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Por: Leonardo Marmo Moreira
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A identificação nominal
e a subsequente
confirmação da
respectiva “assinatura”
do Espírito, autor da
mensagem mediúnica, não
consiste em tarefa
trivial por parte de
estudiosos encarnados do
fenômeno mediúnico. A
fascinação, que é
fenômeno comum dentro
dos estudos da obsessão,
consiste em influência
espiritual negativa que
se disfarça de
influência espiritual
positiva, iludindo o
“assistido”, que muitas
vezes considera o
Espírito comunicante, às
vezes um pseudossábio,
um grande mentor
espiritual
(frequentemente com nome
célebre em alguma área
do conhecimento). Esse
fenômeno consiste em
perigo constante no
estudo das mensagens
mediúnicas, o que faz
com que o movimento
espírita esteja sempre
atento ao estudo das
mensagens que vêm do
mundo espiritual, uma
vez que a adulteração do
nome é o recurso mais
fácil de ser utilizado
por Espíritos
mistificadores.
Por outro lado, o
trabalho por parte de
Espíritos
verdadeiramente
evoluídos que objetivam
trazer mensagens por
intermédio de
determinado médium é até
mais complexo, pois a
influência anímica do
médium, entre outras,
afeta decisivamente a
qualidade do recebimento
da mensagem. Os mentores
precisam “driblar”
grande número de
dificuldades para fazer
chegar o elevado nível
de informação da obra
original do mundo
espiritual até as
páginas que nós lemos
nos livros. De fato, a
própria análise do corpo
editorial, dependendo da
editora, pode, a
posteriori, alterar a
essência do pensamento
do autor espiritual. É
claro que isso pode ser
positivo, se a mensagem
estiver “truncada”,
prolixa, ou pouco
informativa. Entretanto,
algumas informações
realmente relevantes e
elevadas podem ser
perdidas e os mentores,
estando conscientes
disso, têm de superar
tais entraves para que o
máximo da melhor
mensagem possa chegar
até os irmãos
encarnados.
Nós, como espíritas
encarnados, temos que
estudar o máximo para
que nossa análise
crítica seja a mais
coerente com a Doutrina
Espírita que possamos
alcançar.
Allan Kardec constatou a
complexidade do assunto
graças a seu amplo e
profundo estudo a
respeito das
comunicações mediúnicas.
Além da complexidade da
identificação, a
constatação, por parte
do Codificador do
Espiritismo, de aspectos
mais relevantes a serem
analisados concernentes
ao conteúdo da mensagem
(em primeiro lugar) e ao
caráter moral do médium
(em segundo lugar), fez
com que Kardec deixasse
como terceira prioridade
os estudos referentes à
identificação nominal do
autor espiritual.
O caráter moral do
médium é uma referência
importante
De fato, o conteúdo da
mensagem é o principal.
Uma mensagem de conteúdo
moral elevado, lógica,
objetiva, que informa
muito com poucas
palavras, que apresenta
um texto correto
linguisticamente,
altamente didática, que
agrega informações
interessantes a um
determinado tópico de
relevância espírita,
sempre será desejável
para a leitura e o
estudo no movimento
espírita.
O caráter moral do
médium, por sua vez,
acaba sendo uma
referência importante
quando o conteúdo da
mensagem é de natureza
duvidosa para os
estudiosos do texto.
Quando as informações
são muito originais e,
apesar de algum respaldo
doutrinário, suscitam
dúvidas quanto à sua
credibilidade e
consistência (isso
ocorre principalmente em
assuntos como “vida no
mundo espiritual”,
processos de
manifestação mediúnica,
reencarnações de
indivíduos famosos,
entre outros assuntos),
o caráter moral do
médium, apesar de não
resolver totalmente a
questão, é um parâmetro
que deve ser
considerado. Isso
ocorre, pois um médium
de comportamento moral
inferior somente poderia
receber mensagens de
nível espiritual elevado
em caráter excepcional.
De fato, os mentores
espirituais, por
acréscimo de
misericórdia, podem
relevar a falta de
mérito do médium e de
afinidade espiritual
para transmitirem uma
mensagem que seja
importante para o
próprio médium e para o
grupo espírita que terá
acesso à referida
mensagem. Entretanto,
tal recurso tende a
ocorrer apenas
excepcionalmente, ou
seja, se o médium não se
esforçar por uma mudança
de conduta, a médio e
longo prazos, a
tendência é que perca a
proteção dos amigos
espirituais (Lei de
Causa e Efeito/Afinidade
espiritual) e seja
assessorado por
Espíritos de nível
evolutivo inferior. Daí,
um médium moralmente
elevado faz supor que
sua “vizinhança”
espiritual, pela
afinidade de
pensamentos, sentimentos
e objetivos, seja também
elevada, o que consiste
em um importante
pré-requisito para um
trabalho mediúnico
superior, o qual seja
sustentável em longo
prazo.
