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São Paulo, SP (Brasil)
Tudo no mundo reclama
entendimento...
Tudo na vida pede nosso esforço...
Tudo na vida pede nosso esforço...
“Eis que o semeador saiu
a semear...”
- Jesus. (Mt., 13:3.)
O tema chama a atenção para dois posicionamentos importantes, que dizem respeito às nossas atitudes perante os ensinamentos de Jesus e as escolhas que fazemos, ainda que tenhamos pouco conhecimento deles.
Uma delas lembra que os
trabalhadores do mundo
classificam-se em
diferentes posições, mas
que o campo é um só; a
outra se reporta a uma
frase de Jesus, dita aos
discípulos, referindo-se
ao Evangelho que Ele
trazia. Disse o Mestre:
“A semeadura é
realmente grande, mas
poucos os ceifeiros”¹,
ou os colhedores, como
entendemos, fazendo
referência ao consolo
que Seus ensinamentos
traziam e a presença de
poucos trabalhadores
para recolherem essas
benesses.
Em relação à primeira,
incontáveis são os
trabalhos ligados ao
estômago, como
incontáveis são os
trabalhadores que
permanecem ligados às
emoções relativas ao
sexo. Ambos têm
fundamento sagrado, mas
não podemos e não
devemos permanecer
parados em uma ou outra
expressão, visto ser
preciso levantar os
olhos e ver acima das
regiões nas quais
estamos mergulhados.
Necessitamos pensar que
existem zonas mais
elevadas de onde
poderemos colher valores
novos, atendendo à nossa
própria existência.
Cada um de nós é um
celeiro, no qual
armazenamos a colheita
que houvermos feito em
nossas viagens
reencarnatórias. É
chegado o momento de
limparmos esse celeiro e
renová-lo com as
benesses que houvermos
colhido, frutos de
semeadura cuidadosa.
A semeadura é nossa, a
colheita é nossa e o
celeiro é dádiva divina,
que precisamos cuidar.
Estamos falando do
Espírito que é abrigado
pelo corpo, corpo esse
que permite a esse mesmo
Espírito progredir,
evoluir, adquirir
valores morais perenes,
para que se afaste cada
vez mais das zonas
inferiores da matéria
grosseira e ganhe asas
para voos mais altos, em
direção a mundos mais
elevados.
É a busca de iluminação
espiritual, que cada um
de nós necessitará, mais
cedo ou mais tarde,
porque o que é somente
material já não nos
satisfará mais. Só que
essa busca vai requerer,
também, de cada um de
nós, a disposição firme,
a perseverança para
alcançar o objetivo e o
fortalecimento da fé
para que,
independentemente dos
obstáculos e tentações,
possamos prosseguir sem
medo.
Tudo no mundo reclama
entendimento... Tudo na
vida pede nosso
esforço...
É neste ponto que a
frase de Jesus, dita aos
discípulos, necessita
esclarecimento: existe o
trabalho e existem os
trabalhadores. Ainda que
estes sejam diferentes,
aquele é um só. Ainda
que surjam trabalhadores
em diferentes posições e
atividades, o campo é um
só. É a seara do Pai,
porque tudo pertence a
Ele; tudo emana d`Ele e
pode ser transformado em
nossas mãos, pela Sua
Infinita Misericórdia,
em benesses para nós e
para os outros. Jesus é
o Celeste Trabalhador,
agindo em nós e a nosso
favor, a fim de
aprendermos a ser Seus
instrumentos no
cumprimento da obra
divina em nós.
São as Leis do Trabalho
e do Progresso que regem
o Universo. Todavia, há
milhões de pessoas que
se sentem dispensadas da
glória de servir;
criaturas essas que veem
o trabalho como
humilhação, como
sofrimento e, por isso
mesmo, buscam todo tipo
de facilidades
delituosas,
desperdiçando as horas,
voltadas tão-somente
para a realização dos
seus desejos e
caprichos, imitando o
poço d`água parada que
se envenena por si
próprio.
Infelizmente, temos,
também, muitos
aprendizes do Evangelho
que almejam grandes
realizações de um dia
para outro. Diz Emmanuel
que esses companheiros –
e será que não somos
desses? – querem “a
coroa da santidade, o
poder da cura, a glória
do conhecimento
superior, as edificações
de grande alcance...”²
Entretanto, não basta
desejar. Tudo na
Natureza obedece a uma
sequência da qual
ninguém escapa, pois não
é possível queimar
etapas.
