quarta-feira, 27 de junho de 2012

Espaço, Tempo e Espírito (Parte 1)


 

João Fernandes da Silva Junior

 
Iniciamos este trabalho fazendo um comentário que nós consideramos ser de grande relevância para aquelas pessoas que se dedicam ao estudo da evolução da espécie humana. Para a aquisição de conhecimentos mais amplos sobre a vida e suas múltiplas formas de manifestação no planeta Terra, é essencial que o ponto de partida seja justamente a análise do mecanismo evolutivo sob o prisma espírita (porque essa concepção irá abrir para todos os pesquisadores, sem nenhuma sombra de dúvida, um imenso leque de informações, resultando daí que os cientistas conseguirão penetrar com relativa margem de segurança no conhecimento acerca da estrutura da psique do espírito). Atualmente não há mais como negar a existência de uma realidade metafísica ao redor de todos nós. 
O livro "Espaço, Tempo e Espírito" é fruto de muitas pesquisas que realizamos para que pudéssemos apresentar informação com a devida qualidade para os nossos leitores. 
Tanto os espíritas quanto os espiritualistas sabem muito bem que o materialismo é, na verdade, uma pseudofilosofia, uma doutrina vazia, porque não apresenta provas da inexistência de um Ser Superior e nem comprova que o espírito seja uma mera "secreção mental". 
A evolução gradual do pensamento faz com que os seres humanos tenham maior ânsia de compreender – mesmo que parcialmente – aqueles eventos que transcendem os limites da matéria, e que em razão disso atestam a existência e também a atuação de "algo mais" que ultrapassa as fronteiras da organização biológica e psíquica dos seres humanos e dos animais inferiores. 
Nós não somos somente um amontoado organizado de matéria, somos seres inteligentes situados fora do contexto de espaço-tempo e encontramo-nos temporariamente conectados – eletromagneticamente – a um organismo biológico para que possamos assim operar com desembaraço no plano das formas, e, em razão desse evento, nós adquirimos maior grau de evolução intelecto-moral a cada novo contato com a matéria bariônica, interagindo com ela e aprendendo através dela. 
O estágio do princípio inteligente nos reinos da Natureza 
Por meio de inúmeras revelações de origem mediúnica, nós, os espíritas, sabemos que o longo processo de evolução dos seres vivos produz como resultado direto uma grande quantidade de transformações de ordem qualitativa nos chamados princípios inteligentes (ou mônadas espirituais), e tais padrões de transformações fazem com que todos os princípios inteligentes estagiem em cada reino da Natureza durante períodos relativamente extensos de tempo, objetivando, principalmente, que em um futuro ainda bem longínquo os princípios inteligentes já estejam devidamente capacitados para a natural eclosão de sua própria estrutura consciencial, da razão e das aspirações superiores, quando, finalmente, eles alcançarão a fase de nascer entre os componentes do Reino Hominal, prosseguindo em sua jornada ascensional no seio de grupamentos indígenas (residentes em mundos primitivos e em mundos de provas e de expiações), até que, gradativamente, mediante os esforços de cada um, eles consigam atingir o imprescindível grau de lucidez que lhes permite o nascimento entre os integrantes de uma civilização mais avançada do que a anterior, na qual eles viveram, prosseguindo nessa marcha de ritmo incessante para, depois de alguns bilhões de anos de evolução, eles atingirem a posição de Espíritos puros, já completamente libertos das ilusões criadas pelo contato com a matéria bariônica (1)
Hodiernamente, como pessoas civilizadas e também um pouco espiritualizadas, nós já delineamos os nossos projetos de vida utilizando o raciocínio, a inteligência e a criatividade, e não mais somos governados pelos impulsos da força bruta e pela rudeza que são características próprias de homens primitivos. 
Qualquer pessoa de bom senso que observar atentamente o momento atual no planeta Terra irá perceber de maneira clara e objetiva que as nossas conquistas tecnológicas estão possibilitando que estudemos com maior segurança aqueles fenômenos que estão presentes no universo macrocósmico, e também aqueles eventos que pertencem à realidade do universo microcósmico. É um fato inegável que nós estamos avançando cada vez mais na compreensão de tudo aquilo que está ao nosso redor, entretanto, cada um de nós – encarnados ou desencarnados – também é um universo que se apresenta repleto de incógnitas, e tais incógnitas necessitam ser desvendadas por nós mesmos, para o nosso próprio processo de amadurecimento intelecto-moral. 
O átomo é o ponto de partida de todos os Espíritos 
Um outro ponto, que é também muito importante dentro desse panorama de fatos que nós estamos apresentando aqui, é que dentro de cada um de nós – em nossos arquivos psíquicos milenares – estão presentes inumeráveis registros referentes aos idiomas e mesmo à cultura de cada uma das civilizações das quais nós já fizemos parte (possivelmente mais de uma vez) no passado remoto. E justamente em razão desse acontecimento, as mais variadas informações relativas até mesmo a povos desaparecidos há séculos podem muito bem fazer parte de nosso acervo mnemônico multimilenar. 