A identificação nominal
do autor, sobretudo de
autores conhecidos, seja
por obras mediúnicas,
como autores
espirituais, seja devido
a obras publicadas
enquanto eram escritores
encarnados, é uma forma
de confirmação da
imortalidade da alma e
da comunicabilidade dos
Espíritos (mediunidade).
Nem sempre as condições
mediúnicas permitem a
identificação
Essa evidência é ainda
muito importante para
aqueles que duvidam ou
descreem da vida após a
morte do corpo e sempre
será relevante para os
estudos cada vez mais
aprofundados sobre temas
relacionados ao
Espiritismo, tais como
mediunidade, mundo
espiritual, psicografia
e animismo. Entretanto,
nem sempre as condições
mediúnicas permitem tal
identificação em função
de limitações
enfrentadas pelo médium
e/ou sua equipe de
trabalho mediúnico.
Nesse caso, os autores
preferem utilizar um
pseudônimo para evitar
que a diferença de
estilos apresentados por
ele nessa nova obra (por
meio desse médium) e
anteriormente (por outro
médium ou enquanto
escritor encarnado) faça
com que os críticos
materialistas rejeitem a
respectiva autoria,
aumentando a rejeição ao
fenômeno mediúnico, por
desconhecerem as
dificuldades dessa
complexa tarefa.
Existem vários fatores
que podem dificultar a
identificação da autoria
espiritual da mensagem,
tais como:
1. No caso de autores
espirituais que foram,
enquanto seres
encarnados, escritores
famosos: a diferença da
bagagem cultural entre o
Espírito comunicante e o
médium, a ponto de a
influência anímica
limitar a capacidade do
autor em imprimir seu
estilo literário.
2. No caso de nomes que se tornaram célebres por meio de um médium específico: a transmissão de mensagens por intermédio de outro médium pode dificultar a transmissão do estilo literário característico do autor espiritual. Isso ocorre porque a influência anímica de médiuns diferentes sobre o processo de “filtração mediúnica” das mensagens pode se distinguir significativamente, dependendo de fatores como a intensidade mediúnica de cada medianeiro, a bagagem cultural geral de cada um deles, o conhecimento específico sobre o assunto tratado pelo Espírito, o vocabulário e o estilo de escrita de cada médium, bem como a adequação desse estilo com o estilo do Espírito comunicante. 3. O mecanismo mediúnico de recebimento (mecânico, semimecânico ou consciente), o qual pode variar de médium para médium, afetando a reprodução do pensamento original do Espírito comunicante.
As inconstâncias
emocionais podem
interferir na
comunicação
4. As oscilações
emocionais do médium
durante a fase na qual é
instrumento do
recebimento mediúnico de
mensagens de um
determinado Espírito
(pode ser em um único
dia, quando se tratar de
uma mensagem isolada ou
pode envolver um
intervalo bem maior de
tempo, chegando a vários
meses, quando consistir
em recebimento de obras
maiores e,
principalmente, com
conteúdo contínuo, como,
por exemplo, romances
mediúnicos). Essas
inconstâncias emocionais
podem dificultar a
reprodução do pensamento
original do Espírito
comunicante.
5. A diferença de vibração entre Espírito comunicante e médium, que quanto menor afinidade espiritual apresentarem mais dificuldades encontrarão para a transmissão de ideias do comunicante. 6. As influências espirituais negativas, incluindo obsessões propriamente ditas, que possam estar afetando o médium e/ou o grupo familiar e/ou o grupo espírita que o médium frequenta (e que pode ser o grupo de sustentação dessa tarefa mediúnica específica). Tais dificuldades diminuiriam a “blindagem mediúnica”, que consiste em importante fator protetor da tarefa, sobretudo para o recebimento de romances mediúnicos. 7. No caso de autores espirituais que foram escritores encarnados famosos: as oscilações emocionais e a própria evolução intelectual e, principalmente, moral do próprio autor desencarnado podem modificar as áreas de interesse e de estilo em relação àquilo que esse autor escrevia enquanto encarnado. Isso dificultaria a identificação dele por parte de críticos encarnados. Processos semelhantes são comuns aos próprios autores encarnados, que muitas vezes modificam seus estilos em diferentes fases da vida física. Em se tratando da desencarnação, isso poderia manifestar-se com maior ênfase, considerando a possível ocorrência de desencarnações e/ou adaptações ao mundo espiritual traumáticas para o autor desencarnado. Vale acrescentar que muitas vezes o autor espiritual está escrevendo décadas ou até mesmo séculos depois da sua fase célebre enquanto escritor encarnado, o que tende a aumentar as diferenças de estilo entre essas duas fases do escritor (como encarnado e como desencarnado).
