Uma morte silenciosa, não anunciada, vem ao longo
dos tempos sendo amordaçada e banida dos ditames oficiais e dos relatórios
governamentais. É a morte das crianças indígenas, hoje distribuídas em 611
terras indígenas, em 483 municípios brasileiros, de norte a sul, de leste a
oeste. São crianças de 220 povos indígenas em uma diversidade étnica jamais
vista em outro lugar deste planeta Terra. O censo do IBGE de 2000 mostrou uma
população de 306.849, no ano de 2010 esta população quase triplicou e foi
registrado 817.000. Esta população não pode contar as vozes de crianças
indígenas que se calaram neste período. Foram vozes que se quer chegaram a pelo
menos completar seus choros de recém nascidos. Foram vozes que se foram, nas
aldeias famintas, nas redes rasgadas, nas terras sem águas, sem caça, sem
remédios, sem assistência médica de acompanhamento, sem mesmo gotas de
dignidade.
São vozes que foram caladas e que cujo governo não anuncia. O robusto Ministério da Saúde, onde detém um dos maiores orçamentos do Governo Federal, não consegue, a cada ano, pelo menos estancar estas mortes de crianças indígenas, vítimas do homem branco, acobertadas pelo apadrinhamento político, muitos deles com nenhuma marca de seu calçado em alguma terra indígena. A cada ano estas mortes não são anunciadas, mas crianças continuam morrendo. A maioria desses óbitos, de natureza evitável, sequer é justificável, pois “a voz do Brasil” não anuncia, não apura, não contabiliza, pois são dados que mancham o denominado “Brasil Sem Miséria”, mas que nas aldeias são dados que se acumulam, em choros por vidas que não voltam mais.
Mortalidade Infantil Indígena, quase quatro vezes maior do que a média nacional. O mesmo IBGE, que não contou as vozes de crianças indígenas que se foram, apontou em 2010 o indicador de 15,6 mortes por 1000 nascidos vivos como média nacional. As crianças indígenas vão nascendo, as crianças indígenas vão morrendo. As desculpas são as mesmas: faltou o carro, faltou o combustível, faltou o barco, faltou o avião, faltou a ambulância, faltou o remédio, o médico, o enfermeiro, o técnico de enfermagem, a vaga no hospital, faltou até a iniciativa do Governo Central de mudar estas desculpas.
As mortes de crianças não param, é um governo que matou também sua sensibilidade. A mata vai ficando vazia, a aldeia triste vai assistindo esta lenta agonia, um choro de um recém nascido, da frágil criança que acaba de nascer, pode ser naquela hora o último choro de um viver.
Até quando este choro poderá ser o último choro? A taxa de mortalidade infantil de crianças indígenas vai crescendo, em contra partida estas mortes não são anunciadas. Lá na floresta os cantos dos pássaros, o rio que também agoniza, o vento nas árvores, não deixam de anunciar: nasceu um curumim, mas corra, peça a Tupã, pois seu choro ao nascer, pode durar por pouco tempo.
Para:
Deputados Estaduais, Federais e demais autoridades.
Deputados Estaduais, Federais e demais autoridades.
Ouçam o
choro dos Ianomâmis, dos Xavantes, dos Guaranis, dos Kaioás, dos Terenas, dos
Pataxós, dos Kaiapós, de todas as crianças indígenas das terras dos Tocantins,
do Araguaia, do Amazonas, do Vale do Javarí. Ouçam com cuidado os choros da
floresta, pois se lágrimas tiverem, podem ser as últimas a serem derramadas de
rostos franzinos e de olhos sem esperanças.
As notícias não anunciadas, nos...
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- Nívea Soares BELO HORIZONTE, BRAZIL
- aproximadamente 13 horas atrás
- Curtiu 2
O direito à vida e à dignidade é para todo ser
humano. Quando proporcionamos isso a um desses pequeninos estamos fazendo ao
próprio Senhor Jesus. Que venha o Reino de Deus sobre as nações indígenas do
Brasil!
- William Jesus Lima SãO PAULO, BRAZIL
- 2 dias atrás
- Curtiu 1
A palavra de DEUS diz; ''AMAI O PRÓXIMO COMO A TÍ
MESMO'' por isso independente da distância temos que ajudá-los e fazermos tudo
o que tiver ao nosso alcance. O amor de DEUS não tem COR, RAÇA, CREDO,
DISTÂNCIA.
Encaminhado pela Ong Change.org
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