Nós evoluímos espiritual e intelectualmente na proporção em que acumulamos um considerável número de informações sobre os mais diversos fatos que vivenciamos ao longo de nossa trajetória de vida. 
Atentemos que, na resposta que foi dada pelos desencarnados para a questão de número 540 contida em "O Livro dos Espíritos", existe a informação de que o átomo é o ponto de partida de todos os Espíritos, entretanto, de qual tipo de átomo eles falaram, ainda não sabemos. 
Nós poderemos considerar os átomos-psi e os princípios inteligentes como sendo sinônimos? 
A Física Quântica poderá tornar-se um agente auxiliar para que nós possamos compreender de maneira mais abrangente os mecanismos de ação metafísica das entidades espirituais? 
O entendimento acerca da real natureza dos Espíritos conseguirá mudar – para melhor – a maneira de pensar das pessoas com relação ao real sentido da vida física. 
Três novos conceitos surgiram com a Física Quântica 
Temos ciência de que são inúmeras as dificuldades que os pesquisadores atuais encontram para conseguir penetrar em um tema que por si mesmo é extremamente complexo e abrangente como a vida fora da matéria, entretanto, com todos os avanços que estão sendo obtidos e também se levando em conta todo um mundo de informações que o futuro por certo irá disponibilizar para nós – mediante o árduo trabalho de pesquisa científica desenvolvido nos quatro cantos deste planeta –, acreditamos que a ciência irá atingir um patamar tão avançado de saber que possibilitará que a população tenha uma percepção mais clara e objetiva da realidade da existência de um Criador incriado (o Grande Arquiteto do Universo), e então, finalmente, os cientistas terão conseguido ultrapassar as barreiras materialistas que hoje já se encontram bem sacudidas em seus frágeis alicerces. 
Três novos conceitos surgiram com a Física Quântica: 
a) Movimento descontínuo;
b) Interconectividade não-localizada;
c) Causalidade descendente. 
Os três conceitos supracitados apresentam grande utilidade para a melhor interpretação da mecânica da consciência dentro de um sistema holístico, porque nós sabemos que não só as partes de cada sistema estão contidas no todo, como da mesma forma as leis que regulam o todo estão presentes em cada uma das partes constituintes desse sistema, e isso torna patente que os eventos estão interligados de uma maneira global, em outras palavras, tudo é independente e interligado. Esse evento é conhecido atualmente sob o nome de Interconexidade. 
A utilização da razão – isenta de ideias preconcebidas e de teorias fantasiosas – permitiria que os seres humanos penetrassem nos domínios do Espírito com maior segurança e melhor resultado. 
O Cosmos é uma entidade essencialmente dinâmica 
Somos indivíduos diferentes uns dos outros, e a mentalidade de cada ser é única, cada um pensa o que bem entende, mas é ilógica a tentativa dos materialistas de dissociar a vida orgânica da ação espiritual, porque, na verdade, a vida biológica não passa de uma consequência direta de tal ação. 
O Universo foi criado para comportar a vida em suas inumeráveis formas de manifestações e em seus infinitos graus de evolução, portanto, nessa sequência de eventos a Terra não pode ser o único planeta que possui a presença de vida biológica diversificada e seres inteligentes. 
O Cosmos é uma entidade essencialmente dinâmica, e nele a transformação é uma de suas leis gerais, conforme enunciou o grande químico francês Antoine-Laurent de Lavoisier (1743-1794): "Em a Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". 
O Espírito Galileu Galilei (1564-1642) apresentou uma extensa comunicação (2) na qual ele informou que a poeira cósmica foi reunida em um determinado ponto do espaço, e, sendo ela comandada telecineticamente pelos Espíritos da equipe de Jesus, ela sofreu inúmeras transformações de natureza físico-química, dando origem a uma gigantesca nebulosa, a qual, depois de bilhões de anos, originou a Via Láctea que comporta em seu seio um número – para nós aqui na Terra – incalculável de mundos, e aproximadamente 400 bilhões de sóis semelhantes ao "nosso" astro-rei. 
Não podemos deixar de perguntar para você, caro leitor: qual seria, na sua opinião, a função primordial de todos os planetas? Seria a de eles ficarem rodopiando inutilmente no espaço, ou seria a de eles conterem vida adaptada ao meio ambiente no qual ela se manifesta? Ora, meditando sobre as questões acima, o mais elevado propósito que nós podemos supor para a existência dos planetas seria o de eles proporcionarem mecanismos para o surgimento e o pleno desenvolvimento de vida inteligente.  
(Este artigo será concluído na edição da próxima semana.) 
 
Referências
(1) O Livro dos Espíritos (questão de número 112); de Allan Kardec.
(2) A Gênese (Capítulo VI, Astronomia Geral); de Allan Kardec


                                                

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