Prossegue Emmanuel,
dizendo que a árvore
vitoriosa na colheita
foi antes um arbusto
frágil; que a catarata,
capaz de movimentar
turbinas poderosas, é um
fio de água no
nascedouro; e que a
construção de um
edifício não pode
dispensar o serviço da
pá e da picareta, do
tijolo e da pedra...
Por essa razão, é de
vital importância, para
garantirmos o
prosseguimento nos
caminhos da evolução,
que abracemos os deveres
humildes e simples, por
mais árduos que possam
ser, pois é através do
amor que lhes dedicarmos
que atingiremos, no
devido tempo, o ideal de
progresso que tanto
almejamos. Após as
pequenas, as grandes
tarefas virão
espontaneamente ao nosso
encontro.
Nenhum trabalhador do
campo Divino carrega
fardo maior do que
aquele que ele pode
suportar, embora, tantas
vezes, iludido, acredite
poder fazê-lo. Fardo
pesado exige ombros
fortes. Tarefa de grande
responsabilidade moral
exige preparação
adequada, crescimento e
desprendimento, em
benefício do próximo.
O apóstolo Paulo, na
Segunda Carta a Timóteo,
capítulo 2, versículo
15, deixa sábias e
justas palavras para que
acordemos diante dos
convites ao trabalho que
Jesus nos faz. Diz ele:
“Procura
apresentar-te a Deus
aprovado como o obreiro
que não tem de que se
envergonhar”.
O mundo é departamento
da Casa Divina. A
cátedra para quem fala e
a enxada para quem
planta não são elementos
de divisão humilhante,
mas, tão-somente,
degraus para
cooperadores diferentes.
O caminho para a
elevação, este sim, é
igual para todos. Solo
ou livros são somente
instrumentos diferentes,
mas a essência do
serviço é a mesma:
apresentar-se diante do
Pai como obreiro
aprovado na tarefa que
lhe foi confiada.
Jesus trouxe o Evangelho
para que permanecesse no
mundo com a finalidade
de enriquecer o espírito
humano, mas são tão
poucas as criaturas
dispostas a trabalhar na
sua conquista,
enfrentando dificuldades
e surpresas que surgem
no meio da jornada, com
devotamento e fidelidade
ao Cristo.
Se de um lado temos a
escassez de
trabalhadores
comprometidos com o
Evangelho, de outro,
apresenta-se uma
multidão de
desesperados, aflitos e
iludidos, que continuam
atravessando séculos sem
nada realizar para si
mesmos e para os
semelhantes. Com isso,
esses poucos tarefeiros
veem-se onerados em
virtude de tantos
famintos de pão
espiritual. Mas é
preciso observar que sem
a determinação de
buscar, por si próprios,
o alimento da vida
eterna, ficam
aguardando, que chegue
até eles, o trigo já
beneficiado e o pão já
pronto.
Lembra Emmanuel que
“esse quadro persistirá
na Terra, até que bons
consumidores aprendam a
ser bons ceifeiros”.³
Jesus é o Semeador
Divino por excelência e
Suas palavras,
sementeira pura e
profunda. Nossos
corações também são
terrenos a serem
cultivados. Se são
pedregosos, cheios de
espinhos ou solo fértil,
onde caem as sementes
amorosas do Mestre
amigo, mesmo que ainda
não O compreendamos em
Sua plenitude,
diferentemente dos
homens, Ele acredita na
nossa capacidade de nos
transformarmos, e
transformar o que existe
ao nosso redor.
Essa capacidade de olhar
mais além, de perceber a
centelha divina que
existe em nós é que faz
com que o Excelso Amigo
nos aguarde. Ele sabe
que nos reergueremos de
onde estivermos, com
dificuldades, lutas, mas
ultrapassando obstáculos
com vistas no futuro.
Se ontem semeamos e hoje
colhemos, e se desejamos
colheita farta e de
qualidade no futuro,
precisamos aprender a
escolher melhor e a
recolher essas benesses
que emanam de Deus para
todos. Evidentemente, é
preciso trabalhar para
isso, afinal, não
estamos trabalhando para
nós mesmos?
Bibliografia consultada:
1 – Mateus, 9:37.
2 – Emmanuel (Espírito).
Fonte Viva –
[psicografado por] F. C.
Xavier, 31ª ed., FEB –
RIO/RJ – 2005 - lição
118.
3 – Emmanuel (Espírito).
Pão Nosso –
[psicografado por] F. C.
Xavier, 17ª ed., FEB –
RIO/RJ – 1996 – lição
148.
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