Estudioso e
divulgador da
obra Memórias
do Padre Germano,
um dos clássicos
da literatura
espírita, o
confrade
mineiro, ora
radicado em
Matão-SP, fala
sobre a
importância da
obra organizada
por Amália
Domingo Soler
Francisco de
Oliveira Coelho
(foto) é
natural de Dores
do Turvo-MG e
reside em
Matão-SP.
Espírita há
poucos anos,
muito estudioso
e pesquisador,
com formação em
Filosofia e
Pedagogia, é
representante
comercial e tem
proferido
palestras sobre
o livro em
destaque.
Abraçando a
tarefa de
divulgar a
inesquecível
obra, o confrade
relata a
experiência que
vem realizando,
que é uma
espécie de
resgate dessa
autêntica pérola
literária
espírita.
Quando surgiu a
obra Memórias,
ditada pelo
Padre Germano?
Quem a
organizou? Quais
editoras a
publicam?
|
|
Trata-se de uma obra muito antiga. Publicada inicialmente como artigos fragmentados, em periódicos espanhóis, foi transformada em livro no ano de 1900. Estes fragmentos de memórias foram ditados pelo Espírito do Padre Germano a um médium falante chamado Eudaldo Pagés e registrados por Amália Domingo Soler, que fora um ícone do Espiritismo na Espanha no final do século XIX e início do século XX. No Brasil, o livro Memórias do Padre Germano foi traduzido para o português e publicado pela primeira vez em 1917 pela Federação Espírita Brasileira. Depois disso foi reeditado várias vezes pela FEB e ainda passou a ser publicado também pelo Instituto de Difusão Espírita (IDE) de Araras e pela Editora 3 de Outubro. |
Para situar o
leitor, informe
quem foi Padre
Germano.
Padre Germano
foi um sacerdote
da Igreja
Católica que
viveu
provavelmente
entre os séculos
XVIII e XIX, na
região norte da
Espanha e/ou
sudoeste da
França, próximo
ao litoral do
Mediterrâneo.
Nessa existência
quis, por dever,
viver o
sacerdócio do
Cristo, determinado
a cumprir seu
Evangelho entre
os pobres e
humildes,
particularmente
entre as
crianças. Pela
radicalidade de
sua missão consciencial,
não fora aceito
pela
Igreja-instituição/poder
e, por isso,
expulso para
exercer o
sacerdócio nos
lugares mais
simples, longe
dos grandes
centros urbanos.
Mas seu carisma
logo se
espalhou por
toda a região,
e as pessoas das
grandes cidades
passaram a
procurá-lo em
sua pequena
aldeia, devido à
fama de
sua "santidade".
Desses
encontros, quase
sempre ocasiões
de confissões,
padre Germano
conheceu as
misérias humanas
e viu nestes
seres, não
pecadores,
mas Espíritos
doentes,
necessitados,
quase sempre, de
orientações
corretas e de
oportunidades
para
reorientarem
suas vidas.
O que mais lhe
chamou a atenção
na obra? Por
quê?
A postura de um
Espírito cônscio
de seu dever. Os
grandes deveres
são compromissos
reencarnatórios
assumidos no
plano
espiritual, mas
esquecidos
diante das
conveniências da
existência
material. Muitos
irmãos não se
dão conta da
importância de
aproveitar a
nova
oportunidade de
vida na carne
e vivem todo o
tempo a reclamar
da vida ou
a "passar
férias". Os
exemplos citados
nos diversos
fragmentos de
memórias do
Padre Germano
situam muito bem
que os grandes
dramas humanos,
as angústias e
aflições mudam
exteriormente,
mas no fundo
permanecem os
mesmos. Aqueles
que não querem
uma existência
restrita a um
"passar férias"
encontrarão
nestes exemplos
verdadeiras
luzes a nos
orientar nos
trabalhos e
decisões da
vida,
considerando
nossa particular
necessidade de
progresso, de
acordo com a
eterna Lei.
