PODE O NAMORO ESPERAR?
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André Pessoa
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Antes dos dez anos, a convivência das crianças está centrada
na camaradagem dos jogos e brincadeiras. É natural que as meninas
prefiram jogos de palavras e gestos, que se encontrem para conversar,
trocar idéias e falar de seus sentimentos, enquanto os meninos se
dediquem ao futebol, às disputas, aos jogos de montar, e que se reúnam
para provocar as meninas.
Na adolescência a hostilidade entre meninos e meninas dá lugar
à curiosidade tímida, e as turmas começam a conviver entre si. Passa a
ser comum num grupo de amigos que um ou dois se aventurem em inocentes
namoros. Em uma reunião, estes se sentem divididos em dar atenção a
seus amigos, ou à namorada. Parecem questionar-se do que vale a pena
cultivar: se o namoro ou a amizade.
Podemos procurar esta resposta na dualidade do prazer que se
sente da presença do outro e no benefício do crescimento mútuo e
pessoal.
Diz o poeta que o amigo é como uma mina inexplorada. A cada
encontro se descobre uma nova pedra mais preciosa que a anterior,
descortinando o prazer da afinidade entre duas almas. Ambas se
desenvolvem juntas, pois fazer amigos exige dedicação, virtudes e
auto-superação. Que enorme bem se fazem os amigos que crescem em
maturidade pelo convívio saudável. O que mais alegra um amigo senão que
o outro voe alto em novas situações, no conhecimento e na conquista do
mundo!!
Retrucam os apaixonados que o namoro é a amizade que se
aprofunda entre um e uma. Emociona esta realidade num casal que chega
às bodas de prata ou ouro. Afinal de contas, se é possível cultivar
várias amizades, que mal há se uma delas seja especial, de um para uma?
Observa-se, entretanto, que aos poucos o casal tende a se
isolar. O namoro monopoliza as atenções dos apaixonados, e não sobra
muito tempo aos amigos. Não que seja uma paixão egoísta, centrada na
sensação afetiva da pele que deixa de lado a afinidade transcendente e
imaterial. Se por um lado é difícil conquistar a amizade, mais difícil
ainda é mantê-la. Os amigos encabulados passam a procurar com menor
freqüência aquele par de pombos que se distrai mutuamente.
Que grande oportunidade de crescimento perde aquele casal de
jovens ensimesmados. Justamente quando é tão importante que cada um
deles experimente a adversidade e a sutileza do mundo, das pessoas e
das situações!! Eles se encerram em si mesmos. Quando é tão importante
que cada minuto seja aproveitado para se adquirir cultura, diversidade
de interesses e a vivência que cada amigo poderia descortinar, ambos
estão na mesmice de sempre, mutuamente distraídos.
Não é de estranhar que uma pessoa que aproveitou bem sua
juventude saiba se colocar melhor em público, tenha maior inteligência
emocional e oportunidades profissionais, seja mais interessante como
pessoa, segura e desenvolta socialmente. Pois soube aproveitar o tempo
para crescer em cultura, personalidade, virtudes e valores.
Namorar é ótimo... Quem seria capaz de afirmar o contrário?
Através do convívio a dois, o casal está aprofundando o conhecimento
mútuo, para que cada um esteja seguro da escolha mais importante de
suas vidas, ou seja, o outro, a quem estará entregando a própria vida
para construir uma família. O namoro é, portanto, uma condição
necessária que antecede ao matrimônio.
Este objetivo não se aplica, entretanto, aos adolescentes e à etapa
que imediatamente a precede. São pessoas em formação. Tudo irá mudar e
adquirir maior consistência: a personalidade, a ocupação, o plano de
vida, os interesses, os ideais, etc. Quando adultas serão pessoas
diferentes. Faz sentido que o namoro aconteça somente então, quando
ambos estiverem maduros, com a profissão e objetivo de vida melhor
definidos.
Para potencializar o desenvolvimento pessoal durante a adolescência e a juventude... Sim... O namoro pode esperar!!! |
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André Pessoa
é pai de seis filhos, Mestrado em Orientação Familiar por Navarra,
ministra cursos e palestras de Educação de Filhos desde 1995; Graduado
pelo IME (Engenharia), Pós-Graduado pela PUC (Administração), FGV
(Contabilidade Gerencial), ISE (Programa de Treinamento de Executivos) e
Navarra (Orientação Familiar); Consultor da Accenture.
e-mail: andre.v.pessoa@gmail.com
Publicado no Portal da Família em 07/06/2007 |
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Boa noite prezado dr. André, foi pensando sermos capazes de construirmos uma sociedade com atitudes diferentes do passado que elaborou-se uma proposta intituladoa: Educação Familiar, até agora não fomos ouvidos! Abraços. Reinaldo Lima
ResponderExcluirBem lembrado, tenha uma boa noite meu caro blogueiro apaixonado rsrs
ResponderExcluirBom dia Ricardo Santos. Obrigado pela participação para mim é uma grande satisfação encotrar sua opinião em comentário. Abraços. Reinaldo Lima
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