Por: Leda Maria Flaborea
O homem moderno vive a era da inteligência, trazendo frutos desenvolvimentistas nas áreas das Ciências tecnológicas, médicas, de progresso nos transportes, meios de comunicação, segurança, tendo por objetivo tornar sua vida mais confortável, mais segura e mais fácil possível. Frutos do uso racional da inteligência.
Deve o homem, agora,
ingressar em nova era: o
tempo do desenvolvimento
da humanidade, da
sensibilidade, do
autoconhecimento para
aplicar, de forma
equânime, todos os
recursos que lhe foram
colocados à disposição –
para a evolução material
– pela Misericórdia
Divina. Mas, mesmo
vivendo numa época de
predominância de tudo
que seja material, é
indispensável que esse
homem, responsável por
tanto progresso, faça um
balanço de como esses
recursos estão sendo
utilizados em benefício
do próximo – e em seu
próprio benefício – para
que não se perca a
utilidade de tantas
descobertas.
Se isso é verdadeiro
para a vida física,
muito mais o é para a
espiritual. Não nos
ateremos a questões
irrelevantes ou
contestações inócuas,
para nos lembrarmos que
mesmo diante de quadros
aterradores, provocados
pelo próprio homem, há
pontos de luzes – obra
desse mesmo homem – que
são inquestionáveis.
Almas existem que
continuam lutando para
que o bem prevaleça em
situações que, às vezes,
nos parecem sem saída ou
sem sentido. E, mesmo
essas almas, entregues
ao trabalho no Bem,
sentem o peso de todas
as iniquidades
praticadas pela
humanidade que está
sobre o planeta. Por
essa razão, é necessário
examinarmos a qualidade
das nossas ações. É
importante verificarmos
de que modo estamos
praticando os
ensinamentos iluminados
que Jesus nos deixou. O
que estamos deixando de
fazer, apesar de não
ignorar como fazê-lo.
O amor ao próximo como a
si mesmo não se
configura como letra
morta, nesse momento
pelo qual tanto o
planeta como a
humanidade que nele
habita passam. Muito
pelo contrário, nunca se
fez tão necessário –
nunca mesmo, na história
da evolução humana, da
qual somos seus agentes
– percebermos a
importância desse
ensinamento; nunca a
solidão esteve tão
presente; nunca a
miséria moral plantou
tão fundas raízes; nunca
o medo e a angústia
foram tão condutores das
ações; nunca tamanho
vazio existencial tomou
conta do homem em seu
caminhar. A presença
desse vazio, dessa
solidão que traz medos e
angústias, entretanto,
apesar do aparente mal
que causam, é sinal de
que é preciso modificar
algo, preencher esse
espaço para que essas
dores passem.
Todo o progresso
material conquistado não
resolve o problema da
existência humana porque
ele não está na solução
prática da vida física,
do corpo, mas nas
respostas que o Espírito
busca, após haver
saciado seus caprichos e
desejos e resolvido seus
interesses. Ele, o
Espírito, quer saber,
nessa etapa de sua
existência, de onde
veio, para onde vai, por
qual razão sofre tanto –
muitas vezes, mesmo
possuindo tudo – e o que
fazer para mitigar esse
sofrimento. O homem já
está se cansando do que
tem. A novidade já não o
atrai e, como criança em
loja de brinquedo,
percebe que nada é
diferente. Então, ele se
pergunta: “O que me
falta? Por que esse
vazio tão grande, essa
insatisfação?”. Falta o
acordar para a vida do
Espírito, a verdadeira
vida.
Para aqueles que já
despertaram e que já
iniciaram essa busca,
torna-se vital essa
avaliação das ações,
para que não se perca o
esforço, para que a
semeadura seja boa e a
colheita farta. O homem
que luta, que refaz
caminhos, que tem a
coragem de rever os
enganos, colherá os
frutos doces da vindima
do Senhor. Não sem
razão, o meigo Rabi da
Galileia ensina-nos que
pelos frutos seremos
conhecidos.
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