A falta de preparo
intelectual do médium
pode afetar a mensagem
8. Os vocabulários e
modismos linguísticos
distintos em função das
diferenças épocas das
vidas físicas do autor
espiritual em relação ao
médium, favorecendo uma
influência anímica que
descaracterizaria o
estilo do autor
espiritual.
9. No caso de autores espirituais que foram escritores famosos em língua estrangeira à língua nativa do médium, a reprodução do estilo do escritor pode ser dificultada pela diferença de estilos de construção literária entre a língua nativa do autor espiritual quando encarnado e a língua nativa do médium. Tal influência pode acabar sendo acentuada pela diferença de épocas de vida física, o que deve fazer com o que a língua estrangeira “antiga” do Espírito comunicante se distancie ainda mais da “tradução” mais direta em relação à língua nativa “recente” do médium. 10. No caso da defesa de postulados filosófico-doutrinários que não correspondem às opiniões do médium pode haver alguma influência na filtração mediúnica, caso o médium não seja muito hábil na atividade de receptividade (“passividade”) em relação ao pensamento do Espírito comunicante. 11. No caso de assuntos nos quais o médium tenha grande bagagem cultural e posicionamentos muito contundentes, a influência anímica pode gerar uma reprodução de clichês mentais inerentes à personalidade e aos pontos de vista do médium. 12. No caso de assuntos nos quais o médium é completamente leigo, o desconhecimento por parte do médium de termos técnicos associados ao jargão do assunto abordado pelo Espírito podem dificultar a objetividade e o uso das palavras de primeira escolha do autor espiritual. 13. Alguns autores espirituais que são muito solicitados por meio de preces e evocações conscientes e inconscientes muitas vezes enviam suas mensagens mediúnicas por meio de “secretários”, intermediários que têm a tarefa de trazer o pensamento do mentor diretamente até o médium, em função do grande número de afazeres e de grupos assistidos por parte do benfeitor. 14. Mensagens de cunho religioso após mudança intelecto-moral drástica na erraticidade por parte de Espíritos que, enquanto encarnados, eram totalmente materialistas e antirreligiosos.
Há casos em que o autor
prefere valer-se de um
pseudônimo
O choque da
sobrevivência do
Espírito à morte do
corpo acaba tendo um
grande impacto sobre os
ideais destes
escritores. Neste caso,
o estilo pessoal de
escrita poderia ser
observado, mas o
conteúdo é tão
diferenciado em relação
às ideias anteriores do
autor que causam
rejeição pelos
estudiosos da obra do
referido autor, enquanto
escritor encarnado.
Tais dificuldades, longe de desmerecer, enaltecem o grande número de obras cujas autorias espirituais são avalizadas por especialistas e críticos literários. Não podemos esquecer-nos do célebre “Parnaso de Além-Túmulo” de autores diversos pela mediunidade de Chico Xavier; das obras de Humberto de Campos, também pela mediunidade de Chico Xavier; de “Cristo espera por ti” de Honoré de Balzac por Waldo Vieira; de “Memórias de Um Suicida” de Camilo Castelo Branco/Léon Denis por Yvonne do Amaral Pereira; de “O Mistério de Edwin Drood”, que foi iniciado pelo célebre autor britânico Charles Dickens, enquanto autor encarnado, e concluído por esse mesmo autor, após sua desencarnação, por meio de um médium americano praticamente iletrado, cuja obra foi traduzida ao português por Hermínio C. Miranda. Muitas vezes, quando o Espírito comunicante percebe que não será possível imprimir seu estilo literário por intermédio de determinado médium, visando a estudos comprobatórios subsequentes que gerem mais uma evidência da imortalidade da alma e da comunicabilidade dos Espíritos, ele prefere utilizar um pseudônimo, para que a obra chegue até nós com o objetivo de nossa edificação espiritual pelo conteúdo da mensagem. Aconteceu algo semelhante quando Victor Hugo absteve-se de enviar pessoalmente uma das suas obras por intermédio de Dona Yvonne do Amaral Pereira e sugeriu que Charles o fizesse, pois ambos conheciam o respectivo conteúdo da narrativa a ser contada. Dona Yvonne tinha maior afinidade pelo estilo de escrita de Charles em relação a Victor Hugo, o que inviabilizaria a tentativa deste último, até por se tratar de escritor muito conhecido da Literatura Universal. Outras vezes, o Espírito prefere o pseudônimo para evitar que o médium seja agredido pela incredulidade da família, à semelhança do que aconteceu com Chico Xavier no “Caso Humberto de Campos”. Esse teria sido, inclusive, um dos motivos para que o Espírito André Luiz não utilizasse seu verdadeiro nome para assinar sua obra. Nesses casos, um segundo objetivo da publicação das obras seria inviabilizado, que seria justamente o de fornecer uma evidência adicional da imortalidade da alma por meio da identificação do autor espiritual conhecido na Terra. Fonte: Retirado de o Consolador uma Revista semanal de Divulgação Espírita
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