Nas palestras
que tem
proferido sobre
a obra, como tem
sentido a reação
do público?
Silêncio
profundo ...
Reflexão
... Vontade de
ser melhor... Em
todos nós que
estamos
presentes nestas
ocasiões de
reflexões tem
sido uma
experiência
muito
particular a
cada
comunidade por
onde temos
estado. Vivemos com
o público
ocasiões de
reflexões mais
profundas,
dessas em que a
alma se desnuda
e põe-se
pequenina diante
dos feitos, mas
esplendorosa
diante das
possibilidades
do que podemos
fazer.
Em suas
palestras, é
possível
constatar que
muita gente
ainda não
conhece o livro?
Oh, sim! Poucas
pessoas leram o
livro
Memórias do
Padre Germano,
geralmente
pessoas mais
idosas. Dentre
os mais jovens é
um livro quase
desconhecido. Mas
quem já leu
guarda belas
lembranças da
leitura. E
aproveitamos
essas pessoas,
durante a
exposição, para
nos
auxiliarem contando
os belos casos
narrados pelo
padre Germano.
Temos conseguido
que muitos que
já leram
sintam-se
motivados a nova
leitura e um
número muito
grande de
pessoas que
ainda não
conheciam o
livro que
adquiram o livro
e iniciem a
leitura.
Procuramos
orientar para
que seja uma
leitura
individual, nos
momentos diários
de silêncio e
recolhimento.
Há retorno do
público após a
leitura do
livro?
Tem havido
grande retorno.
Pessoas que nos
escrevem
relatando o
encantamento com
a obra. Outras
relatando que já
tinham lido, mas
não tinham
compreendido a
profundidade das
lições e que
agora, com uma
nova leitura,
ficaram
perplexas.
Destaque para o
leitor um grande
ensino do livro.
Citarei uma
frase do padre
Germano:
"Admiram o que
vocês chamam de
minhas virtudes
e que, na
realidade, não
foram nada senão
o estrito
cumprimento de
meu dever. Não
pensem, filhos
meus, que fiz
nada de
particular; fiz
o que deveriam
fazer todos os
homens: dominei
minhas paixões,
que são nossos
mais
encarniçados
inimigos".
Dentre tantas
narrações
emocionantes
constantes do
livro, qual o
marcou mais
intensamente?
Certamente a
passagem
intitulada "As
três
confissões",
onde padre
Germano relata
que amara uma
mulher e que
nunca nela
tocara, por
dever
consciencial de
compromisso com
o sacerdócio
nessa
encarnação. Nesse
fragmento ele
divide com o
leitor sua
particular
angústia de ter
ouvido em três
ocasiões a
confissão de
amor da "menina
pálida, dos
cachos negros",
mas que se
tratava de um
amor que ele não
tinha o direito
de gozar, não no
sentido
matrimonial.
O que você diria
para quem ainda
não conhece o
livro?
Que busque um e
comece a lê-lo
hoje ainda!
Algo mais que
gostaria de
acrescentar?
Repetir Emmanuel
quando,
prefaciando o
livro
Renúncia,
afirma que
existem livros
que são de
sentimentos, para
serem lidos com
o coração.
Este, Memórias
do Padre Germano,
certamente é um
deles.
N.R.:
O livro
Memórias do
Padre Germano
foi estudado
de forma
metódica e
sequencial nas
edições 139 a
158 desta
revista.
Eis o link que
remete o leitor
à primeira parte
do mencionado
estudo:
http://www.oconsolador.com.br/ano3/139/classicosdoespiritismo.html
Fonte: em inteiro teor O Consolador uma Revista Semanal de Divulgação Espírita
Acabei de ler o livro... Compreendi várias situações que ocorreram ou ocorrem comigo. Eu estava em um período de indagações profundas e o livro respondeu-me muitas delas. De fato, não serei a mesma depois desse livro. Agradeço a Deus o bendito momento em que um colega de trabalho emprestou-mo.
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