursos nos quais o vestibular seja menos discriminatório, porque nem todas as universidades podem bancar um custoso programa de Medicina.
Os argumentos que se usam para impedir a entrada de médicos estrangeiros são um sarcasmo aos poderes públicos. Pretendem dizer que importar médicos é inconstitucional. O cúmulo foi a afirmação de um dos chefões da saúde, que disse que os contratos internacionais dos cubanos, fiscalizados pela OMS e ajustados à legislação internacional, poderiam colocar esses médicos em condição de “trabalhadores escravos”.

Os que difundem fábulas, tentando mostrar que a importação de médicos é um ato ilegal, especulam com a desinformação popular. No mapa seguinte, vemos que países com a melhor medicina do mundo (como a Inglaterra), aceitam grandes proporções de médicos formados no exterior.

A medida de importar médicos deve ser aplaudida, mas também deve ter-se em conta que estamos “um pouco” atrasados com respeito a outros países, como a Grã Bretanha que começou a importar médicos estrangeiros há mais de 100 anos.

Também se deve lamentar a fraqueza com que o governo lida com a pressão, a sabotagem e as ameaças das corporações médicas. A atenção médica está entre os chamados de “serviços essenciais”. Alguém duvida disso? Portanto, o Estado tem não apenas o direito, mas também o dever de punir os médicos que fazem greves políticas para desestabilizar o programa Mais Médicos. Também é preciso reprimir a sabotagem dos conselhos regionais que já estão ameaçando usar a polícia contra os médicos cubanos. Um absurdo! No mínimo, o governo deve garantir a integridade física dos cubanos, reforçando a vigilância policial nos locais onde eles trabalhem.

Aliás, as frases demagógicas, como as ditas pela presidenta, louvando o suposto compromisso dos médicos nacionais com a qualidade, impedem que o povo veja a realidade: que a saúde de qualidade é só para os ricos, e que as entidades médicas não estão nem aí para os milhares de brasileiros que são vítimas de abandono e de “erro médico”.

O pior está na “indignação” dos ilustres hipocráticos porque os diplomas dos estrangeiros não serão revalidados. Ora, o revalida colocaria os médicos importados nas mesmas condições que os médicos brasileiros. Então, gostaríamos de saber: 

A enorme quantidade de erros médicos que se cometem no Brasil é de autoria de profissionais estrangeiros que não revalidaram seu diploma?
Neste blog, mostra-se a gravidade dos erros médicos cometidos no Brasil que excedem, e muito, os praticados em qualquer outro país da América Latina e da Europa. Isso, sem contar as numerosas mortes por negação voluntária de socorro. Além dos médicos cubanos, conhecedores de doenças tropicais que afetam a população pobre, o Brasil está recebendo experientes médicos portugueses, espanhóis e sul-americanos, alguns deles até aposentados.
Será que as corporações médicas brasileiras têm medo de que esses estrangeiros sejam realmente eficientes, bons profissionais e não cometam erros médicos, e então os pretextos usados pelas associações médicas, que sempre encobrem esses crimes, fiquem evidentes?
Abraço.
Anteciosamente,

CLEINALDO LOPES
Presidente
Sintsep - MA
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